CENA 01. CASA BRUNO. SALA. INT. NOITE.
Continuação da última cena do capítulo anterior. Bruno, Jô e Sandro conversam na sala sobre Gioconda.
SANDRO
E ainda se junta com o Armando pra esconder as próprias falhas de caráter. Gioconda não vale nada. Chega a ser pior que ele e que Helena. Mas ela vai aprender a lição mais amarga que alguém pode dar. A quem vem de um filho desprezado. E vocês dois vão me ajudar.
BRUNO
Não sei se posso.
JÔ
Vai dar pra trás a essa altura do campeonato? Você quase se matou por causa dela, esqueceu? Agora você vai ficar com a gente até o fim.
SANDRO
Só assim ela vai se arrepender das maldades que fez.
BRUNO
Vocês estão falando dela como se fosse a pior pessoa do mundo.
JÔ
E não é?
CENA 02. BOATE NOÊMIA. SALÃO. INT. NOITE.
Salão vazio. Noêmia e Alice varrem o chão, enquanto conversam.
NOÊMIA
Eu falei pra não procurar mais o Sandro. Larga dele, Alice.
ALICE
Vontade não me falta. Mas eu o amo demais pra tomar uma decisão tão séria. Queria que ele desistisse da vingança.
NOÊMIA
Ele não vai desistir. Conheço esse tipo. E ainda vai te jogar na lama junto com ele, se não botar pra correr.
ALICE (para de varrer)
Será?
CENA 03. PENSÃO ZORAIDE. SALA JANTAR. INT. NOITE.
Zoraide, Mercedes, Germano, Vicky e Carly jantam.
ZORAIDE (a Mercedes)
Você ficou sabendo que o Sandro descobriu a mãe dele, não ficou?
MERCEDES
Não.
ZORAIDE
A Gioconda é mesmo a mãe dele.
MERCEDES (preocupada)
Virgem Santa! Por mais que ela o tenha abandonado, não permita que o Sandro leve a ideia absurda de vingança adiante.
CARLY
Pra quem gosta de posar de mulher perfeita, a Gioconda me surpreendeu.
VICKY
Pronto! Começou a suja a falar da mal lavada.
CARLY
Algum problema, Vicky? Eu falo o que eu quiser, e você não tem nada com isso.
ZORAIDE
Acontece que estamos falando de um dos hóspedes desta casa, e exijo respeito com ele.
CARLY
Pro Sandro dou até mais que isso. Mas pra ela? Quero mais que ela se exploda e deixe o Armando todinho pra mim.
ZORAIDE
Carly, você não tem jeito.
MERCEDES
Devia se envergonhar de sair pra cima e pra baixo com um homem que não vale o prato que come. Por que se rebaixa tanto?
CARLY
O Armando me ama. Ama o meu corpo do jeitinho que ele é. Olha só.
VICKY
Aquilo lá não gosta de ninguém, não. Muito menos de mulher. O mundo só tá assim, lotado de machistas, porque tem mulher que se esfrega fácil.
MERCEDES
Você é só um objeto que satisfaz o Armando quando ele está a fim. Tem certeza de que é isso que você quer pra sua vida? Você pode ser muito mais que isso.
VICKY
Se empodera, mulher!
GERMANO
Esquece, Mercedes. Falar com a Carly é como falar com uma pedra.
ZORAIDE
Era isso que eu ia falar agora.
CARLY
Ah, sabem de uma coisa? Vou comer lá em cima sem escutar o mimimi de vocês. Fui! (pega o prato e sai de cena)
ZORAIDE
Aposto que amanhã cedinho ela vai estar lá na porta da delegacia, doida pra ver ele.
VICKY
Essa guria não tem a menor noção.
MERCEDES
Estou nem aí pra ela. O Sandro, sim, me interessa. Espero que não fala nenhuma loucura.
CENA 04. LANCHONETE. INT. NOITE.
Estêvão e Ana lancham mistos quentes e refrigerantes numa mesa.
ESTÊVÃO
Meu filho ficou transtornado.
ANA
Não tiro a razão dele. Até eu tô chocada até agora com as atrocidades da Helena com vocês. Olha aqui. Tô toda arrepiada.
ESTÊVÃO
Se arrependimento matasse, eu tinha morrido assim que subi ao altar com ela.
