“Melhor Dia da Minha Vida”

 

[CENA 01 – CASA DELLE ROSE/ SALÃO – Q. DE SALETE/ NOITE]
(Horácio e Salete continuam um de frente para o outro)
SALETE – (surpresa por ele ter vindo falar com ela) Agora?
HORÁCIO – Sim. Se possível em algum lugar reversado. (Salete fica pensativa por alguns segundos. A segunda parte da peça irá começar e ela não queria perder. Mas vendo o estado que Horácio estava a sua frente, acaba aceitando)
SALETE – Vamos até o meu quarto. (caminha em direção ao quarto, Horácio a segue, repara se tem alguém os observando, continua caminhando um pouco desconfiado)
[Q. DE SALETE]
(Salete entra no quarto, Horácio entra em seguida, fechando a porta)
SALETE – (parada em frente ao seu espelho) Pronto, aqui podemos conversar.
HORÁCIO – (se aproxima dela) Agora eu entendo porque o Dácio queria tanto que eu viesse com ele para ver está peça.
SALETE – Na verdade, o Dácio foi o único convidado. Eu não sabia que ele iria trazer você.
HORÁCIO – Também não esperava que ele fosse me trazer aqui. (caminha até a cama) É obvio que está peça é sobre você.
SALETE – Digamos que fui a inspiração. (caminha até a cama, senta-se) Quando o Nathan me mostrou o roteiro, eu obviamente vi que era minha história. Todos aqui sabem, ou ao menos as garotas mais antigas sabem do meu passado. Então foi fácil para ele construir isso.
HORÁCIO – Desde o dia que tivemos aquela conversa, eu venho pensado se eu estava certo ou não na minha decisão. (senta-se ao lado dela) Eu sei que o Dácio conseguiu perdoar você e, de verdade, fico feliz que vocês dois tenham se aproximado e tenham se dado bem.
SALETE – O Dácio é um menino de ouro. Você o criou muito bem. (Horácio solta um leve sorriso, ao lembrar do filho, abaixa a cabeça em seguida)
HORÁCIO – Não foi fácil, confesso. Ter que vê-lo crescer sentindo a ausência da mãe ao lado dela. (Salete abaixa a cabeça ao imaginar isso) Mesmo assim, ele tinha fé de que um dia iria encontrar você. De que um dia iria ter a mãe ao lado dele. (Salete olha para Horácio) E hoje você tá aqui. (olha para ela, levanta-se em seguida, caminha até o espelho) Eu sei que não temos como mudar o passado. Eu podia muito bem ter falado com você naquele dia, e a ter te levado para casa, mas… eu não tive coragem. Eu estava tão arrasado por tê-la a perdido e por vê-la naquela situação. Que acabei não tendo coragem de trazer você para nós.
SALETE – Eu precisava sobreviver de alguma maneira, Horácio. (levanta-se e caminha até ele) Eu não tinha conseguido realizar meu sonho de se tornar uma grande cantora, então precisava de um jeito ou de outro continuar tentando. Eu havia prometido que só voltaria, depois que estivesse famosa.
HORÁCIO – (sente vontade de chorar) Você poderia voltar a qualquer momento. Eu e seu filho estaríamos de braços aberto para te receber. (Salete também sente vontade de chorar, se afasta dele, enxuga uma lágrima)
SALETE – (tentando segurar o choro) Se você me chamou para a gente lembrar desse passado, eu…
HORÁCIO – (a interrompe, se aproxima dela) Eu vim para que a gente pudesse se acertar. (Salete fica de frente para ele, os dois se entreolham)

[CENA 02 – CASA DE PEDRO/ SALA/ NOITE]
(Paula continua olhando para Adriana, sem entender o que estava acontecendo)
PAULA – É claro que você pode ficar aqui, a vontade. (Adriana fica aliviada, senta-se no sofá) Mas por que você não vai ficar na casa do Junior? Vocês brigaram?
ADRIANA – Não. É que o Gustavo… você lembra do Gustavo, né?! O irmão da Joana…
PAULA – (senta-se ao lado dela) É claro que eu lembro, lembro sim.
ADRIANA – Então, ele está passando um tempo aqui no Rio de Janeiro. Acabei de saber disso com o Junior.
PAULA – Você e ele já se encontraram então?
ADRIANA – Já. Estava na casa dele. O fato é que eu não posso ficar lá, até o Gustavo ir embora.
PAULA – Por causa do acordo entre vocês?
ADRIANA – Exatamente. (levanta-se e começa a andar pela sala) Só que o Junior acabou de me contar que esse acordo não valeu em nada.
PAULA – Como assim?
ADRIANA – O Gustavo nunca devolveu a guarda da Ana para o Junior.
PAULA – Como assim? Os dois não assinaram o papel de troca naquele dia?
ADRIANA – Eles assinaram sim um papel, mas não foi de troca. O Gustavo fez um tipo de procuração, que deixasse o Junior como responsável legal dele, para ficar cuidando da Ana. A guarda da garota sempre continuou sendo dele.
PAULA – Uau. (levanta-se e caminha até ela) Então, por isso que você não quer ficar lá. Porque vocês dois não podem ser vistos juntos.
ADRIANA – Exatamente.
PAULA – Não se preocupa, está bem. Você pode ficar aqui o tempo que for.
ADRIANA – Obrigada.

