“Eu Sou a Maré Viva”

 

[CENA 01 – LANCHONETE DO IVO/ NOITE]
(o produtor observa Andréa parecendo uma panela de pressão, preste a pegar pressão. Do nada ela solta um grito que chama a atenção de todos da lanchonete, Rita rapidamente olha em direção a mesa que ela está atendendo)
ANDRÉA – (eufórica) Não acredito que finalmente o meu momento chegou!
PRODUTOR – (um pouco assustado) Calma… mais um desse e eu fico surdo. (ri)
ANDRÉA – Eu sabia que se eu aceitasse trabalhar aqui, alguém iria me enxergar. Finalmente este dia chegou, meu Deus! (se ajoelha no meio da lanchonete mesmo, todos continuam olhando para ela)
PRODUTOR – (ri, se levanta e a faz ficar em pé) Não faz isso, maluca. Todo mundo tá olhando.
ANDRÉA – (caí na real, percebe que se continuar agindo daquela forma pode assustá-lo) Desculpa, desculpa, desculpa… eu vou me comportar. Eu só não esperava isso.
PRODUTOR – E olha que eu ainda nem falei qual é a proposta. Você pode sentar um pouco, pra gente conversar?
ANDRÉA – (olha em direção ao balcão, repara Rita olhando a eles) É que estou no meio do expediente. Mas, me dê só um momentinho.
PRODUTOR – Ok. (a observa indo até o balcão, conversa algo para Rita e volta animada para a mesa)
ANDRÉA – (senta-se) Minha chefe me liberou por alguns minutos. Sou toda sua! (estampa um grande sorriso, o produtor a observa, sorri também)

[CENA 02 – CASA DE GUSTAVO (MADRID)/ Q. DE ANA/ NOITE]
(Ana continua observando o visor do celular. Ver a pequena foto de Alan, lhe traz boas recordações. Porém, devido o que fez, ainda não tem coragem de olhar para ele, sem correr o risco de dizer a verdade. Na mesma hora, joga o celular distante dela na cama, espera a chamada de vídeo se encerrar. A ligação caí, segundos depois vibra com mensagens de Alan. Ana pega o celular, ler pela a barra de notificação e as ignora. Desliga o celular e volta a estudar)

Amanhecendo…

[CENA 03 – INSTITUIÇÃO DE MÚSICA/ SALA DE MÚSICA/ DIA]
(Otávio está sentado no chão ao redor de algumas crianças, está com um violão sobre as pernas. Eduardo está sentado logo atrás, na bateria. Alice e Manuela estão na porta, prestam atenção na música que Otávio está tocando)

[CENA DE MÚSICA – EU SOU A MARÉ VIVA (FRESNO)]

A casa cheia, o coração vazio 1
Escorre do meu rosto, um lamento arredio
O veneno acabou, a festa esvaziou
O tempo da inocência terminou

Os amigos que eu fiz, e quem jamais voltou
Feridas que eu abri, e que jamais fechou
Para passar a luz, que vence a escuridão
Pra eu tentar aquecer meu coração

Vão tentar derrubar, que é pra me ver crescer 2
E às vezes me matar, que é pra eu renascer
Como uma supernova, que atravessa o ar
Eu sou a maré viva, se entrar, vai se afogar
Eu grito pro universo, o meu nome e o seu
Ele vai me escutar

Eu mandei um sinal rumo ao firmamento 3
Eu forneci a prova cabal desse meu desalento
A sonda vai voar
Até não dar mais pra ver
Levando o que há de bom em mim
Levando pra você

E os que não estão mais aqui
Todos os que se foram
Eles vão me encontrar
Em outra dimensão
Onde não existe dor
Não se declara guerra
Quando estamos em paz

Vão tentar derrubar, que é pra me ver crescer 4
E às vezes me matar, que é pra eu renascer
Como uma supernova, que atravessa o ar
Eu sou a maré viva, se entrar, vai se afogar
Eu grito pro universo, o meu nome e o seu
Ele vai me escutar

1. Todas as crianças estão sentadas em círculo no chão, com Otávio bem no meio delas. Todas estão atentadas a ele cantando. Durante a música ele olha em direção ao violão e em direção as crianças.
2, Eduardo o acompanha na bateria. Manuela pega seu celular, coloca para gravar e caminha um pouco pela a sala. Alice continua ao lado da porta, porém observa a carinha feliz de cada criança.
3. Manuela fica ao lado de Otávio, encerra sua gravação ali. Volta para perto de Alice e mostra o que gravou. Todas as crianças continuam em silêncio, atentos a música.

