“Autoestrada Para o Inferno”

 

[CENA 01 – LANCHONETE DO IVO/ DIA]
(Pedro e Alice continuam frente a frente, as pessoas que estavam ao redor do palco se dispersam)
ALICE – Não quis jantar com a minha família ontem?
PEDRO – Estava cansado. O que faz aqui?
ALICE – Depois que você foi embora, eu e o Ivo ficamos amigos. Acho que você deve ter visto que ele me ajudou na etapa das batalhas em Sua Canção. Então, vim convidá-lo para uma social que eu estou organizado, para comemorar a minha vitória no programa.
PEDRO – Que bom. Parabéns que você venceu, embora não mereça.
ALICE – Eu não mereço? Só porque eu sou rica?
PEDRO – Não. Porque é mimada, fútil, egoísta e egocêntrica.
ALICE – Você acha que eu sou mesmo tudo isso? (Pedro confirma com a cabeça) Pena, estava pensando em te convidar, mas se você me trata assim, acho que não merece.
PEDRO – Eu que agradeço por não ser convidado. (se afasta dela, em direção à uma mesa. Ramon desce do palco junto com o pessoal da banda e vão atrás dele. Alice continua parada em frente ao palco, tem vontade de chorar, segura o choro, ergue a cabeça e sai da lanchonete)

[CENA 02 – CASA DELLE ROSE/ BOATE – Q. DE SALETE/ DIA]
(Larissa chega toda animada, rodopiando pela boate. Nathaniel que estava organizando o palco para a véspera de ano novo, a observa)
NATHANIEL – Olha só, pelo visto a visita na gravadora foi boa.
LARISSA – Lá é incrível, Nathan. Adorei cantar lá.
NATHANIEL – Tô vendo, pela sua empolgação. (desce do palco e caminha até Larissa)
LARISSA – Júlio quer que eu assine um contrato com a gravadora dele.
NATHANIEL – Já? Rapazinho rápido.
LARISSA – Ele disse que vai fazer, e assim que estiver pronto, me dá para assinar.
NATHANIEL – Você vai assinar mesmo?
LARISSA – Vou. Não quero perder essa oportunidade, você mesmo disse para ir atrás dela. Antes, preciso só contar para Salete. Ela está no quarto?
NATHANIEL – Está sim.
LARISSA – Vou falar com ela, depois venho para te ajudar. (vai para os quartos, Nathaniel sobe para o palco)
[Q. DE SALETE]
LARISSA – (entrando no quarto) Licença, Salete. Posso conversar com você?
SALETE – Claro, querida. (Salete está sentada em uma poltrona do seu quarto, Larissa senta-se em outra, ao lado dela) Viu os preparativos que o Nathan está fazendo?
LARISSA – Sim, acabo de vim de lá. (Salete a percebe um pouco tensa)
SALETE – Algum problema?
LARISSA – É que estou tentando criar coragem de como vou contar isso.
SALETE – Seja direta. Simples assim!
LARISSA – Está bem. Sabe aquele cliente que atendi ontem?
SALETE – Não só ontem, né. Parece que ele ficou fascinado em você.
LARISSA – Pois é, tanto que ele me fez uma proposta.
SALETE – Que proposta?
LARISSA – Ele é dono de uma gravadora, e quer que eu assine um contrato com ele.
SALETE – (surpresa, fica feliz) Isso é ótimo, não é? (Larissa tinha medo de que ela se decepcionasse e não esperava essa reação dela) É o seu sonho!
LARISSA – Acho que a senhora não está entendendo… se eu assinar o contrato com ele, terei que sair da casa.
SALETE – (segura as mãos dela) Querida, não nego que dentre todas as meninas desta casa, você é a mais talentosa. E eu estaria sendo egoísta se te impedisse de seguir seus sonhos. Eu mais do que ninguém quero que minhas meninas sejam felizes, que sigam a vida delas. Seja aqui ou em qualquer outro lugar. Então não se preocupa, que eu não vou ficar chateada se você sair.
LARISSA – Você é demais, Salete. (a abraça) Você é uma mãe que eu nunca tive. (Salete fica triste, pois isso fez lembrar de Dácio e Larissa percebe) Não se preocupa, tá. Você vai conseguir falar com seu filho, ele vai te perdoar e vai ver a mãe maravilhosa que ele tem. (Salete sorri)
SALETE – Tomara, querida!

