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Capítulo 6

CENA 1/ INTERIOR/ DIA/ RESTAURANTE

Continua a conversa entre Giselle e Aristóteles.

ARISTÓTELES – Minha ideia é a seguinte, Giselle. Você desde os anos 90 e conhecida com a Britney tupiniquim. E desde então, você nunca, durante dez anos de carreira, mudou seu estilo.

GISELLE – Mas foi assim que eu fiz sucesso!

ARISTÓTELES – Mas não faz mais!

GISELLE – Vamos combinar de você não ficar falando isso toda hora? Eu já sei muito bem da minha situação.

ARISTÓTELES – É bom que você se saiba! Por que a única saída que eu vejo, é você mudar esse seu estilo diva-pop-sensual, e partir pra algo mais gótica, mais rockeira e um pouco romântica.

GISELLE – (quase engasga com a bebida) Oi? Como assim? Eu não tenho nada a ver com esse estilo.

ARISTÓTELES – Mas esse estilo tem tudo pra bombar! Você vê no brasil, o segmento do rock é todo composto por bandas masculinas. É Capital Inicial, Cpm 22… Há poucas mulheres nesse estilo.

GISELLE – E Cassia ElLler é quem? Uma desconhecida?

ARISTÓTELES – Não é um estilo como o dela que eu estou te propondo… É algo mais punk, mais sombrio, mas sem perder o romantismo. Você vai ser tudo que os jovens querem ouvir.

GISELLE – Será?

ARISTÓTELES – Eu te garanto! Você pode aproveitar que foi massacrada pelo seu show de ontem e se mostrar pra imprensa de uma forma mais triste e introspectiva… Outra coisa, você precisa pintar seu cabelo de preto! Tirar esse loiro, que não tem nada a ver com sua nova fase.

GISELLE – Isso que você está me propondo é muito arriscado… Ainda mais me pedindo pra pintar meu loiro natural. Não sei se vou fazer isso não…

ARISTÓTELES – Olha, eu já empresariei dois artistas em Portugal. Tirei eles da lama e a primeira coisa que eu fiz foi isso. Mudar completamente o estilo deles. Sabe por que? Por que isso gera surpresa nos fãs, na imprensa e nos críticos musicais. Você seria o assunto mais falado no mundo pop.

GISELLE – É… Não parece tanto uma má ideia.

ARISTÓTELES – Claro que não! É uma ótima ideia! Se você aceitar, podemos fechar o contrato amanhã mesmo e eu já aciono meus amigos na impressa pra soltarem notícias suas e também os compositores que eu conheço, pra criarem as músicas da sua nova fase.

GISELLE – Eu vou pensar… Até por que eu tenho que assinar a rescisão com meu pai. Mas antes de todas as mudanças, eu preciso saber se você me garante a renovação do meu contrato com a “Rio Records”.

ARISTÓTELES – Mais que garantido, minha diva!

GISELLE – Acho ótimo!

A conversa termina quando o garçom chega com os pratos.

CORTA PARA/

CENA 2/ INTERIOR/ DIA/ APTO. DE ARMANDO/ SALA

Alguém bate, insistentemente, a porta do apartamento de Armando e ele corre pra atender. Marisa entra, revoltada.

MARISA – Armando, eu precisei vir aqui pra te dizer que eu não posso exibir esse áudio no meu programa!

ARMANDO – Mas eu não posso fazer nada! Vá discutir com o dono da emissora, ou com o roteirista!

MARISA – A Giselle é minha amiga! Eu não posso trair ela desse jeito!

ARMANDO – Você tá mal de amizades em… Você o ouviu o áudio que mandei? Tu prestou atenção bem no que ela disse?

MARISA – Ouvi… Mas ela não falou por mal, Armando… Ela é minha amiga!

ARMANDO – Não falou por mal? Quer dizer que chamar uma das maiores divas desse país de sapatão e dizer que nordestinos são pobres, nojentos, e vulgares não é nada demais? Pelo amor de deus, isso é xenofobia.

MARISA – É… Mas Armando, isso vai acabar com a carreira dela!

ARMANDO – Mais do que já está acabada? Ela não precisa de muita ajuda pra isso.

MARISA – Então pra que divulgar o áudio? Ela já tá no fundo do poço, coitada…

ARMANDO – Por que o que interessa não é queimar ainda mais a fama dela, Marisa. O que eu e o pessoal do programa queremos, é conseguir audiência em cima disso!

