Carolina e Eduardo chegam da faculdade. Ele estaciona o carro em frente ao bar de Maria.

Eduardo: Chegamos.

Carolina: Obrigada Edu mais uma vez pela carona. Agora que estou trabalhando vou te ajudar na gasolina.

Eduardo: Não se preocupa, a carona é de coração, você sabe. Além disso, a gente estuda na mesma faculdade, não é incômodo nenhum pra mim, fico feliz por ter uma companhia nos estudos!

Carolina: Ainda bem que tenho você pra me levar! Não aguentaria bancar o ônibus da faculdade!

Eduardo: Você estava tão calada no carro. Aconteceu alguma coisa Carol?

Carolina: Só tô com sono.

Eduardo: É sono mesmo?

Carolina: A verdade… É que meu ex-namorado voltou a me perseguir.

Eduardo: Ah meu Deus! O Juca? Tá brincando?

Carolina: Nem conta nada pra minha mãe, tá? Se arrependimento matasse… Jamais teria me envolvido com ele.

Eduardo: Não Carol, a culpa não é sua! Você não imaginava que ele se tornaria um marginal.

Carolina: Como uma pessoa pode mudar tanto? Era um cara trabalhador, honesto e de repente…

Eduardo: Quem diria… O Juca te fez algum mal, te machucou?

Carolina: Ele me cercou na estradinha da mata, sorte que o filho do senhor Jorge passava de cavalo e enfrentou o Juca.

Eduardo: Puxa… Então o Roberto te salvou?

Carolina: Sim, apesar, que antes lá no trabalho me tratou mal. Se esbarrou em mim, me chamou de preta burra na minha cara, acredita? Fui me desculpar e mandou calar a boca!

Eduardo: Nossa, que ignorante! Olha, pelo tempo que trabalho na fazenda percebi que aquela família não presta. Tô ali por causa do salário, aguardando o momento de virar o meu próprio patrão. Cansado de ser tratado como inferior! O diploma é a chance de mudar nossa realidade!

Carolina: Penso assim também. Tchau Edu, temos que descansar pra outro dia.

Eduardo: Bom descanso. – se despede com um beijo no rosto dado por Carolina ao sair do carro.


Gustavo sobe pela janela do quarto se jogando pra dentro, mas seu irmão acorda e levanta da cama ao ouvir o barulho do pulo.

Guilherme: Onde você estava Gustavo?

Gustavo: Não te interessa, vai dormir e me deixa em paz. – ele tira a mochila das costas e coloca na cama.

Guilherme: O que tem nessa mochila, hein? – pega a mochila, mas é interrompido pelo irmão ao puxar a alça de volta.

Gustavo: Me dá!

Guilherme: Só vou soltar depois de ver o que está escondendo!

Catarina: Ei, eu quero dormir, será que dá pra vocês dois parar? – diz ela da outra cama.

Maria: O que tá acontecendo? – a avó chega ao quarto de repente.

Catarina: Não tenho ideia vó, só sei que acordei com eles brigando!

Zeca: É hora de vocês caçarem confusão molecada? – chega acompanhado de Isadora.

Isadora: Alguém me explica a briguinha?

Guilherme: Mãe é o Gustavo que entrou pela janela e tenho certeza que está escondendo algo na mochila!

Gustavo: É mentira mãe! Eu estava dormindo e acordei com o Guilherme revirando as coisas, a mochila é dele! – Gustavo solta a alça que segurava.

Guilherme: Não mãe, a mochila é do Gustavo!

Gustavo: Mentira! É sua!

Zeca: Me dá essa porcaria! O que tem dentro? – ele puxa a mochila de Guilherme e a abre. Ao balançá-la para baixo várias cápsulas e saquinhos de pó caem no chão.

Maria: O que é isso? – pega uma das cápsulas.

Isadora: Parece o que Juca carregava quando a Carolina descobriu que eram drogas! Não pode ser… Deve ser droga mãe, droga!

Zeca: Afinal, de quem é a merda da mochila? – encara os irmãos gêmeos enquanto Isadora recolhe uma das cápsulas espalhadas e curiosa cheira o pó.

Isadora: Não acredito… Meus filhos com drogas! Tenho certeza que tem envolvimento do Juca! Falem de quem é?

Gustavo: Não queria te falar mãe, mas é do Guilherme!

Guilherme: Você é muito cara de pau, né? Não tenta colocar a culpa em mim das suas besteiras! Mãe é do Gustavo! Eu estava na cama dormindo quando acordei com o barulho dele entrando pela janela, aí eu tentei tirar…

Gustavo: Mentira mãe! Tudo mentira dele, é ele que estava escondendo a mochila! Acredita em mim mãe!

Guilherme: Cala a boca seu verme! O grande mentiroso da família é você! – ao dizer as últimas palavras Guilherme estava em cima do irmão, o derruba no chão agarrando a gola da camisa de Gustavo que segura o outro braço para evitar um soco de fúria do gêmeo.

Zeca: Parem vocês dois! Solta ele Guilherme, solta! – separa Guilherme do irmão que se levanta e Catarina segura Gustavo que tenta avançar com a briga novamente.

Gustavo: Fica longe de mim seu imbecil, senão acabo com você!

Guilherme: Seu…

Maria: Ei, vamos parar? Vocês são irmãos!

Catarina: Tenho certeza que essas drogas são do Gustavo vó! Eu vi, naquele dia do tiroteio da escola, era o Gustavo que o Juca se aproximou!

Gustavo: Mentira! Me larga sapata! A verdade é que você e o Guilherme estão trabalhando juntos com o Juca, traficando e usando drogas! – se solta de Catarina.

Catarina: Pare de inventar história Gustavo! O único drogado aqui é você!

Zeca: Chega de discussão, chega! Vamos dormir que é tarde e amanhã temos que acordar cedo pra trabalhar. Pelo visto, ficará um empurrando a culpa no outro! Estarei de olho em vocês! Não quero nenhum filho meu envolvido com drogas, seja de quem for eu vou me livrar dessa desgraça! Pega uma sacolinha pra mim Isa, que vou por as tranqueiras dentro! – recolhendo os saquinhos e cápsulas. Isadora busca a sacola.

Maria: O que fará Zeca? – ajuda a recolher.

Zeca: Tô indo no córrego da mata jogar esse lixo. – ele põe na sacola que Isadora traz.

Zeca: E vocês vão dormir, chega de confusão. – sai do quarto e nem olha pra Carolina que o encontra na porta.

Carolina: Pra onde o Zeca vai com tanta pressa?

Maria: Ai filha, ele está se livrando de um punhado de drogas que encontrou na mochila dos meus netos.

Carolina: O quê?

Maria: Drogas! Acho que o bandido do Juca está usando um dos meninos pra traficar.

Carolina: Ah não! Será que não vou me livrar dele? Até meus sobrinhos está perturbando?

Maria: O traste não será osso fácil de roer. E você filha? E a faculdade?

Carolina: Edu acabou de me trazer. Vou dormir, amanhã tenho que acordar cedo de novo.

Maria: Claro meu anjo. – leva um beijo no rosto de Carolina que vai para o quarto, porém Isadora pega um copo de água e encontra Maria na cozinha. 

Maria: Por favor, Isa, não deixe o Juca se aproximar dos seus filhos, por favor! Não chega os erros que você cometeu no passado!

Isadora: Esse assunto mãe? Esqueça o que aconteceu no passado, esqueça!

Maria: Infelizmente não dá pra esquecer. Espero realmente Isa que um dia conte a verdade. – a deixa sozinha.

….

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Música de encerramento:  Gavin James – Always Tema: Livre

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