NOTA DO AUTOR
Olá, pessoal! Como vocês estão? Desculpa atrasar um pouquinho o capítulo e colocar essa nota logo no início, prometo que serei breve. Só quero agradecer a todos que acompanharam está longa história das canções. Me diverti muito escrevendo-a, assim como curti muito ouvir tantas e tantas músicas e acrescentá-las em cada capítulo. Realmente só tenho a agradecer a todos os leitores, independente se acompanham desde o início ou conheceram a história agora. Sou grato a todos, de verdade! Quero agradecer muito a Cyber TV por me aturar nos últimos dois anos ocupando o horário das 19h (risos). Hoje estou passando o bastão para a minha sucessora, Estação Medicina. E é isso, vamos para o último capítulo. Espero que gostem, tenham um boa leitura. Até a próxima!
“O Grande Show”
19 anos atrás…
[CENA 01 – CASA DE CARLA/ Q. DE CARLA/ NOITE]
(Carla entra em seu quarto aparentemente um pouco cansada. Caminha até a cama, se acomoda e começa a acariciar sua enorme barriga de 9 meses. A qualquer momento seus filhos podem querer vir ao mundo. Ela não ver a hora de tê-los em seus braços. O seu menino e a sua menina. Sente um leve chute de um deles)
CARLA – (sorri) Pelo visto este menino vai ser jogador de futebol, gente. Ou será que é você, Manuzinha?! (se Alice tivesse sido criada por Carla, ela teria recebido o nome de Manuela) Vocês estão animados hoje, hein? (acaricia sua barriga, olha para o teto e pensa em Felipe. Se pergunta onde ele deve estar nesse momento) Eu vou cuidar muito bem de vocês, viu?! Vamos ser uma família feliz. Eu, vocês, a sua tia maluca lá embaixo e o vovô. (imagina a sua vida ao lado de seus filhos) Vocês dois crescerão juntos e farão muita bagunça nesta casa. (olha para sua barriga) Se vocês já aprontam muito aí dentro, imagina quando estiverem aqui fora. (olha para o teto) Possivelmente irão brigar muito, normal. Mas apesar de tudo, desejo que um seja sempre o refúgio do outro. (olha para sua barriga, a acaricia) Não importa quem vai cuidar de quem, quantas vezes briguem, desejo apenas que vocês cresçam sendo pessoas do bem, honestas e que não tenham medo de ir atrás do que acreditam. Não se separem nunca um do outro. Pedro, quero que você cuide muito bem da sua irmã. O mesmo vale para você, Manu. (olha para o teto) Vocês um dia terão apenas um ao outro, e quero deixá-los preparados para quando este momento chegar. Há um mundo grande aqui fora para vocês explorarem juntos. (acaricia a barriga, sorri) E eu estou curiosa para ver o que vocês farão dele!
Agora…
[CENA 02 – INSTITUIÇÃO DE MÚSICA/ SALA DE MÚSICA – AUDITÓRIO/ NOITE]
(alguns minutos antes de subir ao palco, Alice se reuniu com todas as crianças e convidados que irão participar das apresentações. Ela pediu que fizessem um círculo no meio da sala e que cada um segurasse a mão do outro. Otávio está ao seu lado)
ALICE – (feliz) É hoje, gente! Logo mais vou lá em cima, ver como estão as coisas. Se eu bem sei, certamente estará lotado. (algumas crianças parecem nervosas) Não precisam ficar nervosas, está bem? Vamos nos divertir lá em cima. Ao longo destas últimas semanas, eu acompanhei o esforço e dedicação de cada um de vocês. Eu vi o quanto vocês superavam suas limitações e ficavam mais forte. Porque eu também ficava junto com vocês. E hoje, todos nós, juntos vamos mostrar a nossa força para a grande plateia lá em cima, que está nos esperando. (as crianças começam a ficar confiante) Saibam que estou muito orgulhosa de todos vocês. Torço para que cresçam nesta área, fiz questão de chamar vários donos de gravadoras, produtores, empresários… Quero que relaxem e que vocês se divirtam lá em cima. Se o nervosismo persistir, olhe para o colega ao lado, que ele estará lá para te ajudar. (sorri) Vocês estão prontos?
TODOS – (sem muita euforia) Sim!
ALICE – Não, tá fraco isso. Cadê a força que eu acabei de falar?! Vou repetir de novo. (empolgada) Vocês estão prontos?
TODOS – (empolgados) Sim!!
ALICE – Então, vamos… que é a hora do show!
[AUDITÓRIO]
(Alice está por trás da cortina, abre uma brechinha e observa o auditório praticamente lotado. Sorri, fecha a brecha e empurra sua cadeira para trás. Após todos se acomodarem em seus lugares, a iluminação diminui e a cortina do auditório se abre. Otávio está no centro do palco, no meio de 6 pessoas, ambos com trajes elegantes. Todos estão de costas para o público, começam a apresentação)
[CENA DE MÚSICA – O GRANDE SHOW/ THE GREATEST SHOWMEN (versão brasileira MAEL FORBES versão original do filme THE GREATEST SHOWMEN)]
[OTÁVIO]
Senhoras e senhores, pare e prestem muita atenção 1
Chegou o momento de lhe tirar da escuridão.
Existe uma dor que lhe tira o ar 2
Que dói nos seus ossos,
Que rouba sua mente.
E o que é real vai ficando pra trás…
Não lute contra o que está vindo até você 3
É apenas um momento não se importe jamais.
Não pense no que ainda tem pra acontecer.
O sonho mais febril você não consegue ver
Apenas se entregue e deixe lhe consumir.
O fogo, a liberdade e essa sensação
Vem sentir com a gente essa linda emoção…
Tá tudo coberto de cor 4
Tem luzes em todo lugar
Os sonhos vão se tornar realidade
Essa noite!
Esse é o grande show!
O sol não pode parar
Ver o sonho acontecer
Vou conquistar você, feche os olhos
Esse é o grande show!
Não pense no que ainda tem pra acontecer 5
O sonho mais febril você não consegue ver… ê
Apenas se entregue e deixe lhe consumir
O fogo, a liberdade e essa sensação
Vem sentir com a gente essa linda emoção
Tá tudo coberto de cor 6
Tem luzes em todo lugar
Os sonhos vão se tornar realidade
Essa noite!
Esse é o grande show!
O show não pode parar
Ver o sonho acontecer
Vou conquistar você, feche os olhos
Esse é o grande show!
