No hospital. Custódio, sentado ao lado da mesinha. Tinha passado a noite inteira de plantão. As marcas do cansaço eram visíveis a sua aparência.

Adalberto — O doutor parece cansado. Deveria ir para casa descansar.

Custódio — Minha casa me dá pesadelos. A solidão vive lá, me esperando.

Tereza, separando alguns medicamentos, ouvindo a conversa — Falando em pesadelos, tive um sonho muito estranho essa noite. Com o vosso pai, doutor Custódio. Não sei explicar a razão, mas o senhor Afonso brigou comigo por causa de um moço loiro dos olhos azuis. Depois, eu me vi dentro de uma carruagem, passando por uma moça caminhando sozinha numa estrada deserta, numa trilha. Me lembro que tinha um rio, bom, não sei explicar direito, era um caminho muito estreito. Uma senhora, sentada do meu lado, disse: A moça precisa de ajuda. Olhei para trás e vi que ela tinha os cabelos longos e pretos, como se fosse uma índia. Voltei ver o mesmo moço chorando, descontrolado, ao lado de uma pessoa dentro de um caixão. Acordei assustada, quando dois cavalos apareceram na minha frente como se eles fossem me atropelar.

Adalberto volta recordar o momento em que vê a sombra negra entre Luiz e Maria, na pensão: — Quando sai da pensão, Luiz e a Maria não tinham dado sinal de vida ainda.

Custódio se coloca de pé. — Ando tão preocupado com Estela, que acabei esquecendo dos dois. Vou ligar para o meu irmão e saber se tem notícias deles.

Tereza — De quem estão falando?

Adalberto — Luiz e Maria. Conheci o casal na pensão da minha tia. O Luiz trabalha com o senhor Eduardo. É loiro e de olhos azuis, a noiva tem os cabelos longos, pretos, parece uma índia e os dois estão desaparecidos. Tem certeza que você não conhece eles?

Tereza — Não. E qual seria a razão eu sonhar com os dois se não os conheço?

Adalberto — A vida é um círculo e provavelmente você fez parte da vida deles no passado, como eu também fiz, e o seu espírito, como também o meu, continuam ligados a eles, por alguma razão que desconhecemos…

Tereza o encara profundamente. Adalberto teria percebido se Custódio não retornasse, chamando a atenção de ambos.

Custódio — O telefone não está funcionando, desde ontem à noite. O Eduardo disse que tentou me ligar, várias vezes, antes de vir para cá, saber se o Luiz e Maria se encontravam no hospital. Vou até a fábrica, assim espaireço um pouco a cabeça.

Na frente da igreja, Dora, conversa com uma senhora. – Era mais ou menos três horas da tarde, quando os dois vieram falar com o padre.

Senhora – Infelizmente não vi os dois. Fiquei a tarde inteira ontem, limpando a igreja e aqui eles não vieram.

Mendigo ouvindo a conversa. – Vieram sim! Mas num entraram na igreja não. A mulher falou com eles, do lado de fora.

Mirtes – Que mulher?

Na fábrica. Custódio conversa com o pai.

Afonso — Seu irmão foi na delegacia saber como fica a situação do Moreira. O Eduardo colocou na cabeça que tudo está acontecendo de errado com o Luiz é culpa dele, que se não tivesse emprestado o carro, Luiz e a moça não teriam desaparecido e o Moreira não estaria preso.

Custodio — Então, neste caso, a culpa maior seria minha.

Mirtes chega — Com licença?

Afonso se alegra — Espero que a senhora está trazendo notícias boas do Luiz.

Mirtes — Não! Na verdade, estou mais preocupada agora, depois que estive na igreja. Tanto que vim falar com o Geraldo. Será que posso falar com ele?

Afonso — Geraldo foi com o Eduardo na delegacia, e de lá iam procurar o Luiz e a Maria, pela cidade.

Mirtes olha para os lados, preocupada.

Custódio percebe — A senhora parece que não ficou satisfeita sabendo que foram procurá-los.

Mirtes — Eu e a Dora estivemos na igreja e a mulher que faz a limpeza, disse que o Luiz e a Maria não estiveram lá.

Afonso — Eles não foram falar com o padre?

Mirtes — O padre foi visitar alguns famílias fora da cidade, e volta amanhã. E, talvez seja besteira minha, acreditar no que ouvi, mas tem um mendigo na frente da igreja, e ele disse que viu o Luiz e a Maria conversando com uma mulher. Na verdade, com a morte! Que ela decidiu uni-los, por causa de um Juramente que fizeram, em nome dela, em uma outra vida no passado.