MANUELA – (baixinho, próximo a Alice) Vou postar esse trechinho no site.
ALICE – Isso, faz isso, Manu!

4. Otávio encerra sua música sendo aplaudido por todos, ele sorri.

OTÁVIO – (agradece os aplausos, coloca o violão ao lado) Sabem… eu não posso enxergar o rostinho de cada um de vocês, assim como eu sei que aqui tem alguns que também não podem enxergar o meu, mas de uma coisa eu tenho certeza. Todos aqui estão felizes! O que a Alice está fazendo aqui, com vocês… é algo sem palavras. (coloca o violão em suas pernas novamente) Eu não pude conhecer o mundo pelo os meus olhos, mas eu pude conhecê-lo pelo os sons. (toca algumas notas, as crianças estão atentadas a ele) Certa vez, minha mãe me apresentou um filme, que até hoje eu lembro de uma frase dita nele. (para de tocar, faz uma pequena pausa, olha para a janela) Por favor, quero que vocês todos fechem os olhos e digam para mim o que ouvem. (todos fazem o que ele pediu, um silêncio fica na sala)
CRIANÇA 01 – Eu não estou ouvindo nada!
OTÁVIO – Se concentrem. (fecha os olhos também) Sintam o ambiente ao redor de vocês. (aos poucos, sons de pássaros vão ganhando destaque no ambiente. Sons das folhas das árvores sendo balançadas pelo o vento, o tic tac do relógio ao lado, a janela rangendo e os sons de carros indo e vindo lá foram, vão entrando em sintonia e criando um ritmo. Aos poucos, as crianças começam a ouvir está sintonia)
CRIANÇA 02 – Estou ouvindo! (começa a bater um lápis no braço da cadeira de rodas, e o som emitido se complementa com o outro. Uma criança bate os pés no chão, outra faz um som amassando papel. Otávio sorri ao ver que eles pegaram o ensinamento. Eduardo começa a fazer um som na bateria, que se sobrepõe. Todos abrem os olhos e olham para Otávio)
OTÁVIO – (pausadamente) A música está ao nosso redor, a gente só precisa ouvir. (abre os olhos, sorri) E vocês ouviram. Desde que ouvi está frase no filme, comecei a enxergar um vasto mundo a minha frente. A música ela tem este poder… de nós fazer nos mover sem sair do lugar. De nos fazer enxergar sem ser com os olhos. De nos tocar profundamente, sem mesmo podermos pegá-la. Em uma semana vocês farão a primeira apresentação em público. Nem preciso dizer o quanto isso é importante. Acredite ou não, mas tem pessoas que desacreditaram desse projeto. Atualmente, quem banca a maior parte de tudo é a Alice, por isso é bom que novas pessoas apoiem cada vez mais está ideia. Para que ela cresça e que cada vez mais, crianças assim como vocês tenham a mesma oportunidade que vocês estão tendo agora. E a melhor formar de atrairmos as pessoas, é as conquistando por meio da nossa canção. Da canção que cada um sente dentro de si. E no dia todas elas se unirão e formarão uma só. E é com está grande canção que iremos conquistar todos! (sorri, Alice empurra sua cadeira até ele)
ALICE – Otávio tem razão, pessoal. Virá um grande público neste dia e o que a gente mais quer, é impressioná-los. (diz perto de Otávio) Belas palavras! (sorri)
OTÁVIO – Eu sei que essas crianças irão arrebentar. Aliás, todos nós iremos. Os ensaios todos estavam ótimos. Será um grande show, sem dúvida!
ALICE – Este é o objetivo. Quem quer ouvir mais uma música, antes do tio Otávio ir embora?! (todas crianças erguem as mãos, gritam “eu”)
OTÁVIO – (se anima) O pedido de vocês é uma ordem!
ALICE – Eba! (toca no ombro de Otávio) Arrebenta! (volta para perto de Manuela)
OTÁVIO – Antes, eu gostaria de convidar uma pessoa. (olha para o lado) Manu? Teria a honra de cantar está comigo?
MANUELA – (não esperava o convite) Claro. Será um prazer. (caminha até o círculo, senta-se ao lado dele. Otávio começa a tocar)