ANA
Você foi forçado, lembra? Agora, o que tem a fazer é seguir com a papelada do divórcio e se livrar dela. Nem que precise chamar uma ambulância e mandar pra bem longe.
ESTÊVÃO
Queria que meus filhos pudessem ser felizes, apesar de tudo. O Régis descobriu a verdade da pior forma. A Amanda naquele estado; grávida e sozinha. E a Leila perseguida por causa do namorado.
ANA
Você sabe que a Helena nunca bateu bem da cabeça. (pega as mãos de Estêvão) Vamos mudar de assunto. Vamos falar da gente.
Uma garçonete se aproxima com mais um par de mistos quentes para o casal.
CENA 05. CASA BRUNO. SALA. INT. NOITE.
Bruno, Jô e Sandro seguem a conversa.
BRUNO
Morta?
JÔ
No meio da sala. A louca ainda obrigou o motorista a se livrar do corpo e a empregada a limpar o chão. A pobre mulher tá apavorada. Ela espera a Helena sair, pra me contar as novidades. E o pior: ela tá morrendo de medo até de ir à delegacia.
SANDRO
O que é normal. A Helena pode se vingar dela.
JÔ
Como já fez com o motorista. Mandou matarem o homem a facadas na casa dele. A Ângela ouviu e me contou.
BRUNO
E como você vai provar as maldades da Helena?
JÔ
Já tenho meu plano. A rainha louca não vai ficar mais por muito tempo no trono. Ou não me chamo Jô Mendes. (pausa) Tenho uns depoimentos da empregada, da mãe, do ex-marido… Posso falar também com os filhos.
SANDRO
E ainda tem o Ivan.
JÔ
Ele se comprometeu a me ajudar. Sandro, acho que vou ter que recorrer de novo à sua querida sogrinha.
SANDRO
Esquece. Eu e a Alice brigamos de novo.
JÔ
Não tem problema. Você não vai precisar fazer nada. Vou pedir pra Zoraide chamar a Noêmia pra uma conversinha na boate. Enquanto isso você leva a Gioconda pra lá na mesma hora, que eu dou um jeito de atrair a Helena também. Vou juntar as três para um acerto de contas.
BRUNO
Isso não pode ser sério, Jô.
JÔ
Só assim podemos desmascarar a Helena, e o Sandro pode dar uma lição na mãe dele. Pensa, Bruno. Se a gente não forçar, nunca que vamos resolver essa situação.
BRUNO
Isso é muito arriscado. Já pensou que várias pessoas podem morrer? A Helena é perigosa e não vai deixar barato.
JÔ
Mas a gente tem que tentar.
SANDRO
Concordo com a Jô. De qualquer jeito a Helena vai continuar eliminando um a um. E a próxima pode ser a Ângela. Já pensou nisso?
JÔ (a Bruno)
Falando na Ângela, essa parte fica pra você.
BRUNO
Me recuso a participar dessa idiotice.
JÔ
Se você não for, vou colocar outra pessoa no seu lugar. Que tal o Rubens?
BRUNO
Tá bom, chantagista! O que você quer que eu faça?
JÔ
Assim que a Helena sair pro encontro, você passa na casa dela e pega a Ângela com a maior discrição. Vai com ela até a delegacia. Vou pedir pra ela separar o pano com que limpou o sangue da Zilda. Ela provavelmente lavou a mando da megera, mas com certeza ainda tem DNA e até alguma mancha lá.
BRUNO
E se a Helena queimou o pano? Como vai provar a morte da Zilda?
JÔ
A Ângela foi esperta e guardou num quartinho no porão aonde a Helena nunca vai. Queimou outro pano no lugar e a doida acreditou.
BRUNO
Não sei, não! É um plano muito arriscado.
SANDRO
É arriscado, mas pode dar certo.
CENA 06. CASA HELENA. QUARTO ÂNGELA. INT. NOITE.
Ângela fala discretamente ao celular.
ÂNGELA
Deixa comigo… Tá bom… Me liga quando for… Deixa eu desligar, antes que ela me pegue… (desliga; fala sozinha) Senhor, abre os caminhos pra que a dona Helena pague pelas maldades e que achem o corpo da dona Zilda.
CENA 07. DELEGACIA. SALA DELEGADA. INT. NOITE.
A delegada fala ao telefone com Jô.
