“Estive”

 

Daqui seis meses…

[CENA 01 – UNIVERSIDADE DE MÚSICA (NOVA YORK)/ AUDITÓRIO/ NOITE]
(Pedro e Maya estão no auditório, reparam que tem um pouco mais de pessoas do que hoje pela manhã)
PEDRO – Quase lotado, hein. Impressionante.
MAYA – (procura alguém) É porque hoje o Carlo vai se apresentar, né. Tenho certeza de que boa parte dessas pessoas são alguns fãs deles.
PEDRO – É… pelo menos alguns rostos não são familiares para mim.
MAYA – Você tá vendo o Carlo por aí?
PEDRO – (o procura) Não.
MAYA – Será que aconteceu alguma coisa? Será que ele não virá?
PEDRO – Calma, ainda faltam 30 minutos para iniciar. Talvez ele esteja lá fora. Veja, nem o primo dele está aqui.
MAYA – Verdade. (sem acalma) Ok… (a Pedro) Então, quais os participantes desta noite?
PEDRO – (ri) Quer que eu diga, é?
MAYA – Sim.
PEDRO – Tudo bem. (olha ao redor, procura os candidatos) Ali… (aponta para uma garota reunida com um casal, aparentemente são os pais dela) Aquela é Bárbara Rafaella, do Brasil, tem 19 anos e é a primeira vez que participa.
MAYA – Desculpa, Bárbara… mesmo nós sendo da mesma nacionalidade, não tem a minha torcida.
PEDRO – (procura o próximo) Carlo é seu favorito mesmo, hein?!
MAYA – Sem sombra de dúvida.
PEDRO – Tá… (aponta para um garoto de mãos dadas com uma outra garota) Aquele é Andrew Truman, mora em Washington, 18 anos e também é a primeira vez que participa da competição. (a provoca) De acordo com os comentários no blog da universidade, sem a presença de Carlo, ele é o segundo melhor dos candidatos.
MAYA – Segundo melhor, disse bem. Carlo é o primeiro e ele virá. (volta a procurá-lo pelo auditório)
PEDRO – (ri com o desespero dela) Bem… o próximo, ou melhor a próxima é aquela ali. (aponta para uma garota reunida com outras duas na entrada do auditório) Heloíse Faurer, francesa, 18 anos, começou a cantar desde os 4 anos de idade…
MAYA – (o interrompe) Como se aos 4 anos alguém já cantasse.
PEDRO – Pois, é. De qualquer forma, também é a primeira vez dela na competição. Parece que colocaram só os estreantes hoje. E o último candidato… (aponta para Carlo que entra no auditório, junto com o primo e os companheiros de banda)
MAYA – (o observa, o admira como se fosse um pop star) Aquele eu conheço! Carlo Rodriguez, 19 anos, vocalista da banda No Hables, lindo, super talentoso, e vai estudar aqui semestre com vem!
PEDRO – Foi um pouco exagerado, mas tudo bem. (ri)
MAYA – (o observa descendo, Carlo senta na terceira fileira próxima ao palco) Pra mim, eu já sei quem vai levar a bolsa nesta noite.
PEDRO – Eu fosse você não cantaria vitória antes do tempo.
MAYA – Quer fazer uma aposta? (o encara) Só se lembre, de quem ganhou última de hoje mais cedo.
PEDRO – Dessa vez eu passo. (Maya ri, os dois observam a banca avaliadora, que é a mesma banca de hoje mais cedo)

