“Amarelo”

 

Daqui seis meses…

[CENA 01 – CLÍNICA DE FISIOTERAPIA/ SALA DE EXERCÍCIOS/ DIA]
(Gaspar concentra-se nela, surpreso)
GASPAR – Como assim essa é a sua última vez aqui?
ALICE – Eu vou parar com os exercícios.
GASPAR – Não, você não pode parar agora. Você vai jogar fora tudo o que já conseguimos até aqui?
ALICE – Estou sendo sincera comigo mesma. Estou 05 meses nesses exercícios, que não mostram resultado algum.
GASPAR – (olha para as pernas dela) Como não? Alice, só mais algumas semanas e você verá que…
ALICE – (o interrompe) Eu já decidi, Gaspar. Está será a última vez que virei aqui. Por consideração a você, que farei os exercícios hoje. Caso contrário, iria embora mesmo. (Gaspar fica calado por um tempo, ainda observa as pernas dela)
GASPAR – (olha para Alice) Eu não posso te obrigar, não é mesmo! (toca nas pernas dela) E… como seu médico, vou continuar torcendo por você. Independente das escolhas que faça agora. (Alice não esperava ouvir isso dele, se surpreende)
ALICE – Obrigada! (Gaspar se afasta, se prepara para iniciar os exercícios)

[CENA 02 – UNIVERSIDADE DE MÚSICA (NOVA YORK)/ SALA DE MÚSICA/ DIA]
(Elisa e Arthur continuam se olhando. O rosto dele vai se suavizando com a presença dela ali)
ELISA – (segura as mãos dele) O que está acontecendo, meu amor? (o percebe ansioso)
ARTHUR – Não me deixa sozinho, por favor. (a abraça)
ELISA – (confusa) E por que eu te deixaria? (o percebe com medo)
ARTHUR – Esse semestre era para ser o meu semestre. Mas estão tirando tudo de mim. (olha para ela)
ELISA – Amor, ninguém tirou nada de você. Todos os seus amigos estão aqui, você continua nessa universidade maravilhosa…
ARTHUR – Eu não estou falando disso, Elisa. (levanta-se)
ELISA – Eu sei do que você está falando. (levanta-se) E eu vim aqui esclarecer exatamente tudo isso. (fica em frente dele) Tá na hora de você superar, Arthur. Você fazer um musical aqui e outro não, não vai interferir na sua carreira. Agora, se você continuar com essas atitudes, você além de estragar o seu futuro, perderá todos os seus amigos. (Arthur abaixa um pouco a cabeça, pensativo) Por exemplo, não precisava ter aquela crise de ciúmes que os garotos contaram.
ARTHUR – (se afasta) Eu fiquei com ciúmes, você quer que eu faça o que?
ELISA – Ciúmes do Pedro, amor?!
ARTHUR – Esse garoto que tomar o meu lugar. Eu demorei para perceber isso, mas finalmente abri meus olhos. O Pedro quer tudo que eu tenho. O musical, quer ser o melhor cantor da universidade, você…
ELISA – Dessa vez eu tenho que concordar com o Sam e dizer que você está viajando totalmente nas ideias.
ARTHUR – (se aproxima dela) Todos estão cegos com este garoto. Cedo ou tarde, ele vai querer tirar tudo o que é de vocês também. Aí vocês vão ver como eu estou certo.
ELISA – A inveja cega as pessoas, Arthur.
ARTHUR – Eu com inveja? (se afasta)
ELISA – Eu te conheço. Me parece que é você, que gostaria de estar no lugar dele. Além do mais… não há necessidade alguma para isso. (se aproxima) A pessoa que eu amo aqui, é você. E o Pedro não quer ser melhor que ninguém. Ele mesmo já repetiu tantas vezes isso para gente.
ARTHUR – Isso é joguinho dele. Ele finge de bom moço com todo mundo, mas na primeira oportunidade, tira de você o que você mais deseja.
ELISA – Fracamente, parece que te vendaram com uma verdade absoluta que só você mesmo acredita. Ou quer acreditar.
ARTHUR – O Pedro não me engana mais. Você deveria abrir os olhos também, viu. Principalmente agora que os ensaios começaram e vocês irão passar muito tempo juntos.
ELISA – Eu vim aqui conversar com você, para pelo menos, esclarecer qualquer coisa que possa ter ficado mal-entendido. Mas isso que você está teorizando, tá além do que eu posso fazer. Quando você estiver raciocinando bem, a gente volta a conversar. (caminha em direção saída, Arthur continua em pé, a observa indo embora, sério)