DELEGADA
Não duvido. Se ela tem como provar… Ah, sim… Mas ela precisa prestar a queixa. É a lei… Como?… E como vai fazer isso, Jô?… Conta comigo… Vou ver se o doutor garanhão solta alguma coisa… Acho difícil, já que são cúmplices um do outro… Carlos Eduardo? Boa! Vou chamar pra prestar depoimento. De repente ele conta alguma coisa do pai e da Helena… Ah, isso já é muita invenção, Jô… (chocada) É caso de manicômio!… Tá. Consegue a confissão dela, que eu depois cuido do resto… Obrigada! (desliga)
CENA 08. DELEGACIA. RECEPÇÃO. INT. NOITE.
A delegada sai de sua sala e chama os policiais.
DELEGADA
Rita e Simária, tragam o doutor garanhão pra minha sala. (elas obedecem) Valdir, depois quero uma reunião com todo mundo. A jornalista acabou de me passar uns pepinos pra resolver. Coisa grande. É pra equipe toda. Parece que temos uma assassina em série solta por aí. Sérgio, manda uma intimação pra estas pessoas. (lhe dá um papel)
SÉRGIO
Sim, senhora!
CENA 09. DELEGACIA. SALA DELEGADA. INT. NOITE.
A delegada interroga Armando. Valdir e Simária acompanham, enquanto o escrivão digita.
ARMANDO
Já estava sentindo falta do charme, não é?
DELEGADA
Sem gracinhas, velhaco! Soube que o senhor estava para casar seu filho Carlos Eduardo com a filha da sua amiga Helena, com quem tinha envolvimento em diversos crimes.
ARMANDO
Quem te falou? A Jô Mendes? (gargalha)
DELEGADA (tom)
Qual é a graça?
ARMANDO
Você acha mesmo que eu ia fazer acordos com uma mulher? Com uma perua deslumbrada e ridícula que só queria se aproveitar do meu status, da minha nobreza? Você não me conhece mesmo. Nunca tive nada com ela. Nem sexo. Ela é tão magricela e desnutrida, que… É só pele e osso.
DELEGADA
Agora sim, o velho Armando machista e prepotente que conheço. Várias fontes disseram que você e Helena armaram mortes, chantagens, entre outros crimes. Seu ex-secretário chegou a mencionar essa mulher, mas as novas fontes são bem mais contundentes.
ARMANDO
Não dou uma palavra sem a presença do advogado. Agora, se quiser um beijo gostoso ou algo mais…
DELEGADA (grita aos policiais)
Joguem o porco de volta no chiqueiro!
ARMANDO (enquanto Simária e Valdir o levam)
Se faz de durona, mas não resiste a um bom galalau.
DELEGADA
Pilantra! (ao escrivão) Anotou isso?
CENA 10. PENSÃO ZORAIDE. QUARTO SANDRO. INT. DIA.
Letreiro: “Dias depois”. Sandro e Jô entram e fecham a porta.
SANDRO
Tudo pronto, Jô?
JÔ
Quase. A Noêmia já foi avisada. O Ivan já ligou pra Gioconda e pra Helena. Elas já devem estar a caminho. A Vicky e o Germano já cuidaram do resto. Depois o Bruno vai com a Ângela pra delegacia.
SANDRO
Falando nisso, o Carlos foi uma mão na roda pra gente.
JÔ
Não foi? Ele e o Wilson vomitaram tudo que deviam. Dizem que o Armando ficou com o buraco fechadinho de medo, quando soube. (ri)
SANDRO
O Wilson também foi preso, não foi?
JÔ
Foi, mas em outra delegacia. Deus me livre se colocassem ele junto com o Armando!
SANDRO
Pois agora quem vão vomitar são as duas parideiras e a enfermeira. Não vejo a hora de acabar com a reputação da Gioconda Grimaldi.
MERCEDES (entra)
Então era esse o plano de vocês?
JÔ
Mercedes…
MERCEDES (corta)
Cala a boca, que a conversa é com ele.
JÔ
Cala a boca, não! Olha como fala…
MERCEDES (corta)
Falo como eu quiser! Desde a primeira vez que te vi, que não vou com a tua cara. O Sandro já veio lotado de minhocas na cabeça, e vem você pra envenenar ainda mais.
SANDRO
Não é nada disso. Ela só tá me ajudando.
MERCEDES
O que você ganha com isso, Sandro? Enchendo o seu coração de ódio e fazendo as pessoas sofrerem, pra agradar a essas raparigas. Só espero que não se destrua de vez. Te amo demais pra ver o seu fim.
