DESTINOS CRUZADOS.

NOVELA DE

UELITON ABREU. 

ESCRITA POR

UELITON ABREU. 

CAPÍTULO 30 ESCRITO POR

WALLACE GOMES. 

CENA. 1. MANSÃO. COZINHA. INT. DIA 

ABRE EM SAFIRA.  

SAFIRA — Não, imagina! Ele só está dormindo, idiota. Não está vendo que ele está morto? 

CAIO    — Vai pro inferno! Chama a polícia, Bruno. 

BRUNO— Já estou fazendo isso, calma! 

CORTE DESCONTÍNUO PARA: PERITOS JÁ TRABALHANDO NO LOCAL. PEDRO SE APROXIMA DE CAIO, BRUNO E SAFIRA, QUE ESTÃO SENTADOS NO SOFÁ.  

PEDRO   — Boa noite! Chamo-me Pedro. Gostaria de voz fazer algumas perguntas. Sei que é um momento difícil, mas é meu trabalho e tenho que seguir todos os procedimentos. 

BRUNO — Claro. Entendemos!

CAIO      — Pode fazer quantas perguntas quiseres. 

PEDRO   — Onde vocês estavam? E ele. Sabem informar? (com um bloco de notas em mãos e uma caneta) 

BRUNO — Eu e o Caio, nós estávamos no quarto a dormir toda a noite. Juntos. Ele havia saído, disse que iria encontrar uns amigos da faculdade, algo assim.

PEDRO   — Ok. E a senhora, onde esteve na noite passada? 

SAFIRA — Eu saí pra dá uma volta. Estava indisposta a ter que jantar com esses dois…

PEDRO   — Por quê?

SAFIRA — Porque…

BRUNO A CORTA ANTES MESMO DE ELA SEGUIR COM SUA RESPOSTA.

BRUNO — Porque ela nos odeia, Senhor Policial. Pelo fato de sermos dois caras gays.

SAFIRA — Acha isso normal, seu policial? Dois homens estarem a se relacionar, se beijar, sei lá mais o quê. 

PEDRO   — Estou limitado aqui em apenas saber o que fizeram e onde estavam na noite anterior. Então, por favor, respondam-me apenas aquilo que for necessário. Não estou aqui pra opinar a condição de ninguém. Ok? Seguimos então. A senhora saiu, tudo bem. Voltou que horas pra casa? Chegou a vê-lo ao voltar para casa?

SAFIRA — Tudo bem. É… não! Não o vi após minha volta. Cheguei por volta das uma da manhã e subi direto para o quarto. Depois disso, apaguei.

PEDRO   — Bem demorada essa sua volta, não? A senhora saiu antes do jantar e só voltou as uma. Onde esteve nessas horas todas? Caminhando não era. 

SAFIRA — Eu visitei algumas amigas… natural. Que é? Cê tá achando que eu o matei, é isso? 

PEDRO   — Não estou a insinuar nada, apenas estou lhe questionando algo, não me interprete mal.

SAFIRA — Eu não fui! Pra que raio iria de querer matá-lo? Eu o amava.

CAIO NÃO SUPORTA O QUE OUVIRA DE SAFIRA E EXPLODE COM A MESMA.

CAIO      — Falsa! Tu és uma dissimulada. Vocês estavam afastados, melhor, brigados por minha causa. Essa louca não me aceitava. Ele sim, me amava, me apoiava e respeitava minha orientação. Motivos? É o que não falta pra essa mulher. Ela é ardilosa, gananciosa, é capaz de tudo para ter o que aspira. Demônio! 

PEDRO  — Por favor, vos peço mantenham a calma.

PERITO VEM DA COZINHA. 

PERITO  — Desculpa interromper, mas tenho que dá meu parecer a respeito de tudo que foi analisado aqui. Bom, suspeito que tenha sido um assassinato… Assim como no outro caso, Pedro, o assassino não deixou rastros, nada, nenhuma IPL fora encontrada. Agora, temos que levar o corpo para o IML para sabermos o que o matou.

