“Alguém Para Você”

 

[CENA 01 – LANCHONETE DO IVO/ TARDE]
(no palco, Larissa e Nathaniel se abraçam. Agradecem, descem em seguida. Caminham em direção a mesa, acabam encontrando Regina e Cássia, ambas espantadas com tamanha semelhança)
LARISSA – (repara o jeito estranho que as duas olhavam para ela) Você deve ser a tia do Dácio?
NATHANIEL – Olhando desse jeito, com certeza.
CÁSSIA – Eu não disse mamãe?! É a cara da Letícia.
REGINA – A semelhança é tanta, que eu diria que são as mesmas. (se aproxima de Larissa) Oi. Me chamo Regina. Essa é a minha filha, Cássia.
LARISSA – Prazer em conhecê-las. Me chamo Larissa. E esse é o meu amigo, Nathaniel. Mas podem chamá-lo de Nathan.
NATHAN – Vocês não acham melhor nos sentarmos? (caminha até a mesa, puxando as cadeiras para que todos se sentassem. Larissa senta-se, sendo observada pela as duas. Nathan está ao lado dela e Regina está a sua frente. Larissa fica um pouco constrangida com a duas encarando-a direto)

[CENA 02 – PARQUE/ TARDE]
(Dácio e Daniel sentaram-se próximo um do outro. Embora o parque esteja pouco movimentado, nenhum deles tem mais vergonha de demostrar o que estão sentindo em público)
DÁCIO – (segura a mão dele) Contando os dias?
DANIEL – Oh, você não sabe como.
DÁCIO – (olha ao redor, se aproxima mais dele) Eu queria estar em um lugar mais privado agora. (ri) Só com você…
DANIEL – Eu também queria. (se afasta dele um pouco, sério) Mas te chamei aqui porque precisamos conversar.
DÁCIO – (solta da mão dele, preocupa-se) Conversar?
DANIEL – Eu preciso sair da cidade novamente.
DÁCIO – Você vai embora?
DANIEL – Eu só voltei para o Rio, por causa da gravação do programa. Se eu continuar aqui, cedo ou tarde meu pai vai saber que eu voltei e pode machucar alguém próximo de mim. Pode machucar você.
DÁCIO – E você acha que fugir é a melhor opção?
DANIEL – Por enquanto sim. Eu volto assim que o programa ser ao vivo.
DÁCIO – Ou seja, praticamente ficarei dois meses sem receber notícia sua.
DANIEL – Esses dois meses passarão mais rápido do que você imagina.
DÁCIO – Então deixa eu fugir com você. Eu pego algumas mudas de roupa e a gente se encontra na rodoviária.
DANIEL – Não. Não posso pedir isso para você. Acredita em mim, Dácio. Isso logo acabará e poderemos ficar juntos.
DÁCIO – E até lá, devemos ficar afastado um do outro?!
DANIEL – (ri) É um pequeno sacrifício que devemos fazer! (segura a mão dele, se aproxima) Você verá que depois de tudo isso, poderemos ser felizes com ninguém entre a gente.

[CENA 03 – CASA DE OTÁVIO/ SALA/ TARDE]
EDUARDO – Eu recebi meu salário hoje, e como você disse que as coisas acabaram, pensei que poderia ajudar comprando algumas coisas para cá.
OTÁVIO – Não. Isso não posso deixar. Você me ajuda muito, sou grato por isso, mas isso já é demais.
EDUARDO – Demais nada. Eu vou morar aqui, não vou? Então nada mais justo que eu ajude nas despesas. (Otávio fica pensativo por alguns segundos) O que você está fazendo?
OTÁVIO – Estava arrumando a cozinha.
EDUARDO – Deixa para arrumar depois que a gente voltar. (caminha em direção a sua moto, monta e a liga) Você vem? (Otávio continua parado em frente a porta, pensativo. Retira a chave da porta, a tranca em seguida. Caminha até a moto de Eduardo, coloca o capacete e monta) Se segura! (partem em direção ao supermercado)

