Carolina fica paralisada por alguns segundos ao ver Roberto com uma das mãos no seio de Laura.
Carolina: Não imaginava, decepcionada Roberto…
Roberto: Carolina não é o que você tá pensando… Carolina! – Roberto persegue Carolina que sai apressada do celeiro.
Carolina: Me esquece!
Roberto: Posso explicar? – a segura pelo braço.
Roberto: Eu estava lá te esperando pra almoçar e ela apareceu tirando a roupa…
Carolina: Me solta!
Roberto: Acredita em mim! Não vamos começar desse jeito…
Carolina: A gente nunca deveria ter começado, essa é a verdade.
Roberto: Espera! Você vai desistir por causa disso?
Carolina: É um dos motivos! O Edu tem razão, não vale a pena você largar o seu noivado pra ficar com uma pessoa que mal conhece…
Roberto: Pare de arranjar desculpas! Pare de se importar com o que os outros falam, pense no melhor pra nós…
Carolina: O melhor é mantermos distância.
Roberto: Por que está fugindo de mim? Carolina! Preparei a comida com carinho pra você…
Depois de alguns minutos de caminhada, Carolina chega ao bar e esbarra na mãe servindo um cliente.
Maria: Filha, tá tudo bem?
Carolina: Não deixa o Roberto entrar aqui, tá?
Maria: O que aconteceu?
Carolina: Quero ficar sozinha. – fecha a casa, logo em seguida vem Roberto.
Roberto: Carolina!
Maria: Roberto…
Roberto: Tenho que falar com ela dona Maria…
Maria: Vá embora, a Carol está nervosa.
Roberto desapontado, desiste de prosseguir.
De volta à fazenda, Laura vestiu a blusa e localiza Isadora na varanda do casarão.
Laura: Obrigada por me avisar que o Roberto encontraria a sua irmã no celeiro. Acho que estraguei o romance.
Isadora: Assim que soube do almoço te liguei pra atrapalhar o casal, mas não fiz por você e sim pelos planos do seu pai. Não vou permitir que a Carolina destrua o que foi planejado por tanto tempo.
Laura: Claro.
Laura dirige o carro velho. Zeca espiava de longe e vem perto da esposa.
Zeca: O que você fofocava com a loira, hein?
Isadora: Nada demais Zeca, não tem trabalho pra fazer?
Zeca: Sei muito bem Isa que você esconde alguma coisa de mim!
Isadora: Não venha com as suas paranóias Zeca.
Zeca: Não me faça de bobo! – o céu troveja e chove forte.
Roberto chama Carolina pela janela que ela trancou.
Roberto: Carolina, me escuta! – não teve resposta.
A tempestade piora, Roberto resolve voltar pela trilha. No trajeto ensopado da chuva, se lembra da infância quando viu aquela menina de trancinhas que encontrou perdida e da linda mulher que ela se tornou ao vê-la nua durante a transa que tiveram.
Ao pisar no casarão encontra o pai fumando na sala.
Jorge: Pelo visto, deu tudo errado.
Roberto: Não me encha o saco. – no quarto, tira a roupa molhada e deita pelado na cama.
Na região do estoque secreto de armas e drogas, Gustavo persegue Guilherme na mata.
Gustavo: Guilherme!
Guilherme: Nem tente me enrolar, você passou dos limites Gustavo, tá na hora de acabar com seus crimes!
Gustavo pega uma garrafa de vidro vazia encostada na parede do casebre e quebra na cabeça de Guilherme que cai no chão atordoado.
Guilherme: Ai… Minha cabeça… Você tá louco?
Juca: Termine o serviço. – aparece de repente e desce da moto. Entrega um revólver a Gustavo que olha assustado.
Gustavo: Você quer que eu…
Juca: Anda logo!
Gustavo: É meu irmão, não posso…
Juca: Atira ou eu mesmo mato vocês dois.
Guilherme: Não Gustavo, por favor! – sente o disparo fatal no peito e dá os seus últimos suspiros.
Gustavo continua com a arma apontada para o irmão sem reação. Ao perceber o que fez, abaixa devagar.
Juca: Ótimo. E agradeça por estar vivo. Deveria ter matado você por ele descobrir nosso esconderijo. Dessa vez passou. Me devolve o revólver. Busque a pá e uma enxada nos fundos.
Moisés andava na beira das ruas do vilarejo empurrando sua carrocinha junto do cachorro de estimação, bebe a pinga que furtou do bar de Maria. Senta na calçada ao tomar um gole. Catarina o segue.
Catarina: Senhor Moisés?
Moisés: O que foi? Não quero ninguém me perturbando.
Catarina: O senhor sabe da Mel? Ela não apareceu na escola, tô preocupada…
Moisés: Não sei dela não, não sei! Sai.
Catarina: Mas…
Moisés: Quero beber em paz! – grita embriagado.
Catarina: O senhor roubou do bar, né? Me dá a garrafa senhor Moisés! – é empurrada por ele.
Moisés: Não! Ninguém tira minha pinga!
Catarina se afasta e o barbudo se deleita novamente na cachaça.
Após fumar um cigarro na sala, observa o enorme retrato da esposa pendurado na parede. Jorge sobe as escadas e bate duas vezes na porta do cômodo de Roberto. Nota que está encostada, então abre e analisa o filho deitado.
Jorge: Já tive a sua idade e vários romances. Não adianta ficar aí emburrado. Aproveite pra corrigir o erro que cometeu, procure a Laura e peça desculpas. A sua mãe gostava bastante dela… Roberto? – Roberto ignora, se levanta, coloca uma roupa seca do armário e abandona o pai.
Carlos tem visões da morte de Helena. Ao guardar o carro na garagem da sua residência, ele se recorda do dia da tragédia, o momento que viu a cena no penhasco.
Ao virar para o banheiro, vê Helena suja de sangue com um vestido branco e cabelos soltos. Ele põe as mãos no rosto desesperado.
Carlos: Não, de novo não. Ah meu Deus, o que eu faço? – sente um vento frio e a cortina balançando sem parar. A assombração dela desfila no corredor e Carlos arremessa um abajur no fantasma que desaparece.
Carlos: Cai fora! Nãooo! – ao notar as mãos cobertas de sangue.
Carlos: Só a cocaína pode me salvar! – derruba objetos no armário, toma um pouco de vodca e rasga a sacolinha de cápsulas que leva pra mesa. Senta, cheira o pó com satisfação e alívio.
Gustavo arrasta Guilherme enquanto Juca cava um buraco.
Juca: Jogue o corpo!
Com dificuldade Gustavo despeja na cova.
Juca: Enterra ele.
Juca: Tomara que não se repita ou o próximo pode ser você. – Juca põe o capacete e pilota a motocicleta. Gustavo termina de cobrir a terra.
…
Música de encerramento: Charlie Brown Jr – Só os loucos sabem Tema: Gustavo e Guilherme, Gustavo