BRUNO — O assassino deixou um rastro sim, um bilhete…

PEDRO   — Onde está esse bilhete?

BRUNO — Aqui no meu bolso. (entrega-lhe) Toma aqui. 

PERITO — Você não devia ter tocado nesse papel, rapaz. Era pra ter deixado ele no local que encontrara. Inerte. O que diz aí, Pedro?

PEDRO   — “segue em anexo neste papel a causa da morte desse infame, envenenamento por arsênico. Querem saber o que é? Pesquisem. Mais gente irá morrer. Isso é só o começo. ATT: LCLHS

PERITO — Arsênico… 

PEDRO   — E essas siglas o que querem dizer, hein? LCLHS.

BRUNO — Era o que estávamos tentando decifrar, mas não chegamos a lugar algum, é complicado.

PERITO — Nem tanto, essas letras, creio que sejam iniciais de nomes… Nomes de pessoas próximas a vocês, não sei. Eu preciso desse bilhete, para examiná-lo.

PEDRO   — Fica à vontade.

PEDRO O ENTREGA O BILHETE, ELE EXAMINA SE HÁ ALGUMA DIGITAL NO PAPEL E NADA ENCONTRA.

PERITO — Nada! Essa pessoa é profissional demais, não há um deslize seu…

CAIO      — Meu pai fora assassinado… O que será de mim agora?

CAIO CHORA A PERDA DE SEU PAI. BRUNO O CONSOLA.

BRUNO — Ei, eu estou aqui, cara. Eu te amo! 

PEDRO   — Já obtive todas as minhas respostas. Agora, iremos investigar tudo e assim que tivermos novidades, entraremos em contato convosco. Com licença. 

PEDRO SAI. FECHA NA TRISTEZA DE CAIO. 

CORTE PARA: 

CENA. 2. STOCK-SHOTS. EXT. DIA.

CENA. 3. CEMITÉRIO. EXT. DIA. 

ÁTILA JÁ SENDO SEPULTADO. CLIMA FÚNEBRE. AMIGOS E FAMILIARES ALI PRESENTES. PRESTAM SUAS CONDOLÊNCIAS A CAIO E SAFIRA. INSTANTES. APÓS A CERIMÔNIA TODOS VÃO INDO EMBORA DO LOCAL. 

CORTA PARA: 

CENA. 4. MANSÃO. SALA DE ESTAR. INT. DIA. 

SAFIRA SENTADA NUMA POLTRONA, TOMA UM UÍSQUE. BRUNO CHEGA COM CAIO DA RUA. O SEGUNDO JÁ A REPREENDE POR ESTAR BEBENDO. 

CAIO      — Vem cá, tu não respeitas a memória do meu pai, não, hein? Mal saiu do seu sepultamento e já está aí, bebendo, sua comemoração? 

SAFIRA — Aquele desgraçado teve o fim que merecia, idiota… tenho mais que comemorar mesmo, fiquei livre daquele embuste. (ri) Essa morte só veio a calhar…

CAIO      — Como assim? O que tu queres dizer com isso?

SAFIRA — Simples, quero-te fora dessa casa. Agora! Aqui tu ficas mais. Vai embora! 

CAIO      — Eu não vou sair daqui. Não vou te dá esse gosto, nem depois de morto, sua assassina! 

BRUNO — Sua louca, respeita, ele acabou de enterrar o pai. (incrédulo) Que tipo de mãe tu és? 

SAFIRA — Foda-se. Essa casa é minha e quem dita às ordens agora sou eu. Fora! Se não querem sair por bem, irão sair por mal. Seguranças!

TRÊS SEGURANÇAS FORTÕES ADENTRAM A SALA.

SEGU1   — Pois não, senhora?

SAFIRA— Tirem esses dois delinquentes daqui. Já! 

BRUNO — Não toquem na gente!

OS DOIS SÃO RETIRADOS DALI PELOS SEGURANÇAS. SAFIRA OBSERVA TUDO SORRIDENTE, REALIZADA.

