Maria encontra Catarina deitada. Ela traz um prato com bolachas e um copo de achocolatado.
Maria: Percebi que comeu migalhas no jantar e preparei umas bolachinhas pra você. – fala ao sentar do lado.
Catarina: Obrigada vó.
Maria: Tá triste por que a sua mãe rasgou as roupas que usava?
Catarina: É pela Mel. Eu fui a casa dela hoje.
Maria: Estava lá?
Catarina: O Moisés me contou que se mudou pra Bahia com alguns parentes e entregou essa carta. – mostra o papel amassado.
Maria: Verdade?
Catarina: Nem se despediu.
Maria: Qual o motivo dela sair de São Roque?
Catarina: Não sei, achei muito estranho abandonar o vilarejo dessa maneira. – abraça Maria que dá um beijo na testa.
Zeca: Notícia do Guilherme? – aparece no quarto.
Maria: Infelizmente não Zeca. A Isa, Carol e Gustavo foram à delegacia registrar o desaparecimento.
Zeca: Ah meu Deus, o que ocorreu com o moleque?
Gustavo: Deve tá morto, né pai? – ao roubar uma das bolachas que Catarina rejeitou.
Zeca: Engula o que disse Gustavo! Tenho esperança que está escondido por aí!
Maria: Espero mesmo que o meu neto esteja vivo Zeca, senão vou te culpar eternamente!
Zeca: Me culpar? Você tá louca velha?
Maria: Você e a irresponsável da Isa não souberam educar os filhos! Eu faço o possível pra cuidar da Aninha. Se dependesse dos pais… Fora que não deu importância quando o Guilherme sumiu!
Zeca: Ah, cansado das suas baboseiras, acabei de chegar do trabalho e ainda tenho que ouvir isso! Me esforço pra caramba sustentando a família!
Maria: Criar filho não é sustentar, traste! Tem que ter cuidado, atenção! Você e a Isa deixou um bandido se aproximar dos meus netos! Certeza que o maldito do Juca está com o Guilherme!
Zeca: Como ia adivinhar que se tornaria um marginal? O Juca trabalhava comigo na época. Apresentei ele pra Carolina e em seguida se transformou num traficante de drogas!
Maria: Você trouxe desgraça, desde que se casou com a Isa!
Zeca: Vai se lascar, nojenta!
Quase meia noite Eduardo estaciona o veículo no bar de Maria. Carolina se despede.
Carolina: Tchau Edu.
Eduardo: Lembra que amanhã de tarde venho buscar você e a Cacá.
Carolina: Ok. – fica parada na varanda olhando o automóvel sumir pela estrada. Em alguns segundos se vira para entrar e localiza Roberto encostado na parede.
Roberto: Podemos conversar?
Carolina: O que você tá fazendo aqui Roberto? Temos nada pra falar.
Roberto: Será assim? Por causa de uma confusão no celeiro desistiu da gente? Nem pude explicar!
Carolina: Não precisa de explicações. Estou indo embora de São Roque com o Edu!
Roberto: Eduardo? Tinha que ser! Realmente não deveria ter vindo.
Carolina: Eu e o Edu somos apenas amigos.
Roberto: Amigos? E você resolve ir com ele de repente?
Carolina: E importa o que você acha? Melhor cada um seguir a sua vida.
Roberto: Siga seu caminho então! Aliás, tentando entender onde andava com a cabeça de largar tudo pra ficar com você. Decepcionado.
Carolina: Boa noite. – ao pronunciar as últimas palavras, Carolina fecha a porta na cara de Roberto.
Laura desliga o carro em frente à residência de Carlos que abre o portão para recebê-la.
Carlos: Demorou hein?
Laura: Demorei, mas cheguei. – o beija intensamente, no entanto os dois são interrompidos por uma voz.
Moisés: Filho! – vinha da rua arrastando a carroça de recicláveis na direção de Carlos.
Laura: Ele é o seu pai? – pergunta curiosa ao reparar no senhor de barba e cabelo longo.
Carlos: Não é meu pai há tempos. O que veio fazer velhote?
Moisés: Quem é a moça? É a filha do Rodrigo?
Carlos: Não te interessa! Agora caia fora antes que eu perca a paciência!
Laura: Calma gatão. – segura Carlos que olha furioso pra Moisés.
Moisés: O Rodrigo me contou que está envolvido com a filha dele, usando drogas, se afastou de mim e acabará arruinando a sua vida se não largar essa mulher…
Carlos: Cala a boca lixo!
Moisés: Carlos…
Carlos: Não se aproxima! – observa Moisés adiantando um passo.
Carlos: Já arruinou nossas vidas! Por sua incompetência a mãe morreu! Nunca vou te perdoar! Sinto pena da Melissa que convive com você naquele barraco horrível. Consegui um emprego no laticínio e me arranjei sozinho! Enquanto você e a minha irmã, se explodam! E se pisar perto outra vez, jogo um balde de água fervendo! Talvez morra, bêbado desgraçado! – Carlos encara Moisés que escuta calado.
Laura: Vem gatão. – o puxa pra dentro.
Carlos: Que raiva!
Laura: Esquece ele!
Carlos: Duvidava que você vinha quando me ligou avisando, tô vendo champanhe! – repara na garrafa nas mãos dela e se agarram.
Laura: Vim pra uma breve despedida.
Carlos: Despedida?
Laura: Uns dias da lua de mel com o Roberto, mas logo estaremos coladinhos!
Carlos: Ah, tá apostando que se casará com o Roberto?
Laura: Eu falei com ele gatão, parece arrependido, eu sinto que o Roberto voltará para os meus braços! – diz com um sorrisinho no final.
Carlos: Confesso que me impressiona. Agora vamos aproveitar a noite princesa! – pega Laura no colo e a leva pra cama. Laura tira a camisa dele e começam as carícias. Carlos serve o champanhe, brindam as taças, misturam as salivas novamente após um gole da bebida e transam apaixonados.
…
Música de encerramento: Maroon 5 – Animals Tema: Laura e Carlos, Laura