CENA 01. APARTAMENTO DE JOYCE. QUARTO DE BEATRIZ. INT. MANHÃ.

SONOPLASTIA: Amianto – Supercombo.

Beatriz está sentada na janela, com as pernas para o lado de fora, prestes a se jogar. CAM mostra Beatriz e Joyce logo atrás.

 

JOYCE – Beatriz, desce já daí!

BEATRIZ – Se a senhora der um passo, só vai antecipar a minha morte.

JOYCE (começa a chorar) – Por favor, filha. Eu te imploro, sai já daí.

BEATRIZ – Não, mãe. Eu já aguentei demais, pra mim já deu! Fala pro papai que eu odeio dele!

 

Beatriz se joga da janela. Joyce fica paralisada, chorando muito.

CONTINUAÇÃO DO CAPÍTULO ANTERIOR.

Após alguns segundos sem reação a mulher corre até a janela e observa a filha caída no chão; ela chora muito. Closes alternam entre Beatriz e Joyce, até que a CAM fixa-se em Joyce.

 

JOYCE (grita) – Beatriz!!!                                 

 

CENA 02. CASA DE CRISTINA E ELIAS. SALA. INT. MANHÃ.

Cristina está sentada no sofá, assistindo televisão. Cecília entra e se senta ao lado da mãe, sorridente. Cristina desliga a televisão e se vira pra Cecília.

 

CRISTINA – Sorriso bonito… O que te deixou tão feliz assim, filha?

CECÍLIA – Eu fui conversar com algumas pessoas que trabalhavam na Albuquerque na época do assassinato e acho que eles vão me ajudar. Eu acho que eu ainda posso provar minha inocência, mãe…

CRISTINA – Você vai conseguir sim, filha. Deus vai te ajudar!

CECÍLIA – Amém, mãe… Amém!

 

Cecília e Cristina se abraçam. As duas estão felizes.

 

CENA 03. HOSPITAL. QUARTO. INT. MANHÃ.

Emanuel está dormindo. Juliana está em pé ao lado dele, admirando o amado. O médico bate na porta, entra, se aproxima dos dois.

 

MÉDICO – Bom dia… Como ele passou a noite?

JULIANA – Bem, doutor, graças a Deus. Eu sinto que ele está quase bom pra sair daqui.

MÉDICO – Sim, o Emanuel apresentou uma melhora muito rápida e progressiva. Se tudo seguir como está, ele já ter alta amanhã mesmo.

JULIANA – Sério, doutor?! Que notícia boa!

 

Juliana abraça o médico, que ri para ela.

 

CENA 04. ALBUQUERQUE DRINK’S DISTRIBUTOR. ESCRITÓRIO DE ALBERTO. INT. MANHÃ.

Alberto está sentado em sua mesa, mexendo no computador, concentrado. Manuela entra sem bater à porta e se aproxima dele.

 

ALBERTO – O que você quer? Por que não bateu à porta antes?

MANUELA – Desculpa, seu Alberto, mas é urgente!

ALBERTO – Pois fale logo, Manuela!

MANUELA – A sua filha…

ALBERTO – O quê que tem a Beatriz?

MANUELA – Ela se jogou da janela e não resistiu… A sua filha está morta!

 

Alberto se levanta da sua mesa rapidamente, sem falar nada, e fica paralisado. O homem começa a chorar, Manuela o abraça.

 

CENA 05. MANSÃO ALBUQUERQUE. FUNDO. EXT. MANHÃ.

Vicente está observando o fundo da mansão. Tito o observa de longe e decide falar com ele. Tito se aproxima de Vicente.

 

TITO – Se eu fosse o senhor, não me meteria nesse roubo não! As pessoas que entraram aí não são fracas não!

VICENTE – Ah é? E quem entrou nessa casa?

TITO – E por que eu devo falar isso para o senhor?!

VICENTE – Porque eu sou o delegado encarregado de investigar este crime!

 

Tito se assusta com o que escuta e sai correndo.

 

VICENTE – Sujeito desgraçado!

 

CENA 06. ALBUQUERQUE DRINK’S DISTRIBUTOR. ESCRITÓRIO DE MURILO. INT. MANHÃ.

Murilo está em pé perto de sua mesa, organizando alguns papéis. Clarisse entra, chorando, e se aproxima do homem.

 

MURILO – O que aconteceu, Clarisse? Por que choras?

CLARISSE – Vou direto ao ponto! Só vim aqui pra pegar a minha demissão. Eu estou fora, seu Murilo!