[CENA DE MÚSICA – NÃO PRECISA (PAULA FERNANDES part. VICTO & LEO)]

[MANUELA]
Você diz que não precisa 1
Viver sonhando tanto
Que vivo a fazer
Demais por você

Diz que não precisa
A cada vez que canto
Uma canção a mais pra você

Mas tem que ser assim
Pra ser de coração
Não diga: Não precisa
Tem que ser assim
É seu meu coração
Não diga não precisa

[OTÁVIO]
Eu já sonhei com a vida 2
Agora vivo um sonho
Mas viver ou sonhar
Com você, tanto faz

Não diga: Não precisa
Eu digo que é preciso
A gente se amar demais
Nada a mais

Mas tem que ser assim
Pra ser de coração
Não diga: Não precisa
Tem que ser assim
É seu meu coração
Não diga: Não precisa

[MANUELA]
Eu já sonhei com a vida 3
Agora vivo um sonho

[MANUELA E OTÁVIO]
Mas viver ou sonhar
Com você, tanto faz

[OTÁVIO]
Não diga: Não precisa
Eu digo que é preciso
A gente se amar demais
Nada a mais

[MANUELA E OTÁVIO]
Mas tem que ser assim 4
Pra ser de coração
Não diga não precisa
Tem que ser assim
É seu meu coração
Não diga: Não precisa

Mas tem que ser assim
Pra ser de coração
Não diga não precisa
Tem que ser assim
É seu meu coração
Não diga: Não precisa

1. Assim que reconhece a música, Manuela senta-se mais confortável e começa a cantar. Olha para todas as crianças, que aos poucos, cantam junto com ela.
2. Otávio começa cantar inicialmente olhando em direção a Manuela, em seguida foca nas crianças. Alice continua na porta, observa tudo com um leve sorriso no rosto. Pega seu celular e começa a tirar fotos.
3. Manuela se levanta e caminha um pouco entre as crianças. Vai uma a uma, até fazer a volta completa do círculo e voltar para o lado de Otávio.
4. Ela se senta, os dois cantam próximos um do outro e encerram a música. As crianças se levantam, batem palmas. Os dois ficam de pé e agradecem o carinho delas.

[CENA 04 – SÍTIO DE FREDERICO/ CAMPO/ DIA]
(Pedro está embaixo de sua árvore favorita. Ele acordou tão disposto hoje, respirando tão bem, que levantou cedo da cama e correu para cá. O sol que acabou de se erguer no céu, ilumina aquela verde campo a sua frente. Coloca o violão em suas pernas, começa a tocar algumas notas aleatórias, enquanto sentia a brisa do vento. Fecha os olhos, respira aquele ar puro calmamente. Troca as notas aleatórias por uma música específica. Começa a tocar Quem Vem de Longe, olha para o violão e começa a cantar. Fica feliz por conseguir cantar os primeiros 30 segundos, no entanto, um incomodo em seu peito aparece. Começa a sentir dificuldade em respirar, erra o compasso da música, vai desafinando e conforme persistia a cantar, mais o ar lhe falta. Ele parar de tocar, pega rapidamente sua bombinha no bolso da calça e a coloca em sua boca. Sentindo-se melhor, ele pega seu violão e recomeça a música de onde parou. Não demora muito e os mesmos sintomas voltam. Ele queria terminar a música, mas mal conseguia terminar o refrão da primeira parte. Praticamente, a emissão de sua voz está tão baixa, que quase ele mesmo não consegue se ouvir. Para de tocar e usa sua bombinha novamente. O dia que começou feliz pra ele, acaba de ficar triste)

