“Voltar Pra Casa”

 

Agora…

(a notícia do que aconteceu com Pedro logo se espalha. Como o musical estava sendo transmitido pela internet, o trecho onde ele leva o tiro e caí no palco logo ganha repercussão. Ramon desperta em um quarto de hotel, ver o vídeo que foi enviado por Andréa. Ele por sua vez, envia para o grupo da banda, onde está Ivo e os outros companheiros. Carol está no quarto de Paula, tenta acalmá-la após ter recebido a ligação de Samuka. Manuela também ver o vídeo e envia para suas amigas. Dácio ver o vídeo sozinho em seu quarto. Em Nova York, Samuka e o pessoal ficam aflitos após saberem que Pedro voltou para a sala de cirurgia. Arthur está sozinho em uma sala na delegacia, com os olhos cheio de lágrimas e arrependido do que fez. Na sala de cirurgia, o médico está fazendo de tudo para não perdê-lo, embora os batimentos de Pedro continue caindo)

[CENA 01 – LUGAR VAZIO]
(Pedro continua se sentindo sozinho. Para qualquer lado que olhe, só ver um lugar infinito e escuro. Alguns pequenos flashes de memória começam a aparecer sobre ele. A primeira lembrança é de quando ele tinha 10 anos de idade e estar a brincar com sua mãe. Aparece outra, dele e o avô em frente a uma fogueira. Mais uma de quando ele e Carol deram o primeiro beijo. Mais uma, dele e Alice cantando assim que se conheceram na lanchonete do Ivo. Conforme mais lembranças apareciam, uma música ao fundo estava sendo tocada)

[CENA DE MÚSICA – VOLTAR PRA CASA/ FROW NOW ON (versão brasileira MAEL FORBES/ versão original do filme THE GREATEST SHOWMAN]

[PEDRO]
Eu vejo o sol escurecer 1
E sinto o vento frio
Me soprar

Quem estende a mão a ti, 2
quando todos vão te soltar
O que resta pra mim
Não posso aceitar
Embora eu não vou
Aqui é o meu lugar
Eu vejo tudo ir, não pode acontecer
Eu vou juntar os meus pedaços
E reconquistar você

Hoje eu vou 3
Enxergar a vida com um outro olhar
Hoje eu vou
Moldar o meu destino sem esperar, não vou esperar

Eu prometo ser quem sou, 4
Pulsa forte o coração,
Hoje eu vou, hoje eu vou

Sentei em mesas e bebi 5
Champanhe com rainhas e reis
Mas esses não são sonhos meus
Foram armadilhas que eu criei

Por anos e anos 6
Eu quis aplausos seus,
Quis mais do que eu tinha
E o que não era meu
Mas quando eu paro
E os vejo aqui
É o que me faz sorri

Hoje eu vou 7
Enxergar a vida com um outro olhar
Hoje eu vou
Moldar o meu destino sem esperar, não vou esperar

Eu prometo ser quem sou,
Pulsa forte o coração,
Hoje eu vou, hoje eu vou

[AMIGOS DE PEDRO]
Voltar pra casa eu vou, 8
Voltar pra casa eu vou, com você (x07)

[PEDRO]
Hoje eu vou 9
Enxergar a vida com um outro olhar
Hoje eu vou
Moldar o meu destino sem esperar, não vou esperar

Eu prometo ser quem sou,
Pulsar forte o coração,
Hoje eu vou, hoje eu vou

[AMIGOS DE PEDRO]
Voltar pra casa eu vou, 10
Voltar pra casa eu vou, com você (x03)

[PEDRO E ALICE]
Hoje eu vou, 11
Hoje eu vou, com você (x02)

