Eduardo estaciona na loja pet. Catarina o aguardava ali e se surpreende ao ver Zeca saindo do carro.
Zeca: Você não me falou que a Cacá estaria aqui Edu!
Eduardo: Não se preocupa, ela já descobriu. – pronuncia enquanto retira as gaiolas que buscou com Zeca no vilarejo.
Zeca: O quê? Você revelou pra ela sobre os bichos?
Catarina: Então é verdade?
Zeca: Filha, posso explicar! Tô pegando animais pra garantir um valor extra! Graças ao dinheiro estamos acabando de construir a nossa moradia!
Catarina: Pai…
Zeca: É por um tempinho, tá? Por favor?
Eduardo: Zeca! Carregue pra dentro! Você também Cacá! Precisamos esconder logo isso!
Zeca: Ok Edu. Rápido Cacá! — Catarina obedece desanimada.
Retornamos para a situação de Lúcia que espera uma resposta do Juca.
Lúcia: Confessa Juca! O que sente pela Carolina?
Juca: Você quer realmente saber?
Lúcia: Tô vendo na sua cara.
Juca: Quando eu te conheci tinha terminado o namoro com a Carolina.
Lúcia: Por que não me contou?
Juca: Não importa Lúcia!
Lúcia: Importa! Afinal você está comendo ela viva com os olhos desde que a moça veio trabalhar!
Juca: Eu a amo! É o que você queria ouvir? Sou apaixonado pela Carol!
Lúcia: Chega! Você não presta! Pensei que me amava…
Juca: Pensou errado. Imaginava que fosse mais esperta! A gente ficou por interesse e prazer!
Lúcia: Interesse e prazer pra você! Eu fui burra, supondo que restava um vínculo forte.
Juca: Burra pra caramba!
Lúcia: Totalmente decepcionada Juca. Arruma a bagagem e desapareça!
Juca: Indo embora sim, cuidarei dos negócios que larguei no interior, apesar que valeu a pena cada momento que tivemos juntos.
Lúcia: Pra mim não valeu um minuto sequer. Você brincou com os meus sentimentos!
Eduardo parou o automóvel em frente ao bar de Maria e Zeca se despede.
Zeca: Obrigado pela carona Edu. Arranjando outros da reserva, eu te aviso!
Eduardo: Zeca, agradecido por me apresentar a Lúcia. Tô adorando participar do esquema.
Zeca: Certeza que você ia gostar.
Maria: Edu? O que tá fazendo no vilarejo? — alcança eles.
Eduardo: Oi dona Maria, dando um passeio! Desculpa, tô com pressa. Depois nos falamos!
Maria: Manda um beijo pra Carol e Cacá, vem com elas me visitar!
Eduardo: Beleza. — dá partida no carro e some pela trilha.
Maria: O que fofocava com Edu, hein caipira?
Zeca: Não te interessa! E eu não esqueci o banho de tinta, velha nojenta!
Maria: Não me arrependo nenhum um pouco, traste imundo! — resmunga ao notar Zeca ajeitando o boné e fugindo dela.
No matagal da rodovia de São Paulo, um saco preto se meche. De repente dedos rasgam o plástico com dificuldade e surge a cabeça de Rodrigo. Ele consegue sair da vegetação e tenta levantar, se ajoelha ao sentir a pontada na barriga.
Rodrigo: Lúcia… Maldita… — reclama furioso ao arrancar a tesoura do estômago gritando de dor.
Continua rastejando e gemendo no acostamento. Resolve atravessar a rodovia, porém um veículo vem na sua direção e freia bruscamente quase em cima de Rodrigo que agonizava. O motorista o leva para um hospital.
Carolina atende os clientes do estabelecimento de Lúcia e percebe Juca andando com uma mala. Se aproxima dela antes de abandonar o local.
Juca: Voltarei pra São Roque. Venha comigo Carolina? — agarra ela.
Carolina: Nem encosta Juca!
Juca: Pagará caro por me tratar assim. Estou partindo, no entanto ainda vamos se esbarrar, pode crer. — solta Carolina e se mistura na multidão das ruas. Lúcia observa do balcão.