[CENA 03 – PARQUE/ DIA]
(Daniel está sentado em um banco do parque, Dácio caminha em direção a ele)
DANIEL – (levanta assim que ver Dácio) Ué, cadê sua mochila?
DÁCIO – Eu não vou fugir com você, Daniel. E também acho que não é uma boa ideia você fazer isso.
DANIEL – Pena, estava escolhendo um lugarzinho pra gente. (senta-se)
DÁCIO – Volta pra casa, Daniel. Seu pai deve está preocupado.
DANIEL – Ele mesmo desejou que eu nunca existisse. Duvido que esteja sentindo a minha falta.
DÁCIO – Mesmo assim ele é seu pai! Ele pode ter dito isso da boca pra fora, sei lá.
DANIEL – O que você tá fazendo, Dácio? Você tá defendendo meu pai, é isso? Ele não disse isso da boca pra fora. Ele sabia muito bem o que estava dizendo. A partir do momento que eu me assumi, deixei de ser o filho “normal” dele.
DÁCIO – Só acho que você tá fazendo uma grande besteira. Não vou mais me intrometer, está bem?! Onde você dormiu?
DANIEL – Dormi por aí.
DÁCIO – Se você quiser, você pode passar um tempo na minha casa.
DANIEL – Não, não quero incomodar. Você mesmo disse que sua família está pensando em mudar de casa, irem para uma menor. Deixa que eu me viro.
DÁCIO – Tomou café da manhã ao menos? (Daniel não responde, e isso para Dácio é um não) Então, vem comigo. Eu pago um sanduiche pra você. (Daniel dar um breve sorriso, levanta e sai com Dácio)

Mais Tarde…

[CENA 04 – CASA DE PEDRO/ SALA/ TARDE]
(Frederico e Miguel estão na sala conversando)
MIGUEL – Minha tia nos convidou para passarmos a virada do ano na casa dela.
FREDERICO – É, a Beatriz também fez esse convite.
MIGUEL – Mas sem problema, se você quiser a gente passa na casa da Beatriz.
FREDERICO – É bom passar a virada de ano ao lado da família da gente.
MIGUEL – Eu não me importo, de verdade.
FREDERICO – Vamos fazer assim então, quando o Pedro chegar, conversamos com ele e o que ele decidir a gente faz.
MIGUEL – Pode ser. (nesse momento, Pedro chega em casa)
PEDRO – (estranhando o jeito que os dois olham para ele) Acontecendo alguma coisa?
FREDERICO – Nada, filho. Só estávamos te esperando, para resolvermos uma coisa.
PEDRO – O que?
FREDERICO – A tia do Miguel convidou a gente para passar a virada de ano na casa dela.
PEDRO – Desculpa, mas não tô muito a fim de passar a virada de ano fora. Será que não pode ser só a gente?
FREDERICO – Pode, pode sim. Só que, uma velha amiga minha também me convidou para participar a virada de ano na casa dela.
PEDRO – Que amiga?
FREDERICO – Você ainda não a conhece, mas ela me ajudou muito.
PEDRO – (pensativo) Tá, podemos ir para casa dessa sua amiga. (Miguel fica surpreso, pensa em dizer algo mas acaba desistindo)
FREDERICO – Então, tá. Vou avisar a ela. (Pedro sobe para o quarto) Se você quiser, Miguel, pode passar a virada na casa da Viviane, sem problema.
MIGUEL – Claro. Afinal, parece que o Pedro não tá muito a fim da minha família. (levanta e vai para cozinha, Frederico fica na sala com o celular nas mãos, pensativo)

[CENA 05 – IGREJA/ TARDE]
(Ciro vem saindo do confessionário, quando encontra Samuel sentado no primeiro banco da igreja)
SAMUEL – (levantando-se nervoso) Preciso conversar com o senhor. (Ciro o percebe nervoso, os dois sentam-se no banco)
CIRO – O que está acontecendo, Samuel?
SAMUEL – O Daniel! Ele saiu de casa.
CIRO – Como assim saiu de casa? Por quê?
SAMUEL – É uma longa história, padre, que não convém contar agora. O que importa é que eu não sei o que fazer. Eu ligo para ele, mas só cai na caixa postal. Será que eu devo procurar a polícia? Será que aconteceu alguma coisa?
CIRO – Calma. Você ligou para todos os amigos dele? Para a Thabata, a prima dele?
SAMUEL – Liguei para a Thabata, ela disse que tem um tempo que não ver o Daniel.
CIRO – E os amigos?
SAMUEL – Nos últimos dias, Daniel se afastou dos amigos dele.
CIRO – Mas deve ter sobrado um. Um ao menos que ele ainda confia. (Samuel fica pensativo, e começa a lembrar de um possível amigo de Daniel) Se o Daniel planejou fugir, ele certamente deve está recebendo ajuda de alguém.
SAMUEL – Obrigado, padre! Acho que eu sei onde meu filho está. (levanta do banco e sai da igreja apressado)

Anoitecendo…

[CENA 06 – CASA DE ALICE/ SALA/ NOITE]
(Miguel está na sala junto com Viviane, Felipe vem descendo as escadas)
VIVIANE – Cadê a Alice?
FELIPE – Logo ela desce, mamãe.
VIVIANE – Seu irmão ligou, disse que não pode vim para o ano novo, mas que em algumas semanas vem nos visitar.
FELIPE – Frederico não quis vim?
MIGUEL – (sério) Uma amiga dele o convidou para passar a virada na casa dela. Ele e Pedro foram para lá.