1. Várias lembranças começam a preencher o espaço vazio a frente de Pedro. Lembranças de sua família, de seus amigos, de sua infância. Todas uma a uma vão aparecendo e subindo, indo em direção a um único ponto de luz ao fundo.
2. Pedro observa o ponto de luz logo atrás crescendo, conforme as lembranças iam se acumulando nele. Estende sua mão para pegar uma lembrança de seus amigos, uma força o levanta e o faz fica de pé. O círculo de luz continua a sua frente, crescendo cada vez mais. Na terra, sua família e amigos dedicam um minuto de seu tempo e começam a orar, para que Pedro volte para eles.
3. Ele caminha em direção ao círculo de luz, tenta pegar uma lembrança de sua mãe que estava sendo levada até o círculo. Pedro acelera seus passos, conforme a lembrança se afastava bem mais rápido.
4. Pedro queria guardar pra ele aquela lembrança, então corre para impedi-la que entrasse no círculo. Com medo de perdê-la, Pedro dar um salto e acaba entrando no círculo de luz.
5. Do outro lado, Pedro está em um ambiente completamente iluminado, oposto ao vazio escuro onde estava. Nathaniel está ao lado dele, sorri e o indica para continuar andando. Sem saber quem ele é, e vendo a lembrança de sua mãe se afastando, Pedro volta a correr em direção a ela.
6. Poucos passos a frente, Pedro ver a lembrança entrando no corpo de uma mulher. Ele a reconhece, é a sua mãe. Corre até ela e a abraça forte. Carla não diz nada, apenas continua abraçada com o filho.
7. Os dois se entreolham por um tempo, Pedro queria ficar com ela. Mas sua mãe saí da frente e o indica a continuar seu caminho. Uma lembrança de seus amigos aparecem logo a diante. Pedro sabe que tem que ir atrás dela.
8. Na terra, as orações se transformam na música que ele está cantando. Pedro ouve então a voz de seus amigos e familiares o chamando por meio da música. Ele sorri, se despede de sua mãe e continua seu caminho em direção a lembrança que se afastava.
9. Pedro está correndo o mais rápido que pode, para alcançá-la. Ele não podia perdê-la. Sentia que seus amigos o chamavam, então precisava alcançá-la. Seus amigos continuam na terra orando: Carol e Paula; Ramon, Ivo e o pessoal da banda; Samuka, Elisa, Mônica e Lia na sala do hospital; Dácio e Manuela.
10. Pedro volta a ouvir a voz de seus amigos cantando junto com ele, isso o incentiva a continuar correndo. Logo a frente, ele ver uma porta em pé em meio aquele espaço branco vazio. Conforme se aproximava dela, ele  reduzia sua velocidade, assim como as vozes de seus amigos ia diminuindo.
11. Pedro fica parado em frente a porta. Do outro lado, ouve a voz apenas de uma pessoa. É a voz de sua irmã. Ele toca na maçaneta da porta, a abre calmamente e ver a Alice em pé do outro lado. Ela estende a mão e sorri. Pedro faz o mesmo e ela o puxa para o outro lado. Assim que Pedro atravessa a porta, uma luz branca preenche todo o espaço. A música se encerra.