É tudo que eu sempre quis 7
Você precisa acreditar
Eu sempre quis estar aqui
Esse é o melhor lugar (x2)
[ALICE]
É onde você quer estar 8
[ALICE E AS CRIANÇAS]
O sol não pode parar 9
Ver o sonho acontecer
Vou conquistar você, feche os olhos
Esse é o grande show! (x2)
[PEDRO]
Esse é o grande show! 10
Tem luzes em todo lugar
Os sonhos vão se tornar realidade
Essa noite!
Esse é o grande show!
O sol não pode parar
Ver o sonho acontecer
Vou conquistar você, feche os olhos
Esse é o grande show!
[ALICE E PEDRO]
Por que tudo que quero estar aqui
O impossível se torna real
As paredes não podem
Nos parar, nos parar
[TODOS]
Esse é o grande show! (x8)
1. Os seis dançarinos se movem sobre o palco. Batem com os pés no chão, conforme a música. De dois em dois, eles vão se afastando de Otávio e se movimentam pelo o ambiente vago e disponível. O espaço está com pouco iluminação. Assim que começa a cantar, Otávio se vira para o público.
2. Ele caminha em linha reta em direção a beira do palco, mantém uma expressão centrada no rosto. Volta para trás, ainda em linha reta. Ao redor, os seis dançarinos continuam se movendo em sincronia.
3. Em sua posição inicial, os dançarinos se aproximam de Otávio. Formam uma fileira de frente para a plateia, dançam juntos.
4. Neste momento, o palco inteiro ganha uma iluminação colorida e viva. Várias crianças entram no palco e começam a dançar espalhados. Um grupo de crianças com cadeira de rodas entram em seguida, junto com Alice. Esse pequeno grupo, dança um coreografia específica. O público inteiro fica de pé e aplaudem a apresentação, que está perfeitamente coreografada, todos em suas devidas posições.
5. A música acelera e os passos de todos também. Uma mistura de grupos ocorre em cima do palco. Todos vão a loucura, se impressionam como aquelas crianças estão fazendo aquilo.
6. Pedro repara na irmã dançando feliz e se divertindo ali em cima, isso o inspira. A produção do programa de Haúla, da Rede Sonho de Televisão, não perdem nenhum momento do que está acontecendo no palco. Todo o efeito de luz, passos sincronizados e bem executados, prendem a atenção de todos.
7. Ver todos se divertindo com aquela energia e alegria, faz Pedro sentir vontade de subir naquele palco e cantar junto com eles. Otávio volta para sua posição inicial, as danças diminuem e ficam concentradas apenas nas bordas.
8. Todos focam a atenção para Alice, que está no lado esquerdo do palco e solta uma nota bem alta em relação a música. Desde que sofreu o acidente, nunca mais ela cantou em público, por isso a surpresa de todos. Pedro queria estar ali, junto com eles cantando. Então, já que não podia está mundo real, ele fecha os olhos e imagina.
9. Pedro está no centro do palco, com Alice ao seu lado. Todos estão dançando ao redor. Ele e a irmã se divertem. Ela volta para perto das crianças, Pedro dança e canta junto com os dançarinos no centro.
10. A imaginação de Pedro fica até o final da música. Ele e a irmã cantam felizes. A apresentação se encerra, Pedro abre os olhos e todos que ficaram em pé a apresentação inteira, eufóricos com tudo o que viram, batem palmas. As crianças vão até a beira do palco, agradecem e saem em seguida. Nos bastidores, todos vibram por a primeira apresentação ter sido um sucesso. Após o público se acalmarem, Alice volta para o palco)
(Alice empurra sua cadeira até a borda, parece um pouco cansada, porém feliz ao ver a reação do público)
ALICE – Muito boa noite a todos! Nossa quanta gente. (repara algumas pessoas em pé ao redor do auditório) Gostaram da nossa abertura?
PÚBLICO – Sim!
ALICE – Se preparem, que tem mais música pela frente. Essas crianças prepararam coisas incríveis para essa noite. Antes de liberar o espaço para a próxima apresentação, eu preciso contar uma pequena história para vocês. Existia uma garota que vivia sempre no mundinho cor de rosa dela. As coisas tinham de acontecer do jeito dela, na hora que ela queria e tudo tinha que ser perfeito. Se algo saísse do lugar, ela na hora condenava o responsável. Mas um certo dia, ela conheceu um garoto que a fez percebe que existia outras cores no mundo. (olha para o irmão) Não foi fácil, a garota era teimosa. Só que acreditem se quiser, o garoto era mais. (ri, Pedro também) Com o tempo, os dois não se largaram mais. A garota estava feliz, só que aí… um incidente acontece em sua vida. Um abismo se abriu em meio ao seu novo mundo e a única coisa que ela conseguia enxergar era escuridão. Ela não acreditava mais em nada, só queria sumir, deixar de existir. Mas lembram do garoto? Pois, é… ele a salvou mais uma vez. Sem a insistência dele por tirá-la do abismo, talvez todos vocês não estariam reunidos aqui hoje. E essa instituição nem existiria. E está ideia só surgiu porque a garota percebeu o quão é importante a vida, dentro dos olhinhos de uma menininha, que assim como ela, está presa em uma cadeira de rodas. Sabe por que ela percebeu que a vida é importante? Porque tanto a menininha, como a garota tinham a música dentro delas. E por essa paixão pela música, as duas estão aqui hoje. (olha para o lado e a menina que conheceu meses atrás na Fundação Frederico Werneck entra empurrando sua cadeira. Cristina e a sobrinha, Ágata, de Falso Amor, estão na plateia e aplaudem a entrada da menina. Raúla e o irmão, Renato, de Escândalo, estão ao lado delas e também a aplaudem, a produção do programa dela se atenta a este momento. Camila, de Divas, também está presente junto com Bruno) Essa é a menininha que abriu os olhos da garota. (a menina fica ao lado de Alice) E a garota, senhoras e senhores, sou eu! E hoje este espaço existe para que o sonho dessa menina e de outras crianças por aí, possam se tornar realidade. E apesar do que digam a elas ou os olhares que recebem, aqui elas poderão cantar o que realmente sentem. (uma música começa a tocar, Alice segura a mão da menina, que começa a cantar)
[CENA DE MÚSICA – THIS IS ME (música tema do filme THE GREATEST SHOWMEN cover MUSICALITY)]
[CRIANÇA 01]
I am not a stranger to the dark 1
Hide away, they say
‘Cause we don’t want your broken parts
I’ve learned to be ashamed of all my scars
Run away, they say
No one’ll love you as you are
[CRIANÇA 02]
But I won’t let them break me down to dust 2
I know that there’s a place for us
For we are glorious
[CRIANÇA 03]
When the sharpest words wanna cut me down 3
I’m gonna send a flood, gonna drown ’em out
I am brave, I am bruised
I am who I’m meant to be, this is me
[CRIANÇA 04]
Look out ’cause here I come 4
And I’m marching on to the beat I drum
I’m not scared to be seen
I make no apologies, this is me
[CRIANÇAS]
Oooooh, Oooooh, Oooooh, Oooooh,
[CRIANÇA 03]
Another round of bullets hits my skin 5
Well, fire away ’cause today, I won’t let the shame sink in
We are bursting through the barricades and
Reaching for the sun (we are warriors)
Yeah, that’s what we’ve become (yeah, that’s what we’ve become)
[CRIANÇAS]
I won’t let them break me down to dust 6
I know that there’s a place for us
For we are glorious
When the sharpest words wanna cut me down
I’m gonna send a flood, gonna drown ’em out
I am brave, I am bruised
I am who I’m meant to be, this is me
Look out ’cause here I come
And I’m marching on to the beat I drum
I’m not scared to be seen
I make no apologies, this is me
Oooooh, Oooooh, Oooooh, Oooooh,
[CRIANÇA 01]
This is me
And I know that I deserve your love
There’s nothing I’m not worthy of
[ALICE]
When the sharpest words wanna cut me down 7
I’m gonna send a flood, gonna drown ’em out
This is brave, this is bruised
This is who I’m meant to be, this is me
[ALICE E AS CRIANÇAS]
Look out ’cause here I come (look out ’cause here I come) 8
And I’m marching on to the beat I drum
(Marching on, marching, marching on)
I’m not scared to be seen
I make no apologies, this is me
When the sharpest words wanna cut me down
I’m gonna send a flood, gonna drown them out
I’m gonna send a flood
Gonna drown them out
This is me
1. Alice fica ao lado da garota, a observa cantar, sorri. Embora esteja nervosa, só por Alice está ali segurando a mão dela, a conforta. Todos estão em silêncio, atentos a garotinha.