[CENA 03 – CASA DELLE ROSE/ Q. DE SALETE/ NOITE]
(Salete desvia de Horácio, por ter ficado vermelha)
SALETE – Por mim, estaríamos bem desde o dia que nos encontramos.
HORÁCIO – Eu sei. Naquele momento eu estava com raiva, não queria conversar com você. (volta a se aproximar dela) Mas agora… acho que o Dácio ficaria feliz de ver os pais dele amigos novamente. (Salete volta a ficar de frente para ele, solta um leve sorriso)
SALETE – Acho que ele tinha razão?! Aquele Horácio cabeça dura não existe mais. (os dois sorriem, Horácio se aproxima dela e a abraça)

[CENA 04 – LANCHONETE DO IVO/ NOITE]
(Otávio e Eduardo voltam para a mesa onde estavam. Receber as palmas e a animação do pessoal, fez bem para Otávio)
OTÁVIO – (animado) Uau, eu nunca fiz isso. Isso é muito bom.
EDUARDO – É, né! Sei como é. E olha, que todos aqui prestaram atenção a sua apresentação.
OTÁVIO – Eu quero cantar outra.
EDUARDO – Sério?
OTÁVIO – Sim. Eu gostei. Gostei desta energia. Eu costumava cantar sempre dentro de casa, e minha única plateia sempre foi minha mãe. Então… eu quero aproveitar este momento.
EDUARDO – (sorri) Ok. Vou escolher uma música para você.
OTÁVIO – Eu posso ir com você?
EDUARDO – Claro. (levanta-se, oferece seu braço para Otávio, que segura e caminham até a máquina de karaokê)
OTÁVIO – Quais músicas tem aí? (se apoia na máquina)
EDUARDO – (começa a procurar) Bem, tem várias… tem música atual, músicas dos anos 90, 80, nacional, internacional…
OTÁVIO – Quero uma internacional.
EDUARDO – Internacional?! Deixa eu ver uma boa aqui. (começa a procurar, Otávio foca-se no som que a máquina está emitindo com os toques de Eduardo) Acho que essa aqui você vai gostar. (Otávio sorri, volta a se segurar no braço de Eduardo e os dois vão para o palco. Eduardo o deixa no centro do palco, desce e volta para a máquina. Solta o play na música)

[CENA DE MÚSICA – BEST DAY OF MY LIFE (AMERICAN AUTHORS)]

I had a dream so big and loud 1
I jumped so high I touched the clouds
I stretched my hands out to the sky
We danced with monsters through the night

I’m never gonna look back
Woah, never gonna give it up
No, please, don’t wake me now

This is gonna be the best day of my li-ife 2
My life
This is gonna be the best day of my li-ife
My life

I howled at the moon with friends 3
And then the sun came crashing in

But all the possibilities
No limits just epiphanies

I’m never gonna look back
Woah, never gonna give it up
No, just don’t wake me now

This is gonna be the best day of my li-ife 4
My life
This is gonna be the best day of my li-ife
My life

I hear it calling outside my window 5
I feel it in my soul (soul)
The stars were burning so bright
The sun was out ’til midnight
I say we lose control (control)

This is gonna be the best day of my li-ife
My life
This is gonna be the best day of my li-ife
My life
This is gonna be, this is gonna be, this is gonna be
The best day of my life
Everything is looking up, everybody up now
This is gonna be the best day of my li-ife
My life

1. Otávio começa a balançar a cabeça, seguindo o ritmo da música no centro do palco. Bate sua mão esquerda em sua perna. Eduardo continua ao lado da máquina e o observa. Ao começar a cantar, os clientes que estavam na lanchonete olham para o palco, alguns se animam por ouvir está música.
2. Um casal levanta-se de onde estavam, caminham até o palco e começam a dançar. Isso serve como inspiração para que outras pessoas fizessem o mesmo. Eduardo observa algumas pessoas se levantando e dançando na lanchonete. Ivo que estava com uma bandeja na mão, fica feliz ao ver seu ambiente divertido e alegre, como sempre foi.
3. Andréa e Ramon também entram no ritmo da música, levantam-se e começam a dançar.
4. O pessoal que estavam dançando se aglomeram ao redor do palco, começam a bater palmas. Otávio sente a energia deles a sua frente isso o anima no termino da música.
5. Eduardo se aproxima do palco, começa a cantar igual os demais. Otávio encerra a música, agradece sendo aplaudido por todos animados.