[CENA 05 – CASA DELLE ROSE/ SALÃO/ DIA]
(Larissa e Eduardo estão conversando sentados em uma mesa próximo ao palco. Ambos dividem um sanduíche)
EDUARDO – Nossa, tá todo mundo ansioso por este show lá da instituição. Otávio está contando os dias.
LARISSA – Confesso que também estou. Quando eu visitei aquele lugar, achei as crianças todas lindas.
EDUARDO – Não sabia que você gostava tanto assim de crianças.
LARISSA – Gosto, ué.
EDUARDO – Fico feliz em saber. Sempre quis ser pai…
LARISSA – Ih, lá vem ele.
EDUARDO – Não disse nada demais. Vai dizer que você também não gostaria de ser mãe?
LARISSA – Claro que gostaria, ué.
EDUARDO – Então… (segura a mão dela, sorri) Agora não é um bom momento para colocar isto em prática. Você tá dividida em sua carreira e cuidar do cabaré, eu estou ajudando o Otávio. Mas, quem sabe daqui alguns anos… (Salete entra no salão neste momento)
SALETE – Olá, meninas! Olha só quem voltou?!
LARISSA – (se levanta rapidamente, caminha até Salete e a abraça) Salete! (a percebe bem diferente) Olha só… esses meses fizeram bem para a senhora.
SALETE – Que é isso, querida. Oi, Edu. Atrapalhei alguma coisa?
EDUARDO – (se levanta) Não, que é isso. Seja bem-vinda de volta.
IONE – (entra no salão, com algumas meninas atrás) Salete! (corre até Salete, junto com todas as outras garotas. Todas se abraçam)

[CENA 06 – SÍTIO DE FREDERICO/ Q. DE PEDRO/ DIA]
(Pedro voltou para o sítio, colocou seu violão no chão, ao lado do guarda-roupa. Está sentado na cama, pensativo. Seu celular toca, é uma chamada de vídeo de Samuka)
PEDRO – (atende) Oi, Sam! (reconhece o lugar ao fundo, Samuka está no auditório da universidade)
SAMUKA (por vídeo) – Grande, Pedro! Atendeu rápido, hein.
PEDRO – Eu tava com o celular nas mãos. Mas, diga aí. Qual o motivo da ligação?
SAMUKA (por vídeo) – Como qual o motivo? Liguei para confirmar se você realmente vai vir no fim do mês para acompanhar o musical da universidade? (Mônica aparece ao lado dele)
MÔNICA (por vídeo) – Oi, Pedro! Olha, é melhor você escrever um grande sim em um cartaz e colar na câmera do celular, pra ver se fica claro para o Sam. Porque já é a quarta vez que ele pergunta isso e com certeza você dará a mesma resposta.
PEDRO – É claro que eu irei sim, não se preocupa.
SAMUKA (por vídeo) – Eu sei que você virá, é que…
MÔNICA (por vídeo) – (o interrompe) Ele tá bestinha porque ganhou o papel principal e quer que todos estejam aqui para vê-lo brilhar.
SAMUKA (por vídeo) – Não é todo dia que este efeito acontece, né?!
PEDRO – Não, não é. Eu sei que você vai arrebentar, Sam.
SAMUKA (por vídeo) – E você? Conseguiu se encontrar aí em Minas?
PEDRO – (um tempo em silêncio, olha para o violão, volta a olhar para o celular) Ainda não. Mas acredito que estou quase lá.
SAMUKA (por vídeo) – (Mônica saí do lado dele) Você vai conseguir. (olha para Mônica saindo do auditório) Aonde você vai? Pedro, vou desligar agora e ver aonde aquela maluca vai. Ultimamente ela tem saído por aí e não tem me dito nada. A gente conversa mais tarde.
PEDRO – Vai, lá. Até mais! (desliga, coloca o celular ao lado e volta a observa seu violão)