MURILO – Por quê, Clarisse? Você é uma funcionária tão boa…

CLARISSE – Não estou nem ai pra isso! Eu peguei a sua filha beijando o meu namorado, e eu estou cansada disso! Ah, fique sabendo: eu sou amiga da Cecília! Licença!

 

Clarisse sai, irritada. Murilo fica confuso.

 

CENA 07. APARTAMENTO DE JOYCE. FACHADA. EXT. MANHÃ.

Ao fundo vemos o corpo de Beatriz sendo colocado em cima de uma maca por funcionários do IML. Joyce está encostada na parede, chorando muito. Alberto chega, também chorando, e abraça a esposa.

 

ALBERTO – Como isso aconteceu, Joyce? Porque a Beatriz se jogou da janela?

JOYCE – Eu acho que ela estava com depressão, Alberto. Lembra do corte nos punhos? Pois é! A gente não deu importância pra isso e o resultado está aí!

 

Alberto abraça Joyce novamente, os dois estão chorando muito.

 

CENA 08. FAVELA DA ROCINHA. CASA DE MARCÃO. SALA. INT. MANHÃ.

Marcão está sentado no sofá, contando um bolo de dinheiro nas mãos. Tito entra correndo, sem bater à porta, e se senta ao lado do chefe.

 

MARCÃO – Que é isso? Tem mais respeito por mim não?

TITO – Desculpa, chefe! Mas eu preciso falar sobre algo!

MARCÃO – Pois fale logo e me deixe em paz!

TITO – Eu estava dando uma olhada na mansão que a gente roubou e o negócio por lá tá indo rápido demais, eu acho que em dois dias no máximo eles vão descobrir que foi a gente que roubou lá!

MARCÃO – Claro que não, Tito! Por impressão digital eles não vão chegar a lugar nenhum! Câmera de segurança aquela casa não tem, tá tudo tranquilo!

TITO – Mas as casas vizinhas têm! E logo eles vão querer as imagens!

MARCÃO – Não importa! Eu já consegui o que eu queria e logo vou dar um fora daqui!

 

Tito e Marcão começam a sorrir cinicamente.

 

CENA 09. PARQUE. EXT. MANHÃ.

SONOPLASTIA: O Sol e a Lua – Pequeno Cidadão.

Pedrinho e Hanah estão andando pelo parque, de mãos dadas, ambos felizes. Após alguns minutos de passeio, os dois se sentam em um banco embaixo de uma árvore. Hanah se vira para Pedrinho e pega nas mãos do garoto.

 

HANAH – Olha, filho, eu quero dizer que eu estou muito feliz por você estar querendo se aproximar de mim. Eu sofri muito quando eu pensei em ser rejeitada… Eu sei que eu fui a pior pessoa do mundo quando te abandonei, mas hoje eu me arrependo muito disso, muito mesmo. E eu quero recuperar todo o tempo que nós perdemos juntos…

 

Hanah e Pedrinho se abraçam, a mulher beija a cabeça do filho.

SONOPLASTIA OFF.

 

CENA 10. RIO DE JANEIRO. PLANOS GERAIS. EXT. NOITE.

Anoitece. CAM AÉREA mostra uma avenida lotada de carros e pedestres. Em seguida corta para a fachada da Mansão Albuquerque, alguns carros estão estacionados na frente dela.

 

CENA 11. MANSÃO ALBUQUERQUE. SALA. INT. NOITE.

INSTRUMENTAL: Velório.

É o velório de Beatriz. No meio da sala está o caixão com o corpo da jovem. Joyce está próxima do caixão, chorando muito. Lorenzo se aproxima da tia e a abraça; ele também está bem abalado. Marina e Bárbara estão sentadas no sofá, demonstram tristeza, mas não choram. Murilo está sentado no outro sofá, pensativo. E Alberto está em pé, no canto da sala, conversando com alguns amigos, ele não demonstra tristeza e não derrama sequer uma lágrima.

INSTRUEMENTAL OFF.

 

CENA 12. ANGRA DOS REIS. HOTEL. SUÍTE. INT. NOITE.

Otávio está deitado na cama, usando apenas um roupão. Valentina sai do banheiro, usando camisola, e se deita ao lado do marido. Os dois começam a se beijar lentamente. Após alguns segundos, o telefone toca. Valentina empurra Otávio, se levanta e atende o telefone. Depois de alguns segundos, ela desliga o telefone e se aproxima de Otávio, em choque.

 

VALENTINA – Nós precisamos deixar isso pra outra hora! A minha mãe acabou de me ligar e disse que a filha da Joyce, minha patroa, se suicidou! A gente precisa voltar logo, eu preciso prestar meu apoio a ela!