Custódio — De onde esse maluco tirou essa ideia?

Mirtes — Ele disse mais: que todos aqueles que vivem aos redores dos dois, e que fizeram parte da separação deles, no passado, sofrem as mesmas consequências, e não vão encontrar a verdadeira felicidade, enquanto o círculo de almas Gêmeas não se fecharem novamente, com a união completa daqueles que nasceram destinados a viver um grande amor, com devem ser vividos, como fora determinado na lei Divina, desde o início do tempo.

Afonso — Serem fieis um ao outro, e amar e ser amado com o mesmo amor.

Mirtes e Custódio encaram Afonso, que rindo completa — Estou falando em conhecimentos que tenho das leis Divinas, e não consigo imaginar a morte sendo a vila, como destruição da felicidade de duas pessoas que se amam de verdade. — mostra o filho — Quanto a você, Custódio, por exemplo. A morte levou a sua esposa, e, no entanto, você continua ligado a Giza, não conseguindo encontrar em outra o amor que perdeu.

A imagem de Raquel, volta-lhe na memória, quando se encontraram na casa de Beto. Custódio disfarça e pergunta para Mirtes: — O mendigo disse em que direção Luiz e a Maria seguiram?

Mirtes — Em direção a Santos.

Afonso — Espere aí, filho, que bobagem? Você não está acreditando na conversa de um andarilho?

Custódio — Ultimamente não duvido de mais nada. — Vira-se para Mirtes — Vamos procurar o Luiz e a Maria.

Na delegacia. Moreira tinha os olhos cheios d´água. — Onde está nossa filha, Dora?

Dora — Eu me faço essa mesma pergunta desde ontem. Onde está a nossa filha e o que será de nossas vidas agora, com você dentro desta cela? Você perdeu totalmente a cabeça.

Moreira — Devo merecer essa cela fria. Vai ver, em outra vida matei alguém, e nesta, vou pagar o meu crime por cometer uma besteira que eu nem sei direito como aconteceu. Quando vi, eu já tinha dado um soco na cara do delegado.

Dora não contem as lágrimas. — Não vou discutir com você a respeito disso. Meu coração está muito apertado, como se alguma coisa muito ruim estivesse acontecendo com a nossa menina.

Moreira — Não diga bobagem, mulher! Ela já foi mais forte que a morte uma vez, e vai conseguir vencer de novo, caso precisar!

Dora — O que está falando? Nossa filha nunca teve que lutar contra a morte. Apesar dela nascer tão pequenininha, muitas vezes, imaginei que não fosse sobreviver.

Moreira aperta os olhos, e segura a tristeza que sente ao recordar o desespero que sentiu, ao ver a filha recém-nascida desacordada em seus braços. Ele seca os olhos. — Dora, preciso dizer uma coisa, e sei que agora não é hora, mas… — muda de ideia. — Tudo é culpa daquele moleque, e sua também, Dora, ter deixado ele e a Maria saírem sozinhos. Se você tivesse ido com os dois na igreja, nada teria acontecido.

Dora — Moreira, por favor, me poupe. Você sempre implicou com o Geraldo e ele…

Geraldo chegando — A senhora não precisa me defender, e, o Luiz, não corre mais perigo, com as ameaças do vosso marido.

Moreira — E você deve estar feliz em me ver atrás das grades.

Geraldo — Se eu dissesse o contrário, estaria mentindo.

Dora balança a cabeça negando. — Veja o seu preço, Moreira? Eu não entendo… Sabe de uma coisa, não vou ficar aqui me remoendo pela sua atitude, e não venha dizer ser azar da nossa filha você estar aqui, ela deve estar precisando de ajuda, muito mais que o pai nesse momento. Até mais ver. — e sai.

Geraldo — Parece que não é só o delegado que está ofendido com você. E andei pensando bem, na verdade, passei a noite inteira acordado, imaginando como tudo aconteceu, e fiz questão de vir falar pessoalmente com você. Não consigo entender, onde, eu estava com a cabeça, quando lhe fiz uma proposta anos atrás. Você deve se lembrar qual é, e prometi a mim mesmo, naquele dia, que ficaria contra você; contra o mundo se fosse preciso para não lhe dar o gosto de você, um dia, receber como genro o meu filho. Era como se o meu íntimo de pai, estivesse me alertando qual futuro que o Luiz teria ao lado da sua filha.