Dia Seguinte…

[CENA 02 – HOSPITAL (NOVA YORK)/ QUARTO/ DIA]
(Pedro desperta, sente um incomodo em seu peito. Olha para o lado e ver Alice na cadeira de rodas)
PEDRO – (um pouco desorientado) Alice?
ALICE – (empurra a cadeira até a cama) Que susto nos deu, hein. (Pedro tenta se sentar para vê-la melhor, mas sente uma dor no peito, fica como estar então) Melhor não fazer muito esforço. Foi um milagre terem parado a hemorragia interna que teve.
PEDRO – Estou em um hospital?
ALICE – Você não se lembra? Você levou um tiro no meio da sua apresentação.
PEDRO – (coloca a mão no peito, sente uma dificuldade em respirar) É, lembrei agora. Como você sabe, já que não te vi por lá?
ALICE – Está na internet. O voo atrasou, chegamos na sua universidade e já tinha acontecido isso. O papai ficou que nem um maluco, tentando descobrir para qual hospital levaram você.
PEDRO – E onde ele está?
ALICE – Lá fora. Foi comer alguma coisa. Ele passou a noite aqui com você. Queria estar ao seu lado, quando acordasse. Sente-se bem?
PEDRO – Só um incomodo no peito. (Gaspar aparece ao fundo do quarto, observa Pedro ali vivo, sem entender o que está acontecendo)
NATHANIEL – (aparece ao lado de Gaspar, sorri) De nada!
GASPAR – Eu não entendo. Eu separei a alma do corpo dele. Ela deveria estar no céu agora.
NATHANIEL – É, sabíamos como a história dele iria terminar. Porém, eu sei o quanto você se importa com os dois, e como ficaria vê-lo partir assim. Por isso, eu mesmo decidi intervir.
GASPAR – (vira-se para o amigo) O que você fez, Nathaniel?
NATHANIEL – Eu fui conversar direto com quem manda em tudo. Que não é a gente, não é o Arael, mas sim Ele! (aponta para cima) Mas do que ninguém, Ele é único que conhece o interior de cada um de nós. Então fui lá de peito aberto, e Ele viu que meu pedido era sincero.
GASPAR – Você não podia ter feito isso. Irá mudar tudo o que já estava planejado. Pedro viverá uma vida agora que não foi escrita. Eu não sei o que vai acontecer com ele, não sei como guiá-lo.
NATHANIEL – Quem disse que não? (aparece um dossiê na mão dele, entrega para Gaspar)
GASPAR – O que é isso?
NATHANIEL – Veja você mesmo. (na capa do dossiê está escrito o nome de Pedro. Gaspar o pega e o folheia)
GASPAR – Este será o novo destino dele?
NATHANIEL – (observa Pedro, fica um pouco sério) Precisava de um preço para ele continuar vivo. (olha para Gaspar) E este é o que ele terá que pagar. (os dois desaparecem, o médico entra no quarto)
MÉDICO – Oi, licença.
ALICE – Oi! (se afasta da cama)
MÉDICO – Vejo que finalmente acordou. Então, como está se sentindo?
PEDRO – Bem… apenas um incomodo no peito. Espera… você fala português?
MÉDICO – (ri) Sim, eu falo. Eu sou do Brasil também. (se aproxima dele, seu rosto fica sério de repente) De 0 a 10, quanto isto está te incomodando?
PEDRO – (esfrega a região que o incomoda) Não sei… 6, talvez.
MÉDICO – A bala perfurou o seu pulmão direito e ficou alojada nele. Conseguimos removê-la, verificamos se o órgão não ficou afetado devido algum sangramento interno, perecia que tudo estava bem. No entanto, de uma hora pra outra, um sangramento no local que bala perfurou aparece do nada. Não entendemos o que o originou, pois tínhamos verificado tudo antes e tudo parecia bem.  Mas, graças a Deus conseguimos pará-lo e você está aqui com a gente agora.
ALICE – Quanto tempo ele ficará no hospital?
MÉDICO – Receio que mais alguns dias. Até termos certeza de que está tudo bem, e que nada parecido volte acontecer. (o percebe tendo dificuldade em respirar) Está conseguindo respirar bem, Pedro?
PEDRO – Confesso que estou tendo uma certa dificuldade.
MÉDICO – Depois precisamos fazer alguns exames, para termos noção de como está funcionando este pulmão aí, está bem?!
PEDRO – Ok.
MÉDICO – Agora, acho melhor você descansar um pouco mais. Você ficou um bom tempo na mesa de cirurgia, precisa se recuperar.
PEDRO – Obrigado, doutor!
MÉDICO – Não precisa me agradecer. (saí do quarto, Alice se aproxima do irmão, parece preocupada)

[CENA 03 – APARTAMENTO NOVO DE ARTHUR (NOVA YORK)/ QUARTO – SALA/ DIA]
(a família de Arthur logo chamou o advogado, e em questão de tempo ele foi liberado da delegacia e voltou para seu apartamento, afinal ele não negou o que fez, Pedro não morreu e resta agora esperar, ver se Pedro pretende ou não prosseguir com o caso)
ARTHUR – (sentado na cama, lendo uma notícia de que o estado de Pedro está estável. Parece aliviado com a notícia) Que bom! (campainha toca, ele se levanta, coloca o celular no bolso e vai até a sala)
[SALA]
(Arthur caminha até a porta, tem um certo receio de abri-la, afinal ninguém o procurou depois que souberam o que ele fez. Alguém bate insistentemente, isso começa assustá-lo)
ARTHUR – (próximo a porta) Quem é?
ELISA – (do outro lado) Sou eu, Arthur! Abre essa porta, precisamos conversar!
ARTHUR – (a voz dela parece séria do outro lado, mesmo sendo sua namorada, ele tem um receio de abrir) Já vai! (respira fundo e a abre) Oi, meu amor. (Elisa não estar com uma das melhores cara)
ELISA – Temos que conversar!