Agora…

[CENA 02 – CASA DE ALICE/ JARDIM/ DIA]
(Gaspar encerra os exercícios com Alice, a coloca na cadeira de rodas, observa Verônica com uma cara não tão boa)
ALICE – Que surpresa maravilhosa, vó! (sorri, pela primeira vez)
VERÔNICA – (a abraça) Eu sei, querida. Na verdade, eu queria ter vindo antes, só que eu precisava resolver alguns probleminhas, então…
VIVIANE – Os exercícios terminaram?
GASPAR – Faltam alguns, mas devido a visita inusitada, deixaremos para uma próxima.
VERÔNICA – Que fisioterapeuta bonitinho e jovem que o seu pai arrumou. Como se chama?
GASPAR – Gaspar!
VERÔNICA – Gaspar de…?
GASPAR – Dutra. Gaspar Dutra.
VERÔNICA – Gaspar Dutra. (caminha até ele) É um prazer conhecê-lo, Gaspar! (sorri, meio que se oferecendo para ele)
VIVIANE – Eu não quero ser estraga prazer, nem nada… (a Verônica) …mas você disse que seria breve.
VERÔNICA – E serei! (caminha até Alice, a observa, com um olhar de pena) Minha, menina… o que foi que a vida fez com você? Imagino o incomodo que é ficar o dia inteiro presa em uma cadeira, dependendo da generosidade dos outros… (Alice abaixa a cabeça, Gaspar e Viviane não gostam de ouvir aquilo) …para fazer as necessidades básicas que qualquer pessoa normal faria. Eu sinto muito. Fez bem em ter parado sua carreira.
ALICE – (observa suas pernas, triste) Eles querem que eu acredite que um dia eu voltarei a andar.
VERÔNICA – É bom terem no que acreditar!
GASPAR – Eu não consigo ver algo de bom sendo absorvido desta conversa.
ALICE – Minha avó é sincera comigo, está bem. Ela é a única que me diz a verdade, enquanto todos continuam alimentando uma esperança que não existe.
VERÔNICA – Fico tão feliz que você ainda me chame de vó, mesmo não sendo a sua avó de verdade.
ALICE – Pra mim, a senhora sempre será minha avó. (Viviane fica um pouco incomodada ao ouvir aquilo, afinal, ela sabe o que Verônica fez no passado)
VERÔNICA – Fico feliz em saber disso, querida! E saiba, que mesmo você estando nesta situação, pode contar sempre comigo! (Gaspar e Viviane se entreolham, se preocupam com o estado que Alice ficou)

[CENA 03 – CASA DE SAMUEL/ SALA/ DIA]
(Amanda entra na casa de Samuel, os dois estão sentados no sofá, e ele está ansioso para saber tudo o que aconteceu entre o filho e ela)
SAMUEL – Anda, Amanda, me conta o que aconteceu entre vocês?
AMANDA – A gente se beijou!
SAMUEL – (comemora) Maravilha. Eu sabia que ainda tinha esperança para o meu filho.
AMANDA – Só que, logo depois parece que ele ficou incomodado com o beijo que eu dê, até desistiu de cantar comigo no programa.
SAMUEL – Ele brigou com você?
AMANDA – Não, não… pelo contrário, foi educado comigo.
SAMUEL – (sorri) Claro, meu filho recebeu princípios da família. Você se falaram depois do beijo?
AMANDA – Eu enviei uma mensagem para ele, desejando boa sorte. Hoje é o ensaio dele da música para a próxima fase. Uma hora dessa, deve tá no estúdio do Sua Canção já.
SAMUEL – Continue conversando com ele, entendeu Amanda?! Você é uma garota bonita, religiosa, tem uma história de vida incrível, então certamente vai conseguir curar meu filho.
AMANDA – Eu não vou desistir do Daniel. Eu realmente comecei a sentir algo forte por ele. E tenha fé, Samuel, que assim como Deus conseguiu me curar, Ele também conseguirá curar seu filho.
SAMUEL – (segura a mão dela, sorri) Eu tenho fé nisso, filha! (Amanda também sorri)

Mais tarde…

[CENA 04 – LANCHONETE DO IVO/ TARDE]
(Pedro, Caio e Dácio foram para a lanchonete após a aula, os dois estão em uma mesa próximo ao palco)
PEDRO – (confuso) Espera… a sua mãe, é minha tia?
CAIO – Eu não sei. (a Dácio) É por isso que eu preciso da sua ajuda. Tem como você descobrir a minha árvore genealógica na internet?
DÁCIO – Descobrir requer umas certas informações, tipo nome completo do seu pai e da sua mãe, dos seus avós. E tem mais, os dados que apareceram serão com base nos obtidos em cartórios. Então, mesmo que sua mãe seja irmã do Felipe, os dois precisariam ter sido registrados no nome do mesmo pai ou da mesma mãe.
CAIO – Isso eu já não sei.
PEDRO – Cara, não precisa desse trabalho todo. Eu sei como podemos tirar essa história a limpo.
CAIO – Sabe?
PEDRO – Sei. É só eu perguntar para o meu pai. Ele certamente vai me dizer se é ou não irmão de sua mãe.
DÁCIO – Bem mais fácil! (fecha o notebook)
CAIO – Você pode fazer isso agora?
PEDRO – Uma hora dessa ele deve estar na empresa, mas eu estou indo na casa da Alice agora mesmo. Vou ver com ela o local para a nossa festa de despedida, aproveito e fico por lá, até ele chegar.
CAIO – Quando você descobrir, me avisa na mesma hora, tá.
PEDRO – (levanta-se) Tá, pode deixar. Valeu, pessoal! Até mais! (saí da lanchonete, Caio e Dácio se entreolham)