Moreira – Você veio aqui pra me dizer isso?

Geraldo — Eu ainda tenho minhas dúvidas se o Luiz vai ser feliz ao lado da Maria ou não. O único desejo que tenho é a felicidade dele, e repito: A única coisa que desejo nesta vida é a felicidade do único filho que Deus me deu. E o Luiz fez a escolha dele, sem ouvir a minha opinião. Sem me pedir conselho. Sem se importar com as intrigas que existia entre eu e você. E isso me magoou muito, me senti, como se ele não se importasse com a minha opinião. Mas um pai sempre perdoa um filho, quando se tem muito amor.

Moreira suspira e se afasta da grade.

Geraldo continua: — E a única coisa que desejo é colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilo, sabendo que…

Moreira — Estou na cadeia.

Geraldo alegre — Sim! E que meu filho nunca se arrependa das escolhas que fez, ou, que ainda vai fazer, ao lado da sua filha.

Luiz, sentado em uma poltrona, pés para o alto, observa Maria, estirada na cama, dormindo.

Na estrada, Custódio e Mirtes de longe avistam o carro de Eduardo e Luiz caído numa possa de água. Mirtes, primeira correr ao encontro do filho, chama-o, várias vezes.

Custódio palmeia de leve o rosto dele — Luiz, Luiz acorde?

Estela chega no quarto, onde está Luiz e Maria, ela fala com ele: — Estão chamando, você precisa ir.

Luiz não se move ¬— Não vou sair daqui e deixar a Maria.

Estela — Ela está bem, prometo continuar cuidando dela.

Luiz — Não! Eu só vou sair daqui com a Maria. Sem ela, não vou a lugar nenhum.

Delegado, ao se aproximar da grade, depois de encarar Moreira, do outro lado da cela. — Ligaram do hospital, disseram que o rapaz foi encontrado.

Moreira — E a minha filha?

Delegado — Ninguém sabe do paradeiro dela. Disseram que o rapaz está inconsciente e com o pé quebrado. Tudo indica que ele se machucou e a moça deve ter ido pedir ajuda. Devido o temporal não conseguiu voltar.

Moreira — O senhor delegado pode fazer o que bem quiser comigo depois, antes, me deixe ir procurar a minha filha, ela deve estar perdida por algum lugar.

Delegado — O desaparecimento da sua filha não justifica o que fez contra a minha pessoa. E fiquei sabendo também dos acontecimentos na fábrica onde trabalha. Que você sacou uma faca e por sorte não feriu gravemente o seu patrão, que deveria ter-lhe mandado para o olho da rua, onde, o seu alvo seria seu futuro genro.

Se afasta e prossegue: — Aliás, seu patrão devia ter feito uma ocorrência, e o colocado onde está nesse momento. Então, seu destino seria mesmo atrás das grades, tanto, que vai continuar preso até o dia em que eu decidir, quanto tempo vai continuar aqui. E quanto a sua filha, não se preocupe, mandei meus homens percorrer o local, onde o rapaz foi encontrado. Creio que ela será encontrada em breve.

No hospital, Geraldo, observa Luiz, estirado na cama hospitalar, entre aparelhos respiratórios, sente desconforto.

Dudu, também observa o rapaz, e lembra de Luiz abrindo a janela do escritório, e o vento entra, jogando os papéis da mesa ao chão. — Luiz, olha o que você fez? Estou sentado aqui, horas, separando os documentos e perdi todo o meu serviço.

Luiz respira fundo, com dificuldades — Desculpe, Edu. O ar estava tão pesado aqui dentro que me senti abafado.

Dudu — Nunca o vi assim antes, que crise é essa?

Luiz ainda ofegante, começa pegar as folhas no chão — Eu não posso ficar nervoso, ansioso, preocupado e o ar começa a me faltar. Parece que vou morrer sufocado.

Edu indo ajudar com os papéis — Qual motivo de estar assim?

Luiz — É errado um homem desejar uma mulher sem ter que brigar com o próprio pai e o futuro sogro para viver o lado dela?

Dudu — Você está assim por causa da Maria?