MARISA – Meu deus do céu… Mas Armando, eu não posso mostrar isso no “POP +”! A Giselle vai me matar!

ARMANDO – Olha, você já tá mau falada por causa da audiência que não tá boa como antes e por causa da sua insistência em falar daquela fracassada em todo programa. Eu não teria coragem de contrariar mais ninguém na emissora. Isso pode valer seu emprego.

Marisa fica transtornada.

CORTA PARA/

CENA 3/ INTERIOR/ DIA/ PADARIA DE TERÊ

Olinda e Brenda chegam na fachada da padaria.

OLINDA – Vai brincar ali na pracinha, vai!

Brenda corre até a praça, onde um grupo de amigos a espera. Olinda entra na padaria e senta num banco alto em frente ao balcão. Terezinha está atrás dele.

TEREZINHA – Bom dia, Olinda! Domingo lindo né?

OLINDA – Lindo mesmo…

TEREZINHA – Que cara é essa aí gente?

OLINDA – Ai, lá em casa tá tão difícil… Camila e Jurandir não param de brigar.

TEREZINHA – Por que? Aconteceu alguma coisa?

OLINDA – Ah, a Camila não gosta dele. Mas o pior mesmo, é que a Brenda me falou que não gosta muito dele também e disse pra eu me separar. Vê se pode isso? Ela falar assim comigo, do próprio pai.

TEREZINHA – Olha, minha amiga, eu também não vou muito com a cara do Jurandir não. Mas o que importa é o que você sente!

OLINDA – Pois é. Eu falei isso pra Camila. Eu tô com o Jurandir a mais de 20 anos, ele foi um anjo na minha vida, de verdade!

TEREZINHA – Eu lembro, quando tu chegou aqui no bairro, com a Camila recém nascida…

OLINDA – Pois é, depois que aquela peste me abandonou.

TEREZINHA – Como era o nome dele mesmo?

OLINDA – (pausa e mente) Otávio!

TEREZINHA – Tinha esquecido… Mas voltando ao Jurandir. Você ainda gosta dele?

OLINDA – Ah, eu… (pausa e respira fundo)

TEREZINHA – Pela demora…

OLINDA – É que ele mudou, Terezinha. Mas daí eu me separar, acho muito exagero.

TEREZINHA – Exagero por que? Se não gosta mais tem que separar mesmo. E não vai ficar com pena dele só por causa daqueles problemas que ele tem na perna não…

OLINDA – É, mas no fundo eu fico… Eu acho que é por que ele cuidou de mim naqueles anos, e agora fico com vontade de retribuir. Fico até meio culpada as vezes. Mas tem horas que é difícil de aturar…

TEREZINHA – Como assim culpada, amiga? Você não tem culpa de nada não! Você tem é que pensar… Ver o que pesa mais. A gratidão que você tem por ele, ou aborrecimento que ele te causa…

Olinda fica pensativa.

CORTA PARA/

CENA 4/ EXTERIOR/ NOITE

Anoitece no bairro da Ilha do Governador. Pouco movimento de carros e algumas crianças jogam futebol na rua.

CORTA PARA/

CENA 5/ INTERIOR/ NOITE/ CASA DE TEREZINHA/ SALA

Terezinha está deitada no sofá, assistindo ao “Domingão do Faustão”. Tarcísio vem do corredor, arrumado pra sair.

TARCÍSIO – Cadê o Kaio, tia?

KAIO – Acho que tá estudando. Esse menino quando não tá me ajudando na padaria, tá estudando… Bom, eu não devia reclamar por ter um filho tão estudioso. Mas eu queria que ele saísse um pouco, pra distrair. O Henrique, vive chamando ele, mas não tem jeito.

TARCÍSIO – Mas é exatamente pra isso que eu quero falar com ele. Quero dar um rolé mas não queria ir sozinho.

TEREZINHA – Vai lá chamar ele… Boa sorte!

TARCÍSIO – (sai sorrindo) Deixa comigo.

Terezinha sorri.

CORTE RÁPIDO PARA/

CENA 6/ INTERIOR/ NOITE/ CASA DE TEREZINHA/ QUARTO DE KAIO

Kaio está na sua mesa de estudos e ouve as batidas de Tarcísio na porta.

TARCÍSIO (off) – Kaio, abre aqui!

KAIO – Pera aê.