Anoitecendo…

[CENA 03 – APARTAMENTO DE ARTHUR (NOVA YORK)/ SALA/ NOITE]
(Pedro está deitado no sofá, mexendo no celular. Samuka entra na sala)
SAMUKA – O Arthur apareceu?
PEDRO – Ainda não. (senta-se) Pelo menos, eu não o vi chegar.
SAMUKA – Estranho. Estou curioso para saber como foi a conversar dele com a Elisa. Será que ela conseguiu tirar aquelas ideias dele?
PEDRO – Se ela não conseguiu isso, acho que ninguém conseguirá. (Arthur chega ao apartamento neste momento)
SAMUKA – Não morre mais, hein. Estávamos falando de você.
ARTHUR – (caminha até o sofá, encara Pedro) Até imagino sobre o que estavam falando de mim.
SAMUKA – A Elisa conversou com você?
ARTHUR – (coloca sua mochila no sofá) Conversamos. Parece que ela ouviu algumas coisas de vocês sobre mim e isso a deixou preocupada.
SAMUKA – Todos nós estamos. Como você está?
ARTHUR – (volta encarar Pedro) Estou ótimo! (caminha até ele) Tanto, que tenho uma novidade para vocês.
SAMUKA – Novidade? Que novidade?
ARTHUR – O apartamento agora é todo de vocês.
PEDRO – (levanta-se) O que você quer dizer com isso?
ARTHUR – Quero dizer meu caro, Pedro… que eu vou embora. Me mudo amanhã! (Samuka e Pedro ficam surpresos com a notícia)

[CENA 04 – CASA DE ALICE/ ESTÚDIO/ NOITE]
(Alice está criando uma melodia para a música que compôs. Felipe entra no estúdio)
FELIPE – Será que podemos conversar por um momento, filha?
ALICE – Claro, pai. (salva o que já fez) Até imagino o que seja.
FELIPE – O Gaspar me ligou. (senta-se ao lado dela) Ele me disse que você parou com a fisioterapia e que seu último dia foi hoje.
ALICE – Eu vou começar a aceitar a minha nova vida, pai. Se eu vou voltar a andar ou não, só o tempo dirá.
FELIPE – Não nego que estou feliz por você realmente ter aceitado sua nova condição, mas desistir assim?
ALICE – Parei de perder meu tempo com algo que não estava me levando a lugar algum. Prefiro focar nas minhas músicas.
FELIPE – (repara em uma música sendo editada) Trabalhando em alguma música nova?
ALICE – Sim.
FELIPE – Você está pensando em voltar a cantar?
ALICE – Não. Pelo menos ainda não. Por enquanto, penso em vender minhas músicas.
FELIPE – Por que você vai vende-las?
ALICE – Alguém precisa cantá-las, papai. Não adianta nada compor músicas e deixá-las engavetadas na gaveta.
FELIPE – Só que elas são suas…
ALICE – Sendo minhas, eu posso fazer o que quiser com elas. Inclusive, vendê-las.
FELIPE – Tudo bem. (levanta-se, sabe que é difícil fazer sua filha mudar de ideia) E quando a fisioterapia… é definitivo?
ALICE – É sim.
FELIPE – Ok. (caminha em direção a saída, Alice foca-se em sua música, Felipe a observa por alguns segundos, saí do estúdio)