CORTA PARA: 

CENA. 5. APTO DE ALAN. SALA. INT. DIA. 

SONOPLASTIA: CAMPAINHA TOCANDO. ALAN VEM DO CORREDOR. VAI ATENDER A PORTA. 

BRUNO — Fala aí, irmão? 

ALAN     — Olha só quem resolveu dá as caras por aqui… Fala, men.

PUXA-O PARA UM ABRAÇO. 

BRUNO — Bem, voltei e tenho um pedido pra fazer-te. Vem, amor! 

CAIO SE APROXIMA EM SUA CADEIRA DE RODAS. 

CAIO      — Olá!

BRUNO — Sua mãe o expulsou de casa, e ele não tem pra onde ir. Será que ele poderia passar um tempo aqui com a gente? É só até arranjarmos um local para vivermos.

ALAN     — Que isso. Claro que podem ficar o tempo que precisarem. De boa. Seja bem-vindo, Caio.

BRUNO — Cara, tu és o melhor irmão… Obrigadão! 

O ABRAÇA FORTE.

CAIO      — Obrigado, Alan. 

ALAN     — Fiquem à vontade, a casa é de vocês. Bruno, faça as honras e o instale. Irei dá um pulo na delegacia.

BRUNO — Já voltando pro trabalho?

ALAN     — Ainda não. Até porque ainda será nomeado o novo delegado titular, até lá continuo afastado. Bom, vou indo nessa. cuidem-se! 

ALAN SAI. BRUNO LEVA CAIO ATÉ SEU QUARTO.

CORTA PARA: 

CENA. 7. APART DE PEDRO. SALA. INT. DIA.

ABRE EM PEDRO À MESA, ESTUDANDO O CASO DO ASSASSINO MISTERIOSO EM SEU NOTEBOOK. NATHI E SAMUEL VÊM DO CORREDOR ARRUMADOS PRA SAIR. 

NATHI    — Irmão, iremos dá uma volta. Tá? Voltamos mais tarde.

PEDRO   — Tudo bem! Cuidado, hein! ah, e a Petra, vocês a pegam na creche, ou eu a busco? 

SAMUEL — Nós só vamos correr no calçadão. Na volta à gente pega ela, sim, Pedro.

PEDRO   — Tudo bem. Boa corrida! Deixem-me voltar aqui pro meu trabalho, até mais. 

NATHI E SAMUEL SAEM. PEDRO VOLTA SUA ATENÇÃO AO TRABALHO. SONOPLASTIA: TOCAR CAMPAINHA.PEDRO PARA O QUE ESTÁ A FAZER E VAI ATENDER. É LÍDIA QUE JÁ ENTRA O BEIJANDO. 

PEDRO   — Olá. Estava sumida nesses dias. Liguei-te várias vezes e nada. 

LÍDIA     — Lindo, eu tive que… que ir à casa dos meus pais. Tadinhos, nunca mais havia os visitados. Sentiu minha falta foi? Hum? 

LÍDIA PARA A SUA FRENTE, ENTRELAÇANDO SEUS BRAÇOS EM VOLTA DE SEUS OMBROS.

PEDRO   — Confesso que fiquei apreensivo, querendo saber notícias do nosso filho. 

LÍDIA     — Mas ele está ótimo, papai. Pode ficar tranquilo. (sorri) sua irmã, cadê?

PEDRO   — Ela saiu com o Samuel…

LÍDIA     — Entendi. Bom, vi aqui mesmo só pra dizer-te que nosso filho está ótimo. Vendendo saúde. Tenho que ir, pois tenho que resolver algumas questões aí, sabe, coisa de grávida.

PEDRO   — Vem cá, quando que você vai à ginecologista? Quero já poder ver o rosto do bebê no ultrassom. 

LÍDIA     — Eu… ainda nem marquei com ela, sabe, mas… Sei lá, acho que já próximo mês eu vou até ela. 

PEDRO   — Não! Temos que marcar pra logo. O quanto antes melhor.