[CENA 05 – CASA DELLE ROSE/ SALÃO/ TARDE]
(Nathaniel, Larissa, Ione e algumas meninas estão limpando o salão. Nathaniel está organizando as mesas)
LARISSA – (limpa uma das mesas) Não vejo a hora do Daniel chegar, quero perguntar para ele como foi.
IONE – Já era pra ter voltado, não acham? (Daniel chega ao salão neste momento)
NATHANIEL – Falando nele! (aponta para Daniel)
LARISSA – (deixa o pano que estava usando para limpar na mesa, se aproxima dele) Então, Daniel? Como foi lá?
DANIEL – (um pouco cansado) Foi bem. Adivinhem só qual jurado nos ajudou?
NATHANIEL – (chuta) O Léo?
DANIEL – Com você não vale, Nathan. (Nathaniel sorri)
LARISSA – O Léo ajudou vocês?
DANIEL – Ajudou. Fizemos a divisão dos trechos das músicas, ele deu dicas onde poderíamos melhorar o tom. Nossa, trabalhar com ele hoje, conhecê-lo além daquela cadeira, foi demais.
LARISSA – (saber disso a deixou mais ansiosa) Ah, meu Deus… gente, quem será que vai estar amanhã comigo?
DANIEL – Quer que eu adivinhe?
LARISSA – (caminha até ele) Não, por favor, calado dessa vez, Nathan! Não sei o que deu em você ultimamente pra tá acertado as coisas, mas se eu souber, talvez eu fique mais nervosa do que já estou.
DANIEL – Não precisa ficar assim, a produção vai te receber super bem. Certeza de que irão te fazer se sentir à vontade, assim como fizeram comigo hoje. (caminha até os quartos. Larissa volta a limpar as mesas, Ione se aproxima de Nathaniel)
IONE – (próximo dele) Como você tá acertando essas coisas? É alguma mágica, feitiço?
NATHANIEL – (ri) Não viaja, Ione. (caminha até o bar) Mágica não existe!

[CENA 06 – CASA DE ALICE/ Q. DE ALICE/ TARDE]
(Alice está ao lado da janela, observa seu jardim e lembra da visita de Verônica hoje mais cedo. Pedro bate na porta do quarto, entra)
PEDRO – (feliz) Oi! Olha só quem veio te visitar?
ALICE – (um pouco séria) Lembrou que tem uma irmã.
PEDRO – (coloca a mochila em cima da cadeira, caminha até ela) Ih, o que foi agora? Por que está assim?
ALICE – (empurra sua cadeira até o espelho) Pensei que tivesse me esquecido. Afinal, todos me esqueceram. Tenho passado os dias presa dentro desse quarto.
PEDRO – Desculpa. É que a Carol passou estes últimos dias na minha casa, meio que acabei passando o tempo com ela.
ALICE – (sente um pouco de inveja) Está vendo não sou prioridade pra você. Na verdade, para ninguém.
PEDRO – Ah, não… por favor, né. Não começa com essa história de se vitimizar, porque não foi para isso que eu vim aqui.
ALICE – Então só veio aqui, porque precisa de algo.
PEDRO – (caminha até ela, agacha-se) Quer parar com isso?! Eu vim aqui porque quero falar de festa com você.
ALICE – Festa?
PEDRO – É. Ramon e o pessoal da minha turma estão planejando uma festa de despedida do Ensino Médio. Queríamos que fosse em um lugar bacana, então, nada melhor do que pedir ajuda para a garota mais festeira da cidade. (sorri) Você.
ALICE – (dar um leve sorriso, mas disfarça) Vocês querem um lugar então?
PEDRO – Isso. Você já deu festa praticamente no Rio de Janeiro inteiro. Deve conhecer diversos lugares bons para uma festa neste estilo.
ALICE – Talvez. Tenho o contato de alguns organizadores de eventos que podem indicar alguns lugares.
PEDRO – Então você pode ver isso para o seu irmãozão?
ALICE – Tá.
PEDRO – (levanta-se) Eu sabia. A sua turma não está planejando nada? Poderíamos juntá-las, se quiser?
ALICE – Eu não tenho muitos amigos no outro colégio, e mesmo assim, também não estou em clima de festa. (olha para suas pernas)
PEDRO – (senta-se na cama) Resultados com a fisioterapia?
ALICE – (empurra sua cadeira até a janela) Nenhuma. Pura perda de tempo.
PEDRO – Você não tá nisso não tem nem um mês direito, em breve os resultados começarão a aparecer. (levanta-se, caminha até ela, muda de assunto) Você sabe me dizer se o papai tem uma irmã?
ALICE – Irmã? Que eu saiba, não. Na verdade, o papai só tem um irmão, que é o tio Paulo.
PEDRO – É que o Caio ouviu da avó, que a mãe dele é irmã do papai.
ALICE – E quem é a avó dele?
PEDRO – Eu não sei o nome dela.
ALICE – Bem, isso eu não sei. O jeito é esperar o papai chegar e perguntarmos para ele.
PEDRO – (caminha até a cama novamente) Foi exatamente isso que eu vim fazer aqui. Claro, também falar sobre a festa. (Alice olha para o jardim, fica um breve silêncio no quarto. Pedro repara no violão encostado na parede ao lado da mesa do computador. Ele se levanta, o pega e volta para a cama, começa a tocar notas aleatórias)
ALICE – (ainda olhando para o jardim) Ah, não… por favor, não me diz que você vai fazer outra sequência de músicas igual aquele dia?!
PEDRO – (ri) Não, dessa vez não. Até porque aquilo foi por uma boa causa.
ALICE – Se você vai cantar, que seja pela menos uma internacional. (Pedro a observa, sorri, olha para o violão e começa a tocar uma música específica. A versão de Pedro para está música é acompanhada somente ao violão)

