DESTINOS CRUZADOS.

NOVELA DE

UELITON ABREU. 

ESCRITA POR

UELITON ABREU. 

CENA 1/ PARQUE/ EXTERIOR/ NOITE. 

CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA ÚLTIMA CENA DO CAPÍTULO ANTERIOR. ALAN PEGA SEU TELEMÓVEL E ACIONA SAMU E A POLÍCIA. EM SEGUIDA, VAI ATÉ O CORPO DE LEONARDO. SE SENTA, JÁ POUSANDO A CABEÇA DO OUTRO EM SEU COLO. O OBSERVA. INSTANTES. CORTE DESCONTÍNUO: PERITOS JÁ NO LOCAL. TRABALHAM. POLICIAIS TAMBÉM JÁ EM CENA. PEDRO SE APROXIMA DE ALAN, QUE AINDA ESTÁ EM CHOQUE. 

PEDRO   — Alan, agora é com a gente. Vem, preciso te fazer algumas perguntas. Sabe dizer o que ele veio fazer aqui a essas horas da noite? 

ALAN     — Ele veio se encontrar com alguém, que ele não sabia de quem se tratava… essa tal pessoa o mandou uma mensagem avisando que sabia quem assassinou seu irmão, o Hugo. Teimoso, ele veio e se deparou com a morte… eu vi tudo, Pedro. Foi horrível… uma pessoa encapuzada, veio por trás e o golpeou com duas facadas no peito. Não dava pra ver seu rosto, tava todo coberto, impossível identificar se era homem ou mulher. Eu fiquei com tanto medo que nem consegui reagir, sabe, não conseguir agir como policial, sequer conseguir tocar em minha arma. Entrei em estado de pânico. 

PEDRO   — Entendo. Deve ter sido um baque pra você… sinto muito pela sua perda! E o que você precisar… você já sabe, pode contar comigo. Sempre! 

ALAN     — Obrigado! (pós-abraço) coitado, não merecia isso, mal acabou de perde a mulher…

PERITO VEM ATÉ ELES E TRAZ CONSIGO INFORMAÇÕES E O PINGENTE QUE FORA ENCONTRADO NO CHÃO.

PERITO — Assim como os outros assassinatos, nenhuma IPL fora encontrada, porém dessa vez o assassino deixou um rastro, talvez por descuido seu, esse pingente fora encontrado próximo ao corpo e também um bilhete onde diz que mais gente irá morrer. 

PEDRO  — Será que eu posso ver esse pingente? 

ELE ABRE O SAQUINHO E RETIRA O OBJETO DE DENTRO, O OBSERVA. ACABA POR RECONHECÊ-LO E TEM A CERTEZA APÓS VER A FOTO DE ALICIA NELE.

PEDRO   — Isso aqui é da minha falecida esposa. É, é dela eu reconheci e agora com essa foto, certeza, é dela. 

ALAN     — Isso quer dizer…

PEDRO  — Não! Não é possível. É? Vêm cá, vocês já analisaram esse pingente? Há alguma digital nele? 

PERITO — Agora, só as suas. Já verificamos. Nada! Bem, tenho que ir. Vai ficar com o objeto?

PEDRO   — Sim, vou. Afinal, ele pertencia a minha esposa. 

PERITO — Como quiser. Com licença! – diz ao ir embora.

PEDRO   — Precisamos ir, amigo. Vamos. Te deixo em casa!

ALAN     — Claro! Vamos.

AMBOS VÃO EMBORA.

CORTA PARA: 

CENA 2/ STOCK-SHOTS/ AMANHECER/ EXTERIOR/ DIA 

CENA 3/ AEROPORTO/ PISTA/ EXTERIOR/ DIA. 

AVIÃO POUSANDO NA PISTA…. 

CENA 4/ AEROPORTO/ EXTERIOR/ DIA. 