[CENA 05 – APARTAMENTO DE ARTHUR (NOVA YORK)/ SALA – Q. DE ARTHUR/ NOITE]
SAMUKA – Como assim você vai embora?
ARTHUR – Eu liguei para os meus pais e eles alugaram outro apartamento próximo da universidade. Só vim arrumar minhas coisas e estou saindo fora daqui. (caminha em direção ao quarto, os garotos o seguem)
SAMUKA – Mas por que isso agora? Por que você quer sair daqui?
ARTHUR – (entra no quarto, caminha até o guarda-roupa) Meio que já não tem espaço suficiente para tanta gente. (olha para Pedro)
PEDRO – Se você tá fazendo isso por minha causa, pode deixar que amanhã mesmo procuro outro lugar para morar, sem problema algum.
ARTHUR – (ri) Até a minha ideia você quer copiar, cara?!
PEDRO – Não. Eu não quero copiar nada. Também não quero ser o responsável por separar vocês dois.
ARTHUR – Lá vem o bom samaritano. (pega uma mala de cima do móvel, a joga na cama, começa a colocar suas roupas dentro)
PEDRO – Não faz isso, cara. Você e o Sam moram aqui há tanto tempo. Se você está tomando essa decisão por minha causa…
ARTHUR – Nem tudo gira em torno de você, sabia disso?!
SAMUKA – (se aproxima dele) Cara, porque você não vai tomar um banho, troca de roupa e vamos conversar. Você decidiu isso por impulso. O seu lugar aqui é aqui.
ARTHUR – Eu sei o que estou fazendo, Sam. Eu vou embora amanhã e ninguém vai me impedir disso. (puxa a segunda gaveta do guarda-roupa, retira alguns pares de meias. Ao fundo da gaveta, encontra sua arma, a pega)
PEDRO – (assusta-se) Ei, ei… o que significa isso? Que arma é essa Arthur?
SAMUKA – (tenta acalmá-lo, se afasta de Arthur) Relaxa, Pedro. A arma é do Arthur. Ele tem licença para usá-la. (Arthur está vidrado na arma, olha em direção a Pedro)
PEDRO – Por que vocês não me contaram que tinham uma arma no apartamento? Não sabem o quanto isso é perigoso?
SAMUKA – O Arthur comprou essa arma só para proteção. Tanto que ela fica guardada nas coisas dele direto. (olha para Arthur, que ergue a arma em direção à Pedro) O que significa isso? Abaixa essa arma, Arthur… (Pedro recua, assustado. Arthur continua apontando a arma em sua direção, com uma expressão psicótica no rosto)

Agora…

[CENA 06 – SUBCONSCIENTE DE NATHANIEL]
(Gaspar continua abraçado com Nathaniel, que continua confuso)
NATHANIEL – (olha ao redor) Onde estamos?
GASPAR – Estamos dentro de você.
NATHANIEL – E o que estamos fazendo dentro de mim?
GASPAR – Sério que você não se lembra? (Nathaniel nega com a cabeça) Você tava gostando mesmo da sua vida humana, hein?!
NATHANIEL – Vida humana? (suas lembranças vêm à tona) Agora eu me lembro… A Letícia, ela morreu. Então eu ganhei uma nova protegida.
GASPAR – Isso.
NATHANIEL – E para ficar de olho nela, eu precisava voltar para a terra como humano. Então, se estou aqui, significa que a minha missão com ela já acabou?
GASPAR – Não. Eu acho que ainda não. Na verdade, você me disse que gostaria de ficar na terra como humano só durante um período de um ano e meio. Você me pediu que eu trouxesse você de volta após esse período.
NATHANIEL – (surpreso) Já se passaram um ano meio desde que a Leticia faleceu? (Gaspar confirma com a cabeça) Nossa… parece que foi ontem a última música que ela cantou.
GASPAR – Você não lembra nada de sua vida humana? (Nathaniel fica alguns segundos concentrado, como se tentasse lembrar)
NATHANIEL – (alguns flashes aparecem em sua cabeça) Consigo apenas lembrar de alguns momentos, que estão confusos. (lembra de Larissa) A minha nova protegida é a cara da Letícia?!
GASPAR – Pois, é! Por essa você não esperava, hein. Mas relaxa, são muitas memórias tentando se encaixar em seu devido lugar. É muito difícil mesmo um anjo voltar para sua vida normal, após passar tanto tempo assim com os humanos. Bem, fiz meu trabalho. Te trouxe de volta, agora precisamos voltar. (estala os dedos e num piscar de olhos, os dois voltam para o Casa Delle Rose, como se nada tivesse acontecido)