TARCÍSIO – Não vai me receber pelado de novo não né? (dá risada)

KAIO – (se levanta e abre a porta) Não fica me lembrando da vergonha que eu passei com você.

TARCÍSIO – Que vergonha que nada. Vim aqui te chamar pra sair.

KAIO – Ah tá! Foi minha mãe que pediu pra você me chamar?

TARCÍSIO – Claro que não! Mas ela me disse que tu não gosta de sair muito.

KAIO – Então por que veio me chamar, sabendo que não gosto?

TARCÍSIO – Por que eu gosto de desafio! (senta-se na cama de Kaio) Eu não saio daqui enquanto tu não tirar esse pijama e ir na rua comigo!

KAIO – (sem graça) É… Não dá não, tenho muita coisa pra estudar nesse último período.

TARCÍSIO – Ah cara, que isso! Eu sei que dá tempo de tu estudar depois. Vamos, por favor! Muito ruim sair sozinho.

KAIO – (pensativo) É, da última vez que eu sai sozinho, não prestou…

TARCÍSIO – Por que?

KAIO – Longa história!

TARCÍSIO – Então vamo sair, e você me conta!

KAIO – (pausa) Tá bom… deixa eu só mudar de roupa.

TARCÍSIO – (sai do quarto) Demora muito não em!

KAIO – Tá… (fecha a porta, fica pensativo e depois vai procurar uma roupa no armário.

CORTA PARA/

CENA 7/ INTERIOR/ NOITE/ MANSÃO RIOS/ SALA

Giselle vem do estúdio e Laerte entra pela porta de entrada.

GISELLE – Tava aonde a essa hora, em pai?

LAERTE – Você está me vigiando agora?

GISELLE – Nem precisa. Você já deixa tudo bem claro… Minha mãe tá lá em cima, sozinha.

LAERTE – Ana Alice está acostumada né. Com a filha que tem…

GISELLE – Ah, não me venha com essa não. Ela tá assim por sua causa. Tá cansada de tanta pulada de cerca sua

LAERTE – Para de inventar. (vai subindo as escadas)

GISELLE – Você acha que engana quem, pai? (Laerte continua a subir e Giselle grita) Preciso assinar minha rescisão amanhã, em! Tá ouvindo?

Giselle vai pra cozinha.

CORTE RÁPIDO PARA/

CENA 8/ INTERIOR/ NOITE/ MANSÃO RIOS/ QUARTO DE ANA ALICE

Ana Alice sentada na cama, apática. Laerte entra.

ANA ALICE – (se levanta e abraça a marido) Amor, que bom que chegou. Onde estava?

LAERTE – Por que tá agindo assim. Bebeu?

ANA ALICE – (se afasta) Só um pouquinho de uísque… Estava com saudade. Me senti sozinha hoje.

LAERTE – Abigail não viria pra cá?

ANA ALICE – Mas não veio. E eu queria mesmo era sua companhia.

LAERTE – Hum… Amanhã a empregada volta daquela folga que você deu sem minha autorização, e te faz companhia. (vai ao banheiro)

ANA ALICE – Não quero discutir isso… Você podia ser um pouco mais carinhoso. Só as vezes… Pelo menos…

LAERTE – (off, do banheiro) Eu não tenho tempo, Ana Alice! Não consigo pensar em nada além dos negócios.

ANA ALICE – Hoje é domingo, Laerte. Tava trabalhando o dia todo hoje?

LAERTE – (volta do banheiro) Tava! Resolvendo coisas da sua filha.

ANA ALICE – (senta-se na cama) Por que você insiste em achar que me engana?

LAERTE – Tá falando do que?

ANA ALICE – Das suas traições, Laerte. Você só pode achar que eu sou alguma idiota.

LAERTE – Você tá e inventando coisas na sua cabeça!

Sonoplastia: Drama

ANA ALICE – (se aproxima dele e grita) Para de mentir pra mim, Laerte! Eu não sou boba. Te abracei agora e você tá com cheiro de outra. (Laerte cheira sua roupa) E não é só hoje. É todo dia! Sempre que tem alguma reunião, algum atraso, e aí você chega, tarde, com cheiro de mulher… Não tem um dia em que você não deixa claro que está se encontrando com outra. Ou com outras.

LAERTE – Vamos abaixar o tom de voz, por favor?