Luiz — Quando penso que a intriga entre meu pai e seu Moreira pode me separar dela, eu sinto desespero, como se o ar fosse me sufocar. Se eu ficar dois dias sem ver a Maria, eu começo a me sentir mal. Hoje faz 3 dias que não vejo ela.

Dudu — Quer ir para o hospital?

Luiz — Quero ir ver a Maria.

Dudu volta a si — Luiz só vai voltar quando sentir a presença da Maria.

Geraldo — Do que está falando?

Dudu — A Maria tem que ser encontrada quanto antes melhor. Eu também vou procurá-la. — E rapidamente sai.

Ezequiel ali, observa Geraldo.

Miguel entra — Como o Luiz está? Vim, assim que eu soube que ele tinha sido encontrado.

Geraldo — O doutor disse que se a febre manter estável ele pode se salvar.

Miguel — Fiquei sabendo que a Maria não foi encontrada.

Geraldo — Por causa dela o meu filho corre o risco de morrer. Mas eu sei que o Luiz é forte, ele vai vencer.

Ezequiel ainda fixo em Geraldo, desaparece e reaparece onde está Luiz, ao lado de Maria, ainda estirada na cama, dormindo.

Luiz vendo-o — Maria não acorda, o que está acontecendo com ela?

Ezequiel pega-o pelo braço – Venha comigo? – E leva-o com ele.

Luiz aparece sozinho dentro de uma igreja. Ele se coloca de joelhos, diante ao altar e reza um pai nosso completo. Ele olha para o alto, ao ouvir um forte trovão e rápido se coloca de pé, indo e direção a porta. Para, surpreso, ao ver uma mulher (vinte anos mais velha que ele) entrando.

Ela usa um véu preto cobrindo os cabelos longos e negros, como os de Maria, e ajoelha rezando.

Luiz, passos distantes a observa. Ele volta olhar para o alto, ouvindo outro trovão, e pelo vão da porta vê a chuva desabar.

Em passos largos ele entra numa pequena sala, e, agoniado, respira com dificuldades. Senta-se no chão, e se encolhe, sentindo frio. Levanta os olhos, encarando o padre lhe chamar: — O que está fazendo aqui, meu rapaz?

Luiz treme e a respiração é ofegante — Ela já foi embora?

Padre — Ela quem? — Ao ouvir estrondo, vindo do céu e Luiz olhando para o teto da igreja. — A chuva? Não, ainda está chovendo muito.

Luiz — Perguntei da senhora Medeiros?

Padre estica o olhar dentro da igreja e fala com ele. — Não! Ela está esperando o temporal passar.

Luiz geme agoniado. A voz quase não saiu: — Será que ela vai demorar ir embora?

Padre brinca — A chuva ou a senhora Medeiros?

Luiz tremendo e respirando com dificuldade. — As duas.

Padre — Melhor eu avisar seu pai que você está aqui, antes que piore. Não saia daí eu já volto.

Luiz prende a respiração, ao ver a mulher entrar na sala, assim que o padre sai.

Ela fala com ele. — O padre me pediu para ficar aqui com você. Como está?

Luiz encara-a, direto aos olhos, e, o ar lhe falta.

No hospital, Luiz senti agonia e se mexe na cama. O aparelho apita.

Geraldo percebe e fica apavorado: — Filho?

Miguel corre, saindo pela porta. Em seguida uma enfermeira entra. Custódio não demora aparecer. A enfermeira pede que Geraldo e Miguel saem.

Dora, Mirtes e Dudu chegam na fazenda e conversam com o mesmo empregado que Luiz conversou no dia anterior.

Tereza e Adalberto também chegam com dois milicianos.

Adalberto pergunta ao empregado: — Você conhece bem a região? Existe alguma trilha, sem ser a estrada? Uma que é cortada por um rio.

Empregado — Sim! Do outro lado da fazenda vizinha. Uns 20 quilômetros daqui. Seguindo o lado oposto, da trilha que indiquei ao casal, onde eles deveriam ter seguido, saindo direto na fazenda, onde o padre deve estar ainda.

No hospital, Geraldo anda de um lado para outro preocupado.

Miguel, sentado na cadeira, cabisbaixo, aguarda. Ele é o primeiro ver Custódio chegar.

Geraldo — Como está o Luiz, doutor?

Custódio — A febre está aumentado, e eu não acredito em milagres, se você acredita começa a rezar.

Miguel — Eu vou ajudar procurar a Maria. Quem sabe, ela ao lado dele, o Luiz encontra forças para lutar contra a morte.

