“A Tal Canção Pra Lua”

 

[CENA 01 – CASA DE OTÁVIO/ SALA/ DIA]
(Otávio continua em pé de frente para Eduardo, aguardando o feedback dele)
OTÁVIO – Fui mal assim?
EDUARDO – Não. Claro que não. Cara, eu só não imaginava que você cantasse tanto assim?!
OTÁVIO – Gostou?
EDUARDO – Sim. Só acho que como você tem esse vozeirão, esse timbre bacana, acho que você deveria cantar uma música mais animada, mais alto astral, sabe?
OTÁVIO – Alto astral? (caminha até o sofá)
EDUARDO – É. A música que você cantou é ótima e tal, mas você precisa começar o programa já impressionado os técnicos e o pessoal de casa.
OTÁVIO – Bem… e que música você me sugere?
EDUARDO – Não tenho uma agora no momento, mas… (caminha até ele) …se você quiser, posso procurar algumas músicas e te enviar.
OTÁVIO – Pode ser.
EDUARDO – Beleza. Agora preciso ir. (caminha até sua mochila, Otávio o acompanha) Mas você mandou muito bem na música. De verdade, eu já te vi tocar, mas não esperava que você cantasse tão bem assim.
OTÁVIO – (abrindo a porta) Você acha que eu tenho chance de ir até a final?
EDUARDO – Tenho certeza! E eu vou te ajudar nessa jornada. Pode contar comigo. (Otávio sorri)
OTÁVIO – Obrigado!
EDUARDO – Até mais, Otávio. Não se preocupa. Vou procurar algumas músicas e vou te mostrar depois.
OTÁVIO – Beleza. (Eduardo vai embora, Otávio continua na porta, ouve a moto de Eduardo saindo, fecha a porta e retorna para o sofá. Fica parado por alguns segundos, sorri. Senta-se ao lado da caixa de pizza, a abre, retira uma fatia e a come)

Semanas Depois…

[CENA 02 – COLÉGIO ESTADUAL OLIVEIRA SANTOS/ PÁTIO/ DIA]
(Dácio conseguiu superar a partida temporária de Daniel, seu foco agora é passar nas provas para terminar o semestre bem. As férias estão se aproximando, e o que todos querem é terminar as aulas com boas notas. É o intervalo, Pedro, Ramon e Dácio estão sentados em um dos bancos. Enquanto Ramon e Pedro estão ansiosos pelas férias, Dácio estava estudando um pouco)
PEDRO – Samuka disse que virá para cá, mês que vem!
RAMON – Ele vai ver sua audição também?
PEDRO – Eu acho que sim.
DÁCIO – (ainda focando no livro) Está preparado?
PEDRO – Olha… confesso que conforme a data vai se aproximando, vai crescendo um certo nervosismo, mas a música já tenho. Vai dar certo!
ANDRÉA – (aparecendo ao lado dele) É bom mesmo que você esteja pronto, Pedro! Por que eu não irei pegar leve com você. (senta-se ao lado de Ramon) Essa vaga será minha!
PEDRO – Eu já disse para você, Andréa… isso para mim não é uma competição. Independente de quem ganhar a vaga, vai ser divertido!
ANDRÉA – Isso mesmo, meu querido. Continue tendo esse pensamento, que aumenta mais ainda minhas chances de conseguir está vaga. (Pedro ri, Andréa foca-se em Ramon) E a gravação de seu CD?
RAMON – Será feito agora nessas férias. Foi por decisão do Ivo, assim teremos mais dedicação para as gravações.
ANDRÉA – Bem que vocês poderiam me convidar para gravar uma música com vocês. Eu já participei de um programa de música também, fiz um certo sucesso…
RAMON – Quem sabe em um futuro distante, hein?!
ANDRÉA – Olha que eu vou cobrar, hein.
PEDRO – Já escolheu a sua música para a audição?
ANDRÉA – Já e não adianta, que não irei contar para ninguém. (levanta-se, se aproxima de Pedro) Mas te garanto que é um clássico! (se afasta do banco em seguida, Dácio fecha o livro que estava lendo)
PEDRO – (ri) Andréa é devidamente maluquinha!
RAMON – E você acha que eu não sei?!
DÁCIO – Licença, pessoal. (levanta-se, indo até as salas)
PEDRO – Impressão minha ou o Dácio tá meio que na dele?
RAMON – Ele sempre foi assim. Ele é de ficar mais no canto dele, lendo alguma coisa, mexendo em algum computador…
PEDRO – Não é isso… ele agora parece mais distante, sabe?! (olha para Caio indo para salas, com o fone no ouvido) Igual outras pessoas!