[CENA 04 – LANCHONETE DO IVO/ TARDE]
(após alguns segundos de silêncio e encaradas para Larissa, Nathaniel decide puxar o assunto)
NATHANIEL – Muito bem… acredito que vocês já olharam demais para Larissa. Não conheci essa tal de Letícia, mas pelo o jeito que vocês estão desde que chegaram, imagino que seja idêntica a minha amiga.
REGINA – Acho que eu tenho uma foto dela aqui. (pega seu celular dentro da bolsa) Só um instante, deve estar em algum lugar. (procura entre suas fotos, até que encontra uma) Veja só? (entrega para Nathaniel, Larissa que também estava curiosa, se aproxima dele e ver a foto)
NATHANIEL – (surpreso) Uau! Ela realmente é idêntica a você, Larissa. (Larissa também fica surpresa com tamanha semelhança) Como isso é possível?
LARISSA – Eu que sei?!
REGINA – Se eu não tivesse visto o corpo de Letícia sendo velado naquele caixão, eu diria que você é ela.
NATHANIEL – (entrega o celular para Regina) Você cuidou dela desde pequena?
REGINA – Digamos que sim. Quando eu conheci o pai de Letícia, ela tinha 4 anos de idade. Cuidei dela até seus 19 anos, por aí.
CÁSSIA – Você tem quantos anos?
LARISSA – Tenho 20.
REGINA – A idade que ela teria se estivesse viva.
NATHANIEL – Você sabe a data exata que a Letícia nasceu?
REGINA – Sei. Sei, sim. Ela nasceu em 19 de Março.
LARISSA – Então não tem como sermos irmãs! Eu nasci em 26 de Abril.
NATHANIEL – Isso é o que seus pais disseram a você. Seu registro de nascimento pode estar errado.
LARISSA – Olha o que você está falando, Nathan?! Por que meus pais mentiriam para mim?
NATHANIEL – Não sei. Talvez tenham sequestrado você quando criança, e tiverem que forjar uma certidão de nascimento falsa.
LARISSA – Não, isso é loucura demais, Nathan. Eu e meus pais não nos entendemos, ok?! Mas me sequestrarem quando criança, isso é absurdo demais.
NATHANIEL – Sim, pode ser. Mas não é impossível? E estou apenas fazendo suposições, talvez a Letícia quem foi sequestrada.
REGINA – Não, isso não foi. O pai da Letícia realmente era pai dela.
NATHANIEL – A senhora tem alguma prova disso?
REGINA – Sim. A mesma que me trouxe até aqui. (Larissa olha para ela) Se você realmente for a irmã da Letícia, eu saberei.
NATHANIEL – (curioso) Como?
REGINA – Assim como o pai, Letícia tinha uma pinta nas costas. Eu sei disso porque quando o pai dela se foi, eu quem comecei a dar banho nela quando ela era criança. Mesmo após ela crescida, eu continuei dando banho. Letícia tinha um câncer raro e para algumas atividades diárias, ela precisava de ajuda. Mas eu lembro-me muito bem da pinta nas costas dela. O pai dela tinha uma nas costas também, na mesma posição. Bem, eu sei disso porque… acho que não preciso explicar, né mesmo.
NATHANIEL – Não, a gente entendeu.
REGINA – Então, querida… se você tiver a mesma pinta nas costas igual a da Letícia, vocês duas são irmãs sim. (todos olham para ela, ansiosos. Larissa paralisa, sem saber o que fazer)

[CENA 05 – CASA DE ALICE/ SALA – ESTÚDIO/ TARDE]
(Alice dar licença para Pedro entrar, os dois caminham até o sofá)
PEDRO – O Felipe está na empresa?
ALICE – Está.
PEDRO – E a sua… quer dizer, a nossa avó?
ALICE – Deve estar no quarto, não sei. Vamos para o estúdio? Quero te mostrar a letra que estou tentando compor.
PEDRO – Ok, vamos então. (os dois sobem para o estúdio)
[ESTÚDIO]
(Alice e Pedro entram no estúdio, caminham até o painel, sentam-se. Enquanto Pedro observava o painel de som, Alice procura o trecho de sua música)
PEDRO – Com quantos anos mesmo o Felipe fez esse estúdio para você?
ALICE – Eu tinha uns 12 anos quando ele ficou pronto. Mas já vinha pedindo um desde meus 10 ou 11 anos. (observa Pedro olhando para o estúdio com um olhar diferente da última fez que esteve ali. Com um olhar mais atento) Bem… como somos irmãos agora… esse estúdio é seu também. Sempre que você estiver procurando um lugar para fugir dos problemas, relaxar ou até para compor músicas, saiba que este estúdio vai estar de portas abertas. Esse lugar é um grande refúgio para mim.
PEDRO – Acredito. As suas músicas são ótimas.
ALICE – E a maioria delas foram feitas aqui. Podíamos compor uma música, que tal?
PEDRO – (ri) Acho melhor não. Não sei nem por onde começar uma.
ALICE – Certo de que compor uma música requer um certo trabalho e dedicação. Afinal, temos que escolher os arranjos, os versos, melodia… mas normalmente, quando eu componho, eu coloco nas letras aquilo que eu estou sentindo, sabe?
PEDRO – (vira-se de frente para ela) E o que você está sentindo agora?
ALICE – Graças ao meu bloqueio, raiva. (ambos riem)
PEDRO – Não, é sério. (se aproxima dela) O que você está sentindo agora? (os dois se encaram)