2. Um garoto entra no palco, também de cadeira de rodas, fica do outro lado de Alice. Ela também segura a mão dele.
3. Uma outra criança de cadeira de rodas entra e vai em direção a garota ao lado de Alice. Segura na mão dela, sorriem.
4. Uma quarta criança entra e vai para o lado onde está o garoto. Todos estão de mãos dadas, várias fotos são tiradas deste momento. Todos começam a cantar, com exceção de Alice, que apenas os observa bastante orgulhosa.
5. A garota ao lado de Alice volta a cantar, nesse mesmo instante o palco é preenchido por várias crianças e uma nova coreografia.
6. Todos começam a cantar, inclusive as crianças que estão logo atrás dançando. Em nenhum momento Alice solta a mão delas, ela se emociona e lágrimas começam a escorrer de seu rosto.
7. Alice canta emocionada, olha para a público e ver que alguns também ficaram. Em seu último trecho, ela olha para o irmão, que também está orgulhoso dela.
8. Todos que estão no palco cantam juntos dessa vez. Alice não solta da mão de ninguém, assim como as outras crianças. Com o encerramento da música, todos ficam de pé e só se ouvem aplausos. Todos agradecem e saem do palco. Alice limpa suas lágrimas.
OTÁVIO – (todas as crianças saem do palco junto com Alice. Otávio entra e fica no centro) Oi, pessoal! Acredito que aqui alguns me conhecem por ter ganhado a temporada passada do programa de música Sua Canção. (Lauro, Léo, Valéria e Igor também estão presentes na plateia) Em algumas semanas o programa terá um novo campeão, que aliás, tenho até o meu favorito. (ri) Não vou falar, para não influenciar a decisão dos jurados, que creio eu, estejam aqui presentes. (Lauro grita de onde está)
LAURO – Estamos sim!
OTÁVIO – (ri) Que bom. Que bom, pois assim vocês também conhecerão um campeão, que embora não tenha participado de nenhum programa de música, é um vencedor na vida. (um garoto entra no auditório, e assim como Otávio, ele também é cego) Embora não conheçamos o mundo com os olhos, a gente o conhece de uma outra forma, não meu amigo? (sente a presença do garoto ao seu lado, toca no ombro dele) E vamos mostrar hoje para vocês, a nossa forma de ver o mundo. (sorri, vira-se e caminha em direção ao piano logo atrás, senta-se. O garoto continua no centro do palco, começa a cantar)
[CENA DE MÚSICA – DON’T STOP ME NOW (QUEEN)]
[CRIANÇA 05]
Tonight I’m gonna have myself a real good time 1
I feel alive
And the world, I’ll turn it inside out, yeah!
I’m floating around in ecstasy
[TODAS AS CRIANÇAS]
So don’t stop me now 2
Don’t stop me
[CRIANÇA 05]
‘Cause I’m having a good time, having a good time 3
I’m a shooting star leaping through the sky
Like a tiger defying the laws of gravity
I’m a racing car passing by, like Lady Godiva
I’m gonna go, go, go
There’s no stopping me
I’m burning through the sky, yeah!
Two hundred degrees
That’s why they call me Mister Fahrenheit
I’m travelling at the speed of light
I wanna make a supersonic man out of you
[TODAS AS CRIANÇAS]
Don’t stop me now 4
I’m having such a good time
I’m having a ball
Don’t stop me now
If you wanna have a good time, just give me a call
Don’t stop me now (’cause I’m havin’ a good time)
Don’t stop me now (yes, I’m havin’ a good time)
I don’t wanna stop at all
[CRIANÇA 05]
I’m a rocket ship on my way to Mars
On a collision course
I am a satellite, I’m out of control
I am a sex machine ready to reload
Like an atom bomb about to
Oh, oh, oh, oh, oh, explode
I’m burning through the sky, yeah!
Two hundred degrees
That’s why they call me Mister Fahrenheit
I’m travelling at the speed of light
I wanna make a supersonic woman of you
[TODAS AS CRIANÇAS]
Don’t stop me, don’t stop me, don’t stop me 5
Hey, hey, hey
Don’t stop me, don’t stop me, ooh, ooh, ooh
I like it
Don’t stop me, don’t stop me
Have a good time, good time
Don’t stop me, don’t stop me
[CRIANÇA 05]
Ooh, I’m burning through the sky, yeah! 6
Two hundred degrees
That’s why they call me Mister Fahrenheit
I’m travelling at the speed of light
I wanna make a supersonic man out of you
[TODAS AS CRIANÇAS]
Don’t stop me now
I’m having such a good time
I’m having a ball
Don’t stop me now
If you wanna have a good time, just give me a call
Don’t stop me now (’cause I’m havin’ a good time)
Don’t stop me now (yes, I’m havin’ a good time)
I don’t wanna stop at all
1. Otávio espera o momento certo para começar a tocar. O garoto respira fundo, fica alguns segundos em silêncio e aí assim começa a cantar. No piano, Otávio sorri e posiciona suas mãos sobre as teclas.
