CENA 01. APARTAMENTO GIOCONDA. SALA. INT. DIA.

Continuação da última cena do capítulo anterior. Lena conversa com Gioconda no sofá. Lena faz suspense. Está com medo.

GIOCONDA
Aconteceu alguma coisa entre vocês dois?

LENA
Não sei se posso contar.

GIOCONDA
Eu sou sua amiga, não sou? Ele te fez alguma coisa?

LENA
Não. Comigo não.

GIOCONDA
Então por que esse espanto todo?

LENA (após uma pausa)
Eu vi o doutor Armando falando no celular… Ele… Ai, tô com medo.

GIOCONDA
Desembucha, Lena!

LENA
Ele mandou um capanga matar alguém. Parece que o capanga não fez o serviço, então ele mesmo saiu pra fazer…

GIOCONDA (chocada)
Você está querendo dizer que o Armando encomendou a morte de alguém?

LENA (chora)
Foi isso mesmo. Fiquei apavorada quando vi. Ele tava furioso. Jogou o celular no espelho. Olha ali.

GIOCONDA
Isso fica só entre a gente. O Armando não pode nem sonhar que você viu. Se ele é capaz de matar, nós duas podemos ser alvo por qualquer motivo.

LENA
E eu não sei, Gioconda?

GIOCONDA
Vou correndo pra delegacia. Pelo sim, pelo não, ainda sou noiva dele e tenho que continuar a encenação. Deixa pra contar o que viu amanhã, porque deve estar uma confusão lá na delegacia. Vai pra casa da tua irmã e fica lá.

LENA
Mas tem tanta coisa pra arrumar…

GIOCONDA
Arruma em outra hora. Você vai ficar segura se estiver acompanhada. Faz o que estou falando. Vou lá me arrumar e chamar o Sandro. A gente te deixa no caminho. Me espera aqui.

Gioconda sai para o quarto. Lena chora e treme de medo.

CENA 02. RUA. EXT. NOITE.

Sandro fala ao celular, encostado a um poste.

SANDRO
Sim, Gioconda. Soube da prisão dele… Já apareço aí. Por sorte, tem um ponto de táxi aqui perto, e chego rápido.

Sandro desliga o celular e anda apressado até o ponto, a cerca de 50 metros à frente. Há dois táxis; Sandro entra no da frente.

TAXISTA
Pra onde?

CENA 03. HOSPITAL. QUARTO WILSON. INT. NOITE.

Jô conversa com Wilson. Régis também está presente, de pé num canto.


Há quanto tempo trabalhava pro Armando?

WILSON
Desde que me formei em Administração. Não, foi antes. Quando fiz estágio numa das empresas dele.


E aí ele notou o quanto era ambicioso e te contratou pra assistente júnior, e depois pra assistente principal, até um dia chegar a secretário particular.

WILSON
Sei muita coisa da vida dele. Participo dos negócios internos e externos.


Como os esquemas fraudulentos de posse das terras de pequenos fazendeiros. Enquanto ele faz os coitados apostarem seus poucos pertences na mesa de jogo e adultera as cartas, você cuida da papelada por trás. Muito esperto da parte dele. E também criminoso.

WILSON
Pra ele, os fazendeiros não sabiam aproveitar bem suas terras e não acrescentavam em nada às riquezas do país. Doutor Armando é um homem de visão. Pensa grande.


Do tamanho da megalomania e da arrogância. Tão vaidoso, que queria se sentir um garanhão saindo com garotas bonitas, enquanto a mulher ficava em casa.

WILSON
Apesar da idade, ele ainda tem muita energia pra gastar.


Roubando, usando as mulheres, matando… E agora ele te traiu. Mandou te matar. Você acha que ele ainda merece a sua fidelidade? Você sabia demais, e agora ele quis se livrar de você, assim como fez com a Jéssica. Falando nisso, onde vocês desovaram o corpo dela? Se você for bonzinho e ajudar, prometo que sua pena vai ser bem menor que a dele. Pensa bem, Wilson. Do jeito que o Brasil é, logo ele fica solto e dá um jeito de te matar de novo. A não ser que fique do meu lado.

CLOSES alternados entre Wilson e Jô.

CENA 04. DELEGACIA. FRENTE. EXT. NOITE.

Fachada lotada de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas. O táxi para no outro lado da rua. Sandro e Gioconda saem do veículo, que parte em seguida.

GIOCONDA
Foi a melhor coisa você ter aparecido de táxi. Assim meu carro.

REPÓRTER 1 (grita de longe)
Olha lá a noiva do Armando!

Os repórteres e os demais correm em direção a Gioconda, mas Sandro a protege e a encaminha para dentro da delegacia.

REPÓRTER 2
Dona Gioconda, como soube da prisão do doutor Armando?