JUNIOR VINDO DO INTERIOR DO LOCAL. NATHI VEM DISTRAÍDA MEXENDO EM SEU TELEMÓVEL. OS DOIS ACABAM SE ESBARRANDO. NATHI COM O IMPACTO ACABA PARANDO NO CHÃO E O CELULAR VOA PRO OUTRO LADO. 

NATHI   — Seu louco… 

JUNIOR — Perdão! Machuquei-te? 

OS DOIS TROCAM OLHARES INTENSOS. HÁ UM CLIMA ENTRE ELES. 

NATHI    — Um pouco… 

JUNIOR — Vem, ajudo-te. 

NATHI    — Obrigada! 

JUNIOR — Desculpa, mesmo, estava distraído aqui, em busca de um táxi que acabei nem vendo-te! 

NATHI    — Eu é que peço desculpa, pois estava no celular. O erro foi meu, eu que devia prestar mais atenção por onde ando. Desculpa! 

JUNIOR — Estás bem mesmo? Não queres ir ao médico? 

NATHI    — Não. Eu estou bem, obrigada! Eu preciso ir, tenho que encontrar uma amiga… Tchau.

JUNIOR — tchau… 

OS DOIS SE OLHAM ATÉ ELA ENTRAR NO AEROPORTO. JUNIOR DÁ UM SORRISO ANIMADO. AVISTA UM TÁXI E LOGO ACENA… ELE ADENTRA E SEGUE PARA SUA CASA.

CORTA PARA: 

CENA 5/ DELEGACIA/ SALETA/ INTERIOR/ DIA. 

PEDRO COLHENDO O DEPOIMENTO DE CAIO. 

PEDRO   — Demorou, mas finalmente eu te achei… acho bom começar a abrir logo o jogo, ou vou ser pior pra ti, cara. Ouve o que eu estou te dizendo. Quem te pagou pra fazer aquele falso assalto? 

CAIO      — Eu não sei, cara. Não adianta me perguntar, torturar, sei mais o quê… apenas fui pago pra executar o serviço.

PEDRO   — Foi você que atirou na Alicia, minha esposa?

CAIO      — Não! Meu acordo era apenas roubar vocês, não matar. Eu não tenho esse culhão pra matar uma pessoa… Nunca matei ninguém. Só participei do esquema, porque estava precisando de grana, e esse dinheiro vem muito bem a calhar…

PEDRO   — Se você não sabe quem te pagou. Como te encontraram? 

CAIO      — Fábio era um traficante do manguezal, na época… Chamou-me, disse que ia rolar uma grana preta e eu aceitei… e, inclusive, eu me arrependo muito.

PEDRO   — Só que seu arrependimento, não a trará de volta. Esse tal Fábio, sabe onde ele está? Ele está sendo procurado e nada dele por aqui… tem contato com ele? 

CAIO      — Não mais. Ele não reside mais aqui no Rio, se não me engano a família dele é de Brasília, algo assim… não me recordo direito, mas tenho quase a plena convicção que ele é de lá, policial.

PEDRO   — Ok. Espero que tudo que você disse aqui seja verdade. Com licença. Irei permitir a entrada do seu namorado. Terão apenas 3 minutos de conversa. Sejam rápidos. E nem tente nada, pois há câmeras aqui. 

CORTA PARA: 

CENA 6/ BRASÍLIA/ EXTERIOR/ DIA. 

FÁBIO SEGUE ANDANDO NAS RUAS DE BRASÍLIA, COM ALGUMAS SACOLAS EM MÃO, COMPRAS, ATÉ QUE É INTERCEPTADO POR DOIS CARROS DE POLÍCIA FEDERAL. TENSÃO

PF           — Fábio Velasco? 

FABIO    — Eu…

PF           — Está preso! 

FABIO    — Preso? Ué, mas por quê? 

FABIO É ALGEMADO POR UM AGENTE DA FEDERAL.

PF           — Levem-no direto pro aeroporto, ele será deportado de volta pro Rio de Janeiro. 