LÍDIA     — Tá, a gente vê isso depois, tá, meu lindo. Agora, tenho que ir, gato. Vemo-nos em breve. Tchau.

PEDRO   — Tudo bem. Levo-te a porta.

LÍDIA O BEIJA E SAI DALI. 

CORTA PARA: 

CENA. 8. CONDOMINIO. ELEVADOR. INT. DIA. 

ABRE EM LÍDIA PREOCUPADA. 

LÍDIA     — Droga! Tenho que preparar tudo, esse idiota não pode descobrir que eu não estou mais grávida.

O ELEVADOR ABRE-SE E ELA VAI EMBORA DALI.

CORTA PARA: 

CENA. 9. CALÇADÃO. EXT. DIA. 

NATHI e SAMUEL correndo pelo calçadão. Tempo. 

CORTE DISCONTÍNUO: 

CENA. 10. QUIOSQUE. EXT. DIA. 

NATHI E SAMUEL À MESA, TOMANDO UMA ÁGUA DE COCO. NUMA MESA AO LADO, UM CARA FLERTANDO SAMUEL. NATHI PERCEBE O FLERTE. 

NATHI    — O cara ali não para de te olhar, hein, daqui a pouco a baba vai começar a escorrer pelo canto da boca. Mas até que ele é bonito, viu. Se fosse hetero eu bem que pegava. 

SAMUEL— Que nada, ele deve estar olhando pra ti…

NATHI    — Para, não faça a sonsa, não comigo. Quer que eu peça seu telefone. Hum? Eu peço! 

SAMUEL— Não! Está louca? Eu… quero ficar em paz, sabe, não quero saber de relacionamento agora não. Até porque o cara de quem eu gosto, está em outra e ainda por cima vai ser pai… 

NATHI    — Para, para tudoooo! (toda eufórica) É isso mesmo, ele está assumindo, não, assumindo não; ele está afirmando que gosta do meu irmão? Que lindo! Ai, vocês formariam um lindo casal, sabia. Melhor do que ele com aquela demônia da Lídia

SAMUEL— Fazer o quê. A gente não manda no nosso coração, né. Ele que escolhe por quem iremos nos apaixonar, simples. E ele optou por seu irmão, aquele… Ah, maravigato. 

NATHI    — Oh, ele está apaixonadinho…

SAMUEL — É, mas, temos que esquecer isso, seu irmão é um cara compromissado, e eu tenho mais é que esquecer esse sentimento. Nunca que eu e ele iremos ficar juntos.

NATHI    — Não diga isso, jamais. Meu irmão também gosta de ti, eu sei disso, o único problema é esse filho que aquela demônia está esperando. Apesar de que uma simples gravidez não impede ninguém de ser feliz.

SAMUEL— Ok. Vamos? Que ainda temos que buscar a Petra na creche.

NATHI    — Vamos, vamos sim. Ei, aqui a conta… 

DEIXA O DINHEIRO DOS COCOS SOBRE A MESA, ACENA PARA O DONO DO QUIOSQUE E VÃO EMBORA.

CORTA PARA: 

CENA. 11. BARRACO DE CÉSAR. INT. DIA.  

CÉSAR ARRUMANDO A CASA. ALGUÉM BATE À PORTA. 

LOBÃO — César, precisamos conversar! 

CÉSAR   — Claro! Entra. (dá espaço para sua entrada) do que exatamente cê quer falar? 

LOBÃO — Sobre o beijo de ontem à noite… Eu…/ 

CÉSAR   — Você estava mal, eu te consolei, natural… nada mais. Fiz o papel que qualquer amigo faria. Enquanto ao beijo é melhor esquecermos…

LOBÃO — Mas eu não consigo… Não sei o que acontece comigo, sabe, toda vez que eu me aproximo, tenho vontade de beijar-te, agarra-te e tomar-te aos meus braços.

CÉSAR   — Gente, o que isso? É pegadinha? Vem cá, está usando alguma parada algo do tipo… Hum? 

LOBÃO — Eu estou falando sério, cara! Será que eu estou virando veado? 