[CENA 06 – LANCHONETE/ TARDE]
(todos continuam olhando para Larissa, que estava sem reação naquele momento)
NATHANIEL – Esta é a prova que queríamos, Larissa! Se você tiver está pinta nas costas, você e essa Letícia são irmãs!
LARISSA – Fim do mistério, então! Eu não tenho pinta nenhuma.
CÁSSIA – Como você sabe?!
LARISSA – Eu conheço o meu corpo, né. Não tenho pinta nenhuma.
REGINA – A gente poderia ver? Para colocarmos de uma vez por toda um ponto final nessa história.
LARISSA – Eu não vou tirar minha blusa aqui.
CÁSSIA – A gente pode ir ao banheiro. Lá você tira e mostra para a gente.
NATHANIEL – Isso. Vocês vão ao banheiro, mostra para elas e fim da história.
LARISSA – Ok. Se é para acabar com isso… (levanta-se) …vamos então. (caminha em direção ao banheiro, Cássia e Regina estão logo atrás dela)

[CENA 07 – CASA DE ALICE/ ESTÚDIO/ TARDE]
(Alice e Pedro continuam se encarado. Ela acaba se envergonhando, levanta-se da cadeira)
ALICE – No momento, estou feliz por você estar aqui me ajudando.
PEDRO – (levanta-se e caminha até ela) Então pegue essa felicidade, e coloque na sua música.
ALICE – Só que preciso mais do que um sentimento. Preciso de inspiração para escrever os versos. Algo que no momento não está aparecendo para mim.
PEDRO – Então vamos procurar está inspiração com uma boa música. (volta para o painel, mexe no computador procurando uma música) E, conhecendo muito bem o seu gosto musical, tenho uma música perfeita. (Alice sorri, Pedro levanta-se e os dois caminham até a sala de som. Cada um pega um fone, a música começa a tocar e os dois começam a cantar)

[CENA DE MÚSICA – SOMEONE TO YOU (BANNERS)]

[PEDRO]
I don’t wanna die or fade away 1
I just wanna be someone
I just wanna be someone
Dive and disappear without a trace
I just wanna be someone
Well, doesn’t everyone?
And if you feel the great dividing
I wanna be the one you’re guiding
‘Cause I believe that you could lead the way

I just wanna be somebody to someone, oh 2
I wanna be somebody to someone, oh
I never had nobody and no road home
I wanna be somebody to someone

[ALICE E PEDRO]
And if the sun’s upset and the sky goes cold 3
Then if the clouds get heavy and start to fall
I really need somebody to call my own
I wanna be somebody to someone

[PEDRO]
Someone to you
Someone to you
Someone to you
Someone to you

[ALICE]
I don’t even need to change the world 4
I’ll make the moon shine just for your view
I’ll make the starlight circle the room
And if you feel like night is falling
I wanna be the one you’re calling
‘Cause I believe that you could lead the way

[PEDRO]
I just wanna be somebody to someone, oh 5
I wanna be somebody to someone, oh
I never had nobody and no road home
I wanna be somebody to someone

[ALICE E PEDRO]
And if the sun’s upset and the sky goes cold 6
Then if the clouds get heavy and start to fall
I really need somebody to call my own
I wanna be somebody to someone

[ALICE]
Someone to you
Someone to you
Someone to you
Someone to you

[ALICE E PEDRO]
The kingdom come, the rise, the fall 7
The setting sun above it all
I just wanna be somebody to you

I just wanna be somebody to someone, oh
I wanna be somebody to someone, oh
I never had nobody and no road home
I wanna be somebody to someone

And if the sun’s upset and the sky goes cold
Then if the clouds get heavy and start to fall
I really need somebody to call my own
I wanna be somebody to someone
Someone to you
Someone to you
Someone to you
Someone to you
Someone to you

1. Pedro começa a cantar e dançar seguindo o ritmo da música, a poucos cm de distância de Alice, que está a sua frente. Conforme a música ia se animando, Alice também começava a dançar.
2. Pedro fica parado, se aproxima de Alice. Os dois se encaram por alguns segundos, Alice sorri.
3. Os dois começam a pular dentro da sala de som, Pedro se afasta um pouco, ambos felizes.
4. Pedro dessa vez quem presta atenção em Alice cantar, ambos continuam dançando dentro da sala.
5. Pedro volta a se aproximar de Alice, ambos param de dançar.
6. A música volta a se animar e os dois voltam a dançar e pular pela sala. Ver Alice sorrindo deixa Pedro feliz também.
7. Os dois continuam cantando animados o resto da música, dançando e pulando. Encerram a música, retiram o fone e se abraçam.