FABIO É LEVADO PARA A VIATURA, QUE SEGUE RUMO AO AEROPORTO.

CORTA PARA: 

CENA 7/ CLÍNICA/ CONSULTÓRIO/ INTERIOR/ DIA 

ABRE NA IMAGEM DO UTRASSOM. ÂNGULO É ABERTO E ASSIM MOSTRA PEDRO EMOCIONADO AO VER PELA PRIMEIRA VEZ O FILHO NAS IMAGENS FORJADAS PELO MÉDICO FALSO. 

PEDRO   — (EMOCIONADO) ah! 

LÍDIA     — Amor… não chore. 

PEDRO   — Desculpa, é que sou assim mesmo, quando a Petra estava na barriga da mãe, foi do mesmo jeito. Eu fico emocionado, sabe, mas é de felicidade. E aí, doutor, já podemos saber qual é o sexo da criança?

DOUTOR — Já sim, é um meninão ó, como podemos ver… a pintinha dele…

LÍDIA     — Ah, que lindo…

PEDRO   — Esse é meu garotão! 

DOUTOR — É isso. O filho de vocês está ótimo como viram, e agora é só aguardar sua chegada. Lídia, nada de se esforçar, hein, repouse, beba bastante líquido. Boa sorte!

LÍDIA     — Obrigada, doutor, pode deixar.

PEDRO  — Lídia, tenho que ir agora pra delegacia, você… Pega um táxi?

LÍDIA     — Pego, pego sim. Vai lá. Bom trabalho. 

SE DESPENDEM COM UM BEIJINHO E ESTE SE VAI. 

DOUTOR— Caiu direitinho, o idiota…

LÍDIA     — Muito bem, parabéns. Soube atuar… tchau. 

LÍDIA SAI. 

CORTE PARA: 

CENA 8/ DELEGACIA/ SALÃO/ INTERIOR/ DIA. 

PEDRO, ALAN E OUTRO PM A CONVERSAREM.

PEDRO   — Cara, é um meninão meu filhote… 

PM.         — Aê. Parabéns. Papai do ano! 

PEDRO   — Valeu.

ALAN     — Parabéns, amigo! Mas, agora, mudando de assunto, sobre esse pingente que fora encontrado ao lado do corpo do Leo. Eu estava pensando, pensando e cheguei a uma conclusão, será que Alicia não está viva, hein, gente? 

PEDRO   — Não! Será?

PM.         — Mano, tudo é possível nessa vida! Seguindo essa linha do Alan, hipoteticamente falando, será que não é ela a assassina, hein? Será que a morte dela, não foi só uma grande encenação?

PEDRO   — Mas por que ela iria fazer isso?

ALAN     — Pra esconder algo ou alguém de você. Pedro, ela tinha um caso com o Lobão, com certeza ela só estava contigo pra vigiar todos os seus passos, saber quando iria ter invasão no morro… É isso, cara. Tudo faz sentido.

PEDRO   — Tem razão. Se ela realmente estiver viva, eu vou descobrir.

PM.         — Conta com a gente.

PEDRO   — Valeu. Agora vamos trabalhar, que o nosso preso está chegando de Brasília, Fabio Velasco. 

PM.         — É verdade, temos que seguir direto por aeroporto. Vou acionar os outros PMS.

ALAN.    — E eu vou pra casa. Afinal, não estou de volta aos meus afazeres aqui nesta delegacia. Boa sorte! 

PEDRO SEGUE RUMO A SUA SALA.

CORTA PARA: 

CENA 9/ RIO DE JANEIRO/ RUAS/ EXTERIOR/ DIA. 

SAMUEL PASSEANDO PELA CALÇADA. MOVIMENTAÇÃO DE PESSOAS E CARROS POR ALI. SAMUEL OLHA PRO OUTRO LADO DA RUA E AVISTA HUGO DE COSTAS. GRITA POR ELE. 

SAMUEL    — Hugo! 