[CENA 07 – CASA DELLE ROSE/ SALÃO/ NOITE]
(Nathaniel volta como anjo para o cabaré, olha ao redor e se assusta com tantas garotas no meio do salão, se divertindo com os clientes. Gaspar está a sua frente)
GASPAR – Respira. Você precisa continuar o seu papel. Sua missão ainda não acabou.
NATHANIEL – Isto é um cabaré?! (Salete aparece ao lado de Gaspar, junto com Daniel)
SALETE – Olha só quem chegou na cidade, Nathan?!
NATHANIEL – (olha para Daniel, tentando lembrar dele. Gaspar faz sinal de silêncio com a boca, foca-se nas garotas) Oi!
DANIEL – (o percebe estranho) Está tudo bem, Nathan? Parece assustado.
SALETE – Verdade. (repara em Gaspar ao lado) Aconteceu alguma coisa?
NATHANIEL – Não, nada. (tenta parecer natural) Vocês precisam de alguma coisa?
SALETE – Será que você poderia trazer algo para ele comer. Ele disse que vai querer comer aqui, agora que é maior de idade.
NATHANIEL – Tá. Vou buscar algo lá dentro. (olha para Gaspar, se afasta do balcão. Salete e Daniel observam as garotas se divertindo no salão)

[CENA 08 – LANCHONETE DO IVO/ NOITE]
(Ramon volta para sua mesa, ainda incomodado com Andréa olhando para Otávio)
RAMON – Tá, além de ficar encarando a Pedro hoje mais cedo, vai ficar olhando para as outras pessoas agora, é?!
ANDRÉA – Sério que você não está reconhecendo aquele garoto?
RAMON – Não. (olha bem para Otávio) Quer dizer… olhando bem agora, ele me parece familiar.
ANDRÉA – Ele é aquele garoto cego que participou do programa Sua Canção. Tá lembrado agora?
RAMON – Sim, verdade. Isso explica o jeito estranho que ele está olhando para a mesa.
ANDRÉA – Vamos lá?
RAMON – Melhor não. Ele está com o amigo, melhor não atrapalharmos.
ANDRÉA – Qual é?! Vamos lá… quero conhecer ele de perto. (Ramon fica indeciso sei vai ou não) Enquanto você pensa aí, eu vou lá. (levanta-se e vai até a mesa de Otávio. Ramon levanta-se em seguida, a segue) Oi, boa noite.
EDUARDO – Oi, boa noite.
RAMON – Olá!
ANDRÉA – Desculpa incomodar o jantar de vocês, é que estávamos sentados ali e foi difícil não reparar em você. (Otávio olha em direção a voz dela) Você é aquele participante cego do programa de música… o tal de Otávio, né?!
OTÁVIO – (sorri por ter sido reconhecido) Sim, sou eu.
ANDRÉA – Uau. Será que eu posso tirar uma foto com você.
OTÁVIO – Eu não sei não. Você não vai querer tirar uma foto com um cego igual eu.
ANDRÉA – Que nada. Assim de perto, você nem parece. Alias, você é bem bonito, diga-se de passagem. (Ramon a cutuca, com ciúmes) Ai! Por que você fez isso? (Ramon não diz nada)
EDUARDO – Tira a foto com ela, Otávio. Não se pode negar um pedido de uma fã. (Otávio sorri)
OTÁVIO – Ok.
ANDRÉA – Ótimo. (pega seu celular, senta-se ao lado dele) Olha um pouquinho mais para a direita, isso. Assim tá bom. (tira a foto, levanta-se) Ficou ótima. Obrigada.
OTÁVIO – Eu que agradeço.
RAMON – (um pouco incomodado) Será que podemos deixá-los jantar em paz agora, Andréa?
ANDRÉA – Desculpem os modos do meu amigo, é que ele está com ciúmes. Mas vamos deixar vocês sozinhos. Obrigada, Otávio. Você é um fofo. Estou torcendo pra você ganhar o programa. (Ramon segura o braço dela, a leva para mesa deles) Ei, deixa eu me despedir direito. Obrigado, gente…
EDUARDO – Olha só… uma fã.
OTÁVIO – Nem acredito que uma coisa dessa está acontecendo. Até dias atrás eu era apenas um garoto cego, que morava com a mãe. Agora, estou sendo reconhecido por ter participado uma única vez em um programa de música.
EDUARDO – Programa este, visto por milhares de pessoas no país. Você merece isso.
OTÁVIO – O garoto que veio com ela, parecia que estava ciúmes da gente. Senti ele tenso do meu lado.
EDUARDO – É bom você se acostumar, que muitos namorados ciumentos de suas fãs vão aparecer por aí. Mas o garoto que veio com ela, é o vocalista da banda que tava cantando agora a pouco.
OTÁVIO – Sério? Por que ele não falou com você?
EDUARDO – Parece que ele não lembrou de mim.
OTÁVIO – A banda deles ainda está montada no palco?
EDUARDO – Está sim. Por que?
OTÁVIO – Eu gostaria de cantar uma música. Me leva até lá? (Eduardo sorri, levanta-se e o ajuda até a mesa de Ramon. Os dois trocam algumas palavras, ele permite Otávio cantar com os equipamentos da banda, ele dar sinal para os garotos o acompanharem. Eduardo o leva até o palco)
EDUARDO – (ajudando-o a ficar no centro do palco) Prontinho. Vou estar aqui embaixo.
OTÁVIO – Obrigado. (Eduardo se afasta dele. Jota se aproxima de Otávio, para saber qual música a banda irá tocar)