OTÁVIO – Claro, amor, claro! Nós vamos agora mesmo!

 

Os dois se levantam e começam a se vestir. Otávio demonstra ter entendido tudo, mas no fundo está com raiva.

 

CENA 13. MANSÃO ALBUQUERQUE. SALA. INT. NOITE.

INSTRUMENTAL: Velório.

Alberto termina de conversar com seus amigos e os mesmos se afastam. Joyce se aproxima do homem, anda chorando um pouco. Os dois se sentam em duas poltronas que ficam no canto da sala e começam a conversar.

 

JOYCE – Triste essa situação, né?

ALBERTO – Muito, eu jamais queria tá passando por ela!

JOYCE – Nem eu! E só de pensar que nós poderíamos ter evitado tudo isso, chega me dá um aperto no coração!

ALBERTO – Nós poderíamos ter evitado?

JOYCE – É claro, Alberto. A Beatriz já demonstrava que não estava bem, eu te falei isso hoje de manhã. Se a gente tivesse realmente se preocupado, nós teríamos conversado com ela. Quando nós vimos ela cortando os braços, deveríamos ter procurado ajuda e não ter ficado de braços cruzados!

ALBERTO – Me desculpa se eu parecer frio, mas nós temos que deixar claro que a Beatriz se matou porque ela quis, porque ela queria chamar atenção. A Beatriz sempre teve tudo na vida. O que mais essa garota queria?

 

Joyce fica decepcionada com o que escuta, mas para não brigar, apenas concorda com o marido. Se levanta e volta para perto do caixão.

INSTRUMENTAL OFF.

 

CENA 14. FAVELA DA ROCINHA. CASA DE MARCÃO. SALA. INT. NOITE.

Marcão está com uma mala na sala, falando no telefone. Tito entra e fica confuso ao ver a mala. Após alguns segundos, Marcão desliga o telefone e se aproxima de Tito.

 

MARCÃO – O que você quer?

TITO – Nada, mas… Pra quê essa mala?

MARCÃO – Como pra quê? Eu não falei que iria embora? Pois é, já estou indo!

TITO – Ah sim, lembrei. E você vai levar o dinheiro?

MARCÃO – Com certeza!

TITO – E a minha parte?

MARCÃO – A sua parte é ficar aqui no Rio sendo a besta que tu é! E não adianta querer me denunciar, me entregar pra polícia não. Porque eles vão descobrir que tu fez parte do roubo, só que você vai ser preso sozinho, querido, porque eu já estarei bem longe daqui! Ah, pra você não ficar triste, pega essa esmolinha aqui!

 

Marcão tira do bolso uma nota de 100 reais e entrega para Tito. Logo após, sai carregado a mala e rindo muito. Tito começa a chorar de raiva enquanto segura o dinheiro.

 

CENA 15. CASA DE ROSA. SALA. INT. NOITE.

Clarisse está sentada no sofá, triste. Rosa vem da cozinha e se preocupa ao ver a filha daquela maneira, se senta ao lado dela.

 

ROSA – O que aconteceu, filha?

CLARISSE – Eu peguei o Tito beijando a Bárbara, mãe. A filha do meu patrão!

ROSA – Credo, filha! Eu sempre soube que você não deveria ter se metido com esse sujeito, ele não presta!

CLARISSE – Eu sei, mãe. E hoje eu percebo que a senhora sempre teve razão em relação ao Tito. Me desculpa por não ter dado atenção pra senhora, eu fui uma tola mesmo.

 

Clarisse, chorando muito, abraça Rosa, que consola a filha.

 

CENA 16. MANSÃO ALBUQUERQUE. SALA. INT. NOITE.

INSTRUMENTAL: Velório.

Joyce ainda se encontra no meio da sala, próxima ao caixão, chorando muito. Alberto se levanta e se aproxima da esposa.

 

ALBERTO – Está tudo bem, Joyce?

JOYCE – É claro que eu não estou bem, Alberto! Você não está nem um pouco triste pela morte da Beatriz?

ALBERTO (estressado) – Para de falar disso! É claro que eu estou! Agora eu não tenho culpa de ela ter se matado! Eu passo o dia na empresa. A responsabilidade de cuidar dela era sua, e não minha!

JOYCE – Você não tem coração mesmo… Eu cansei!

ALBERTO – Cansou de quê, Joyce?

JOYCE – De você! Eu quero o divórcio!

 

Alberto encara Joyce, surpreso com o que acaba de ouvir.

Imagem congela no personagem Alberto.

 

FIM DO CAPÍTULO.

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