Anoitecendo…

[CENA 07 – CASA DE CAIO/ SALA/ NOITE]
(Caio está sentado no sofá, acompanhando o site da universidade do qual se inscreveu. Embora tenha passado nas fases anteriores e com boas expectativas para o resultado final, que irá sair só no outro ano, ele tem visitado constantemente a página do vestibular, com esperança de que o resultado seja divulgado antes do tempo. Camila entra na sala e encontra o filho de cara no notebook)
CAMILA – Não vai me dizer que você está olhando o site da universidade de novo, filho?
CAIO – Estou ansioso, mamãe!
CAMILA – Relaxa, meu amor. Você se dedicou muito esse ano, ficou em uma boa posição na primeira fase e acha que foi bem na segunda. Portanto não tem do que se preocupar, você será aprovado em direito sim.
CAIO – (fecha o notebook) Deus de ouça, mãe. (se levanta) Eu só quero que este ano acabe.
CAMILA – Calma, que ainda temos Dezembro inteirinho pela frente. (bagunça o cabelo dele) Agora vai lavar as mãos e vamos jantar. (os dois vão para a cozinha)

[CENA 08 – CASA DE ALICE/ Q. DE ALICE/ NOITE]
(Alice e Pedro estão conversando por chamada de vídeo)
ALICE – As crianças estão tão ansiosas, Pedro. Confesso que eu também não vejo a hora. (percebe o irmão cabisbaixo) Que carinha é essa, hein?
PEDRO (por vídeo) – Eu tentei cantar hoje.
ALICE – Você tentou o que? Você sabe que não pode… (esperançosa) E conseguiu?
PEDRO (por vídeo) – Não. No início até que estava indo tudo bem, mas depois a falta de ar bateu. Sei lá, eu pensei que se não tentasse nada por uns meses, eu pudesse voltar a cantar, sabe? Eu tinha essa esperança.
ALICE – Oh, meu irmão… Quem sabe daqui alguns anos? Se procurar um tratamento…
PEDRO (por vídeo) – Não, eu parei de pensar nisso. Se a vida não quer que eu siga este caminho, pra que ficar insistindo.
ALICE – Por que você não vem trabalhar comigo na instituição? Nós dois juntos, ensinaríamos muito para aquelas crianças.
PEDRO (por vídeo) – Quem sabe em um outro momento. Agora, vou me dedicar a cuidar do sítio do vovô. A nossa tia, mesmo formada em administração está encontrando dificuldades.
ALICE – Quando vocês vêm?
PEDRO (por vídeo) – Acho que na próxima sexta.
ALICE – Será bem na véspera. Será que vocês não podem vir antes?
PEDRO (por vídeo) – Posso ver com a nossa tia.
ALICE – Ótimo! Assim vocês poderão ver um pouco do que estamos preparando para o grande show! (sorri)

Alguns dias depois…

[CENA 09 – CASA DE ALICE/ SALA/ NOITE]
(Pedro está na sala, esperando sua tia se aprontar. Segundos depois de espera, ela finalmente desce)
PAULA – (descendo as escadas) Pronto, podemos ir.
PEDRO – A Alice é capaz de nos matar se chegarmos atrasados lá.
PAULA – Eu sei, eu sei. Tentei me apressar o máximo que pude.
PEDRO – Então vamos. Ela e o papai foram na frente, para receber as pessoas e verificar se está tudo certo.
PAULA – Vamos. (os dois caminham até a porta, saem de casa)