HUGO SE VIRA PRA ELE E AO RECONHECÊ-LO CORRE DALI. SAMUEL CORRE PRA IR ATRÁS DELE E É QUASE ATROPELADO POR UM CARRO QUE DÁ UMA FREADA BRUSCA.

MOTORISTA — Seu idiota, olha por onde anda! 

SAMUEL.   — Desculpa! (OLHA EM DIREÇÃO ONDE VIRA HUGO E NÃO O ENCONTRA MAIS) Droga! Será que ele está vivo? Meu Deus. Eu não posso está louco. Não mesmo. 

APÓS SAIR DE SEUS DEVANEIOS, ELE VAI EMBORA.

CORTA PARA: 

CENA 10/ STOCK-SHOTS/ ANOITECER/ EXTERIOR/ NOITE. 

CENA 11/ CONDOMINIO/ FRENTE/ EXTERIOR/ NOITE. 

TAKE DE LOCALIZAÇÃO…  

CENA 12/ APART DE PEDRO/ INTERIOR/ NOITE. 

SONOPLASTIA: TOCAR CAMPAINHA. PEDRO VEM DO CORREDOR. ATENDE A PORTA. LÍDIA JÁ ENTRA FALANDO. 

LÍDIA     — Uau! Onde é que é a festa? Isso tudo é pra mim? 

PEDRO   — É pra uma ocasião muito importante. (fecha a porta) cê vai ver.

LÍDIA     — Estou ansiosa. Do que se trata?

PEDRO  — Relaxa! Bebe algo?

LÍDIA     — Obrigada! Tô bem. 

PEDRO   — Pois eu vou que eu estou nervoso! Só um instante…

VAI À COZINHA, TOMA UMA ÁGUA E VOLTA DE IMEDIATO PARA SALA.

LÍDIA     — Está bem? Estou te achando tenso!

PEDRO   — Não, eu tô legal…

CORTA PARA: 

CENA 12/ CONDO/ HAL DE ELEVADORES/ INTERIOR/ NOITE

NATHI E SAMUEL CHEGANDO JUNTOS. 

NATHI/ SAMUEL — (JUNTOS) tenho que te contar algo!

SAMUEL    — Vai, conta você primeiro! 

NATHI    — Aqui não. Vamos subir e eu te conto no meu quarto.

SAMUEL — tem razão, é melhor mesmo.

E ENTRAM NO ELEVADOR. PORTAS FECHAM. 

CORTA PARA: 

CENA 13/ CONDOMINIO/ CORREDOR/ INTERIOR/ DIA. 

BIPE DO ELEVADOR QUE SE ABRE. DESTE SAEM NATHI E SAMUEL. A PRIMEIRA JÁ BUSCA A CHAVE DO APART EM SUA BOLSA. ENCONTRA. JÁ VAI DESTRANCANDO A PORTA. SUSPENSE. CORTA PARA: 

CENA 14/ APART DE PEDRO/ SALA/ INTERIOR/ DIA. 

ABRE EM PEDRO QUE PEGA UMA CAIXINHA EM SEU BOLSO. SE PÕE DE JOELHOS AO CHÃO DIANTE DE LÍDIA. 

LÍDIA     — Pedro, o que significa isso? Levanta daí.

PEDRO   — Lídia Castelo, quer casar comigo? 

SAMUEL E NATHÁLIA ADENTRAM A SALA E ACABAM POR OUVIR TUDO.

NATHI    — É isso mesmo que eu ouvi, Pedro. Casar? Com essa vaca? 

CLOSES ALTERNADOS NAS REAÕES DE PEDRO, SAMUEL, NATHI E LÍDIA. 

CORTA PARA: 

FINAL DO CAPÍTULO.

A Widcyber está devidamente autorizada pelo autor(a) para publicar este conteúdo. Não copie ou distribua conteúdos originais sem obter os direitos, plágio é crime.

Pesquisa de satisfação: Nos ajude a entender como estamos nos saindo por aqui.

Leia mais Histórias

>
Rolar para o topo