[CENA 04 – CASA DELLE ROSE/ Q. DE SALETE/ DIA]
(Salete está reunida em seu quarto junto com Ione e Larissa, parece feliz)
IONE – Eu já esperava esse pedido. Confesso até que demorou.
SALETE – Meninas, nunca imaginei que na minha idade, eu fosse me casar novamente. Eu estou morrendo de vergonha!
LARISSA – Não deveria. Iremos procurar o vestido mais lindo para a senhora.
IONE – E a festa tem que ser aqui, viu. Pode ir avisando logo ao Horácio.
SALETE – Eu não quero nada exagerado, meninas. Alias, tem algo que eu preciso contar a vocês duas.
LARISSA – Pode contar, estamos ouvindo.
SALETE – Depois do casamento, Horácio e eu pretendemos fazer uma pequena viagem de lua de mel.
IONE – Nada mais que justo. Vocês têm que aproveitar.
SALETE – Essa viagem irá durar alguns meses… (ri) Ainda estamos decido o local e quanto tempo ficaremos fora.
IONE – (cutuca o ombro de Larissa, com um olhar malicioso) Olha só, o casal aí quer um tempinho só pra eles.
LARISSA – Eu não vejo problema algum. Viaje o tempo que for necessário, Salete. Cuidamos bem do cabaré.
SALETE – Eu sei. Eu confio muito em vocês duas. (a Larissa) O meu receio é com a sua carreira, que está indo tão bem desde que você participou daquele programa. Eu não quero que você adie algum show ou alguma reunião importante. Priorize a sua carreira de cantora. A Ione estará aqui para ajudá-la, por isso chamei vocês duas. Quero que uma seja o apoio da outra nesses meses que eu estiver fora.
IONE – Por mim tudo bem.
LARISSA – Por mim também. Não se preocupa, Salete. Cuidaremos bem do cabaré, e também cuidarei bem da minha carreira.

[CENA 05 – CASA DE SAMUEL/ SALA/ DIA]
(Dácio e Daniel estão conversando na sala. Samuel está na rua)
DANIEL – Você tem notícias do Pedro? Ele acordou?
DÁCIO – Acordou sim. Eu falei com a Alice, e ela disse que ele acordou hoje mais cedo.
DANIEL – Está melhor então?
DÁCIO – Parece que sim. Ele vai passar alguns dias no hospital em observação, fazer alguns exames, mas vai ficar bem. (Samuel chega em casa)
SAMUEL – (entra com algumas sacolas, vai até o sofá) Oi, meninos!
DANIEL – Oi, pai!
DÁCIO – (ainda sente um incomodo com Samuel) Oi!
SAMUEL – Você vai almoçar com a gente, Dácio? Comprei algumas coisas aqui, estou planejando um almoço diferente hoje.
DANIEL – Ele não vai poder, pai. Na verdade, vamos na casa da mãe dele agora.
SAMUEL – Ah, entendo. Sem problema então. Guardo para um outro momento então. (caminha até a cozinha)
DÁCIO – (relaxa um pouco) Desculpa a sinceridade, mas ainda eu tenho um pé lá e outro cá, com o seu pai.
DANIEL – É, eu sei. Às vezes, também fico assim. Só que eu percebo que ele tem dado o melhor nos últimos meses. (se levanta) Mas então, vamos?
DÁCIO – (se levanta) Vamos, sim!
DANIEL – (vai até a porta da cozinha) Pai, eu e o Dácio estamos indo. Volto mais tarde.
SAMUEL – (responde da cozinha) Está bem, filho! (Dácio e Daniel saem de casa)