[CENA DE MÚSICA – ESTIVE (VANGUART)]

Estive nas casas e apartamentos 1
Estive em hotéis, estive nas praças
Estive em igrejas, estive nos bares
Sempre a procurar

Estive nas lojas de departamentos
Estive nas ondas, estive nas serras
Esperei o amor vir quebrar a janelas
Pra eu sair daqui

E no outro dia eu vi os teus olhos 2
Logo em seguida chamou-me num sonho
No terceiro dia eu soube o teu nome
E eu fui tentar

E na tua casa beijei tua alma
No apartamento fui teu sentimento
Cuidei da tua vida com amor e com calma
E ainda estou aqui

Vou embora 3
Mas vou te levar comigo
Vamos juntos pra ver o sol nascer

Estive nas casas e apartamentos
Estive nos becos e encruzilhadas
Enfim procurei todo o mundo por algo
Que eu só encontrei em você

E na tua casa beijei tua alma 4
No apartamento fui teu sentimento
Uma vida é pouca
Pra gente ser feliz

Vou embora
Mas vou te levar comigo
Vamos?
Vamos?

1. Pedro toca animado sentado na cama, Alice vira sua cadeira para o irmão e o observa tocar. Assim que começa a cantar, ele se levanta e caminha pelo o quarto.
2. O jeito engraçado que está caminhando pelo quarto, faz Alice sorri. Ele pula na cama, canta de frente para a sua irmã. Desce para o chão novamente, volta a caminhar pelo o quarto.
3. Alice empurra sua cadeira até o espelho, Pedro fica ao lado da janela, observa o jardim. Lembra-se de Carol que voltou para Minas hoje mais cedo, sorri. Volta a caminhar animado pelo o quarto.
4. Alice empurra sua cadeira até a cama, o que deixa mais espaço para o irmão andar divertidamente pelo quarto. Ele volta para perto da cama, encerra a música ao lado da irmã, que sorri.

ALICE – Seria melhor se fosse uma internacional. Mas você mandou bem. (Pedro sorri, toca os trechos finais da música novamente)

Anoitecendo…

[CENA 07 – CASA DELLE ROSE/ QUARTO/ SALÃO]
(Daniel está enxugando o cabelo, chega uma mensagem em seu celular. Ele coloca a toalha em seu ombro, pega o celular e ler a mensagem)
AMANDA (por mensagem) – “Oi. Fiquei esperando você me mandar uma mensagem depois que chegasse em casa. Como foi lá no estúdio?” (Daniel não responde, joga o celular na cama, e volta se enxugar)

[CENA 08 – CASA DE OTÁVIO/ COZINHA/ NOITE]
(Eduardo e Otávio estão jantando e conversam do que acontecerá amanhã)
EDUARDO – A Laila me liberou para te acompanhar amanhã até os estúdios do programa. Isso se deve ao fato dela ser sua fã na competição.
OTÁVIO – Sério?
EDUARDO – Ele nega, mas você é o favorito dela sim. O Toni que trabalha comigo disse que viu ela votando em você várias vezes.
OTÁVIO – Quando eu passar na próxima fase, vamos comemorar na pizzaria!
EDUARDO – Olha só, confiante assim?
OTÁVIO – Preciso estar. E mesmo assim, tenho que deixar meus fãs felizes. (sorri)
EDUARDO – Está certo. (lembra-se de Larissa, os dois jantam em silêncio)