CÉSAR   — Assim, só pra constar, ninguém vira veado, a pessoa já nasce predestinado àquilo. Entendeu?

BRUNO — Então, o que eu sou? Por que eu estou gostando de um cara?

CÉSAR   — Tu podes ser Bi, sei lá. Nesse mundo existem tantas diferenças, diversidades. Deves gostar de homens e mulheres.

LOBÃO — Só sei que por agora que é a ti que eu quero! Eu… (se aproximando dele) eu… 

CÉSAR   — Calma, não se precipite, por favor. Tu disseste uma vez que nada iria rolar entre a gente, que era pra eu não ter esperanças, por isso eu te peço: vai embora. Eu não quero me machucar, vai. 

LOBÃO — Tem certeza que é isso que você realmente quer? 

CÉSAR   — É…

LOBÃO — Ok. Eu vou então. A gente se fala depois.

NISSO, LOBÃO SE AFASTA LENTAMENTE, ANDA ATÉ A PORTA, PÕE A MÃO NA MAÇANETA. CÉSAR O CHAMA ATENÇÃO.

CÉSAR   — Espera!

LOBÃO — Sim? 

LOBÃO SE VOLTA A ELE. CÉSAR CAMINHA ATÉ ELE, PARA A SUA FRENTE… OS DOIS BEM PRÓXIMOS, RESPIRAÇÕES PESADAS… CLIMA IMPERA ENTRE OS DOIS. 

CÉSAR   — Eu… eu sei que vou me arrepender depois, mas eu… eu quero, te quero muito. 

JOGA-SE EM SEUS BRAÇOS E O BEIJA, APAIXONADO. 

CORTA PARA: 

CENA. 12. APTO DE HUGO. COZINHA. INT. DIA. 

ABRE EM LÍDIA COZINHANDO ALGO PRO JANTAR. PEGA SEU CELULAR E ENVIA UMA MENSAGEM PRA CÉSAR PEDINDO PARA ENCONTRÁ-LA LOGO MAIS À NOITE. 

CORTA PARA: 

CENA. 13. STOCK-SHOTS. ANOITECER. EXT. NOITE. 

CENA. 14. APART DE PEDRO. COZINHA. INT. NOITE. 

PEDRO ESCORADO A PIA APENAS DE CALÇA MOLETOM, TOMANDO UM SUCO. SAMUEL ENTRA. VAI À GELADEIRA E PEGA UM COPO DE ÁGUA PRA SI. 

PEDRO   — Está calor hoje, né? 

SAMUEL — Muito! Vim até tomar essa água. Vem cá, e como andam as investigações sobre a morte da minha mãe? 

PEDRO   — Estamos investigando… Ainda não encontramos nem uma pista que possa nos levar até este assassino, que sequer deixa um rastro em seus crimes. Mas te prometo que não irei sossegar enquanto não o pôr na cadeia. Fique tranquilo.

SAMUEL— Obrigado!

PEDRO   — Nada! 

PEDRO O OBSERVA INTENSAMENTE. SAMUEL NOTA SEU OLHAR DIFERENTE. 

SAMUEL— Que foi? Por que tá me olhando assim? 

PEDRO   — Eu…

NISSO, PEDRO O PUXA PELA CINTURA PRA SI. CORPOS BEM PRÓXIMOS, OLHOS NOS OLHOS, AMBOS SE BEIJAM. NATHI ADENTRA A COZINHA E OS FLAGRA.

NATHI    — Ah! Que isso? 

PEDRO RAPIDAMENTE SE AFASTA DE SAMUEL.

PEDRO   — (recompõe-se) Isso o quê? 

NATHI    — Vocês… Estavam a se beijando… 

PEDRO   — Acho que tu entendeste tudo errado. Eu estava apenas soprando um cisco no olho dele, parecia um beijo? 

SAMUEL— É, amiga, é isso… um cisco.

NATHI    — Aham, um cisco… Tá.

PEDRO   — Vou pro meu quarto. Boa noite! 

