Rio de janeiro 1996

 

Era noite, Ângela e seus pais estavam animados para a viagem que mudariam suas vidas.

 

Ângela: (preocupada) Pai o senhor pode parar de beberum pouco. Está de noite, pode ser perigoso.

Agenor ignorou o sermão da filha e fingiu-o não ter a ouvido. E ele levou mais uma vez a garrafa de uísque a boca. Marta ficava só o observando, tinha medo de ser agredida como de costume. Mas vendo pelo reflexo do retrovisor do carro a angústia da filha, resolveu interferir.

Marta: Agenor. Chega você já bebeu demais!

Agenor: Quem é que está pagando?  Estar saindo algum centavo do seu bolso?

Agenor foi agressivo e grosso como Marta temia. Era sempre assim ela nunca se a balava, já estava totalmente acostumada com as situações em que seu marido a deixava. Lágrimas caíam dos olhos de Ângela, que suplicava para o pai parar de beber. Naquele momento o ânimo foi tomado pela angustia e pelo medo.

Ângela: Pai, por favor!

Agenor: Caramba, não vou parar não! Gente cadê aquele animo?  Daqui a pouquinho estamos chegando a Fortaleza…

Infelizmente a viagem mudou a vida de todos. Agenor perde o controle da direção e acaba jogando o carro contra uma árvore. Ângela grita desesperadamente, porém desmaia com um impulso do carro. Os seus pais morrem na hora. Ângela é acordada em uma cama de hospital, com uma assistente social.

Cleonice: Olá Ângela! Eu me chamo Cleonice Prado, sou assistente social, que vai cuida do seu caso. Vou levar você para um orfanato do qual, você estará sujeita a adoção.

Ângela não entendia nada do que estava acontecendo. “Quem é essa louca que quer me levar para um orfanato? E onde estão os meus pais?” pensava Ângela de Cleonice.

Ângela: Quem é a senhora? E porque quer me levar para um orfanato?

Cleonice: Ângela você lembra o que aconteceu com você?

Ângela: Não, minha cabeça doí muito.

Cleonice: Seus pais morreram no acidente de carro, em que você estava e foi a única sobrevivente.

Ângela ficou completamente em estado de choque ao receber essa noticia. Ela chorava, como se o seu mundo tivesse acabado. Mas de certa forma tinha acabado, ela tinha acabado de perder as duas únicas coisas, mais preciosa que ela tinha. Seus pais.

Cleonice: Calma querida. Eu sei o que você está sentido.

Cada vez mais ela chorava. Era pior tenta acalmá-la. Ela precisava chorar, desabafar. Cleonice a leva para o enterro de seus pais, onde a emoção toma conta totalmente de si. Desvaída em lágrimas, ela só conseguiu jogar uma rosa.

Ângela: Vão em paz. Eu amo muito vocês!

Saiu do local, sem quer olhar para trás. Querendo ter a imagens de seus pais vivos. Logo em seguida Cleonice a levou para o orfanato.

Orfanato Irmã Dulce.

Diretora Socorro: Seja bem-vinda Ângela!  Aqui no orfanato Irmã Dulce, você morara e vai estudar também. Pois também somos colégio interno!

Ângela deu um sorriso tristemente. A diretora foi lhe mostrando todos os cômodos do orfanato.

Diretora Socorro: Essas são suas companheiras de quarto. Andréa, Germana, Stella e Nicolle.

Stella: Prazer Stella Magalhaes.

Ângela: Prazer Ângela Miller.

Ângela estende a mão para cumprimentar às outras três. Mas é ignorada pela arrogância das meninas.  Elas saem e Stella fica conversando com Ângela.

Stella: Liga não, elas são assim mesmo! Mas me diz quantos anos você tem?

Ângela: Está bem. Tenho treze anos e você?

Stella: Treze também! Você tem que conhecer o Cleiton, ele é um amor de pessoa.

Ângela: Aqui também estuda meninos?

Stella: Sim! Por quê?

Ângela: Pelo nome pensei que era de freiras.

Stella: Não, não. Vamos conhecer o Cleiton?

Ângela: Vamos sim!

As duas saem à procura de Cleiton, com quem Ângela se dar muito bem. Nasci ali uma grande amizade entre os três. Tempos se passam e além de se torna amiga de Cleiton, Ângela vai se aproximando aos poucos de Daniel, que até então é namorado de Germana.

Ângela: Cleiton, o Daniel é maior gatinho não é?

Cleiton: Hum está rolando um sentimento no ar é amiga?

Ângela: Claro que não!

Daniel vem se aproximando de Ângela e Cleiton. O coração de Ângela começa acelerar, e os olhos dela começam a se perder entre os lindos olhos azuis de Daniel.

Daniel: Oi Ângela.

Ângela: Oi Daniel.

Daniel: E ai Cleiton?