2. As crianças entram no palco no mesmo instante que Otávio começa a tocar. Elas se posicionam em seus lugares e assim que a música ganha ritmo, todos começam a dançar.
3. Otávio fica de pé, chuta o banquinho onde estava sentado para trás e toca animado. O garoto além de cantar, também dança. Todos parece que ensaiaram uma coreografia para este número.
4. O público fica de pé, sentem contagiados com a apresentação das crianças, alguns até estão dançando. Alice está próximo a cortina, tem uma visão ampla do palco, sorri ao ver o jeito eufórico de Otávio tocar piano.
5. Todos, incluindo o público cantam junto a música. Alice não queria perder a festa, empurra sua cadeira até o palco e participa também.
6. A música reduz um pouco o ritmo, todos vão para perto do piano e dançam em passos leves. A apresentação se encerra, todos aplaudem a música solo do garoto. As crianças saem do palco, Alice fica sozinha.
ALICE – (cansada) O show tá incrível, ei gente? Mas, que tal um intervalo rápido? Daqui a pouco a gente volta, com uma surpresa para vocês. (a cortina se fecha, Alice escuta os aplausos e vai para trás feliz. Minutos depois a cortina se abre, com a banda Órbita Três no palco)
RAMON – (todos voltaram do pequeno intervalo, se acomodam) Fala, pessoal! Viemos dizer que apoiamos demais está ideia. Remarcamos a data de um show, só para estarmos aqui está noite. E mais do que isso, todos nós decidimos em fazer uma doação para continuar mantendo isso em frente. Nosso empresário já fez a transferência de 50 mil, né Ivo? (Ivo confirma da plateia, pessoal batem palmas) Essas crianças merecem, pessoal. Ver a alegria delas cantando aqui em cima, é incrível. Por isso, para animar ainda mais está noite, aqui vai a nossa música nova, que acabou de ser lançada. (plateia vai a loucura) Quem já conhece, quero ver cantando, hein. (olha para seus colegas de banda e começam a tocar)
[CENA DE MÚSICA – MÚSICA ORIGINAL]
(Ramon canta a música nova da banda, imediatamente todos ficam de pé, batem palmas. Embora tenha sido lançada recentemente, boa parte do pessoal já sabem a letra. É uma música alegre e contagiante, boa parte do público estão dançando. Durante a apresentação, algumas crianças sobem ao palco e cantam juntos com garotos. Logo após o encerramento da música, todos agradecem e saem do palco. Alice entra em seguida, empurra sua cadeira até a beira)
ALICE – Obrigada, meninos. Tanto pela a doação, como pela a música que trouxeram. Quem sabe no finalzinho, vocês não cantam mais uma, hein?! Está tudo perfeito, pessoal. Por isso, quero aproveitar essa noite especial e dizer uma novidade. (faz um pequeno silêncio) Cansei de ficar longe dos palcos… por isso, eu decidi retornar com a minha carreira. (todos batem palmas, Pedro e a família ficam de pé, surpresos e felizes com a notícia) Eu não sei se um dia eu vou voltar a andar ou não, de qualquer forma, não importa. Eu estou feliz assim, tenho uma família que está ao meu lado, sempre para o que eu precisar. Então, não tem motivo pra continuar afastada daquilo que eu gosto, que é cantar. Que é sentir essa energia boa que vocês enviam pra gente. (sorri) Eu compus essa música para marcar o meu retorno. (Otávio vai até o piano logo atrás) Espero que gostem! (Otávio começa a tocar)
[CENA DE MÚSICA – MÚSICA ORIGINAL]
(a música de Alice começa em um ritmo lento, mas que vai acelerando gradativamente. Outros instrumentos como bateria e baixo entram no conjunto. Ela está cantando em inglês, como sempre, e a letra da música fala sobre reconstrução. Tem um pouco de sua história, da “garota que perdeu o mundo perfeito” e pouco de sua vontade em voltar para os palcos. As pessoas gostam, Pedro entende perfeitamente a irmã, afinal, é ele quem precisa se reconstruir agora)
Amanhecendo…
[CENA 03 – CASA DE ALICE/ Q. DE PEDRO/ DIA]
(Pedro está deitado na cama, lembra de um trecho da música que sua irmã cantou. Alice bate na porta, a abre e entra em seguida)
ALICE – (animada) Sabia que estava acordado. (fecha a porta, empurra sua cadeira até a cama, brinca) Vocês rapazes do campo acordam junto com as galinhas.
PEDRO – (sorri) O que você quer tão cedo, Alice?
ALICE – (pega o tablet em seu colo) A noite de ontem foi um sucesso. Conseguimos 64 doações. (animada) Agora sim eu posso comprar mais instrumentos de música, fazer reformas, criar novas salas, receber mais crianças, contratar professores formados, capacitados. (percebe que o irmão não está tão feliz assim, guarda o tablet) E apenas eu estou feliz com isso!
PEDRO – Não, é claro que eu estou feliz. Muito feliz. O jeito que aquelas crianças cantaram ontem, realmente você tem feito um ótimo trabalho com elas.
ALICE – Então por que você está assim?
PEDRO – Só estou pensativo, é isso.
ALICE – Você tá precisando é levantar desta cama! Vocês do campo não levantam cedo, não?
PEDRO – (ri) Levantamos, mas o que me surpreende, é você ter levantando tão cedo só para me atormentar logo de manhã.
ALICE – Que te atormentar o que? Sou empresária agora. Não posso ficar perdendo tempo na cama.
PEDRO – (se levanta) Oh, desculpa, ó senhora empresária! (joga um travesseiro em Alice e saí correndo do quarto)
ALICE – Mas o que? Volte aqui, Pedro! Vem cá, que vou te devolver na mesma moeda! (vai atrás do irmão, com o travesseiro na mão)
PEDRO – (fora do quarto) Se você conseguir me pegar antes!
[CENA 04 – LANCHONETE DO IVO/ DIA]
(Ramon está sendo atendido por Andréa, que anunciou seus últimos dias na lanchonete)
RAMON – (olha o cardápio) Não acredito que você irá deixar o Ivo.
ANDRÉA – A minha oportunidade chegou, ué. O que eu posso fazer? Eu agradeci muito o Ivo pela a oportunidade que ele me deu nestes últimos meses, mas agora chegou a minha hora de brilhar.
