No apartamento de Maurício…
O executivo adormeceu e ao acordar viu que haviam várias ligações de Inácio em seu celular.
Maurício: – Droga!
Carla: – Que foi amor?
Maurício: – Você tá pronta pra entrar em ação?
Carla: – Já nasci pronta, mas o que foi?
Maurício: – O Inácio está quase descobrindo algo ilegal que eu fiz na empresa, essa é a hora de atacar. Vou me livrar do Eduardo e do Vicente e você vai focar no velho.
Carla: – Tá, mas como vou focar no velho se nem trabalho lá?
Maurício: – A partir de agora você trabalha, vou te colocar como secretária temporária do Inácio.
Carla: – Como assim temporária? Me explica direito isso.
Maurício: – A imbecil da Suzana saiu da empresa dizendo que precisaria se ausentar por conta de um familiar doente, então deram uma espécie de licença a ela.
Carla: – Mas eu detesto trabalho, chega me dá arrepios! Você não me disse que eu teria que ficar bancando a classe média.
Maurício: – É coisa rápida, quanto maior for o seu empenho, mais rápido vai deixar de fazer o papel da secretária.
Carla: – Tudo bem vai, já tenho um iate mesmo. –risos.
Maurício: – Excelente, amanhã eu dou uma desculpa pro velho e já te indico para o cargo.
Na mansão Brito de Carvalho…
A família está ao redor da mesa para o jantar.
Sônia: – Parece preocupado querido? –dirigindo-se para Inácio.
Inácio: – Impressão sua Sônia.
Maria Estela como sempre, se intromete.
Maria Estela: – Meu filho tem motivos suficientes para estar preocupado Sônia. A família não contribui em nada não é?
Eduardo dispara.
Eduardo: – Escolhas erradas papai?
Inácio se levanta.
Inácio: – Estou sem tempo pra perder com as especulações de vocês, vou pro meu quarto, perdi a fome.
Sônia tenta apaziguar.
Sônia: – Querido, espere!
O empresário dá as costas e se vai.
Maria Estela volta a alfinetar.
Maria Estela: – A culpa é sua Eduardo, você poderia ser o orgulho do seu pai, mas o que você faz? Fica por aí, vivendo do dinheiro dele, sem se interessar pelos negócios da família.
Eduardo: – Não vovó, eu não tenho interesse algum em ser o segundo Inácio Brito de Carvalho, mas não se preocupe, eu vou criar vergonha na cara e arranjar um trabalho fora da construtora!
O advogado também se levanta e sai da sala de jantar.
Sônia: – Uma vez Maria Estela, você me acusou de estar colocando pai e filho um contra o outro, mas, quem está fazendo isso na verdade? –pergunta com tom de ironia.
A megera fica sem resposta e encara a nora.
Na lanchonete Elvis…
Margarida conversa com Domingos sobre Billy.
Margarida: – Meu velho, o que vamo fazer com esse menino? Não quer comer, nem sorri mais, tô até achando ele um tiquinho mais magro.
Domingos: – Bella Donna, que eu faço pra não te ver triste hein? Tive pensando, se nós mandasse Billy para umas férias no sul, lá na casa da tia dele.
Margarida: – Ele não é mais criança, claro que não aceitaria.
Domingos: – Mais não custa nada tentar, ham?
Margarida: – Tem razão meu ravióli, tem razão, vou tentar falar com esse menino.
No cortiço…
Carla está chegando em casa, quando Rodrigo passa por ela, atravessa a rua e entra num carro preto. Ao entrar em casa dá de cara com Dulce e Ligia preparando doces.
Carla: – Mas o que é isso minha gente?
Ligia: – O que sustentou a gente a vida toda Carla, esqueceu?
Carla: – Não, mas queria esquecer que já fui pobre.
Dulce: – E quem disse que somos ricas Carla?
Carla: – Me desculpem, não quis dizer vocês, mas eu estou há um centímetro da fama e da fortuna.
Ligia: – É bom sonhar Carla, também quero um futuro melhor pra todas nós.
Carla: – Vendendo doces? O máximo que você vai conseguir é pagar as contas de casa, mas me diz uma coisa, tu não tava trabalhando como modelo aí?
Ligia: – Estou ainda, mas vou ter uma folga essa semana e vou ajudar a tia a vender esses doces.
Carla: – Pobre Ligia, tá vendo, é por isso que você nunca vai poder dar nada de melhor pra si e pra tia. Você pode estar coberta de joias, mas ainda assim será classe D.
Ligia: – Carla me deixa, por favor, dispenso sua opinião na minha vida.
Dulce: – Isso é jeito de falar com sua prima Carlinha.
Carla: – Ai cansei, vocês cansam minha beleza, vou dormir, fui!
Na manhã seguinte, na construtora…
Maurício entra na sala de Inácio.
Maurício: – Inácio meu querido, bom dia pra você!
Inácio: – Bom dia? Só se for pra você que pode ficar saindo no meio do expediente pra fazer sabe-se Deus o que.
Maurício: – Que é isso Inácio, você não me deu este cargo à toa. Sabe onde estive ontem?
Inácio: – Não faço a mínima ideia, não sou vidente.
Maurício: – Estive com nossos fornecedores, conversando com eles e cobrando um posicionamento.
Inácio: – Muito conveniente Maurício, porque ontem recebi um email de um de nossos principais clientes reclamando da qualidade da matéria prima utilizada no projeto.
Maurício: – Fique despreocupado Inácio, eu fui até lá para reverter isso, andei visitando as obras e realmente o material que está sendo usado deixa muito a desejar.
Inácio: – E a culpa é toda sua não é Maurício? Afinal, você foi o responsável por fechar com este fornecedor.
Maurício: – Você tem toda a razão Inácio, em partes, inconscientemente, a culpa foi minha, mas estou correndo atrás para consertar esse erro.
Inácio: – Na verdade o erro não deveria nem existir Maurício, mas eu vou te dar uma chance de resolver isso, evite que nossa imagem vá para a lama.
Maurício: – O senhor não vai se arrepender.
Inácio: – Agora você me deixa trabalhar porque tenho muita coisa por aqui hoje. Bela hora para a dona Suzana se ausentar.
Maurício: – Falando nisso Inácio, eu conheço uma moça bastante experiente e qualificada que pode vir te ajudar temporariamente enquanto Suzana está fora.
Inácio: – Já pedi para o setor pessoal arranjar alguém, cuide de suas funções.
Maurício: – Eu insisto Inácio, essa moça é do interior e veio pra cá pelas minhas mãos, ela trabalhou em um escritório antes, mas fechou, agora está desempregada e sinto-me na obrigação de lhe arranjar alguma coisa para que possa se manter aqui na capital.
Inácio: – Tudo bem ,vou te dar mais uma chance, traga a moça e encaminhe para o setor pessoal.
Maurício: – E mais uma vez, sem querer ser repetitivo, o senhor não vai se arrepender.
Inácio: – Espero que não.
Fim do Capítulo
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