SANDRO (ao mesmo tempo)
Nada a declarar.

REPÓRTER 3
Por favor, dona Gioconda.

CENA 05. DELEGACIA. SALA DELEGADA. INT. NOITE.

Gioconda e Sandro entram na sala, acompanhados de um policial.

POLICIAL
Doutora delegada, a noiva do preso.

DELEGADA
Obrigada. (ele sai) Dona Gioconda Grimaldi?

GIOCONDA
Sim, sou eu mesma. Este é meu segurança particular.

DELEGADA
Sente-se, por favor. (Gioconda obedece) Como a senhora soube que seu noivo foi preso em flagrante por tentativa de assassinato?

GIOCONDA
Estava em casa com minha secretária, quando ligaram.

DELEGADA
Mas a senhora esteve com ele na Aquapaper, mais cedo.

GIOCONDA
Sim. Depois nos dispersamos, voltei pra casa e não o vi mais desde então.

DELEGADA
A senhora sabia do plano do seu noivo de matar o senhor Wilson Werner?

GIOCONDA
Não. Armando nunca me conta nada sobre seus negócios. Nossa relação se limita apenas a formalidades. É um noivado de aparências. Não há contato íntimo entre nós. Mas a Lena, a secretária, viu o Armando dando um telefonema estranho. Ela está muito chocada, então achei melhor que ela venha amanhã, quando estiver mais calma. Ela me contou sobre o telefonema ainda há pouco.

DELEGADA
Ela disse mais alguma coisa?

GIOCONDA
Sim, que ele estava furioso e que saiu de casa depois de quebrar o espelho com o celular. O aparelho estava no chão até a hora em que saímos. Ela está na casa de uma irmã agora.

CENA 06. HOSPITAL. CONSULTÓRIO. INT. NOITE.

Jô fala com Vicky ao celular.


Aposto que aquela mulherzinha é cúmplice.

VICKY (VO, celular)
Como pode provar que a Gioconda é bandida igual a ele?


Eles são iguaizinhos. Não vai ser difícil desmascarar.

VICKY (VO, celular)
Jô, quando você implica, sai de baixo.


Implico mesmo. Não vou com a cara dela. Só o jeito que ela trata o Bruno já diz muita coisa.

VICKY (VO, celular)
E como é que ele tá?


Recuperando. Amanhã volta pra casa.

VICKY (VO, celular)
O Raul tá todo serelepe pra soltar o deus dele. Já até mandou o pessoal colocar uma manchete na capa de amanhã com uma foto enorme do Armando e dizendo que ele foi injustiçado.


Bem a cara do Raul. Só quero ver o tombo que vai levar quando menos espera. Depois te ligo. Beijo.

VICKY (VO, celular)
Beijo. Te cuida.


Deixa comigo.

Jô desliga o celular. Régis entra com Estêvão, com quem conversa.

ESTÊVÃO
O Armando nunca me inspirou confiança. Sempre com o nariz empinado, como se fosse o rei do Universo.

RÉGIS
Penso igual a você, pai.


Ah, mas agora a vida boa vai acabar. Eu mesma vou terminar de desmascarar o delinquente. Vou passar em casa, e de lá direto pra delegacia. Tô doida pra ver o Armando atrás das grades.

ESTÊVÃO
Aceita uma carona? Vou pra lá, pra ver se a Gioconda precisa de alguma coisa.


Esqueci que você também tá cego de amores por aquela… Deixa quieto. Aceito sim.

ESTÊVÃO
Então vamos.

RÉGIS
Manda notícias.


E você, me liga se tiver novidade do Wilson.

RÉGIS
Ligo, sim.

Jô e Estêvão saem juntos. Régis fecha a porta e senta na cadeira do médico.

CENA 07. DELEGACIA. CELA ARMANDO. INT. NOITE.

A delegada se aproxima da cela especial do vilão. Os outros presos gritam, fazem algazarra.

ARMANDO
Veio me soltar? (tom) Acho bom…

DELEGADA (tom ainda maior)
Fica de bico fechado ou te ponho com os outros.

PRESO
O bacana tá achando que é melhor que a gente porque é rico. Tá vendo como político é pior que ladrão de galinha…

DELEGADA
Silêncio! (a Armando) A sua noiva apareceu e não gostou nada de saber que tá metido em sujeira.

ARMANDO
Em sujeira sou eu que vou te enfiar, se não me soltar agora. Sabe com quem está falando, delegadazinha de merda? Tinha que ser mulher mesmo.

DELEGADA
Bem que me falaram que era machista.

ARMANDO
Machista a ponto de te recompensar com uma transa selvagem, se me soltar. É pegar ou largar.