PEDRO DEIXA O COPO NA PIA E SAI. 

SAMUEL— Eu também, amiga. Estou cansado.

A DÁ UM BEIJO NO ROSTO E SEGUE RUMO AO SEU QUARTO.

NATHI.   — Bobinhos, acham que me enganam… (ri) faço gosto nesse relacionamento! Que Deus abençoe que vocês possam ficar juntos…

APÓS SAIR DE SEUS PENSAMENTOS, DESLIGA AS LUZES DA COZINHA E SAI.

CORTA PARA: 

CENA. 15. STOCK-SHOTS. NOTURNOS. EXT. NOITE. 

CENA. 16. APTO DE HUGO. QUARTO. INT. NOITE. 

LÍDIA DE CAMISOLA JÁ SE PREPARANDO PRA IR DORMIR. PASSA EM SUAS PERNAS UM CREME HIDRATANTE. SONOPLASTIA: TOCAR CAMPAINHA INSISTENTEMENTE

LÍDIA     — Deve ser o César… 

E SAI. 

CORTA PARA: 

CENA. 17. APTO DE HUGO. SALA. INT. NOITE. 

LÍDIA VINDO DO QUARTO. PASSA PELA SALA. VAI ATENDER A PORTA. NÃO HÁ NINGUÉM. LOGO DE CARA ESTRANHA. FECHA A PORTA. E AO VIRAR-SE PRA VOLTAR PRO QUARTO, SE DEPARA COM HUGO ALI, NA SALA, PARADO E DE BRAÇOS CRUZADOS. A ENCARANDO SERIAMENTE. TENSÃO

LÍDIA     — Não pode ser… Ele está morto, Lídia, não pira! Sai! você não tá aqui…

LÍDIA DERRUBA ALGUNS VASOS E OBJETOS DA SALA. HUGO RI DE SEU DESESPERO. VAI SE APROXIMANDO ENQUANTO FALA: 

HUGO    — Pro teu azar, felizmente estou vivo! 

LÍDIA     — Sai!!! Não chega perto. Sai, assombração!

HUGO    — Eu vou te dá uma prova de que estou vivo!

HUGO A DÁ UMA BOFETADA, FORTE. LÍDIA PENDE PARA TRÁS, PORÉM MANTÉM EQUILÍBRIO.

HUGO    — Sentiu a força da minha mão? Isso é a prova de que estou vivo, cachorra! Pra assim acertarmos nossas contas. Vadia!

LÍDIA     — Sai daqui… (grita) Socorro! 

HUGO A PÕE CONTRA A PAREDE, TAPANDO SUA BOCA, ELA SE DEBATE.

HUGO    — Chegou à hora do nosso acerto de contas. Isso é por ter me enganando esse tempo todo… piranha! Tu vai ter desejado ter morrido quando te fiz cair daquela escada. Agora, é sem falhas, morra! 

HUGO A ENFORCA COM SUAS MÃOS. LÍDIA SE DEBATE, EM SEUS OLHOS, O MEDO TRANSCENDE…

CÉSAR ENTRA, JÁ SACANDO SUA ARMA E APONTANDO EM DIREÇÃO A HUGO. 

CÉSAR   — Larga ela agora, ou eu estouro teus miolos aqui e agora! 

HUGO    — Vai embora, César. Não te mete. Esse é um assunto entre mim e essa filha de uma puta! Sabe, eu não entendo essa amizade de vocês, por que tu defendes tanto ela, hein? Vocês têm um caso… É isso?

CÉSAR   — Não! A gente é irmão…

HUGO    — Como é?

CLOSES ALTERNADOS NAS REAÇÕES DE HUGO E LÍDIA. 

CORTA PARA: 

FINAL DO CAPÍTULO.

A Widcyber está devidamente autorizada pelo autor(a) para publicar este conteúdo. Não copie ou distribua conteúdos originais sem obter os direitos, plágio é crime.

Pesquisa de satisfação: Nos ajude a entender como estamos nos saindo por aqui.

Leia mais Histórias

>
Rolar para o topo