Lúcia: Você tinha razão Carolina. Nunca deveria ter me relacionado com o lixo do Juca.
Carolina: Aliviada sem a presença dele no serviço.
Lúcia: Me sinto uma idiota.
Carolina: Não é a única.
Lúcia: Reparei no jeito que ele te analisava. Frio e calculista.
Carolina: É um louco, capaz de qualquer maldade.
Alguns dias…
O calendário voa, Roberto e Laura chegam de táxi ao casarão da fazenda Corais. Roberto se apressa e localiza o Jorge na sala.
Jorge: Finalmente!
Laura: Pra quê a urgência? Estragou a lua de mel, perdemos semanas na Argentina… — questiona ao entrar após Roberto.
Jorge: Cala a boca Laura. É importante.
Roberto: Ao me ligar pedindo pra que viesse imediatamente, fiquei assustado! Não entendo porque não informou no telefone!
Jorge: Assunto sério.
Roberto: Fala de uma vez!
Jorge: Imprimi os relatórios do e-mail no laticínio.
Roberto: E daí?
Jorge: E daí que são falsos! O Rodrigo e o Carlos estão te dando um golpe! Veja! — entrega uma pasta pra Roberto.
Laura: Duvido que meu pai esteja envolvido!
Jorge: Kkkkk! Eu não duvido! Não me engana Laura, você e Rodrigo são farinhas do mesmo saco, só almejam dinheiro!
Laura: Está me ofendendo!
Roberto: Parem! Eu vou tirar a história a limpo! – corre pra camionete.
Laura: Roberto…
Jorge: Deixa ir, não se intrometa! — segura o braço de Laura.
Laura: Eu me intrometo! Agora sou integrante da família!
Jorge: Mal casou e se considerando a poderosa, né?
Laura: Quem sempre se sentiu superior é você que não passa de um velhote rancoroso. — corta um pedaço de bolo que Isadora servia na mesa.
Jorge: Faz o Roberto de bobo, eu não! Apoiei o casamento com ele pois seria melhor do aquela empregadinha. No fim, você é uma interesseira da pior espécie! — na última palavra esfrega o pedaço de bolo na cara dela e Laura se apressa furiosa para o quarto limpar o rosto melecado.
Na capital paulista, Carolina está na cozinha distribuindo avental para duas pessoas na lanchonete e Lúcia aparece.
Carolina: Lúcia, eu ensinei as receitas dos salgados e sucos para os novos ajudantes. As entregas delivery bombaram!
Lúcia: Excelente! Aproveito pra divulgar um comunicado!
Carolina: O que aconteceu?
Lúcia: Calma que é notícia boa! A partir de hoje você será minha sócia Carol!
Carolina: Como é? Sócia? — recebe aplausos dos funcionários.
Lúcia: Merece por tanto esforço! — aperta as mãos de Carolina.
Carolina: Não sei o que dizer…
Lúcia: O lugar atolado na falência e às moscas, mas a Carolina ajudou atrair os clientes! Motivo pra comemorar! Um brinde ao sucesso! — abre um champanhe.
Carolina: Graças a você Lúcia que me forneceu essa oportunidade!
Lúcia: Carol, irei lá fora tratar umas coisinhas. Cuida de tudo?
Carolina: Claro!
Juca buzina a moto perto de Maria pra conquistar atenção dela.
Juca: Cadê o Gustavo? Traz uma cerveja geladinha, morrendo de sede! Anda! — exige ao sentar e enfrenta Maria que não curtiu a cena.
Maria: Quem é você pra me dá ordens?
Juca: Tá surda? Não escutou o que eu disse?
Maria: Se não tirar os pés da propriedade, chamo a polícia!
Juca: Chama! E faço questão de espalhar o segredinho da Isadora pra todo mundo ouvir!
Gustavo: Que segredinho ele tá falando vó? — espiava a conversa.
…
Música de encerramento: Imagine Dragons – It’s Time Tema: Livre