SANDRO
Tarde demais. Agora vou levar meus planos até o fim.
MERCEDES
Tá bom. Mas quando se arrepender e quiser ser o Sandro de bom coração que sempre foi, estou por aqui. Ao contrário da Alice, nunca vou te abandonar. Só pensa no que fá fazendo. (sai)
CENA 11. APARTAMENTO RÉGIS. SALA. INT. DIA.
Régis e Carlos Eduardo conversam no sofá.
RÉGIS
Já não dava mais pra ficar debaixo daquele teto. Aquela mulher que se diz minha mãe é um monstro. Não consigo mais olhar pra cara dela.
CARLOS EDUARDO
Exatamente o que penso do meu pai. Se é que posso chamá-lo de pai. (pausa) Não tenho como agradecer pelo convite pra morar com você. Onde eu estava, me sentia deslocado, invadindo…
RÉGIS
Não tem de quê. Você é um amigo de verdade. Sempre foi. Não é porque largou minha irmã no altar, que… Foi a melhor coisa que você fez. Foi uma ideia ridícula juntarem você e Amanda, só pra manter a reputação que a minha família nunca teve.
CARLOS EDUARDO
E sua avó? Tem falado com ela?
RÉGIS
Não. Viajou faz tempo e nada de ligar pra gente.
CARLOS EDUARDO
Não sei, não. Tem alguma coisa estranha com essa viagem.
RÉGIS
Também pensei nisso, sabia?
CENA 12. APARTAMENTO GIOCONDA. SALA. INT. DIA.
Gioconda conversa com Ivan e Lena. Todos de pé atrás do sofá.
GIOCONDA
O que a Noêmia quer comigo?
IVAN
Uma conversa. Um acerto de contas. Ela está a fim de se livrar do peso e deixar os problemas pra trás, agora que você descobriu que o Sandro é o seu filho. Vocês não têm mais o que esconder. Ela me pareceu bem sincera.
LENA
Dá uma chance pra ela, amiga. Vai ser bom pra todo mundo.
GIOCONDA
Está bem. Vocês me convenceram. Só vou me trocar.
IVAN
Espero você lá embaixo. Seria bom se você também fosse, Lena. Pra dar um apoio à sua amiga.
GIOCONDA
Por favor, Lena. Eu quero.
Gioconda sai pelo corredor.
CENA 13. CASA HELENA. JARDIM. EXT. DIA.
Helena sai furiosa de casa, em direção ao carro estacionado no jardim. Ângela a segue.
HELENA
O que será que essa enfermeira maldita quer comigo? Aposto que quer dinheiro pra fechar a matraca.
ÂNGELA
E se ela quiser mesmo botar uma pedra no passado?
HELENA
A Noêmia? (gargalha) Aquela lá é cobra criada. Mas ela vai ver só, se tentar aprontar pra cima de mim. (entra no carro) Ângela, se alguém ligar, diz que fui pro raio que os parta. Vou demorar.
ÂNGELA
Sim, senhora.
O portão automático se abre. O carro de Helena sai por ele.
CENA 14. BOATE NOÊMIA. FUNDOS. EXT. DIA.
Sandro desliga o celular e fala com Jô.
SANDRO
Pronto! A Helena já tá vindo. Vou ligar pro Bruno passar lá.
JÔ
Só quero ver a cara dela quando dar de cara com a Gioconda.
CENA 15. BOATE NOÊMIA. SALÃO. INT. DIA.
Noêmia e Zoraide conversam.
ZORAIDE
Você sabe se a Alice vai vir agora?
NOÊMIA
Não. Ela tá lotada de aula pra dar.
ZORAIDE
Ainda bem! Ufa!
NOÊMIA
Por que ainda bem? Posso saber?
ZORAIDE
Por nada, minha amiga. Só fiquei curiosa por ela. Daqui a pouco vêm aquelas duas amigas minhas que te falei pra conversarem comigo aqui. Lá na pensão a gente não tem intimidade…
NOÊMIA
Tá bom. Não precisa repetir mais de mil vezes.
ZORAIDE
Tá, desculpa!
CENA 16. HOSPITAL. CORREDOR. INT. DIA.
Leila, Rubens e Estêvão conversam no corredor.
ESTÊVÃO
A Jô perdeu a noção das coisas. Juntar as três é praticamente declarar uma guerra entre todos nós.