[CENA 06 – APARTAMENTO NOVO DE ARTHUR (NOVA YORK)/ SALA/ DIA]
(Arthur e Elisa continuam se encarando, ele percebe a seriedade do olhar dela)
ARTHUR – Entra, por favor. (Elisa entra em silêncio, caminha até o sofá. Arthur fecha a porta, fica alguns segundos de cabeça baixa, respira fundo, depois vai até o sofá)
ELISA – Por quê? Por que você fez isso?
ARTHUR – (sente vontade de chorar) Eu só queria assustá-lo. Eu queria que ele fosse embora da universidade, e que devolvesse o que tirou de mim.
ELISA – Você quase o matou, Arthur. Graças a Deus, o pior não aconteceu.
ARTHUR – Ele acordou?
ELISA – Sim, acordou hoje mais cedo. Eu jamais imaginaria que você fosse chegar a este ponto?!
ARTHUR – (senta-se) Eu só queria o que era meu de volta. Pedro chegou aqui e aos poucos foi tirado tudo de mim.
ELISA – (ainda incrédula que ele continue pensando assim, senta-se) Você precisa procurar um tratamento.
ARTHUR – Sou louco agora?
ELISA – Essa sua mania de não aceitar perder… te cega por completo. Você começa a ver e teorizar coisas que não existem. Se eu me lembro bem, Pedro deixou o papel principal por você. Você que não aceitou.
ARTHUR – Isto foi jogo dele, para ser o bom moço entre os alunos. Se ele realmente não quisesse o papel, não teria aceitado de volta, no dia seguinte.
ELISA – (se irrita, fica de pé) Tá vendo como você é? Assim é impossível conversar com você.
ARTHUR – (fica de pé) Eu me arrependo sim do que eu fiz, está bem. Felizmente nada de ruim aconteceu. Pedro está vivo e todos os holofotes estão voltados a ele agora. Tenho certeza de que a popularidade dele no próximo semestre estará nas alturas.
ELISA – Será possível que você só pensa isso? Eu quero terminar, Arthur. Eu não conheço este Arthur que está a minha frente agora.
ARTHUR – (se aproxima dela) Terminar? Por favor, Elisa… não faz isso comigo. Eu só tenho você. (se ajoelha na frente dela, começa a chorar) Por favor, você é a única coisa que não perdi este ano. Não me deixa.
ELISA – (sente pena do estado dele) Se levanta, Arthur, por favor… Se levanta! (o faz ficar de pé)
ARTHUR – Não me deixa, Elisa. Por favor, eu preciso de você neste momento.
ELISA – (também sente vontade de chorar) Desculpa, mas não posso. Não depois do que você fez. Não depois de ver o que você está se tornando.
ARTHUR – Por favor, Elisa… não me deixa.
ELISA – Adeus, Arthur! (caminha apressada até a porta, limpa as lágrimas que saíram. Arthur se senta no sofá, chora)

(Pedro fica alguns dias em observação no hospital. Paula viajou no mesmo dia que soube o que houve com ele para Nova York, e desde então não saiu do lado do sobrinho. Após se sentir melhor, Pedro realiza alguns exames, pela a cara do médico, parece que os resultados não são dos melhores)