[CENA 08 – SUPERMERCADO/ TARDE]
(Eduardo está empurrando o carrinho de supermercado, ao lado dele está Otávio)
EDUARDO – (param em frente a seção de limpeza) Acho que devíamos ter visto o que tinha na sua casa.
OTÁVIO – Em que seção estamos?
EDUARDO – Materiais de limpeza.
OTÁVIO – Isso realmente não sei.
EDUARDO – Bem, vamos levar apenas o que é mais essencial. Qualquer coisa, o que estiver faltando, a gente volta aqui novamente. (Eduardo caminha pelos produtos, procurando qual levar. Otávio está parado ao lado do carrinho, apenas ouvindo os sons ao seu redor)
OTÁVIO – Quantas pessoas tem aqui?
EDUARDO – (olha ao redor) Umas 10 pessoas, pelos menos o que estão ao meu alcance. No supermercado mesmo deve ter mais.
OTÁVIO – É a primeira vez que eu venho em um supermercado.
EDUARDO – Sério? (volta para o carrinho, com alguns produtos nas mãos)
OTÁVIO – Sim. Minha mãe sempre fazia as compras sozinha. Eu ficava em casa sempre.
EDUARDO – (volta a empurrar o carrinho, Otávio o segue) Pois se acostume, que você virá mais vezes comigo. (Otávio sorri)
OTÁVIO – Sabe que desde que eu cheguei, não ajudei em quase nada!
EDUARDO – Ué, e você tá esperando o que para me ajudar? (Otávio olha para ele)
OTÁVIO – E no que eu poderia ajudar?
EDUARDO – Não sei. Talvez procurar algumas frutas e legumes para gente. Imagino que seus outros sentidos devem ser bastante aguçados.
OTÁVIO – Eles são mesmo.
EDUARDO – Me acompanha. (Otávio segura no carrinho, e acompanha Eduardo até a seção de frutas e legumes) Pronto. (caminha até os saquinhos plásticos, pega alguns e entrega para Otávio) Você vai colocar as frutas que você acha boas aqui dentro. Imagino que com seu tato e olfato, você conseguirá diferenciá-las. Ok?
OTÁVIO – Ok.
EDUARDO – Eu já volto, está bem?
OTÁVIO – Está bem. (Eduardo volta para o carrinho e o empurra entre os corredores. Eduardo se aproxima das frutas, começa a tocá-las. Uma a uma ele vai sentindo-as e cheirando-as, as que ele considerava boa, colocava no saquinho)

[CENA 09 – LANCHONETE DO IVO/ BANHEIRO FEMININO/ TARDE]
(Larissa está em frente ao espelho, com a mão sobre a pia. Regina e Cássia entram no banheiro em seguida)
CÁSSIA – (tom autoritário) Retire a blusa!
REGINA – (percebe que Larissa está estranha) Se acalma, filha. (se aproxima de Larissa) Eu sei que tudo isso é loucura, querida. (fica ao lado dela, Larissa continua olhando para a pia) A semelhança entre vocês, a suspeita de parentesco…
LARISSA – Nós não somos irmãs. (retira a blusa e exibe suas costas) Está vendo? Eu não tenho pinta nenhuma. (rapidamente Cássia caminha até o lado de sua mãe e confirma que Larissa não tem pinta nenhuma)
CÁSSIA – Então elas não são irmãs?
REGINA – Não.
LARISSA – (se vestindo em seguida) Estão satisfeitas?
CÁSSIA – Então como explicar está semelhança entre vocês? A gente te viu cantar lá fora. Até você cantando, é igual a ela.
LARISSA – Eu não sei. (se olha no espelho, confusa) Não sei que pegadinha é essa da vida. Não sei porque sou parecida com essa garota. Eu simplesmente não sei. (fica um curto silêncio no banheiro)
REGINA – (encosta-se na parede) Eu não fui uma boa madrasta para a Letícia, sabe?! Acabei mentindo para ela, dizendo que iria ajudá-la este ano a se tornar uma cantora. (Larissa presta atenção em Regina) Mas para isso, ela teria que ajudar a Cássia antes. Ela teria que emprestar seu talento.
LARISSA – Emprestar como assim?
REGINA – É uma longa história, mas resumindo, Letícia nunca chegou a realizar o sonho dela. Dácio me disse que você fará um musical no seu trabalho. Você é atriz?
LARISSA – Não exatamente. (ri) Digamos que esse musical, é apenas uma peça que o Nathan criou para animar onde trabalhamos. Estou só ajudando-o.
REGINA – Mas você certamente tem um sonho?
LARISSA – Tenho. (olha para o espelho) Quero ser uma grande cantora popular.
REGINA – Bem… (fica de frente para ela) …Letícia não conseguiu realizar o sonho dela. Mas talvez a vida permita você realizar o seu. Não sei se a gente vai voltar a se cruzar novamente, mas… (segura nas mãos dela) …acredito que você realizará seu sonho. (a abraça e isso surpreende Larissa)