RUBENS
Pelo que ela passou, o plano é infalível.
ESTÊVÃO
Vocês já pararam pra pensar que a Helena pode perder o controle de vez e matar um por um? Ela é mais perigosa do que vocês pensam.
LEILA
A Jô tinha que tentar de algum jeito. O que ela encontrou foi esse. Se você não atrapalhar, ela consegue desmascarar a mamãe, a Gioconda e a Noêmia de uma vez só.
RUBENS
É claro que mais gente vai ser atingida. Mas não tem outro jeito de frear a Helena.
ESTÊVÃO
Quem mais está metido nessa bobagem?
LEILA
Muita gente: Sandro, Zoraide, Bruno, Ivan, Ângela, Vicky, Ana, Germano, a delegada…
ESTÊVÃO
Até a delegada caiu na conversa da Jô?
LEILA
A polícia está a par de tudo e vai proteger todo mundo.
ESTÊVÃO
Não quero estar lá pra ver o estrago.
CENA 17. BOATE NOÊMIA. FRENTE. EXT. DIA.
O carro de Gioconda é estacionado no outro lado da rua. Ivan, Gioconda e Lena saem do veículo.
LENA
Preparada, amiga?
GIOCONDA
Não. Mas não tem jeito. Vou ter que encarar. Vamos!
Os três atravessam a rua. Sandro surge à frente deles.
LENA
Sandro, o que faz aqui?
SANDRO
Sou namorado da filha da dona, lembra?
GIOCONDA
Sim, é verdade. (pausa) Depois de ter uma conversa com a Noêmia, queria um tempo com você. Temos tanta coisa pra conversar.
SANDRO (frio)
Temos, sim. Vou pedir demissão.
GIOCONDA
É justo. Afinal você é meu fi… Nem sei como dizer.
SANDRO
Não diga nada. Meu conceito sobre você caiu pro abismo. Não sabe o quanto. Com licença. (se afasta)
GIOCONDA
Sandro!?
LENA
Deixa ele, amiga. Ele também ficou muito mexido com a revelação.
GIOCONDA
Que a idiota da Jocasta fez questão de fazer. Essa missão era minha.
LENA
Agora não adianta chorar o leite derramado.
IVAN
Seu filho ainda vai te perdoar. Ele também passou por momentos difíceis, desde a morte do pai. Enquanto isso, tenha paciência com ele.
GIOCONDA
Não sei se vou aguentar mais essa.
LENA
Você é forte, amiga. Agora vamos, que a Noêmia está te esperando.
Os três entram na boate. Em seguida, surge o carro de Helena. Esta sai do automóvel e olha para a entrada do estabelecimento.
CENA 18. BOATE NOÊMIA. SALÃO. INT. DIA.
Zoraide e Noêmia conversam no balcão. Gioconda entra com Ivan e Lena.
GIOCONDA
Noêmia?
NOÊMIA (olha-a perplexa)
O que significa isso? Quem te convidou…?
GIOCONDA
Espera aí. Você me chamou.
NOÊMIA
Eu não chamei ninguém.
ZORAIDE
Fui eu que chamei. Acho que já está mais do que na hora de vocês resolverem de uma vez por todas a confusão em que se meteram há 35 anos.
NOÊMIA
Quero ver me obrigar.
GIOCONDA
Pra que isso, Zoraide?
HELENA (entra)
Pois já vou avisando que meu tempo é precioso demais pra…
Helena vê Gioconda e Noêmia à sua frente.
NOÊMIA
Pronto! Agora começou o circo.
HELENA
Eu que não vou ficar aqui e…
IVAN (se põe à frente de Helena)
Nem pense em sair.
CENA 19. DELEGACIA. SALA DELEGADA. INT. DIA.
Bruno e a apavorada Ângela entram. Ela carrega uma bolsa grande e preta. Ele fecha a porta e ajuda a moça a sentar na cadeira.
DELEGADA
Em que posso ajudar?
ÂNGELA
Quero fazer uma denúncia. (suspense) Dois assassinatos.
CLOSES alternados entre Ângela, Bruno e a delegada.
Efeito de fim de capítulo: imagem congela; FADE TO BLACK. Sonoplastia: vento.
FLASHBACK está na reta final. Não percam os últimos capítulos da novela, durante as próximas duas semanas. Vão rolar muitas emoções até o final. Aguardo vocês!