ANA ALICE – (chorando) Eu tô cansada, Laerte! Cansada! (senta- se novamente)

LAERTE – Mas e do luxo? Dessa casa aqui? Dessas suas roupas caríssimas? Das viagens todo fim de ano? Em? Tá cansada disso também?

ANA ALICE – Você não vem me dizer que me sustenta, por que tudo que eu tenho veio da herança do meu pai.

LAERTE – Pois é, herança essa que você torrou completamente! E agora eu é que tenho que manter tudo isso!

ANA ALCE – Você que pensa! Tenho boa parte do que eu herdei guardado. Mas isso não vem ao caso, Laerte! Eu preciso de alguém que me faça companhia, que me ame/

LAERTE – (corta) Não vem que essa sua carência insuportável, Ana Alice!

ANA ALICE – (explode) Insuportável é ter que aturar suas traições, Laerte! É ficar sozinha sem ter o que fazer nessa casa!

LAERTE – (pega nos braços dela fortemente e ameaça) Ou você para de fazer escândalo, ou eu/

ANA ALICE – Ou o que? Vai me bater? Vai?

Laerte empurra sua esposa, fazendo-a cair no chão.

LAERTE – Vai parar de briguinha boba agora, ou não?

Ana Alice chora e segura nas pernas de Laerte.

ANA ALICE – Por que você não me ama, Laerte? O que falta em mim?

LAERTE – (irônico) Falta levantar desse chão e parar de fazer drama. (livra suas pernas das mãos dela) E também escovar esses dentes, tá com um bafo nojento!

ANA ALICE – Seu cretino! Não sei o que vi em você quando me casei…

LAERTE – (se deita na cama e fala, sem olhar pra esposa) Viu um homem bom de cama. E você, carente do jeito que sempre foi, se apaixonou na primeira noite.

ANA ALICE – (se levantando e chorando) Eu não vou dormir com você hoje…

LAERTE – Faz esse favor! Pode ir pro quarto de hóspedes. Pode passar a dormir lá!

Ana Alice lança um olhar triste e indignado para seu marido.

LAERTE – Que foi? Esqueceu onde é o quarto? (se levanta e pega no braço dela, levando-a até a porta) Vamos, é a última porta do corredor. Pronto, boa noite! (irônico) Minha linda mulher!

Laerte bate a porta, volta pra cama, liga a Tv e relaxa.

CORTA RÁPIDO PARA/

CENA 9/ INTERIOR/ NOITE/ MANSÃO RIOS/QUARTO DE HÓSPEDES

No simples quarto de hóspedes, Ana Alice chora, deitada de bruços, numa pequena cama. Instantes.

CORTA PARA/

Fim do áudio em fade out.

CENA 10/ EXTERIOR/ NOITE/ BAR

Kaio e Tarcísio sentados numa mesa de bar, na fachada do estabelecimento. Mesmo lugar no qual Kaio ficou bêbado.

TARCÍSIO – (para o garçom) Uma cerveja e dois copos, por favor/

KAIO – (corta) Não, pra mim pode ser um guaraná KS…

GARÇOM – Pode deixar! (e sai)

TARCÍSIO – Ué, não vai beber?

KAIO – Na verdade eu nem bebo. E da última vez que fiz, não foi uma boa ideia.

TARCÍSIO – É a longa história que você me disse antes?

KAIO – Exatamente!

O garçom chega com as bebidas.

TARCÍSIO – Então já pode começar a contar!

KAIO – Melhor não…

TARCÍSIO – Eu sei que você quer contar. Pode desabafar comigo.

KAIO – (olha pra ele e dá um gole no Guaraná) Lembra da Camila?

TARCÍSIO – Claro! A gente brincou muito junto quando eu vim aqui.

KAIO – Pois então. Eu me declarei pra ela.

TARCÍSIO – (quase engasga com a cerveja) Que? Sério, cara?

KAIO – Infelizmente sim…

TARCÍSIO – Por que infelizmente?

KAIO – Acho que dá pra perceber, né? Eu me declarei, mas ela não correspondeu meu sentimento…

TARCÍSIO – Tadinho…

KAIO – Vai ficar debochando, de mim?

TARCÍSIO – Não, claro que não. Já passei por isso também…

KAIO – É mesmo? Qual o nome dela?

TARCÍSIO – Na verdade é dele.

KAIO – Oh! (surpreso) Que coisa…

TARCÍSIO – Que foi?

KAIO – Nada…

Silêncio e troca de olhares entre os dois por alguns segundos.