[CENA DE MÚSICA – YELLOW (COLDPLAY)]

Look at the stars 1
Look how they shine for you
And everything you do
Yeah, they were all yellow

I came along
I wrote a song for you
And all the things you do
And it was called Yellow

So then I took my turn 2
Oh, what a thing to’ve done
And it was all yellow

Your skin
Oh, yeah, your skin and bones
Turn into something beautiful
Do you know
You know I love you so?
You know I love you so?

I swam across 3
I jumped across for you
Oh, what a thing to do
‘Cos you were all yellow

I drew a line
I drew a line for you
Oh, what a thing to do
And it was all yellow

And your skin 4
Oh, yeah, your skin and bones
Turn into something beautiful
Do you know
For you I’d bleed myself dry?
For you I’d bleed myself dry?

It’s true
Look how they shine for you
Look how they shine for you
Look how they shine for

Look how they shine for you
Look how they shine for you
Look how they shine

Look at the stars
Look how they shine for you
And all the things that you do

1. Eduardo fica a frente do palco, observa o amigo cantar. Andréa e Ramon também prestam atenção no palco. Em pouco tempo que a música iniciou, todos param o que estavam fazendo em suas mesas e prestam atenção nele.
2. Por algum motivo, a música faz Otávio lembrar de Ione e isso o faz sorri. Andréa está admirando-o cantar, pega o celular e começa a gravá-lo. Ver sua namorada babando outro cara, deixa Ramon enciumado.
3. Eduardo olha ao redor da lanchonete, observa alguns casais abraçados, curtindo a música. Os garotos da banda estão olhando para Otávio, impressionados por ele estar tão à vontade em cima do palco, cantando tranquilamente, mesmo sendo cego.
4. Andréa para de gravar e guarda seu celular. Ramon aproveita este momento que ela está com as mãos livres e segura na mão dela. Os dois se entreolham, em seguida prestam atenção na música. Otávio encerra sua canção de olhos fechados. Os abre em seguida, sendo aplaudido.

[CENA 09 – CASA DELLE ROSE/ SALÃO/ NOITE]
(Nathaniel trouxe algo para Daniel comer. Salete está dando uma volta pelo salão, fala com alguns clientes. Gaspar continua no balcão, próximo ao seu amigo. Larissa sobe para o palco, se prepara para cantar uma música, todos prestam atenção nela)

[CENA DE MÚSICA – MADALENA (ELIS REGINA)]

Madalena 1
O meu peito percebeu
Que o mar é uma gota
Comparado ao pranto meu.

Fique certa
Quando o nosso amor desperta
Logo o sol se desespera
E se esconde lá na serra.

Madalena 2
O que é meu não se divide
Nem tão pouco se admite
Quem do nosso amor duvide.

Até a lua se arrisca num palpite
Que o nosso amor existe
Forte ou fraco alegre ou triste.