[CENA 10 – CASA DELLE ROSE/ SALÃO/ NOITE]
(Ione e Larissa foram convidadas para verem a apresentação das crianças. O cabaré não foi fechado, algumas meninas continuam trabalhando)
SALETE – (termina de instruir uma das meninas) Qualquer coisa, só me ligar está bem. Você sabe onde estão todas as chaves. Conhece os clientes mais importantes, lembre-se de tratar todos bens.
GAROTA – Tá, Salete. Pode deixar, que ficará tudo bem.
SALETE – Assim espero. (Ione e Larissa se aproximam dela)
IONE – Pronto, podemos ir.
LARISSA – Eduardo disse que ele e Otávio já estão lá.
SALETE – Horácio me enviou uma mensagem agora a pouco, dizendo que ele acabou de sair com a família também.
LARISSA – Então vamos, né? Não queremos chegar atrasadas.
SALETE – Vamos. (olha uma última vez ao salão, verifica se está tudo certo e acompanha as outras meninas até a saída)

[CENA 11 – CASA DE MANUELA/ SALA/ NOITE]
(Manuela entra na sala apressada, encontra sua mãe parada ao lado do sofá, mexendo no celular)
MANUELA – Vamos, mamãe. Eu disse a meninas que as encontrariam lá.
SARA – Calma, filha. Estou esperando a nossa carona.
MANUELA – Nossa carona?
SARA – Isso. (campainha toca) Olha só, ele chegou. (caminha apressado até a porta, a abre e sorri) Oi, Ivo!
IVO – Oi! Demorei muito não, né?
MANUELA – Ivo? (se aproxima até sua mãe) Você não estava viajando com os garotos da banda?
IVO – Estava. Mas, como hoje a noite é especial, decidimos fazer uma pausa. (Sara e Ivo continuam se olhando, que nem bobos)
MANUELA – Não sei vocês, mas se continuarem aí se olhando desse jeito, vamos nos atrasar ainda mais. (empurra sua mãe para fora de casa)
SARA – Espera, filha… minha bolsa.
MANUELA – Deixa que eu pego para senhora. (entra apressada, caminha até o sofá, pega a bolsa e volta para a porta)
SARA – Obrigada! (Manuela fecha a porta)

[CENA 12 – CASA DE CAIO/ SALA/ NOITE]
(Adriana e Junior estão na sala junto com Caio e Cláudio. Ambos estão esperando Camila)
ADRIANA – (grita em direção ao quarto dela) Anda logo, Camila. Vamos perder os lugares se demorarmos desse jeito.
CAMILA – (responde) Estou indo. Estou pegando a minha bolsa.
ADRIANA – Quando morávamos juntas, quem demorava a se arrumar era eu e não ela. (ri, Camila entra na sala)
CAMILA – Pronto! Podemos ir.
CLÁUDIO – Vamos, lá! (todos saem de casa, Cláudio fecha a porta)

[CENA 13 – INSTITUIÇÃO DE MÚSICA/ AUDITÓRIO/ NOITE]
(o auditório que Alice pediu que construísse em cima do prédio onde funciona a instituição de música é enorme. Tem um palco amplo capaz de rolar grandes espetáculos ali. Uma multidão de pessoas começa a se ajeitar em meio a quantidade de poltronas vagas restante. Larissa encontra Eduardo, e sentam juntos com Horácio, Salete, Daniel, Dácio, Ione e Samuel. Na fileira atrás deles, está Regina, Cássia e o namorado dela. Cláudio encontra algumas cadeiras disponíveis do outro lado e senta-se junto com Camila, Adriana, Caio e Junior. Pedro, Felipe, Paula, Carol e Sara estão sentados na primeira fileira em frente ao palco. Ramon, Adriana e os garotos da Órbita Três estão ao lado de Ivo, Sara, Manuela, Tiago, Thalita e Éster. Alice está em cima do palco, por trás da cortina. Abre uma pequena brecha entre a cortina, repara na multidão de pessoas que só vem aumentando. Além de seus conhecidos, ela fez questão de que boa parte de impressão também estivesse presente. Sorri ao ver que o auditório está lotado)
ALICE – (feliz) Isso! Chegou a hora do show! (fecha a brecha da cortina, empurra sua cadeira para trás e se esconde em meio a escuridão ao fundo. Todos estão sentados em seus devidos lugares, a iluminação diminui e a cortina inteira se abre neste momento)

Continua no último capítulo…

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