[CENA 07 – CASA DE SAMUKA/ SALA/ NOITE]
(Frederico e Pedro chegam à casa de Beatriz e são recebidos por ela)
BEATRIZ – Fico feliz que tenha aceitado meu convite, Frederico.
FREDERICO – Eu que agradeço. Esse é o meu neto, Pedro.
BEATRIZ – Olá, Pedro! A última vez que o vi, você era um bebê no colo de sua mãe. (ver que Pedro ficou triste ao lembrar de sua mãe) Desculpa, você ainda deve sentir falta dela.
PEDRO – Sem problema.
BEATRIZ – Bem, queiram entrar por favor. (Frederico e Pedro entram, Samuka  e Mônica vem descendo as escadas) Acho que você deve lembrar do Samuka, né Frederico?
FREDERICO – (surpreso) Esse é o Samuka? Quem diria que aquele garotinho se tornaria este rapagão!
SAMUKA – Quem são esses, mamãe?
BEATRIZ – Filho, esse é o Frederico um velho amigo meu e o neto dele, Pedro. Os chamei para passar a virada de ano com a gente.
SAMUKA – Prazer, sejam bem-vindos. E essa é minha namorada, Mônica.
FREDERICO – Muito bonita sua namorada.
MÔNICA – Obrigada.
BEATRIZ – Bem, vamos sentar todos, conversar um pouco. Logo mais peço para servirem o jantar. (todos caminham até o sofá)

[CENA 08 – CASA DELLE ROSE/ Q. DAS MENINAS/ NOITE]
(algumas meninas estão terminando de se aprontarem para a festa de hoje. Larissa está ajudando algumas, junto com Nathaniel. Salete entra no quarto delas)
SALETE – Olá, meninas. Antes de abrirmos a casa, quero dizer algo. (meninas param de se aprontarem e todas prestam atenção em Salete) Hoje termina mais um ano para gente. E é sempre um prazer enorme encerrar mais um ciclo com minhas meninas, todas felizes, dançando naquele palco, animando nossos clientes. Em especial, a uma que ano que vem poderá não está mais com a gente. (olha para Larissa, assim como as outras) A nossa querida Larissa recebeu uma proposta de um cliente, que é produtor musical, de gravar algumas músicas na gravadora dele. (as meninas se surpreendem, algumas batem palmas, outras não) Torço para que esta seja o início de sua carreia. (se aproxima dela) Por isso meninas, quero que à noite de hoje seja mais que especial. Não só porque é véspera de ano novo, é a última do ano, mas porque estamos comemorando a conquista de nossa amiga. (todas batem palmas, Salete abraça Larissa)
LARISSA – Obrigada!
SALETE – Agora, quero todas prontas em 15 minutos. Quero ver essas bundas todas balançando naquele palco hoje! (todas riem e voltam a se produzirem. Salete sai do quarto)

[CENA 09 – CASA DE DÁCIO/ SALA/ NOITE]
(Dácio está sentado no sofá, pensando onde Daniel estaria passando a virada de ano. Regina e Cássia vem descendo as escadas, logo atrás vem Horácio)
CÁSSIA – Não acredito que a minha virada de ano vai ser nessa tristeza.
DÁCIO – Ao menos você está aqui. (Cássia caminha até ele, mas é impedida por Regina)
REGINA – Não comecem. Podemos ao menos passar uma noite em família.
HORÁCIO – Regina tem razão. Vamos comemorar, família. Um novo ano se aproxima… (campainha toca, interrompendo-o) Eu atendo.
DÁCIO – Não tô com animação para comemorar nada.
HORÁCIO – (abre a porta) Boa noite, pois não?
SAMUEL – Essa é a casa do Dácio?
HORÁCIO – Sim, sou o pai dele. Você quem é?
SAMUEL – Me chamo Samuel, poderia falar com ele, por favor?
HORÁCIO – (o chama da porta mesmo) Dácio! (Dácio levanta da sofá, vai até seu pai e fica surpreso ao ver o pai de Daniel em sua porta)
SAMUEL – Que bom que eu te achei, Dácio! Por favor, me diz onde está meu filho? Eu sei que você sabe onde ele está! (Dácio olha para seu pai, sem saber o que fazer)

