Carlos se levanta impaciente pela resposta de Rodrigo. 

Rodrigo: Não te interessa. Caso o Jorge apareça, diga que estou doente.

Carlos: Você é folgado, hein?

Rodrigo: Folgado? Esqueceu quem te indicou pra trabalhar no laticínio? Além do dinheiro que tá arrancando do golpe que eu planejei. A preocupação com a Laura acabou, me ocuparei em outra tarefa que continua entalada na garganta.

Carlos: Encerrou o desabafo? Caia fora e boa viagem.

Rodrigo: Logo voltarei. Se comporta, drogado inútil!


Carolina limpava a lanchonete quando repara o cliente reclamar.

Cliente: Moça, não vou pagar! Salgado horrível, porcaria! – cuspindo o que mastigou e abandona a mesa.

Carolina: Senhor…

Cliente: Esse lugar é um lixo! – resmunga ao desviar de Carolina.

Lúcia: Carol deixa. – sai do balcão.

Carolina: Mas dona Lúcia…

Lúcia: No fundo ele tem razão, o movimento diminuindo, estamos perto da falência.

Carolina: Talvez eu possa auxiliar, sei fazer lanches, sucos naturais…

Lúcia: Por que não me disse antes? A partir de agora você prepara o cardápio, é a chance de superar a crise.

Carolina: Prometo não desapontar!

Lúcia: Parar hoje, né? Tá tarde e você estuda!

Carolina: Só terminar de varrer…

Lúcia: Ah, aproveito pra te apresentar o namorado.

Carolina: Namorado?

Lúcia: Está morando comigo. Juca? Vem aqui! – nas últimas palavras ela grita na cozinha e Carolina estranha o nome.

Juca: Carolina? Que mundo pequeno!

Carolina: Ele é o seu namorado? – aponta pra Lúcia após segundos de silêncio.

Lúcia: Vocês se conheciam? – pergunta sem entender a cena.

Juca: Lógico. Tivemos um romance em São Roque.

Lúcia: Nossa! Não imaginava, que coincidência! Concordo querido, mundo pequeno mesmo!

Juca: Quem diria? – fixa em Carolina que evita a situação ao prosseguir o serviço. 

Lúcia: Pois é, te chamei pra mostrar a funcionária…

Juca: Conheço bem. Não poderia contratar pessoa melhor, a Carolina é bastante esforçada. Lúcia, tô indo passear amor! – dá um selinho nela.

Lúcia: Certo gostosão. Carol? Você parece assustada! – diz depois de Juca se retirar.

Carolina: Dona Lúcia…

Lúcia: Não me chame de dona!

Carolina: Desculpa, tem ideia de quem é o Juca?

Lúcia: Ciente da enorme ficha suja.

Carolina: Então sabe que é um bandido procurado pela polícia acusado de tráfico de drogas e vários crimes?

Lúcia: Exato Carol. Inclusive o ajudei a se esconder!

Carolina: Como consegue conviver com ele? Descobri que não prestava e me afastei imediatamente!

Lúcia: Paixão Carolina! Não ligo que seja traficante, vagabundo, maloqueiro, totalmente apaixonada! Desisti do marido e filha pra poder ficar com o Juca. A pegada na cama, o cheiro e o jeito me atraem que nem um imã, você compreende?

Carolina: Não quero me meter, porém se arrependerá Lúcia… Vou pra casa.

Lúcia: Você sente algo por ele Carolina?

Carolina: Sinto é pena do que se tornou. Era um cara honesto, a ganância o transformou num criminoso.

Lúcia: Espero que não interfira no emprego.

Carolina: Farei o possível Lúcia, porque preciso do trampo nas despesas, por mais difícil que seja ter que ver o Juca.

Lúcia: Por favor, Carol, vamos viver em paz?

Carolina: Ok. Tchau Lúcia.

Lúcia: Tchau.


Eduardo estaciona o carro na loja pet. Catarina desce do veículo e observa curiosa.

Eduardo: Gostou Cacá? Quero que você venha trabalhar na lojinha, que tal?

Catarina: Beleza Edu! Aceito a proposta.

Eduardo: Ansioso pra aumentar o negócio. E a escola? Curtindo São Paulo?