RAMON – (coloca o cardápio na mesa, a provoca um pouco) Você sabe que esse cara veio atrás da banda, né? Foi apenas sorte ele ter te encontrado.
ANDRÉA – Isso. Pisa mais. A fama está subindo na sua cabeça agora, é?!
RAMON – (ri) Eu estou brincando, maluca. É claro que estou feliz por você. (pega a mão dela) E aliás, quero ser convidado a cantar com você no primeiro show que fizer.
ANDRÉA – (um pouco chateada, ele sabe que ela não gosta de provocações, puxa a mão de perto dele) Eu vou pensar no seu caso!
RAMON – (ri) Eu só lamento pela a lanchonete. Sem você ou o Ivo aqui, meio que será difícil mantê-la funcionando.
ANDRÉA – Eu sei. Mas eu prometi ao Ivo, que antes de sair, iria procurar alguém para ficar aqui. E quero sua ajuda com isso.
RAMON – Quer minha ajuda? (ri) Tá, só se antes você me convidar para cantar no seu primeiro show!
ANDRÉA – Quer mesmo esse joguinho comigo?!
RAMON – Quer a minha ajuda ou não? (Andréa tira um papel de seu bloquinho, amassa e joga na cara de Ramon) Ei? Ainda bem que você vai sair. Espero que a próxima garçonete, não jogue papel na cara dos clientes também, viu. (Andréa saí da mesa chateada, vai em direção a mesa de um cliente que a chamou, Ramon a provoca) Você ainda não anotou meus pedidos! Tem cliente aqui querendo comer, ué. (Andréa tira outro papel do bloquinho, amassa e joga nele novamente. Ramon dessa vez consegue desviar, ri) Eu te amo! (mexe em seu celular)
[CENA 05 – CASA DE ALICE/ ESCRITÓRIO/ DIA]
(Pedro bate na porta do escritório, Felipe está mexendo no computador)
PEDRO – (entra) Oi, pai. O senhor está muito ocupado?
FELIPE – Não, filho. Pode entrar. (Pedro fecha a porta, senta-se e observa seu pai trabalhando)
PEDRO – Se o senhor estiver ocupado, eu posso voltar outra hora.
FELIPE – Não, estou terminando este email aqui. Só um momento. (finaliza o email, revisa e envia. Presta atenção no filho) Pronto, pode falar agora.
PEDRO – A empresa deve tomar muito tempo mesmo do senhor, não é mesmo? Até no Domingo tem que ler emails, respondê-los…
FELIPE – É, na verdade só estava respondendo um fornecedor.
PEDRO – Sei. Eu acho que nunca perguntei isso, mas por que o senhor desistiu da sua banda anos atrás, para voltar para a empresa? O senhor não era feliz cantando?
FELIPE – (ri) Era e muito. A minha curta passagem na música foi um dos melhores momentos em minha vida. Só que na época, a sua irmã tinha acabado de nascer. Então, por mais que cantar por aí fosse o meu sonho, eu tinha uma filha que precisava de mim ao lado dela. Eu não queria ser um pai ausente, como o meu foi.
PEDRO – O senhor foi um bom pai, embora tenha mimado demais minha irmã. (ri)
FELIPE – É, eu sei. Eu também queria ter sido um bom pai pra você. Mas acho que sua mãe foi bem melhor do que eu na criação dos filhos. (ri)
PEDRO – Os dois foram bons, independentes de tudo. (um curto silêncio) Quer dizer então que o senhor trocou o seu sonho, pela a família.
FELIPE – Praticamente isso.
PEDRO – Entendo.
FELIPE – Mas por que essa curiosidade agora?
PEDRO – (se levanta) Por nada não. Só curiosidade mesmo. Eu vou sair, está bem?! Vou ver o Ramon e o pessoal da banda lá na lanchonete do Ivo.
FELIPE – Tudo bem. (Pedro saí do escritório, Felipe volta a mexer no computador)
Anoitecendo…
[CENA 06 – CASA DELLE ROSE/ SALÃO/ NOITE]
(Salete está andando pelo o salão, cumprimenta alguns clientes, sempre com um sorriso no rosto. O cabaré, como quase todas as noites está alegre e movimentado. Algumas meninas estão se divertindo com os clientes nas mesas, outras no bar, algumas dançam pelo o salão ao som da música ambiente. A cortina do palco se abre, todos batem palmas e dedicam sua atenção a ele. Larissa está no centro, quatro garotas estão logo atrás dela. Começa a cantar)
[CENA DE MÚSICA – O QUE É QUE A BAIANA TEM (CARMEN MIRANDA)]
O que é que a baiana tem? 1
O que é que a baiana tem?
Tem torso de seda tem (tem)
Tem brinco de ouro tem (tem)
Corrente de ouro tem (tem)
Tem pano da Costa tem (tem)
Tem bata rendada tem (tem)
Pulseira de ouro tem (tem)
E tem saia engomada tem (tem)
Tem sandália enfeitada tem (tem)
E tem graça como ninguém…!
O que é que a baiana tem? (bis) 2
Como ela requebra bem…!
O que é que a baiana tem? (bis)
Quando você se requebrar caia
por cima de mim (tris)
O que é que a baiana tem?
Mas o que é que a baiana tem?
O que é que a baiana tem?
Tem torso de seda tem (tem?)
Tem brinco de ouro tem (ah!)
Corrente de ouro tem (que bom!)
Tem pano da Costa tem (tem)
Tem bata rendada tem (e que mais?)
Pulseira de ouro tem (tem)
Tem saia engomada tem (tem)
Sandália enfeitada tem
Só vai no Bonfim quem tem…
O que é que a baiana tem? (bis)
Só vai no Bonfim quem tem…
O que é que a baiana tem? (bis)
Um rosário de ouro, uma bolota assim
Ai, quem não tem balangandãs
não vai no Bonfim
Ôi, quem não tem balangandãs
Não vai no Bonfim
Ôi, não vai no Bonfim (6 vezes)
1. Larissa e as outras garotas estão caracterizadas conforme a música. Eduardo e Otávio estão sentados em uma mesa em frente ao palco. Ela canta olhando diretamente a está mesa. Conforme o ritmo anima, ela desvia sua atenção para o público em geral. Anda pelo palco, dança feliz. Eduardo nem liga mais os olhares dos outros caras, a única coisa que ele quer ver é Larissa brilhando no palco.
2. As garotas que estão dançando junto com ela, fazem a segunda voz para a música. Todas dançam livremente pelo o palco. Salete vai até o bar e de lá observa a apresentação das garotas. Elas encerram o número, agradecem e são aplaudidas. Larissa desse do palco e caminha diretamente a Eduardo, o beija na frente de todos.