DELEGADA
E ainda me assedia? Mais um crime pra sua ficha. O senhor tá bem encrencado, sabia? Acho bom se preparar pra perder na eleição. Se é que alguém que se preze vai votar em você.

ARMANDO (raiva)
Isso não vai ficar assim. Meus advogados vão acabar com a tua carreira. Teu lugar é na rua, rodando bolsinha.

DELEGADA
E o teu é na penitenciária. De preferência, sem habeas corpus nem delação premiada. Ou se comporta, ou já sabe. Bandido de colarinho branco não se faz comigo. (ao carcereiro) Leva o elemento pra minha sala.

POLICIAL
Sim, doutora.

Ela se afasta e sai pela porta. O policial abre a cela e algema Armando.

ARMANDO (resiste)
Me solta! Tira a algema de mim. Sabe com quem tá lidando?

POLICIAL
Com um bandido. Vamos!

O policial arrasta Armando à força. Ambos saem pela porta.

CENA 08. DELEGACIA. CORREDOR. INT. NOITE.

A delegada é seguida por Armando e pelo policial. Gioconda, de pé num canto, olha pra ele chocada. Ao lado dela, Sandro o encara mais sério. Carly, que está mais atrás, corre em direção a Armando.

CARLY
Gatão, o que fizeram com você?

POLICIAL (afasta Carly com a mão)
Moça, vai pra lá.

CARLY
Cê tá bem, Armandão?

Os três entram na sala da delegada, deixando Carly sozinha. Esta vê Sandro. Depois senta num banco. Gioconda comenta com Sandro.

GIOCONDA
Ela não se dá o menor respeito.

SANDRO
Mais uma das amantes iludidas por ele.

Raul entra e se aproxima de uma policial.

RAUL
Com licença. Soube que o doutor Armando está aqui na delegacia.

POLICIAL
Ele está dando depoimento. Os jornalistas devem esperar lá fora.

RAUL
Não sou um jornalista qualquer. Sou amigo dele.

CARLY (se aproxima; mente)
Sim, é amigo pessoal. Conheço ele.

POLICIAL
Então aguarde ali sentado, por favor. (se afasta)

RAUL
Obrigado, Carly. A Gioconda já apareceu?

CARLY
Ela tá ali no canto. (aponta)

RAUL
Vou falar com ela. (anda até Gioconda) Dona Gioconda, sinto muito pelo que está acontecendo.

SANDRO
Não, não sente. Veio apenas puxar o saco…

GIOCONDA (intervém)
Tudo bem, Sandro. Pode deixar. Obrigada.

RAUL
Fala pra esse moleque que…

GIOCONDA (corta)
Esse moleque é meu segurança particular, e exijo que o respeite. Se não tem nada pra me perguntar que seja imparcial, peço que me deixe em paz.

RAUL (murcha)
Sim, senhora. Só queria fazer umas perguntas.

GIOCONDA
Neste caso, eu respondo. Sandro, me deixa a sós com ele, por favor.

SANDRO
Com licença.

GIOCONDA
Obrigada. (Sandro se afasta; a Raul) Pois não?

CENA 09. PENSÃO ZORAIDE. FRENTE. CARRO ESTÊVÃO. EXT. NOITE.

Estêvão espera no banco do motorista. Jô sai pelo portão da casa apressada e com um envelope na mão. Entra pela porta do carona.


Pronto.

ESTÊVÃO
Desculpa a intromissão, mas… O que é isso na sua mão? (liga o carro e o dirige)


A bomba que vai deixar o Armando atrás das grades por muito tempo.

ESTÊVÃO
Como assim?


Um dossiê sobre toda a vida dele. Tem de tudo: assassinato, roubo, espancamento, estelionato, tráfico de influência, tráfico de drogas e o que mais pode imaginar.

ESTÊVÃO
Só espero que o advogado dele não seja mais rápido.

CENA 10. DELEGACIA. SALA DELEGADA. INT. NOITE.

A delegada interroga Armando, enquanto um advogado entra. Há um policial e um escrivão na sala.

ADVOGADO
Com licença.

ARMANDO
Onde estava, seu incompetente?

ADVOGADO
Providenciando seu habeas corpus. O juiz acabou de liberar.

ARMANDO
Rápido assim? (sorriso cínico; à delegada) Viu? Ainda existe justiça nesse Brasil. Agora eu vou me tornar presidente, e você vai ser apenas uma mulher que se ferrou quando quis brincar de delegada. (levanta as mãos a um policial) Já pode tirar as algemas.

DELEGADA
Seu cliente foi preso em flagrante, então esse…

ADVOGADO
Não interessa! O juiz liberou, e é o que conta.

CENA 11. DELEGACIA. CORREDOR. INT. NOITE.

Armando sai vitorioso junto com o advogado. Carly e Raul se aproximam dele.

RAUL
Sabia que seria solto, doutor.

