Melissa localiza Maria mexendo nas coisas da residência.
Melissa: Vó, o que anda aprontando?
Maria: Organizando os pertences do Gustavo. Tentando arranjar uma pista dele no meio da bagunça.
Melissa: Simplesmente sumiu do mapa depois que a Cacá o expulsou por causa da venda de drogas.
Maria: Pois é. Havia esperança que o Gustavo se transformasse quando veio morar conosco e aceitou o emprego na balada, no entanto me enganei amargamente.
Melissa: Que papel é esse? ― vasculha no armário e mostra pra Maria.
Maria: Possui o endereço de algum lugar anotado.
Melissa: Endereço? Melhor guardar na bolsa, pode ser importante.
Maria: Onde pretende ir tão bonita, Mel?
Melissa: Trabalhar na boate, me distrair um pouco.
Maria: Não se arrisque, menina! Olha o tamanho da sua barriga! Pensa na gravidez!
Melissa: Tomarei cuidado, prometo!
Laura preparava o jantar na cozinha e ouviu a campainha tocar na sua moradia alugada.
Laura: Beto? Entre, amor! A porta está encostada! ― grita de costas.
Carolina: Eu reconheço a voz de longe, há vinte anos. Laura! ― reclama indignada ao invadir o local junto com Beto e Laura se vira surpresa diante da presença dela.
Laura: O que veio fazer aqui? ― encara Carolina.
Carolina: Teve coragem de se aproximar do meu filho, vagabunda?
Beto: Diz que é mentira, Priscila! Diz que você não é a Laura, diz, por favor!
Laura: Beto…
Carolina: Vou te matar, desgraçada! ― pega uma faca da mesa e aponta no pescoço de Laura.
Laura: Você é uma otária! Ainda não percebeu que abrigou uma serpente na própria casa?
Beto: Mãe, se controla! Não cometa nenhuma loucura!
Na frente de Laura, Carolina se recorda de Roberto caindo no chão após o disparo e da despedida do amado que faleceu em seus braços. Então, se afasta e começa a passar mal, uma tontura domina a mente.
Beto: Ei! A senhora tá nervosa, fala comigo! ― resolve acudir Carolina ao notá-la se escorando na parede. Laura aproveita a oportunidade e foge.
Zeca chega ao casarão da propriedade Corais e questiona Joel na sala.
Zeca: Cadê a Carol? Hein, aleijado?
Joel: Me respeita, Zeca!
Zeca: Aleijado, sim! Um inválido parasita que se alojou na fazenda! ― encosta a boca perto do ouvido de Joel.
Joel: Estou de saco cheio pra responder as suas provocações! A Carolina descobriu que a namorada do Beto é a Laura e correu desesperada atrás dela.
Zeca: Descobriu?
Joel: Preocupado, Zeca? Parece até que sabia de algo!
Zeca: Sei que a sua máscara vai cair, Joel. Cedo ou tarde, vai cair. Ansioso pra assistir de camarote.
Joel: Me acusando do quê?
Zeca: Não imagina mesmo?
Beto: Difícil acreditar no que aconteceu… Uma pessoa me manipular perfeitamente durante meses… Sou um tremendo idiota! ― interrompe o assunto de Zeca e Joel, seguido de Carolina também.
Zeca: É da Laura que você se refere, Beto?
Beto: Quem mais seria? O Joel te contou sobre a burrada que eu me enfiei? ― abraça Zeca.
Joel: Enfrentaram a falsa Priscila? O que rolou?
Carolina: Repugnante rever a bandida outra vez… Surgiram lembranças que lutei bastante pra apagar da memória… Disperdicei a chance de acabar com ela!
Beto: Que bom, né? Não vale a pena se sujar com o sangue da ordinária!
Joel: Carol, a vingança não traria o Roberto de volta, nem as décadas que se perderam! Só sofrimento a você!
Carolina: Certo, Joel! Porém na explosão de raiva que eu tava… Raiva, porque saiu impune do crime que pescreveu!
Joel: Não tome uma atitude sem ao menos analisar as consequências! Se comportaria exatamente da maneira que o Rodrigo agiu no passado!
Zeca: O que ocorreu com a Laura?
Carolina: Escapou, Zeca. Se aproveitou que desmaiei e desapareceu!
Joel: Viu, Beto? A razão de você abandonar o vilarejo?
Beto: Se desejasse realmente me destruir, já teria feito. Agora é que eu não tiro os pés de São Roque, enquanto não entender o que ela planejava!
Carolina: Negativo, rapaz! E não ouse teimar! Amanhã vamos partir!
Laura estaciona na garagem do galpão secreto e cumprimenta Juca na entrada.
Juca: Laura?
Laura: Preciso do esconderijo por uma noite. A Carolina me encontrou!
Juca: Merda!
Laura: Cansei de esperar. Temos que atacar!
Juca: Finalmente o momento de por as minhas mãos na Carolina.
Amanhece. Joel, Carolina, Zeca e Beto estão reunidos à mesa tomando café.
Carolina: Termine de comer logo, Beto! Arrumou as malas pra viajar?
Beto: A Laura brincou com os meus sentimentos! Não consigo engolir o fato de que a assassina do meu pai biológico era a Priscila… Intrigado com o que ela comentou ontem na discussão!
Zeca: Do que se trata, Beto?
Beto: A Laura informou que havia uma serpente circulando entre nós.
Carolina: É verdade, Beto…
Joel: Talvez, falasse de mim.
Carolina: Como assim, Joel?
Joel: Tenho um segredo terrível pra desabafar. Não é a hora certa, mas vem sendo complicado carregar tanta culpa intalada na garganta! Infelizmente errei, um erro que nos conectou, Carolina. Por dinheiro, ajudei a Laura a se livrar do Jorge internado no hospital naquela época!
Carolina: O quê?
Joel: Gostaria de revelar tudo antes, Carol! Eu juro! Fui um covarde! Me arrependo demais!
Beto: Canalha! Estragou a possibilidade do meu avô estar vivo! ― se levanta furioso e agarra a gola da camisa de Joel.
Zeca: Decepção! Hein, Joel?
Carolina: Foi capaz de armar essa sacanagem, Joel? Confiava em você!
Joel: Carol… Perdão… ― pronuncia chorando.
Carolina: Me iludindo o tempo todo… Certeza que se infiltrou na nossa família a pedido da Laura!
Beto: Te botar pra fora imediatamente, miserável! Canalha! Você e a Laura se merecem! ― derruba Joel e o arrasta em direção do quintal, situação na qual chovia forte.
Joel: Calma, Beto! Beto! Me escuta!
Beto: Seu lixo, maldito! ― arremessa a cadeira de rodas de Joel na grama e se tranca angustiado no quarto.
Zeca: Beto!
Beto: Quero ficar sozinho!
Joel: Me perdoem… ― implora por vários minutos na chuva e sujo de lama, na maior dificuldade pra se movimentar, Carolina decidiu auxiliá-lo.
Carolina: Você jamais deveria esconder isso da gente, Joel!
Joel: Carol… Sinto vergonha, muita vergonha… Não imagina quanto dói te confessar o que eu fiz…
Carolina: Acho que o seu celular estragou. Chamando um táxi pra te buscar. Apesar do nojo de você, é deprimente abandoná-lo aí na sarjeta.
Juca: Largue o telefone imediatamente, Carolina! ― ordena com um revólver na mira de Carolina, acompanhado de Laura e Zeca.
…
Música de encerramento: Recaírei – Os barões da pisadinha Tema: bar da Maria