[CENA 10 – CASA DE SAMUKA/ SALA – ESTÚDIO DE SAMUKA/ NOITE]
(enquanto Frederico e Beatriz trocam bons momentos que os dois viveram nos últimos anos, Pedro está no canto do sofá, quietinho. Mônica e Samuka conversam entre eles, mas percebendo Pedro distante, tentam animá-lo)
SAMUKA – (levanta do lado de Mônica e se aproxima de Pedro) Quer conhecer meu estúdio, Pedro?
PEDRO – Você tem um estúdio?
SAMUKA – Tenho. Vamos lá? (Pedro sorri e sobe as escadas junto com Samuka e Mônica)
BEATRIZ – Eu não devia ter lembrado da mãe dele, eu vi como ele ficou.
FREDERICO – Não se preocupa, Beatriz. Pedro vai ficar bem, aposto como ele vai se divertir no estúdio do Samuka.
BEATRIZ – Espero que os dois se deem bem.
[ESTÚDIO DE SAMUKA]
(Pedro entra no estúdio, e fica fascinado. Ele não é tão grande quanto o da Alice, mas mesmo assim é grande)
SAMUKA – Toca alguma coisa?
PEDRO – Toco. Violão, bateria… mas sei o básico apenas.
SAMUKA – Canta? (caminhando até sua guitarra, Mônica senta-se em uma cadeira)
PEDRO – Canto sim. Na verdade, tenho uma banda.
SAMUKA – Ah é, que bacana.
PEDRO – Vamos participar de um programa de bandas amadoras ano que vem. Em algumas semanas na verdade.
SAMUKA – Qual é o nome da sua banda?
PEDRO – Órbita Três!
SAMUKA – (ri) Qual a história desse nome?
PEDRO – Sabe que eu não sei. (senta-se na bateria) Ainda não tive o interesse de perguntar.
SAMUKA – Você não a fundou?
PEDRO – Não. Na verdade, ela é de um amigo. Ele me chamou para ser vocalista nela e aceitei.
SAMUKA – De qualquer forma, é um bom nome. Sucesso para você e sua banda. E, se esse amigo te chamou, certamente porque você canta bem. (começa a tocar sua guitarra) Conhece essa? (Pedro confirma com a cabeça e seguida começa a tocar na bateria, os dois começam a cantar)

[CENA DE MÚSICA – HIGHWAY TO HELL (AC/DC)]

[SAMUKA]
Living easy, livin’ free 1
Season ticket, on a one way ride
Asking nothing, leave me be
Taking everything in my stride

Don’t need reason, don’t need rhyme 2
Ain’t nothin’ that I’d rather do
Going down, party time
My friends are gonna be there too

[SAMUKA E MÔNICA]
I’m on the highway to hell 3
On the highway to hell
Highway to hell
I’m on the highway to hell

[PEDRO]
No stop signs, speed limit 4
Nobody’s gonna slow me down
Like a wheel, gonna spin it
Nobody’s gonna mess me ’round

Hey, satan!
Paid my dues
Playin’ in a rockin’ band
Hey mama! Look at me
I’m on my way to the promised land

[PEDRO E SAMUKA]
I’m on the highway to hell 5
Highway to hell
I’m on the highway to hell
Highway to hell

Don’t stop me!

[SAMUKA E MÔNICA]
I’m on the highway to hell 6
I’m on the highway to hell
I’m on the (highway to hell)
On the highway (to hell)
Highway to hell
I’m on the highway to hell
Highway to hell
Highway to hell
Highway to hell

Yeah I’m going down anyway
I’m on the highway to hell

1. Pedro toca a bateria e observa Samuka que está próximo de Mônica, os dois em ritmo de rock roll.
2. Mônica continua sentada, fingido que bate uma bateria também. Samuka continua cantando ao lado dela.
3. Mônica levanta-se da cadeira, anda um pouco pelo estúdio, Samuka a segue, os dois cantando juntos.
4. Pedro começa a cantar, Samuka e Mônica se surpreendem com o garoto. Mônica continua em pé dançando, Samuka se aproxima da bateira.
5. Samuka e Pedro cantam juntos agora, ambos animados, Mônica os observa ainda dançando seguindo ritmo rock roll da música.
6. Samuka volta a se aproximar de Mônica, Pedro apenas os observa cantar.  Os três encerram a música e vibram com o que rolou.