Alguns dias depois…
[CENA 07 – UNIVERSIDADE DE MÚSICA (NOVA YORK)/ AUDITÓRIO/ NOITE]
(Pedro está sentado ao lado de Maya, na sexta fileira próximo ao palco. A cortina ainda está fechada, faltam apenas alguns minutos para o musical começar)
PEDRO – (observa Carlo conversando com o primo e alguns amigos logo atrás) Eu esperava que o Carlo fosse conseguir algum papel no musical, mas o ver fora assim, me deixou surpreso quanto a Elizabeth.
MAYA – Talvez ela tenha aprendido a lição do semestre passado e decidiu dar uma chance para os veteranos.
PEDRO – Pode ser. (por um momento fica sério) E o que aconteceu com ele (Arthur)?
MAYA – Tá por aí fazendo trabalho comunitário. Graças a rica família dele, pagou uma pequena fiança e tá pagando o que fez em alguma ong por aí. Estragou a vida à toa.
PEDRO – Ele ainda pode recomeçar, né.
MAYA – Com o histórico criminal que ele colocou no currículo, acho meio difícil. (a cortina se abre, todos batem palmas. O musical inicia. Samuka até que está atuando bem, Pedro fica feliz por ver seus amigos se divertindo)
Alguns dias depois…
[CENA 08 – SÍTIO DE FREDERICO/ SALA/ NOITE]
(Alice e o pai decidiram passar as festas de final de ano no sítio, junto com Pedro, Paula, Carol e a mãe dela. Todos estão reunidos na sala, a espera da virada de ano. Paulo também está presente)
PAULO – Sabem que gostei daqui. É tranquilo, não tem aquela movimentação toda da cidade…
PEDRO – Trabalho aqui é o que não vai faltar.
PAULO – Tenho pensado seriamente em passar um tempo por aqui. (à Paula) Preciso mesmo de um lugar para fixar minhas raízes. (Felipe lança um olhar confuso para o irmão, pois ele tem a empresa para administrar) Saiba, que se precisar de ajuda, só me chamar viu. (sorri simpaticamente para Paula)
PAULA – Acho que vou adorar receber uma ajudinha. (retribui o sorriso, Alice meio que percebe um climinha surgindo entre os dois)
ALICE – Finalmente uma mulher para fazer você parar de viajar, né tio?! (ri)
PEDRO – A ajuda dele vai ser boa aqui. Assim poderei me dedicar um pouco mais na universidade.
FELIPE – Saiu o resultado?
PEDRO – Não. A previsão é para sair na primeira semana de Janeiro, então estou aguardando.
CAROL – (ao lado dele) Você irá passar, se dedicou muito para isso.
ALICE – De um artista para engenheiro agrônomo! Que virada, hein.
PEDRO – É, ao menos ficarei feliz cuidado do sítio que vovô se dedicou por anos.
FELIPE – Fico feliz por você, filho.
PAULA – (brinca) Pelo menos com ele ao meu lado, sei que não irei destruir tão rápido as coisas por aqui. (todos riem, troca olhares com Paulo)
FELIPE – (se levanta) Vamos nos preparar, faltam 5 minutos para a meia-noite.
PEDRO – Vamos! (todos vão para fora do sítio, Felipe empurra a cadeira de Alice. Nathaniel e Gaspar aparecem na sala vazia)
GASPAR – E então… será que agora podemos fazer aquela passagem de tempo?
NATHANIEL – Acho que podemos! (sorri, os dois estalam os dedos ao mesmo tempo)
Dez anos depois…
[CENA 09 – SÍTIO DE FREDERICO/ CAMPO/ TARDE]
(Nathaniel e Gaspar estão sentados embaixo da árvore favorita de Pedro, observam o campo)
GASPAR – Quanta coisa pode acontecer em 10 anos, hein.
NATHANIEL – É, melhor explicar para o pessoal, se não eles ficarão confusos sem entender nada e cobrar o autor depois.
GASPAR – Tá… deixa eu ver por onde eu começo. Vou começar pela a Andréa, pode ser?
NATHANIEL – Vai em frente. (conforme os anjos iam narrando, as cenas iam sendo exibidas)
GASPAR – Bem, após sair da lanchonete do Ivo, Andréa iniciou a sua breve carreira na música. Assinou um contrato com uma gravadora, gravou algumas músicas, porém seu sucesso não foi tão estrondoso. Em pouco tempo, suas músicas não eram tão ouvidas assim. Até tentou pegar um pouco da carona com os garotos da Órbita Três, só que não adiantou.
NATHANIEL – Esses aí também não ficaram famosos por tanto tempo, né?! A banda foi um fenômeno durante os dois primeiros anos, em seguida começaram a sair da boca do povo. Outros cantores foram aparecendo, outras bandas…
GASPAR – Atualmente, até que eles têm um sucessinho. Ora ou outra alguém pesquisa as músicas deles na internet.
NATHANIEL – É, não chega a ser como antes, mas alguém ainda lembra deles. (ri) Quem sabe o casamento que ele anunciou com Andréa, não traga um pouco de atenção?!
GASPAR – De qualquer forma, desejamos sucesso aos dois.
NATHANIEL – Manuela entrou para a faculdade de Letras, se formou e hoje, além de ensinar música para as crianças, se tornou o braço direito de Alice.
GASPAR – Essa, por sua vez, todo ano tem lançado um hit novo. Mas já que a gente chega nela, continue.
NATHANIEL – Ainda namora o Tiago e os dois estão felizes na casa nova que construíram.
GASPAR – E as amigas dela?
NATHANIEL – Thalita não chegou a concluir a faculdade, se casou com um rapaz que conheceu na época da graduação e hoje é sustentada por ele. Éster, por outro lado, terminou a faculdade, assumiu sua bissexualidade e ajuda Manuela com a instituição de música.
GASPAR – Não esqueça que a mãe da Manu se casou com o Ivo e tiveram um filho, hein.
NATHANIEL – Verdade. Jorge reencarnou no filho deles. Sorte a dele!
GASPAR – Ou não! (ri) Ana infelizmente não fez boas escolhas nos últimos anos. Após terminar a universidade em Madrid, decidiu ficar morando por lá. Está namorando um cara que não ama, apenas por status.
NATHANIEL – Que decepção a mãe dela deve estar sentindo no céu, hein. Por outro lado, Junior e Adriana estão felizes juntos. Finalmente.
GASPAR – Alan também. Conheceu alguém que goste dele de verdade e hoje está dando aula de dança na instituição de Alice.