[CENA 10 – CASA DE ALICE/ ESTÚDIO/ TARDE]
(Pedro e Alice retornam para a sala, sentam-se um de frente para o outro)
PEDRO – (sorrindo) Então? Está inspirada agora?
ALICE – Confesso que estou um pouco.
PEDRO – Música sempre ajuda! (os dois ficam em silêncio por alguns segundos. Pedro mexe no computador, Alice pega seu caderno de música)
ALICE – E quanto a nossa música?
PEDRO – Você tá falando sério mesmo? Você realmente quer compor uma música comigo?
ALICE – É claro que sim. Além de compor, quero que você a grave comigo também. (Pedro sorri)
PEDRO – Tá, mas quero que esta música tenha uma versão nacional também.
ALICE – Não, isso não será possível. Não canto músicas nacionais.
PEDRO – Confesso que nunca entendi esse seu bullying com as músicas brasileiras? Elas são tão legais quanto as internacionais.
ALICE – (ri) Não é bullying. Simplesmente, não curto as músicas do Brasil. Sei lá, não consegui me identificar com nenhum cantor daqui.
PEDRO – Tá brincando, não está? Um país mais diversificado igual o nosso, cheio de ritmos e estilos, você conseguiu se identificar com nenhum?
ALICE – Tô falando sério! Não me identifiquei com nenhum deles.
PEDRO – Isso não pode ser verdade. (vira-se para o computador, começa a pesquisar algumas músicas brasileira) Será que terei que te apresentar alguns grandes cantores do nosso país.
ALICE – Não, sério. Eu te chamei aqui para me ajudar a compor uma música, não para me mostrar cantores brasileiros.
PEDRO – Não, agora só vamos compor está música depois que você se tornar fã de algum cantor. (começa a procurar vários cantores brasileiros, Alice o observa, com um leve sorriso no rosto)

[CENA 11 – LANCHONETE DO IVO/ TARDE]
(Larissa volta para a mesa onde estava, Regina e Cássia também, porém não se sentam-se)
NATHANIEL – Então?
REGINA – As duas realmente não são irmãs. A Larissa não tem a mesma marca de nascença.
NATHANIEL – Então como explicar está semelhança entre as duas? (Regina faz sinal de negativo com a cabeça)
LARISSA – Bem, acho que teremos que viver com este mistério.
REGINA – Precisamos ir agora! (pega sua bolsa, Cássia se afasta um pouco da mesa)
NATHANIEL – Obrigado por ter aceitado conversar com a gente.
REGINA – Não precisam agradecer. (olha para Larissa) Boa sorte, querida! (sorri, caminha em direção a saída, logo a frente está Cássia. Nathaniel e Larissa se entreolham)

[CENA 12 – SUPERMERCADO/ TARDE]
(Dácio encheu dois saquinhos com frutas. Está na bancada das maças, selecionando algumas. A esposa de Saulo entra na seção de frutas e ao se aproximar das bancadas, acaba reconhecendo Dácio. Surpresa por vê-lo sozinho ali, e após o primeiro encontro dos dois não ter começado tão bem assim, decide criar uma nova aproximação)
ESPOSA – (se aproxima dele, toca em seu ombro que acaba o assustando) Olá, querido. Lembra-se de mim? (com o susto, Otávio se afasta rapidamente dela, soltando alguns saquinhos no chão) Desculpa, eu não queria te assustar. (pega os saquinhos e entrega para ele)
DÁCIO – (fica sério, olha em direção a voz dela) Eu conheço a sua voz.
ESPOSA – Sim. Eu sou a esposa do seu pai. Acho que não começamos muito bem naquele dia! (Dácio se afasta novamente dela, sério dessa vez)

Continua no Capítulo 71…

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