[CENA 03 – CASA DE OTÁVIO/ Q. DE SILVANA/ DIA]
(Silvana continua deitada na cama, sentindo-se um pouco mal. Otávio entra no quarto)
OTÁVIO – Mãe? (entra e caminha em direção a cama)
SILVANA – (um pouco fraca) Oi, filho!
OTÁVIO – (percebe o tom de voz de sua mãe um pouco baixo) A senhora está bem?
SILVANA – Estou um pouco tonta apenas. Um mal-estar que vai passar logo.
OTÁVIO – Não quer ir para o hospital?
SILVANA – Não, não é necessário, querido! Eu tomei meu medicamento já, logo estarei melhor.
OTÁVIO – (senta-se na cama, toca na mão dela. A percebe fria, Silvana logo puxa a mão de volta) A senhora não me parece bem. (levanta-se) Eu vou chamar a ambulância!
SILVANA – Não, não precisa, filho! Eu estou bem. (tosse) Eu vou ficar bem!
OTÁVIO – (preocupado) A senhora quer alguma coisa? Eu posso pegar para senhora ou fazer, sei lá?
SILVANA – Eu só quero descansar um pouco, está bem.
OTÁVIO – Tem certeza?
SILVANA – Tenho sim. (Otávio não queria deixar sua mãe sozinha)
OTÁVIO – Eu vou estar no meu quarto, está bem?! Qualquer coisa, só me gritar que eu venho.
SILVANA – Está bem! (Otávio caminha até a porta, volta a olhar em direção a cama de sua mãe. Silvana se acomoda um pouco cama, fecha seus olhos, volta a tossir. Otávio sai do quarto em seguida)

[CENA 04 – PIZZARIA/ DIA]
(Eduardo chega de mais uma entrega. Laila acabou encontrando um novo funcionário para ficar no atendimento)
ATENDENTE – Oh, antes de você se acomodar, a Laila deixou essas entregas aí.
EDUARDO – Calma… (olha em seu relógio no braço) … cheguei com 3 minutos sobrando. Tenho um tempinho para descansar. (retira a mochila, senta-se em um banquinho)
ATENDENTE – Pode ficar tranquilo! (o celular de Eduardo toca, ele atende na mesma hora ao ver quem está ligando)
EDUARDO – Alô, Otávio! (o percebe nervoso) Calma, cara… como sua mãe estar? Sei. Bem, eu vou fazer algumas entregas agora. Eu vou passar aí, está bem. Fica tranquilo, que sua mãe está bem. Até. (desliga, começa a colocar as pizzas dentro da mochila)
ATENDENTE – Ué, não vai esperar seus 3 minutos?
EDUARDO – Não posso. (fecha a mochila, coloca em sua costa) Um amigo precisa de mim! (saí da pizzaria apressado)

[CENA 05 – CASA DELLE ROSE/ SALÃO/ DIA]
(Nathaniel está sentado em uma das mesas do salão, verificando o roteiro que foi feito para o show especial que será realizado em alguns dias)
NATHANIEL – Eu não sei… acho que eu posso mudar isso aqui. (risca algumas coisas, e escreve algo. Larissa aparece no salão neste momento)
LARISSA – Você viu a Salete, Nathan?
NATHANIEL – Deve estar no quarto dela, não?
LARISSA – Eu acabo de vim de lá, e não a encontrei!
NATHANIEL – Pois então eu não tenho ideia. (Larissa senta-se em frente dele e o observa)
LARISSA – Fazendo mudanças no roteiro novamente?
NATHANIEL – Eu sei que eu disse que não iria mudar mais nada, mas é que relendo novamente, percebi que poderia alterar uma cena aqui.
LARISSA – Meu querido, Nathan… esse roteiro tá perfeito. Sério! Não tem que mudar nada.
NATHANIEL – São só uns ajustes, nada demais.
LARISSA – Está bem. (pega seu celular, ler um email que chegou) A produção de Sua Canção acabou de me enviar um email.
NATHANIEL – O que eles disseram?
LARISSA – Me passaram o dia que será a gravação do programa e algumas orientações.
NATHANIEL – E que dia vai ser?
LARISSA – Daqui duas semanas.
NATHANIEL – (surpreso) Já?
LARISSA – Também não esperava que fosse rápido assim, mas fazer o que né.
NATHANIEL – Ainda bem que você já tem a música e tudo preparado.
LARISSA – (segura nas mãos de Nathaniel) Graças ao meu produtor musical! (os dois sorriem)
NATHANIEL – Saiba que mesmo estando focado nesse show, o que você precisar, pode contar comigo.
LARISSA – Eu sei! (levanta-se) Bem, vou procurar a Salete pelo quarto das meninas. E… preparar um figurino para a gravação.
NATHANIEL – Depois vou lá conferir o figurino que você escolheu, hein.
LARISSA – Está bem! (Larissa vai para os quartos, com um leve sorriso. Nathaniel continua relendo o roteiro)