NATHANIEL – E o Caio?
GASPAR – Caio cursou direito e paralelamente, fez alguns cursinhos de desenho. Embora, hoje esteja trabalhando ao lado da mãe no escritório dela. Dácio e Daniel estão juntos, compraram uma casinha e adotaram os pequenos Henrique e Clara.
NATHANIEL – O Samuel tem sido o avô babão, não é mesmo?!
GASPAR – Tem sim. Cássia finalmente saiu de casa, se casou com o professor da universidade e hoje vivem bem. Regina continua ao lado do irmão. E o pessoal de Nova York?
NATHANIEL – Bem… o Samuka após terminar a universidade, tentou ir atrás de alguns papeis em musicais, séries de TV, só que não conseguiu encontrar nada fixo. Entre bicos e outros, percebeu que Nova York não era mais o seu lar. Ele voltou para o Brasil e está lutando para conseguir sucesso por aqui mesmo.
GASPAR – Ele conseguiu o papel principal em uma peça de teatro, não foi?
NATHANIEL – Sim, foi. A namorada dele, junto com Elisa também voltaram para o Brasil e estão trabalhando na instituição de Alice.
GASPAR – Instituição boa para gerar emprego, hein. Acho que vou deixar meu currículo lá depois daqui (ri)
NATHANIEL – O Arthur, este teve anos difíceis, mas parece que finalmente começou a se recuperar. Procurou tratamento, se arrependeu do que fez e em troca de uma bolsa novamente, tem ajudando os calouros a se adaptarem na universidade.
GASPAR – Nunca é tarde para recomeçar, não é mesmo! E nossos protagonistas?
NATHANIEL – Bem… vou começar pela a Larissa, tudo bem?
GASPAR – Vai em frente.
NATHANIEL – Larissa logo percebeu que conciliar as atividades do cabaré com os shows não estava dando certo. Então ela precisava fazer uma escolha e fez.
GASPAR – Escolheu a carreira!
NATHANIEL – Exato. No entanto, como o sucesso é passageiro, logo ela também foi perdendo espaço no mercado. Com poucos shows na agenda, ela voltou a ajudar com o cabaré ao lado de Salete. E diga-se da passagem, mesmo após 10 anos, o cabaré continua alegre e divertido.
GASPAR – Hoje em dia, está cada vez mais difícil agradar o público. O que é fenômeno hoje, amanhã já é passado. Nem o big bang foi tão rápido assim. Milagre este cabaré ter mantido a fama ao longo dos anos.
NATHANIEL – Ele está sendo bem administrado, é isso. Larissa e Eduardo continuam namorando e esses dois sempre vão empurrando o casamento com a barriga. O filho deles precisa nascer, eu tô para intervir nisso, sabia?
GASPAR – Calma, calma… tudo tem o seu tempo.
NATHANIEL – Do outro lado, ao menos Otávio e Ione se casaram. Pena que durou 5 meses. Logo os defeitos de ambos começaram a aparecer. A carreira dele também regrediu um pouco e hoje está ajudando a Alice com as crianças. Pelo menos lá, ele encontrou a outra metade dele, a Lívia.
GASPAR – E finalmente o pai dele criou vergonha na cara e deixou o garoto em paz. Também, depois que perdeu a casa para o banco, rapidinho ele, a esposa e o filho encontraram emprego.
NATHANIEL – O que não faz a força de vontade, né mesmo? (ri)
GASPAR – Vou pular para o outro núcleo, está bem?
NATHANIEL – Vá em frente.
GASPAR – Felipe continua sozinho e cuidando da empresa, embora Rita tenha se insinuado para ele algumas vezes.
NATHANIEL – Essa não desiste mesmo. (ri)
GASPAR – O irmão dele teve um breve envolvimento com a Paula, só que os dois não tiveram sorte.
NATHANIEL – Convenhamos também, que um casal que tem praticamente o mesmo nome, não tem como dar certo. (ri)
GASPAR – Carol se formou em Medicina Veterinária, voltou para Minas e está ajudando Pedro com o sítio. Abriu sua própria clínica e tem cuidado dos animais daqui. Os dois se casaram na mesma época em que ela descobriu a gravidez. E hoje estão felizes, cuidado da filha de 4 anos, Amara.
NATHANIEL – E a Alice?
GASPAR – Essa retornou sua carreira na música com mais força ainda. E devido a criatividade e facilidade de compor, músicas novas é o que não faltam na carreira dela. Ela e Marcelo não deram muito bem. Ele até que a ajudou por alguns meses na instituição, só que o Marcelo queria mais. Então decidiu viajar pra fora e está seguindo sua carreira de DJ longe daqui. Para superar o término do relacionamento e por incentivos do irmão, ela retornou as sessões de fisioterapia e com o tempo, começou a sentir suas pernas novamente. Voltou a andar, se apaixonou por um fã, que aliás é músico também, e hoje está grávida do pequeno Davi! (sorri)
NATHANIEL – Muita coisa aconteceu! Pensei que não ia dar tempo de contar tudo. Creio que não esquecemos de ninguém não, né?!
GASPAR – Bem, dos que estão vivos, falamos de todos. Verônica morreu ano passado, sozinha e amargurada. Terá que evoluir muito para voltar pra cá novamente.
NATHANIEL – E o Miguel?
GASPAR – Verdade. O Miguel continua morando em São Paulo. Conheceu alguém e finalmente teve o seu primeiro filho. Luana e Sérgio nem precisamos dizer que aqueles estão no maior love, com a filhinha de 6 anos.
NATHANIEL – Creio que agora sim falamos de todos. (repara Pedro vindo na direção deles)
GASPAR – É, chegou a hora da história continuar, caso contrário, ela não termina hoje!
NATHANIEL – Pode terminar aqui na Cyber, mas esses personagens irão continuar vivos na cabeça do autor.
GASPAR – (sorri) Verdade!
NATHANIEL – Bem, eu vou indo. Deixar você aí para a cena final. (desaparece. Pedro vai para o outro lado da árvore, senta-se e observa o campo. Gaspar e Pedro encostam-se na árvore ao mesmo tempo, observam o céu. Minutos depois, ele observa Alice vindo com a pequena Amara. Sorri, observa as duas se aproximarem calmamente. Alice vem trazendo o violão, se agacha ao lado de Amara e cochicha algo no ouvido dela. As duas caminham em passos leves até a árvore, se preparam para assustar Pedro. Gaspar apenas observa tudo, sorri)
ALICE e AMARA – Achamos o papai!
PEDRO – (tem um leve susto, pega a filha no colo) O que vocês estão fazendo?