Custódio — Deveria ir junto, Geraldo. Quando mais pessoas procurando ela será melhor. Não vai resolver nada ficando aqui. O Luiz foi levado para a UTI.

Geraldo pensa, e depois diz: — Antes quero ver o meu filho de novo. Posso ver ele?

Custódio concorda.

Geraldo para Miguel — Me espere, vamos juntos procurar a Maria depois.

Na UTI. Geraldo aperta a mão do filho. — Eu vou ajudar procurar a Maria, filho. Eu vou trazê-la para perto de você, eu prometo. Então, não desiste, eu sei que você é forte. — Olha Custódio ali. — Não deixe meu filho morrer, doutor. Ele é o único filho que Deus me deu.

Custódio – Vou continuar fazendo o que está no meu alcance.

Geraldo vai sair, Custódio pede: — Geraldo, posso lhe fazer uma pergunta pessoal? Você disse o Luiz ser o único filho que Deus lhe deu. Qual razão a sua mulher não ter lhe dado mais filhos?

Geraldo pensa, antes de responder: — Luiz não é filho da Mirtes. Eu tive um caso com uma mulher, e dois dias antes do meu casamento com Mirtes ela me procurou e disse que esperava um filho meu. Não acreditei nela. E assim que o Luiz nasceu, e sem condições de ficar com o menino, ela voltou a me procurar e o entregou para a Mirtes, que o aceitou como nosso filho. Ela nunca conseguiu engravidar. E até hoje eram apenas 3 pessoas que sabiam disso. Eu, Mirtes e a mãe do Luiz. Agora são 4.

Custódio — Entendi. Faz de conta que nada me disse.

Geraldo – Eu sempre tive dúvidas o Luiz ser meu filho ou não. No fundo, talvez ele sentia isso, por me excluir de muitas coisas que ele fazia. Mas, agora eu tenho certeza que é. Vendo-o assim, sinto ser uma parte de mim que está sofrendo, e se ele morrer um pedaço de mim será arrancado. — sem se conter chora — Eu acho que Deus está usando o Luiz para me punir, talvez, por eu ter duvidado ele ser meu filho.

Ezequiel, ali presente, após observá-los desaparece. Ele se aproxima de Estela, sentada ao lado da cama, trocando, o pano úmido, da fonte de Maria ainda adormecida. —Em breve vão encontrá-la. Está na hora de você voltar.

Estela — Deixe me ficar com ela, até a certeza de que vai estar bem?

Ezequiel — Tem certeza?

Estela — Sim!

Custódio, no hospital, examina o corpo intacto de Estela. Ele fala com a uma enfermeira. — Já era para Estela dar sinal de vida. Ela está demorando voltar.

Geraldo, um miliciano e Miguel chegam de carro, onde o carro de Dudu permanece na estrada. Outro miliciano aguardava.

Ele explica: — Fiquei para vigiar caso a moça volte onde o carro ficou. Alguns estão procurando no meio da mata, outros seguiram a trilha.

Geraldo, Miguel e o miliciano seguem a indicação do miliciano. Não demoram estar na trilha. Miguel para ao ver uma trilha de animais. Tinha ficado passos para trás.

Geraldo volta — O que foi?

Miguel — Pode ser besteira minha, mas já vi um lugar parecido com este. Vamos por aqui?

Geraldo — Precisamos ter cuidado para não se perder no meio da mata. É loucura o Luiz vim parar nesse lugar, atrás de um padre.

Miguel — Dizem que as pessoas fazem loucuras em nome do amor.

Geraldo, quebrando um galho para marcar o caminho. — Vou ter que concordar com você.

Maria acorda em sobressalto, assustada. Ela se vê deitada no chão puro, dentro do rancho de sapé.

Miliciano — A moça está bem?

Maria — Minha cabeça. Estou com tonturas.

Geraldo estende a mão para ela. — Eu ajudo você.

Maria, acanha, permanece no lugar, em prantos. — Cadê o Luiz? Onde ele está?

Geraldo — Ele foi levado para o hospital. Não está nada bem?

Maria ainda chora — Cadê meu pai? Minha mãe?

Geraldo — Eles não sabem que eu vim procurar você. Vamos? Eu ajudo você.

Maria segura a mão oferecida. Sente tonturas quando fica de pé. Miliciano pega-a nos braços e quando chegam na estrada, encontram todos.

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