[CENA 09 – CASA DE FELIPE/ SALA/ NOITE]
(Alice e Pedro estão vendo televisão, Felipe chega da empresa nesse momento)
FELIPE – (cansado) Boa noite! (repara em Pedro) Filho? O que faz aqui?
PEDRO – Oi, pai. (Felipe caminha até Alice, observa os dois, sorri)
FELIPE – Não consigo esconder a minha felicidade de ver vocês assim, juntos.
ALICE – O Pedro estava te esperando porque precisa tirar uma dúvida com o senhor.
FELIPE – Será que você me esperaria tomar um banho, filho? Passei por uma longa reunião hoje à tarde, quero tirar essa roupa e jantar com a minha família.
PEDRO – Tá, tudo bem.
FELIPE – Não demoro. (dar meia volta pelo o sofá, sobe as escadas)

[CENA 10 – CASA DE CAIO/ COZINHA/ NOITE]
(Caio está ajudando o pai a preparar a mesa para o jantar, como Cláudio é mais aberto que Camila, pensa em conseguir alguma informação dele)
CAIO – (coloca alguns pratos à mesa) Pai… eu sei que a mamãe não quer que eu toque neste assunto, mas com o senhor eu posso perguntar. (Cláudio o observa, sabe o que vem por aí) É verdade aquela história da vovó? A mamãe realmente tem um irmão? (Cláudio não responde de imediato, apenas o observa, apreensivo)
CLÁUDIO – (coloca alguns talheres a mesa) Em partes sim. Sua mãe tem um irmão.
CAIO – Esse irmão é o pai do Pedro?

[CENA 11 – LANCHONETE DO IVO/ NOITE]
(Ramon e Andréa estão lanchando algo, ela não sabe o que fazer de sua vida, com o término das aulas em poucas semanas)
ANDRÉA – Definitivamente parece que meu fim é arrumar emprego em alguma lanchonete por aí, juntar uma grana para conseguir morar sozinha quem sabe após meus 30 anos.
RAMON – (ri) Muito tempo, não acha?
ANDRÉA – Você viu os preços dos apartamentos? Sem condição nenhuma de sair de casa e ir morar sozinha agora.
RAMON – Ué, qualquer coisa a gente divide um apartamento juntos.
ANDRÉA – Mas nem pensar. Se eu morar com você, estou até vendo eu tomando de conta do apartamento sozinha, enquanto você viaja por aí com o pessoal a banda, fazendo shows. Não serei sua empregada.
RAMON – Eu não te chamei nesse sentindo.
ANDRÉA – Agradeço, mas não. O que eu quero é um emprego que pague bem. Mas, só com o Ensino Médio não é fácil encontrar um tão bem remunerado assim. Se ao menos eu tivesse uma carreira na música igual você ou entrasse para a universidade, igual o Dácio.
RAMON – Relaxa, que a oportunidade logo vai estar batendo em sua porta.
ANDRÉA – Acho que ela bateu, eu não atendi e foi embora. (repara na lanchonete) Será que o Ivo precisa de uma garçonete?
RAMON – Talvez quando a nossa turnê começar, quem sabe. Está pensando em trabalhar aqui, é?
ANDRÉA – Já seria um começo. (procura Ivo, o encontra próximo a máquina de karaokê) Ali está ele. (acena) Ivo!
RAMON – (ri) Não acredito que você está fazendo isso mesmo!
ANDRÉA – (continua acenando) É claro que estou! (Ivo caminha até a mesa deles)
IVO – Precisam de alguma coisa meninos?
ANDRÉA – (sorri) Sim, de um emprego! (Ivo olha para os dois, um pouco confuso, Ramon ri da situação)

[CENA 12 – CASA DE ALICE/ COZINHA/ NOITE]
(todos estão na cozinha, estão esperando apenas o Felipe descer para começarem o jantar. Segundos depois Felipe entra na cozinha, senta-se a mesa e observa a família reunida, fica feliz)
FELIPE – (a Pedro) Pronto. Podemos jantar e você pode tirar a sua dúvida, filho.
PEDRO – Eu tenho um amigo no colégio, o nome dele é Caio Rodrigues, filho da advogada Camila Rodrigues. (ao reconhecer o nome, Felipe e Viviane se entreolham)
FELIPE – O que tem ele?
PEDRO – Ele ouviu da avó, que eu não sei o nome, que a mãe dele, a Camila, é a sua irmã. (Felipe olha para sua mãe, se pergunta como aquela história teria chegado em seu filho) Isso é verdade? O senhor realmente é irmão da Camila? (Felipe o observa, continua em silêncio, sem saber como explicar essa história para o filho)

Continua no capítulo 55…

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