Madalena 3
O meu peito percebeu
Que o mar é uma gota
Comparado ao pranto meu.

Fique certa
Quando o nosso amor desperta
Logo o sol se desespera
E se esconde lá na serra.

Madalena 4
O que é meu não se divide
Nem tão pouco se admite
Quem do nosso amor duvide.

Até a lua se arrisca num palpite
Que o nosso amor existe
Forte ou fraco alegre ou triste.

1. Assim que a música começa tocar, Larissa dança em cima do palco, sendo acompanhada por algumas garotas  atrás dela.
2. Todos prestam atenção no palco. Alguns clientes puxam algumas garotas para dançarem no meio do salão. Nathaniel observa Larissa, se impressiona com tamanha semelhança entre ela e Letícia.
3. Essa impressão dura poucos segundos apenas, pois já que voltou a ser anjo, Nathaniel consegue enxergar bem mais que o físico das pessoas. Ele consegue ver uma luz bem mais radiante dentro de Larissa. Uma luz intensa, transmitindo uma grande vontade de viver e ser livre. Algo que ele não encontrava em Letícia e é isso que a diferem.
4. Do palco, Larissa canta olhando para Nathaniel, que o faz sorri. Anda e dança pelo palco, se diverte vendo os clientes dançando com as garotas. Encerra a canção, sendo aplaudida. Agradece, saí do palco.

Amanhecendo…

[CENA 10 – CASA DE PEDRO/ SALA/ DIA]
(Carol verifica se colocou o necessário em sua bolsa, sua mãe está ao seu lado. Paula e Pedro entram na sala)
VANDA – Pegou sua identidade, filha?
CAROL – Peguei sim, mãe. Estou levando duas canetas também. E o lanche, para comer na hora da prova.
VANDA – Ótimo.
CAROL – (a Pedro) Estou pronta. Se você quiser ir agora.
PEDRO – Tá, vamos lá.
VANDA – (abraça Carol) Vai com Deus, filha. Faça uma boa prova.
CAROL – Obrigada, mãe. (Pedro e Carol saem de casa, Vanda e Paula se entreolham)

[CENA 11 – CASA DE MANUELA/ SALA/ DIA]
(Manuela entra na sala apressada, coloca sua identidade dentro do bolso da calça)
MANUELA – (grita do meio da sala, em direção cozinha) Mãe, estou indo!
SARA (responde da cozinha) – Não quer mesmo que vá com você?!
MANUELA – Não, não precisa. Eu vou com o Tiago. Tchau!
SARA (responde da cozinha) – Tchau, filha. Tenha uma boa prova! (Manuela saí de casa)

[CENA 12 – CASA DE DÁCIO/ SALA/ DIA]
(Dácio entra na sala, logo atrás de seu pai)
HORÁCIO – Eu vou te levar até o colégio e depois vou dar uma passadinha na casa de sua mãe.
DÁCIO – Olha só… que esses dois não se desgrudam mais.
HORÁCIO – Temos que aproveitar o tempo perdido.
DÁCIO – O senhor está certo. Fico muito feliz que estejam se dando bem assim. (verifica pela última vez se não esqueceu nada) É, acho que peguei tudo.
HORÁCIO – Olha bem, hein… vai que você chega lá e está faltando alguma coisa, e você não consegue fazer a prova.
DÁCIO – Eu peguei tudo, pai. Verifiquei umas cinco vezes, só hoje pela manhã.
HORÁCIO – Então vamos. (os dois saem de casa)

[CENA 13 – CASA DELLE ROSE/ SALÃO/ DIA]
(Nathaniel está em frente ao palco, lembra de Larissa cantando ontem à noite. Ela entra no salão nesse exato momento)
LARISSA – Que bom que te encontrei, Nathan. Preciso de sua ajuda para escolher qual roupa eu vou vestir na próxima fase do programa. (fica na frente dele, o observa. Essa é a primeira vez que ele conversa com ela como anjo, e como suas lembranças ainda não voltaram, ele meio que paralisa) Nathan? (continua sem responder, apenas observando-a) Está tudo bem, Nathan?

Continua no Capítulo 35…

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