Alguns dias depois…

[CENA 07 – CASA DELLE ROSE/ SALÃO/ TARDE]
(as meninas estão no salão, olhando várias revistas de decoração, casamento e bolos. Nathaniel está no bar, observa aquela movimentação)
NATHANIEL – (solta um leve sorriso) Irei sentir falar disso. (dar uma olhada no bar, se despede. Estala os dedos e desaparece. Ione mostra um vestido para Salete)
IONE – Esse aqui é lindo, não acha?
SALETE – É, sim. Mas eu quero algo simples, meninas. Nada exagerado demais.
LARISSA – Que tal esse?
SALETE – Gostei.
IONE – Bonitinho.
LARISSA – Então vou deixá-lo marcado aqui. Música ficará por minha conta, então não precisa se preocupar com isso.
IONE – Acho que seria bom se convidássemos o Otávio também. O que acha?
LARISSA – Se ele estiver na cidade, por que não.
IONE – Ele vai estar sim. Contei para ele sobre o casamento. Ele disse que vai fazer mais dois shows fora e volta pra cá.
LARISSA – Sendo assim, irei adorar dividir o palco com ele.
IONE – Sabem quem poderia nos ajudar com isso? O… (o nome de Nathaniel foge da cabeça dela, e ela esquece quem iria dizer) Que estranho… eu esqueci quem eu ia dizer.
LARISSA – (acontece o mesmo) Engraçado que por um momento, eu meio que também pensei na mesma pessoa, só que agora não lembro quem era. (as duas se entreolham, continuam tentando lembrar o nome dessa pessoa)

[CENA 08 – HOTEL/ QUARTO/ TARDE]
(Otávio está fazendo alguns exercícios vocais, Eduardo entra no quarto)
EDUARDO – Você não vai acreditar o que aquele cara acabou de fazer.
OTÁVIO – Seja o que for, eu não ligo. (continua seu exercício vocal)
EDUARDO – Você tem que pedir um mandado judicial contra esse cara. Ele fica se mostrando como vítima para o público.
OTÁVIO – Edu, o que ele quer é atenção. Se ligarmos para isso, só vamos dar o que ele quer.
EDUARDO – (guarda o celular) Você tem razão. Então, está pronto? O carro que chamei deve chegar em alguns minutos.
OTÁVIO – Vou só trocar de roupa, está bem. (caminha até o guarda roupa, Eduardo senta-se na cama)

[CENA 09 – CASA DE GUSTAVO (MADRID)/ SALA/ TARDE]
(Ana está conversando com Junior por meio de vídeo chamada. Adriana está ao lado dele)
JUNIOR (por vídeo) – Pensei que você fosse passar as férias aqui?!
ANA – Eu até que iria, pai. Mas vai ter um curso de férias, fornecido pela a universidade e eu me interessei muito por ele, então quero fazê-lo.
JUNIOR (por vídeo) – Não tem problema. Quero que você estude mesmo. E mesmo assim, sei que no final do ano você virá para cá.
ANA – (olha para Adriana, sorri) E esse casamento, vai sair quando? (Junior e Adriana se entreolham, sorriem)
ADRIANA (por vídeo) – Seu pai não quer. Eu já fiz o pedido.
JUNIOR (por vídeo) – (ri) Quem sabe mais pra frente. Ainda estamos testando a vida à dois.
ADRIANA (por vídeo) – Desde que me mudei pra cá, que ele vem com essa ideia de estar testando a vida à dois.
ANA – (ri) Acho que ele está te enrolando, Dri.
ADRIANA (por vídeo) – Também tenho está suspeita.
JUNIOR (por vídeo) – Tem falado com o Alan, filha? Não tivemos mais notícias dele.
ANA – (mente) A última vez que a gente se falou, ele disse que estava se preparando para um teste muito importante do curso.
JUNIOR (por vídeo) – Diga a ele que ele pode vir nos visitar quando quiser.
ANA – (Gustavo chega em casa) Tá, eu digo sim. Tenho que desligar agora, pai. Ligo mais tarde para o senhor. Tchau! (acena, encerra a chamada)
GUSTAVO – Estava falando com o seu pai?
ANA – (fecha o notebook, coloca ao lado, se levanta) Sim.
GUSTAVO – Não contou nada sobre…
ANA – Eu não vou contar nada disso, está bem. Alias, já pedi para que esquecêssemos isso de vez.
GUSTAVO – Eu sei, é que tenho medo de que a qualquer momento você dê a língua nos dentes.
ANA – Eu fiz aquilo porque eu quis. O senhor me mostrou o caminho certo, e realmente uma criança não só iria atrasar a minha vida. Agora se me dá licença, tenho que estudar lá no quarto. (pega seu notebook e vai para o quarto. Gustavo segue em direção a cozinha)

[CENA 10 – UNIVERSIDADE DE MÚSICA (NOVA YORK)/ REITORIA/ TARDE]
(Elizabeth está assinando alguns papéis, Arthur bate na porta)
ARTHUR – (sério) Oi, posso entrar?
ELIZABETH – (o observa) Pode sim. Senta-se, por favor. (Arthur entra, fecha a porta e se senta. Elizabeth termina de assinar os últimos papeis, o observa em seguida)
ARTHUR – Até imagino porque me chamou aqui. Depois do que eu fiz, eu serei expulso da universidade, não é?!