TARCÍSIO – Ficou muito surpreso?

KAIO – Um pouco. Quer dizer… Mais ou menos. A gente não se vê faz alguns anos né. É quase um desconhecido pra mim!

TARCÍSIO – Sinto como se tivesse te conhecendo agora também.

KAIO – Eu mais ainda! A gente muda muito com o passar do tempo…

TARCÍSIO – Graças a Deus!

Os dois riem. Henrique, amigo de faculdade de Kaio, chega por trás dele, o assustando.

HENRIQUE – Fala, camarada!

KAIO – Oi, que susto cara!

HENRIQUE – Quer dizer então que tu não sai só comigo, né?

KAIO – Vim quase obrigado! (sorri pra Tarcísio) Esse aqui é Tarcísio, um primo distante meu.

HENRIQUE – (aperta a mão de Tarcísio) Nome de ator de novela! Tudo beleza?

TARCÍSIO – Beleza! Senta ai com a gente!

HENRIQUE – Pô, não dá! Tô com uma mina. Ela foi ali no banheiro do bar.

KAIO – É a mesma da semana passada ou já mudou?

HENRIQUE – Cara! É a mesma! Acho que tô apaixonando.

KAIO – (ri) Sei… Até parece!

HENRIQUE – Ela tá vindo. Vou lá. Prazer te conhecer, Tarcísio. Outra hora a gente sai juntos! Valeu!

Henrique vai de encontro a garota.

TARCÍSIO – Amigo na faculdade, ele?

KAIO – É.

Os dois observam Henrique e sua “ficante” saindo, abraçados.

TARCÍSIO – Vamo pedir alguma coisa pra comer?

KAIO – Pode ser…

Eles olham o cardápio.

CORTA PARA/

CENA 11/ EXTERIOR/ DIA

Sonoplastia: Independent Women (Destiny’s Child)

Amanhece. Takes do bairro, seguido pelo plano geral no “Super mercado Dois Irmãos”. O carro preto de Laerte para em frente, ele desce e é recebido pelo gerente, Manoel.

CORTE RÁPIDO PARA/

CENA 12/ INTERIOR/ DIA/ SUPERMERCADO DOIS IRMÃOS

Camila trabalhando ao lado de sua colega Gilmara. Estabelecimento movimentado e uma pequena fila nos caixas. Gilmara observa, atenta, a chegada de Laerte, na fachada.

GILMARA – Camila! Viu quem parou ali na frente?

CAMILA – Vi não. Quem?

GILMARA – O chefão, menina! O Laerte, empresário que você queria falar.

CAMILA – (animada) Sério? Você viu direito mesmo?

GILMARA – Claro, garota!

CAMILA – Gente, então é minha chance!

Camila determinada. Alguns clientes ficam atentos na tv, onde está passando o programa de Marisa, “POP +”. A transmissão do programa se funde com a próxima cena.

CORTE RÁPIDO PARA /

CENA 13/ INTERIOR/ DIA/ ESTÚDIO

Marisa apresenta o programa.

MARISA – Gente, acabo de receber um recado do meu diretor, com uma verdadeira bomba no mundo pop! (sem tanta animação) Parece que tem um áudio revelador sobre nossa diva Giselle Rios! Solta aí, direção…

GISELLE (off) – Imagina, eu! Naquele trio dela, aquela pulação, gente suada, pobre, mijando na rua. Até arrepio! Nordestinos nojentos!

RICK (off) – Que isso, Giselle! Deixa de ser preconceituosa!

GISELLE (off) – Mas é verdade! Aquele carnaval lá é só vulgaridade! Só tem piranha e viado! E eu tenho pra mim que essa Ivete ai é sapatão! Viu como ela me olhou?

Marisa ouve o áudio, envergonhada. O diretor, Armando, animado com a divulgação da bomba.

CORTE RÁPIDO PARA/

CENA 14/ INTERIOR/ DIA/ MANSÃO RIOS/ QUARTO DE GISELLE

Giselle na cama, com a Tv ligada no programa de Marisa, onde acabara de ser transmitido o áudio polêmico. Ela fica extremamente apavorada. Instantes.

FIM DO CAPÍTULO

 

No próximo capítulo…

Giselle faz um escândalo na emissora do programa de Marisa. Camila finalmente consegue entregar sua música a Laerte e mais tarde, recebe péssimas notícias.

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