Cleiton: Oi Daniel. Bom, tenho que ir, Ângela depois nos falamos.

Daniel: Atrapalhei alguma coisa?

Ângela: Não, claro que não. Você nunca atrapalha.

Daniel: Ah, bom saber!

Ângela: Por quê?

Daniel: Por isso!

Daniel dá-lhe um beijo do qual a deixa imóvel por alguns minutos. Ângela sentia uma sensação boa. Ela não queria esta beijando, mas ao mesmo tempo não queria parar. Mas nem tudo é um mar de rosas.Para estragar o belo sonho realizado de Ângela, chega Germana e as outras duas, que ficam chocadas com o que vê.

Germana: Eu não estou acreditando, no que eu estou vendo.

Nicolle: Vai lá Germana, faz alguma coisa.

Andréa: Não fica aí parada Germana.

Germana: Calma… Tudo no seu tempo. Ela vai ter o que é dela.

Stella vê Germana olhando para Ângela e Daniel aos beijos, com um olhar de ódio e frieza. Daniel e Ângela param de se beijar, Stella vai falar com a amiga, sobre o que viu.

Stella: Oi, atrapalho?

Daniel: Não já estava de saída! Ângela, depois quero falar a sós com você sobre isso que aconteceu, está bem?

Ângela: Está bem.

Stella: Amiga, o que foi isso? Todo muno viu, até mesmo a namorada dele.

Ângela: O que? Não acredito nisso.

Stella: Você tem que se preparar, por que você sabe como são aquelas garotas.

Ângela: Foi ele que me beijou, o que você acha que eu devo fazer?

Stella: Espera… Tudo pode acontecer.

Stella estava certa quando dizia que “Tudo pode acontece.” realmente aconteceu, Ângela não aguentou se sentir culpada, e resolveu falar com Germana.

Ângela:Germana, sei que você viu o…

Germana: Tudo bem querida. Não ligo, o Daniel pode ficar com quantas ele quiser, mas no fim ele sempre acaba voltando pra mim.

Isso foi o suficiente para deixar Ângela, completamente em vergonhada de si mesma. Germana tinha apenas treze anos como Ângela, mas era diferente como as outrasduas do grupo, ela era madura de mais para sua idade, e muito, muito perigosa. Ela sabia como estar no topo, mesmo com o coração estraçalhado de dor. Fria e calculista. Ou Seria louca e calculista?

****

Em Fortaleza, Claudia trabalhava em um escritório de advocacia e consultoria. Uma mulher chique e elegante que lutava, naquele momento para que sua filha Raissa saísse do mundo das drogas.

Claudia: Cortez você tem que me ajudar isso tudo não pode ficar totalmente sobre a minha responsabilidade, você também é o pai ora.

Cortez: Quando eu voltar de viagem, nós conversamos.

E desliga o telefone, deixando Claudia falando sozinha. Que por sua vez ficou indignada, com tamanha falta de educação do marido. “Foi esse o homem com quem me casei?” Se perguntava atordoada.

****

Ângela não consegue tirar da cabeça o beijo roubado por Daniel, ela ficava esperando ele vim falar com ela. Ela já estava perdendo as esperança, foi quando ele chegou por trás dando-a um abraço, do qual ela se arrepia toda.

Ângela: Você veio mesmo.

Daniel: Claro. Não deixei de pensar em você em momento algum. Mas é porque ainda estou com Germana, vai ser complicado.

Ângela: Não quero atrapalhar você.

Daniel: Você não vai me atrapalhar. Eu estou gostando de você.

E os dois se beijam novamente. Dias se passam e Daniel decide termina tudo com Germana. Que não concorda muito.

Germana: Você que termina comigo, por causa daquela cretina da Ângela né? Vai enfrente, mas você se prepare. Por que vai ter volta. Você ainda vai pedir pra voltar pra mim ede joelhos!

Daniel: Não precisa desse drama, Germana. Eu sei muito bem das minhas escolhas ouviu bem?

****

Claudia recebe uma ligação anônima dizendo, que sua filha está drogada e andando sem rumo.

Claudia: Ai meus Deus. Estou indo aí, onde fica? AV. Beira Mar?Ok!

****

Germana ficou com um olhar frio para Daniel. Ele diz tudo que tinha pra dizer e sai. Ela fica dominada pelo ódio e vai tomar satisfação com Ângela.

Germana: Você conseguiu né roubar o Daniel de mim né?

Ângela: Eu não roubei ninguém, de ninguém. Se ele não quis ficar com você, certamente ele deve ter encontrado alguém melhor do que você.

Germana: Ah, então a cobra que ele escolheu foi você né?

Ângela: Germana calma, eu não…

Ângela é surpreendida por uma tapa, em que ela cai. Germana fica a olhando esperando uma ração supostamente de baixo nível. Mas Ângela responde a altura.

 

Fim do 1° capítulo

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