Catarina: É cedo falar, ainda lembro dos momentos ruins com minha mãe.

Eduardo: A Carol me contou, mas a gente pode lucrar se for esperta que nem o Zeca.

Catarina: O que há na dispensa? – o acompanha nos fundos.

Eduardo: Te mostrarei! – Eduardo abre e Catarina olha surpresa os animais enjaulados.

Catarina: Onde arranjou os bichos?


Isadora e Maria chegam na casa nova e encontram Zeca pintando as paredes.

Isadora: Zeca?

Zeca: Ué Isa?

Isadora: Aproveitei a folga pra passear com a Ana e analisar a moradia. – empurra o carrinho de bebê.

Maria: Também vim conferir. Finalmente tá ficando pronta!

Zeca: Não vejo a hora, não suporto você velhota! – insatisfeito ao notar a presença de Maria.

Maria: Eu que não vejo a hora Zeca!

Zeca: Ah, vai se lascar! – volta a subir a escada e de repente toma um banho de tinta por Maria que joga o conteúdo da lata.

Isadora: Mãe o que você fez? – admirada com a atitude dela.

Maria: Achei pouco! – sai dali rindo do Zeca ensopado de azul.

Zeca: Velha desgraçada! Olha o que aprontou Isa!

Isadora: Você mereceu Zeca. Ficou provocando!

Zeca: Provocando? Ela que veio me perturbar e eu sou o culpado?

Isadora: Ah, tô cansada da briguinha de vocês! – resolve ir embora e Zeca seca o rosto melecado com um pano.


Na zona leste da capital, Catarina se impressiona ao reparar na fauna presa em gaiolas, entre cobras, saguis, jabutis.

Eduardo: Aguardando serem vendidos.

Catarina: Não disse que criou apenas uma loja de rações e acessórios?

Eduardo: É o que todo mundo deve pensar. Principalmente a Carol que não iria concordar com venda dos coitados trazidos da reserva ambiental. O Zeca que capturou na mata.

Catarina: Meu pai tá envolvido?

Eduardo: Envolvido assim como você que guardará o segredo ou nos ferramos! – começa agarrá-la.

Catarina: Não apoiarei a farsa! – o encara cheia de raiva.

Eduardo: Ah sim! Fará o que eu quiser senão o seu paizinho e você sofrerão as consequências! – tranca a porta e beija o pescoço de Catarina. 

Catarina: Me larga, nojento! – acerta um chute nas partes íntimas de Eduardo e tenta abrir a fechadura.

Eduardo: Desgraçada! – dá um tapa na cara de Catarina e a prensa na parede. Se encosta por trás puxando o cabelo da adolescente.

Catarina: Não… Tira as mãos de mim… – não possui forças pra se soltar ao vê-lo tirando a roupa e esfregando o corpo nela.

Eduardo: Cala a boca! Pense em falar um “A” pra Carol e verá do que sou capaz! Quietinha que teremos diversão sempre! – ameaça enquanto abusa de Catarina que chora desesperada.


Carolina se afasta do estabelecimento de Lúcia. Caminha algumas quadras até o ponto de ônibus e nota Juca vindo na sua direção.

Juca: Nem acredito que estamos pertinho outra vez! – ao retirar os óculos escuros e o boné da cabeça.

Carolina o ignora e anda apressada.

Juca: Tô falando com você! – segura o braço de Carolina.

Carolina: Demônio!

Juca: Não adianta fugir. O que tá fazendo na metrópole?

Carolina: Não importa! Não te devo satisfação!

Juca: Eu te amo Carolina e não desistirei de você tão fácil! – a solta e vê Carolina sumir pela esquina.


Na fazenda Corais Jorge observa o enorme retrato de Helena pendurado na parede da sala ao fumar um cigarro.

Jorge: Helena… Sentindo que semanas piores virão!


Lúcia entra na residência e prepara a refeição, no entanto escuta um barulho. Curiosa corre pra conferir.

Lúcia: Jantar Juca! Juca? – ao pisar no quarto ela tem uma surpresa.

Rodrigo: Boa noite Lúcia! – aponta um revólver.

Música de encerramento: Miley Cyrus – Wrecking ball Tema: Lúcia e Rodrigo, Lúcia e Juca, Lúcia

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