[CENA 11 – CASA DELLE ROSE/ BOATE/ NOITE]
(a casa abriu, clientes estão andando pela boate, alguns estão conversando com algumas garotas, Salete cumprimenta outros e a cortina do palco se abre, abrindo o show da noite. A versão desta música é mais animada que a versão original)

[CENA DE MÚSICA – COMO UMA DEUSA (ROSANA)]

A música na sombra, 1
O ritmo no ar
Um animal que ronda
No véu do luar
Eu saio dos seus olhos
Eu rolo pelo chão
Feito um amor que queima
Magia negra
Sedução

Como uma deusa 2
Você me mantém
E as coisas que você me diz
Me levam além
Aqui nesse lugar
Não há rainha ou rei
Há uma mulher e um homem
Trocando sonhos fora da lei

Como uma deusa 3
Você me mantém
E as coisas que você me diz
Me levam além
Tão perto das lendas,
Tão longe do fim
A fim de dividir
No fundo do prazer
O amor e o poder

A música na sombra
O ritmo no ar
Um animal que ronda
No véu do luar

Tão perto das lendas, 4
Tão longe do fim
A fim de dividir
No fundo do prazer
O amor e o poder

Como uma deusa 5
(Me leva amor)
Você me mantém
(Longe do fim)
E as coisas que você me diz
Me levam além
Tão perto das lendas,
(Me leva amor)
Tão longe do fim
(Longe do fim)
A fim de dividir
No fundo do prazer
O amor e o poder

1. A cortina do palco se abre, Larissa está no meio do palco cantando, Nathaniel está no fundo com outros rapazes e garotas dançando.
2. Salete assiste o show, orgulhosa de suas meninas. Durante a apresentação, alguns homens se aproximam dela, inclusive Júlio. Ela o reconhecendo, já aponta para um dos garçons, que lhe entrega uma chave.
3. Júlio se aproxima do palco, olha para Larissa. Ela sorri ao vê-lo.
4. A casa está um pouco mais movimentada que as noites anteriores. Talvez por muitos dos clientes não terem para onde ir, para comemorar a virada de ano.
5. Larissa encerra a música, agradece a todos, que estão batendo palma, sai do palco animada, em direção aos quartos. Júlio vai logo em seguida.

[CENA 12 – PENSÃO DE EDUARDO/ Q. DE EDUARDO/ NOITE]
(como a pizzaria não funcionou hoje, Eduardo passou o dia inteiro no quarto, seu celular toca)
EDUARDO – (pega o celular que estava ao lado, atende e continua deitado) Alô? Oi, Hiago. Estou em casa sim, por quê?
HIAGO PELO TELEFONE – O pessoal combinou de passar o réveillon na praia. Você não quer vim?
EDUARDO – Eu agradeço cara, mas não estou muito afim.
HIAGO PELO TELEFONE – Qual é? Não acredito que você prefere passar a virada de ano, deitado em casa? Anda, se você quiser eu vou aí te buscar.
EDUARDO – Não é necessário, de verdade. Aproveita sua virada com o pessoal. Feliz ano novo para você também! (desliga, coloca o celular ao lado, olha para o teto e pensa em Letícia)

[CENA 13 – CASA DE OTÁVIO/ COZINHA/ NOITE]
(Otávio e sua mãe estão na cozinha, como sempre foram os dois juntos, festas de finais de ano não são tão importantes assim, por isso é só mais uma noite normal, e um jantar em família como outro qualquer)
SILVANA – (colocando o prato de Otávio na frente dele) Prontinho, filho.
OTÁVIO – Obrigado.
SILVANA – Vai esperar o relógio dar meia-noite?
OTÁVIO – Acho que vou. Embora entra ano e sai ano e pra mim não muda nada. (brinca, porém Silvana fica sentida pelo o que ouve de Otávio. Chega uma mensagem no celular dela, de sua amiga. Otávio escuta o celular vibrando em cima da mesa, e atenta sua audição a sua mãe. A escuta mexendo no celular)
SILVANA – (lendo a mensagem de sua amiga, fica surpresa) “Eu encontrei seu marido, Silvana. Estou com ele na minha frente” (envia uma foto com o marido de Silvana, sentado em um barzinho tomando uma cerveja)

Contínua no Capítulo 06…

A Widcyber está devidamente autorizada pelo autor(a) para publicar este conteúdo. Não copie ou distribua conteúdos originais sem obter os direitos, plágio é crime.

Pesquisa de satisfação: Nos ajude a entender como estamos nos saindo por aqui.

Leia mais Histórias

>
Rolar para o topo