ALICE – (senta-se ao lado dele, coloca o violão em suas pernas) A Amara viu você saindo de fininho e a gente decidiu seguir você.
AMARA – Encontramos o esconderijo secreto do papai!
PEDRO – (acaricia o cabelo dela) Vocês são duas malandrinhas, viu. Não sei se vou deixar você passar mais tempo com sua tia não, hein.
ALICE – Ah, mas vai sim. Vou ensinar muita coisa para a Amara, né querida?!
AMARA – (saí do colo de Pedro) É sim, titia! (corre pelo o campo a frente, começa a brincar)
PEDRO – Toma cuidado, querida.
ALICE – (se aproxima um pouco mais do irmão) Ela muito lindinha, não é? Ainda bem que puxou a beleza da tia. (ri)
PEDRO – Ah, é. (coloca a mão na barriga dela, esfrega) Então esse garotão vai puxar para o tio aqui e vai dar muita dor de cabeça na mãe dele.
ALICE – Ah, mas não vai mesmo. Se a mamãe não deu corretivos em vocês, eu vou saber dar no meu filho. (os dois riem, observam por um tempo Amara brincando logo a frente) Sabe… às vezes me pergunto, como seria as nossas vidas, se tivéssemos crescidos juntos.
PEDRO – Também já me fiz muito essa pergunta.
GASPAR – (se deitou do outro lado da árvore, responde embora elas não possam ouvir) Eu sei! Só não vou dizer como seria. (ri)
ALICE – Também já me perguntei como seria se você tivesse sido criada pelo o papai e eu tivesse ficado com a mamãe.
PEDRO – (brinca) Essa eu sei. Eu seria o mimado da história! (Alice ri)
GASPAR – Ou não… Vocês teriam as mesmas essências, porém, viveriam histórias diferentes.
ALICE – Será que a mamãe fez planos com a gente?
PEDRO – Pode apostar que sim.
ALICE – (observa Amara brincando sozinha, passa a mão em sua barriga) O que será que o destino reserva para essas crianças, hein?
PEDRO – Confesso que isso aí eu também gostaria de saber. De qualquer forma elas terão a gente ao lado delas, sempre. (olha para a irmã, brinca) Você será a tia que irá levá-la ao shopping, para comprar sapatos, bolsas, essas coisas. (ri, passa a mão na barriga dela) E eu serei o tio que vai ensinar esse garoto a sumir por horas de casa e voltar só a noite.
ALICE – (ri) Você será um péssimo tio! (os dois riem, observam Amara a brincar) Essa fase da vida é tão boa, né? Correr por aí, sem se preocupar com nada. Sem problemas, responsabilidades… só correr, brincar, cair, ralar o joelho e ser feliz.
PEDRO – Confesso que ainda tenho isso em minha vida, mesmo sendo adulto. (ri)
ALICE – Tenho pena da Amara por tem um pai tão bobo como você. (ajeita o violão em suas pernas)
PEDRO – Por favor, se for cantar, cante uma brasileira. Se no futuro a Amara quiser seguir carreira na música, vou apresentar a ela músicas brasileiras, boas de verdade.
ALICE – Fique à vontade, eu já estou a anos luz a sua frente e já mostrei a ela a trilha completa de Adele, Celine Dion, Madonna… Só que a música que irei cantar não é de nenhuma dessas grandes cantoras. Na verdade, é uma brasileira um pouco antiga, mas a mensagem que ela passa supera gerações. (foca sua atenção ao violão, começa a tocar)
[CENA DE MÚSICA – ERA UMA VEZ (KELL SMITH)]
O dia em que todo dia era bom
Delicioso gosto e o bom gosto
Das nuvens serem feitas de algodão
Dava pra ser herói
No mesmo dia em que escolhia ser vilão
E acabava tudo em lanche, um banho quente
E talvez um arranhãoDava pra ver 2
A ingenuidade e a inocência cantando no tom
Milhões de mundos e universos tão reais
Quanto à nossa imaginação
Bastava um colo, um carinho
E o remédio era beijo e proteção
Tudo voltava a ser novo no outro dia
Sem muita preocupaçãoÉ que a gente quer crescer 3
E quando cresce, quer voltar do início
Porque um joelho ralado
Dói bem menos que um coração partido
É que a gente quer crescer
E quando cresce quer voltar do início
Porque um joelho ralado
Dói bem menos que um coração partido
Mesmo depois de descobrir que o mundo ficou mau
É só não permitir que a maldade do mundo
Te pareça normal
Pra não perder a magia de acreditar
Na felicidade real
E entender que ela mora no caminho
E não no final
É que a gente quer crescer 5
E quando cresce quer voltar do início
Porque um joelho ralado
Dói bem menos que um coração partido
É que a gente quer crescer
E quando cresce quer voltar do início
Porque um joelho ralado
Dói bem menos que um coração partido
Era uma vez…
2. Ao longo da música, memórias de Alice e Pedro quando eram crianças são exibidas. Pedro está brincando com sua mãe em um riacho perto dali. Simultaneamente, Alice brinca com seu pai na piscina. Ao ver a tia cantando, Amara volta para perto de seu pai, senta no colo dele e presta atenção na música.
3. Os olhinhos de Amara brilham com a música que Alice está cantando. Pedro acaricia a cabeça dela. Outras lembranças são exibidas. Pedro está andando a cavalo com o avô, enquanto Alice está brincando de bonecas com sua avó.
4. Pedro está tendo uma refeição com sua mãe e seu avô, assim como Alice está tendo uma refeição com seu pai e sua avó. Ele está correndo com os amigos, acaba caído e machucando o braço. Ao chegar em casa, sua mãe cuida dos seus ferimentos. Alice, por sua vez, está aprendendo a andar de bicicleta. Ela acaba caindo e relando o joelho. Felipe rapidamente corre até ela e cuida de seus ferimentos.
5. Embora os dois tenham crescidos separados, ambos tiveram a infância parecida. As lembranças se encerram, Amara acaba agarrando no sono no colo do pai. Alice encerra a música, coloca o violão ao lado, acaricia sua barriga e junto com o irmão, corujam a sobrinha.
FIM?
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Ah, e se tiver com saudades de ouvir das temporadas anteriores, não se preocupa que também tem playlist delas também. Essa aqui é da temporada “Minha Canção”
E está última aqui, é da temporada “Sua Canção”.
Agora, se vocês quiserem reler toda a história mais uma vez ou acabou de conhecê-la, aqui vai uma ajudinha. Logo abaixo, tem a história completa da saga das “canções”. Tenham uma boa leitura!