[CENA 06 – CASA DE OTÁVIO/ Q. DE SILVANA – SALA/ DIA]
(Otávio levou Eduardo até o quarto de sua mãe. Ela estava dormindo, portanto, foi possível que Eduardo a observasse com calma. Os dois saem do quarto e vão para a sala)
OTÁVIO – Como ela realmente estar, Eduardo? Por favor, não me esconda nada.
EDUARDO – Bem… aparentemente ela parece um pouco abatida.
OTÁVIO – Eu imaginava. Será que eu devo chamar uma ambulância?
EDUARDO – Se a sua mãe falou que não era necessário, melhor esperar um pouco. Caso ela não melhore, você liga.
OTÁVIO – Obrigado! E desculpa por estar te atrapalhando no trabalho novamente.
EDUARDO – Não se preocupa. Precisando é só ligar, está bem.
OTÁVIO – (caminha até a porta) Eu precisava que alguém a visse por perto. Precisava saber como ela estava.
EDUARDO – (tentando o deixar calmo) Bem… tirando a aparência abatida dela, ela parece dormir bem tranquila. Quem sabe quando ela acordar, ela não vai estar bem melhor.
OTÁVIO – Tomara.
EDUARDO – Tenho que ir agora. Qualquer coisa me liga, viu?!
OTÁVIO – Ok. Valeu mais uma vez. (Eduardo solta um leve sorriso, sai de casa, monta em sua moto e parte para pizzaria. Otávio fecha a porta, caminha até o quarto de sua mãe, entra em silêncio, procura por uma cadeira, senta-se e olha em direção para a cama, preocupado)

Mais Tarde…

[CENA 07 – LANCHONETE DO IVO/ TARDE]
(Manuela está sentada em uma das mesas da lanchonete do Ivo, junto com suas amigas. Ela também acaba de receber o email da produção do programa)
MANUELA – Vocês não vão acreditar no email que eu acabei de receber?
ÉSTER – O que foi?
MANUELA – É da produção de Sua Canção. Eles me mandaram o dia que irei gravar o primeiro programa, junto com algumas orientações.
THALITA – Qual foi o dia?
MANUELA – Será daqui duas semanas.
ÉSTER – Sabe que duas semanas passam rápido, né. E, até onde eu sei, você ainda não escolheu uma música.
MANUELA – Eu não esperava que fosse agora. Sem contar que tenho que estudar também para as provas. Não posso deixar isso de lado também.
THALITA – A Alice não deixaria o sonho dela de lado assim.
MANUELA – Eu não sou a Alice, está bem. Eu quero ganhar este programa, mas também quero entrar para uma universidade, me formar, etc.
ÉSTER – Exatamente, Manu. Você é melhor que essa mimadinha. Você vai ganhar este programa, vai entrar para faculdade e será famosa mais ainda.
MANUELA – Não penso em tanta fama assim, quero ganhar… mas só por diversão, sabe!
ÉSTER – Diversão? Sei…
MANUELA – É. Tá, também quero mostrar que se a Alice consegue, eu também consigo, por que não?!
ÉSTER – Ok. Então, vai lá.
MANUELA – Onde?
ÉSTER – Cante uma agora. (aponta para a máquina de karaokê)
MANUELA – (olha para a máquina, solta um leve sorriso) Se fosse um tempo atrás… (levanta-se) …eu pensaria duas vezes antes de fazer isso. Mas, hoje sou uma nova Manuela! (caminha até a máquina, sorrindo)
ÉSTER – É assim que se fala, garota! (a observa. Manuela caminha até a máquina de karaokê, escolhe uma música, dá play e caminha em direção ao palco)

[CENA DE MÚSICA – A TAL CANÇÃO PRA LUA (VITOR KLEY & SAMUEL ROSA)]

Deixa eu querer voar, enfrentar meus problemas 1
Eu mirei na Lua e acabei acertando as estrelas
Ainda não me acostumei a ter toda a tua beleza
Entre os meus versos
Ensina um pouco de ti
Que canto mais sobre você
Enquanto o Sol não vem, te admiro até o amanhecer

Deixa eu querer voar, enfrentar meus problemas
Eu mirei na Lua, e acabei acertando as estrelas

Deixa eu querer voar, enfrentar meus problemas
Eu mirei na Lua, e acabei acertando as estrelas

De longe te vejo, mas pouco de ti, eu sei 2
Descanse serena e tranquila, que logo o Sol já vem
Bobo sou eu, que tão fácil caí na sua
De tantos que já me pediram eu fiz a tal canção pra Lua

Deixa eu querer voar, enfrentar meus problemas
Eu mirei na Lua, e acabei acertando as estrelas
Deixa eu querer voar, enfrentar meus problemas
Eu mirei na Lua e acabei acertando as estrelas