[CENA 11 – CASA DELLE ROSE/ SALÃO/ TARDE]
(Ione está limpando o bar, Larissa está sentada em um banquinho, troca mensagens com a gravadora)
LARISSA – (preocupada) Eles querem me ver amanhã.
IONE – E por que está cara?
LARISSA – É que amanhã eu prometi que iria ajudar a Salete com a confecção do vestido.
IONE – Ah, é… a costureira vai vir aqui amanhã. Mas acho que a Salete não se importará com isso.
LARISSA – Vou lá conversar com ela. (se levanta, olha de uma forma estranha para o bar, como se estivesse falando algo ali) Que estranho.
IONE – O que foi? Não vai me dizer que fiz alguma coisa errada novamente. Por isso que eu não gosto de arrumar o bar. Sou péssima com as bebidas. Salete deveria colocar uma outra pessoa no meu lugar. (repara Larissa com o mesmo olhar estranho)
LARISSA – Não sei o que é isso. Bem, eu vou lá falar com ela. (caminha em direção ao quarto, Ione observa as bebidas, verifica onde errou)

[CENA 12 – HOSPITAL (NOVA YORK)/ QUARTO/ TARDE]
(Pedro está sentado na cama do hospital, o incomodo que sentia em seu peito melhorou, embora ainda sinta uma certa dificuldade em respirar. No quarto está Felipe, Paula e Alice)
PAULA – Você sabe como é o seu avô, Pedro. Mais cabeça dura que nem ele, só você e sua irmã. (todos riem)
PEDRO – Não é preciso ele vir até Nova York. A gente pode conversar por vídeo, eu estou melhor já.
FELIPE – Mesmo assim, ele se preocupou, filho. E duvido nada que a mamãe queria vir junto com ele. (o médico bate na porta do quarto, entra)
MÉDICO – Oi, licença. (Felipe vai para o outro lado da cama, o médico se aproxima do Pedro) A conversa aqui tá boa, hein. (ver Pedro sorri)
PAULA – Muito.
FELIPE – Então, doutor… quando Pedro vai poder voltar pra casa?
MÉDICO – Eu vim falar justamente sobre isso. Eu acabei de receber os exames mais recentes feitos por você. Acredito que mais alguns dias em observação e você estará liberado. (fica sério) O que eu quero conversar com você agora é sério, Pedro.
FELIPE – (se preocupa) Algum problema?
MÉDICO – (a Pedro) Você ainda tem apresentado dificuldade em respirar?
PEDRO – Algumas vezes sim. É como se o ar não conseguisse circular direito dentro de mim.
MÉDICO – (olha para os exames) A segunda hemorragia que teve em você, deixou mais lesões em seu pulmão do que eu imaginava. Isso reduziu a capacidade de funcionamento dele. Isso explica a sua dificuldade em respirar. (olha para a ficha médica)
FELIPE – Mas ele vai ficar melhor, né? O pulmão dele voltará a funcionar normalmente?
MÉDICO – Pelo os exames, eu lamento, mas não. (Pedro entristece)
ALICE – Mas ele cantor, e nesta área, o controle do ar que entra nos pulmões é essencial, para conseguirmos manusear bem as notas.
MÉDICO – Sim, eu vi aqui na ficha dele que ele estuda música. (a Pedro) Só que infelizmente, Pedro, eu receio que você terá que dizer adeus a seus momentos de música! (todos no quarto ficam arrasados com a notícia, em especial, Pedro)

Continua no capítulo 72…

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