CARLY (abraça Armando)
Não tinha motivo nenhum pra prender você, gatão.

Armando vê Gioconda e vai até ela. Sandro está ao lado da italiana.

ARMANDO
Não precisava se desesperar e ficar nesse lugar tão…

GIOCONDA (finge)
Fiz meu dever de futura esposa. Vamos pra casa?

ARMANDO
Não. Vai sozinha. Tenho coisas a resolver na Aquapaper. Meu advogado vai me acompanhar. (a Raul) Você também vai comigo. (percebe o olhar fulminante de Sandro) Gioconda, acho que seu segurança não gostou muito.

GIOCONDA
Impressão sua. Me liga quando quiser, está bem? (a Sandro) Me leva pra casa.

SANDRO
Sim, Gioconda.

Gioconda dá um beijo no rosto de Armando e sai com Sandro. Armando, Raul e Carly comemoram, e saem em seguida.

CENA 12. HOSPITAL. CORREDOR. INT. NOITE.

Helena assiste à última notícia pela TV e fala sozinha.

HELENA
Essa jornalistazinha paladina acha que vai mudar o mundo com o jeito prepotente e rebelde dela. O mundo não é como você quer, Jô. Os ricos vencem. Aceita!

Sonoplastia: suspense. Helena olha para os lados e anda devagar até a porta do quarto de Bruno. Vê se alguém está por perto. Há apenas uma moça grávida, que usa distraída o celular. Entra pela porta.

CENA 13. HOSPITAL. QUARTO BRUNO. INT. NOITE.

Bruno dorme. Helena fecha a porta e se põe à frente do acamado. Segundos depois, Bruno acorda e se assusta com a presença da outra. A sonoplastia para.

BRUNO
Helena?

HELENA
Como vai? Soube que a Gioconda quase acabou com a sua vida. Queria ter visto a cena.

BRUNO
Se veio pra me espezinhar, então vai embora.

HELENA
Bruno, você é mesmo patético. Desde que me dou por gente, você se arrasta igual cachorrinho atrás dela.

BRUNO
Isso não é problema seu.

HELENA
Claro que não. Mas eu vim te dar um aviso. Um aviso, não. Uma revelação. Você tem que saber de uma vez por todas quem é a mulher que ama.

BRUNO
Mais uma de suas intrigas? Você não cansa de ser tão invejosa?

HELENA
Invejosa, eu? Gioconda nunca me deu motivo pra ter inveja. Ainda mais depois do que ela fez quando você ficou em coma.

BRUNO
Você tá inventando.

HELENA
Não, eu não estou. Você sabia que a amada e imaculada Gioconda teve um filho? Teve, não. Tem.

Bruno horrorizado e pensativo com o que Helena disse.

CENA 14. DELEGACIA. SALA DELEGADA. INT. NOITE.

Jô possessa com o que ouve da delegada.


Solto? Como pode?

DELEGADA
Um juiz das relações dele liberou um habeas corpus. Tive que liberá-lo.


Mas ele foi preso em flagrante. Tentou matar uma pessoa na nossa frente. O juiz não podia liberar a soltura. Vcoê sabe bem.

DELEGADA
Sim, Jô. Não podia, mas liberou. Até que prove que a ação do juiz foi ilegal, o Armando já fugiu e não vai ser pego tão cedo. Talvez nunca.


Filho da puta! (entrega o dossiê) Dá uma olhada nisso aqui. Um dossiê completo que montei. Tem de tudo.

A delegada folheia a documentação.

CENA 15. HOSPITAL. QUARTO BRUNO. INT. NOITE.

Helena continua a conversa com Bruno.

HELENA
Quando você sofreu aquele terrível acidente… (debocha) Tadinho! (pausa) Ela deitou com o primeiro homem que apareceu e ficou grávida. Como não podia mostrar a gravidez pra tudo mundo, porque ser mãe solteira era um escândalo pra nossa roda social, ela se escondeu até que o bebê nascesse. Depois ela voltou, pariu o filhinho e jogou o pobrezinho na porta de qualquer um. Nunca mais viu o filhinho. Depois apareceu o conquistador barato do Fábio. Ela casou com ele e sumiu lá pro raio que a parta.

BRUNO
Você é cruel, doente. Como pode inventar essas coisas dos outros?

HELENA
Inventar? Não sou tão criativa assim.(Rubens entra sem ser visto) A Gioconda é uma vadia. Ela te traía com tudo que era homem. Até filho ela teve com um. Achou que ela ia dar bola pra um cara sem graça como você?

RUBENS
Você é pior do que eu imaginava, Helena!

Helena e Rubens se encaram. Bruno chora.

Efeito de fim de capítulo: imagem congela; FADE TO BLACK. Sonoplastia: vento.

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