Eu mirei na Lua e acabei acertando as estrelas 3
Eu mirei na Lua e acabei acertando as estrelas
Eu mirei na Lua e acabei acertando as estrelas

1. Manuela sobe para o palco, já seguindo o ritmo da música. Suas amigas a observam sorrindo. Manuela começa a cantar e anda pelo palco. Durante a música foca-se para onde está suas amigas, assim como para uma outras mesas que estão curtindo.
2. Ela caminha para o centro do palco, coloca o microfone no suporte e continua a música ali mesmo. Suas amigas começa a bater palmas, sendo acompanhadas por algumas pessoas da lanchonete.
3. Manuela encerra a canção, agradece, olha para suas amigas que estão em pé batendo palmas.

[CENA 08 – CASA DE OTÁVIO/ Q. DE SALETE/ TARDE]
(Otávio acabou dormindo na cadeira do quarto de sua mãe. Silvana acorda um pouco melhor e se surpreende ao ver o filho dormindo em seu quarto)
SILVANA – (levanta-se calmamente, caminha até Otávio, solta um leve sorriso) Oh, meu filho! (faz carinho na cabeça dele, que o assusta e o acorda)
OTÁVIO – Mãe!! Estou aqui, mãe!
SILVANA – Calma, filho. Estou aqui.
OTÁVIO – (levanta-se) A senhora está bem?
SILVANA – Estou melhor sim.
OTÁVIO – (segura a mão dela, percebe que sua temperatura tá normal, isso o tranquiliza) Que horas são?
SILVANA – (se afasta dele, caminha até a mesinha do seu quarto, pega seu celular) São 14:38.
OTÁVIO – Eu acabei dormindo aqui, nem pedi nada para comermos.
SILVANA – Nada impede de pedirmos agora. (Otávio sorri)
OTÁVIO – Eu faço a ligação! (saí do quarto, com sua mãe logo atrás)

[CENA 09 – LANCHONETE DO IVO/ TARDE]
(Pedro e Caio entram na lanchonete do Ivo, escolhem uma mesa e sentam-se)
PEDRO – Ela insiste em dizer que estamos em uma competição.
CAIO – Mas se vocês estão concorrendo com outros candidatos por uma única vaga, isso acaba sendo uma competição. Apenas o melhor conseguirá a vaga.
PEDRO – Tá, eu sei. Só que eu não vou competir.
CAIO – Não vai competir? Tá, não vem com essa.
PEDRO – É sério. Essa audição para mim, será apenas…
CAIO – (o interrompe) Qual é, Pedro? Você competirá para uma única vaga, que segundo você, para uma das melhores universidade de música de Nova York, e não irá competir.
PEDRO – Tá. Vou ser sincero com você. Eu me inscrevi por que até então, eu não tenho um sonho a seguir. Se eu passar, talvez isso me leve a um sonho.
CAIO – Um sonho?
PEDRO – É. Sei lá, meus amigos falam direto dos sonhos que cada um tem e de como quer alcançá-los. Já eu, não tenho isso. Ao menos, não tracei um a ser alcançado. Por exemplo, certamente você deve ter um sonho.
CAIO – Não, eu não tenho.
PEDRO – Qual é? Claro que tem. Caso não queira me contar, eu vou entender.
CAIO – Sério, eu não tenho sonhos! Pra mim, isso é uma grande bobagem que só as pessoas idiotas têm. (Pedro olha para ele surpreso)

[CENA 10 – CASA DE DÁCIO/ SALA/ TARDE]
(Dácio está estudando sentado no meio da sala, como todos estavam no trabalho, ele poderia estudar tranquilamente. Após folhear algumas páginas, e fazer algumas anotações, ele acaba se cansando, levanta-se, caminha até o sofá, senta-se mexendo no celular. Olha algumas fotos de Daniel, pensativo)

[CENA 11 – CASA DE OTÁVIO/ SALA/ TARDE]
(após pedirem comida, Otávio e Silvana estão comendo na sala mesmo. Um pouco melhor, Silvana está comendo sorrindo com seu filho. Campainha toca nesse momento)
OTÁVIO – Ué, quem será?
SILVANA – Vou ver quem é! (levanta-se, caminha até a porta)
OTÁVIO – A senhora não quer que eu vá lá.
SILVANA – Já estou na porta, querido. (a abre e fica surpresa com quem encontra na porta) Você?
SAULO – (a cumprimentando) Oi!

Contínua no Capítulo 59…

A Widcyber está devidamente autorizada pelo autor(a) para publicar este conteúdo. Não copie ou distribua conteúdos originais sem obter os direitos, plágio é crime.

Pesquisa de satisfação: Nos ajude a entender como estamos nos saindo por aqui.

Leia mais Histórias

>
Rolar para o topo