Retornamos para a cena de Roberto que aguarda uma posição de Carolina.
Carolina: Como descobriu a gravidez? Aliás, quem revelou onde eu trabalho?
Roberto: Não importa. Responde a pergunta!
Carolina: Só o que me faltava! Vir aqui pra questionar isso!
Roberto: Eu preciso saber Carol, diz logo!
Carolina: Não! A resposta é não! É do Eduardo.
Roberto: Certeza do que fala?
Carolina: Claro que sim! Satisfeito?
Roberto: Será que acredito em você?
Carolina: Não me interessa se acredita.
Roberto: Indo embora, mas assim que a criança nascer faço questão do exame de DNA.
Laura: Roberto, por que se meteu nesse lugar? – chega de repente.
Roberto: Não havia necessidade de me seguir Laura! Vim tirar uma dúvida e tô caindo fora.
Laura: Roberto espera! — ao vê-lo abandonar o local.
Lúcia: Laura, filha? – aparece em seguida e segura Laura.
Carolina: Ela é a sua filha? — admirada com a coincidência.
Laura: Caramba mãe… Se uniu com a esfarrapada?
Carolina: Recomendo medir as palavras, ou prefere apanhar?
Laura: Quanta agressividade!
Carolina: Não aceito ser ofendida por ninguém! – encara Laura.
Lúcia: Então se conhecem? – analisa a situação confusa.
Carolina: Infelizmente.
Laura: A ordinária tentou arruinar o casamento com o Roberto e pelo visto persiste no golpe da barriga.
Carolina: Golpe nenhum! Fica tranquila, o Roberto é todo seu!
Lúcia: Precisamos conversar… – persegue Laura na rua.
Laura: Não temos assunto pra discutir, principalmente depois de observar você amiguinha da negra desqualificada!
Lúcia: Ei!
Laura: Tira as mãos!
Lúcia: Preocupada…
Laura: Se preocupe com você! O meu pai me contou da tesourada na barriga.
Lúcia: O desgraçado sobreviveu! Perdi a grande chance de me livrar do maldito! Deveria ter conferido se tava morto mesmo!
Laura: Está vivo e espumando de raiva. Se eu fosse você fugia pra longe! Após a recuperação do corte…
Lúcia: Não tenho medo!
Laura: Deveria. Sorte que ele anda ocupado pra exterminar os fazendeiros.
Lúcia: Me sinto culpada por permitir que o Rodrigo te envolvesse na vingança. Sempre te manipulando desde criança! Não enxerga que tá sendo usada?
Laura: Você que não entende a sede de justiça!
Lúcia: Justiça? Não há justiça no que pretende! Vai trazer apenas sofrimento, se afasta do Rodrigo, por favor!
Laura: Você me dando sermão? Era uma prostituta de esquina que o apunhalou pelas costas traindo com um traficante! Cansada de ouvir baboseiras! Esqueça que existo!
Lúcia: Laura, volta! Não Laura! – grita ao bater na porta do táxi que Laura fecha.
Em São Roque, Rodrigo atende a campainha da residência e nota a visita invadir a sala.
Rodrigo: Enlouqueceu? E se alguém desconfiar que veio me encontrar?
Isadora: Gostaria de avisar pessoalmente Rodrigo, não teve outro jeito.
Rodrigo: Desabafa Isa!
Isadora: Angustiada com nosso plano por causa da Laura.
Rodrigo: Eu cuido dela.
Isadora: Roberto recebeu a notícia que a Carolina engravidou e foi confirmar se o filho é dele. A Laura se mandou pra capital atrás do marido, tá sabendo?
Rodrigo: Não. Porém acho importante ela verificar a história. Se o bebê for do Roberto, terá que morrer. Apagar qualquer um que carregue o sangue daquela família.
Isadora: Ansiosa pra tudo acabar… — encosta os lábios em Rodrigo que recusa prosseguir.
Rodrigo: Não Isa! Não tô disposto a nada até conquistar o que almejo. Vamos enfrentar uma luta difícil! Não podemos estragar agora.
Isadora: Tanto tempo insistindo no casamento, finalmente a Laura colocou as mãos nas terras.
Rodrigo: Paciência Isa, é fundamental.
Catarina desce do ônibus, pisa na lanchonete e se depara com Carolina entregando uma encomenda de salgados para o motoboy.
Carolina: Cacá? Pensei que ia ajudar o Edu no pet shop. Que cara assustada! E a roupa rasgada?
Catarina: Não aguento mais! Saí correndo do pet quando o Edu abusou de mim novamente… — desesperada nos braços de Carolina.
Carolina: Abusar? O Edu?
Catarina: Forçou sexo comigo.
Carolina: O quê? Não pode ser! – olha horrorizada.
Catarina: É tia… A verdade… — chora e se consola em Carolina.
Carolina: Não consigo imaginar…
Catarina: Eu não te contei antes, pois o Eduardo me ameaçava. Medo pelo pai que tá ligado com ele no tráfico de animais silvestres! — pronuncia com certa dificuldade ao soluçar.
Carolina: Tráfico de animais?
Catarina: Exato. Eduardo, Zeca e a Lúcia traficam os bichos da reserva ambiental pra vender.
Carolina: Ah Deus! O Edu cometer algo tão grave… E a Lúcia também…
Catarina: A Lúcia tá aí?
Carolina: Não, ela saiu.
Catarina: Provalmente junto com o Edu. A Lúcia e o Eduardo tem um caso.
Carolina: Não! O Eduardo jamais seria capaz de me enganar!
Catarina: Ele é um monstro!
Carolina: Pare! É mentira! Por que você está mentindo? Por que Cacá? Diga que é mentira! – grita emocionada na última frase e balança Catarina.
As músicas do estabelecimento de Maria agita o movimento no interior. Jorge estaciona a camionete e localiza a dona no balcão.
Jorge: O famoso bar da Maria! Serve uma pinga pura. — senta no banquinho sem perceber a pessoa embriagada do lado com a cabeça baixa no meio de várias garrafas vazias.
Maria: Ok.
Carlos: Jorge? – levanta indignado diante da presença de Jorge ao se aproximar.
Jorge: Mantenha distância vagabundo! Você destruiu o laticínio, miserável!
Carlos: Nunca te vi num bar, estranhando…
Jorge: Tomando cachaça pra curar a tristeza do coração… Não consigo superar a morte da Helena…
Carlos: Nem eu…
Jorge: O que você tá resmungando?
Segundos de silêncio. Uma lágrima escorre do rosto de Carlos.
Jorge: Escondendo alguma coisa da morte da Helena? Hein? Confessa! – agarra a gola da camisa de Carlos.
…
Música de encerramento: Believer – Imagine Dragons Tema: Livre