[CENA 05 – CASA DELLE ROSE/ SALÃO/ NOITE]
(Horácio e Salete retornam para o salão, e conseguem chegar a tempo antes do final da peça. Os dois trocam olhares, se afastam, cada um voltando para suas mesas)
DÁCIO – (após seu pai sentar ao lado dele) O senhor estava com a mamãe?!
HORÁCIO – (olha para Salete, que estava prestando atenção na peça) Sim. A gente se acertou, finalmente. (Dácio sorri, volta a prestar atenção no final da peça)

[CENA DE MÚSICA – A LOBA (ALCIONE)]

Sou doce, dengosa, polida 1
Fiel como um cão
Sou capaz de te dar
Minha vida…

Mas olha
Não pise na bola
Se pular a cerca
Eu detono
Comigo não rola…

Sou de me entregar 2
De corpo e alma na paixão
Mas não tente nunca
Enganar meu coração
Amor pra mim
Só vale assim
Sem precisar pedir perdão…

Adoro sua mão atrevida
Seu toque, seu simples olhar
Já me deixa despida
Mas saiba que eu
Não sou boba
Debaixo da pele de gata
Eu escondo uma loba…

Quando estou amando
Eu sou mulher de um homem só
Desço do meu salto
Faço o que te der prazer
Mas, oh! meu rei
A minha lei
Você tem que saber…

Sou mulher de te deixar 3
Se você me trair
E arranjar um novo amor
Só pra me distrair…

Me balança mas não me destrói
Porque chumbo trocado não dói
Eu não como na mão
De quem brinca
Com a minha emoção…

Sou mulher capaz de tudo
Pra te ver feliz
Mas também sou de cortar
O mal pela raiz…

Não divido você com ninguém
Não nasci pra viver num harém
Não me deixe saber
Ou será bem melhor prá você
Me esquecer…

Adoro sua mão atrevida 4
Seu toque, seu simples olhar
Já me deixa despida
Mas saiba que eu
Não sou boba
Debaixo da pele de gata
Eu escondo uma loba

Quando estou amando
Eu sou mulher de um homem só
Desço do meu salto
Faço o que te der prazer
Mas, oh! meu rei
A minha lei
Você tem que saber…

Sou mulher de te deixar
Se você me trair
E arranjar um novo amor
Só pra me distrair…

Me balança mas não me destrói
Porque chumbo trocado não dói
Eu não como na mão
De quem brinca
Com a minha emoção…

Sou mulher capaz de tudo 5
Pra te ver feliz
Mas também sou de cortar
O mal pela raiz…

Não divido você com ninguém
Não nasci pra viver num harém
Não me deixe saber
Ou será bem melhor prá você…

Sou mulher capaz de tudo
Pra te ver feliz
Mas também sou de cortar
O mal pela raiz…

Não divido você com ninguém
Não nasci pra viver num harém
Não me deixe saber
Ou será bem melhor prá você
Me esquecer…

1. Larissa está no centro do palco cantando. Algumas garotas estão logo atrás dela dançando. Nathaniel por trás da cortina, acompanha e controla tudo.
2. No salão, Horácio e Salete trocam olhares. Salete envergonha-se, em seguida volta a focar em Larissa cantando. Larissa começa a andar pelo palco, dança um pouco com as meninas, volta a andar novamente.
3. Algumas meninas que estavam no salão, puxam seus clientes e vão dançar ao som desta música. Salete olha ao redor e observa todos atentos ao palco, com exceção de quem estava dançando.
4. Larissa volta para o centro do palco, foca-se em Salete, sorri. Horácio olha para Salete algumas vezes durante a música, Dácio quem percebe desta vez, porém não diz nada.
5. Nathaniel observa um pouco os clientes de cima do palco, olha para Salete e a ver orgulhosa. Volta a prestar atenção nas meninas dançando logo atrás de Larissa. Ao termino da música, Larissa agradece a todos. A cortina se fecha, todos ficam de pé e batem palmas. Segundos depois a cortina se abre novamente e todos que participaram da peça, estão reunidos no palco. Ambos agradecem.

Amanhecendo…

[CENA 06 – CASA DE PEDRO/ COZINHA/ DIA]
(Adriana e Paula estão na cozinha, tomando o café da manhã)
ADRIANA – Quer dizer que o Pedro dormiu na casa do Felipe e de lá vai direto para o colégio?
PAULA – Sim. Gosto que o Pedro se aproxime da família do pai dele. Inclusive, da irmã que ele achava que estava morta.
ADRIANA – Pois é, eu também fiquei sabendo disso. Que loucura, não? E pensar que os dois quase que se envolveram.
PAULA – É, mas ainda bem que nada aconteceu. Nem quero imaginar como os dois iriam se sentir, depois que soubesse da verdade.
ADRIANA – E você não vai para o trabalho?
PAULA – Vou sim. Só irei terminar meu café. Aliás, você vai ficar bem sozinha aqui?
ADRIANA – Vou sim, não se preocupa. Apesar que, olhando bem para está casa, ela está precisando de uma limpeza.
PAULA – (fica sem jeito) Pois é, ultimamente eu não tenho tido muito tempo para a casa.
ADRIANA – Não se preocupa, quando você voltar a encontrará novinha.
PAULA – Que é isso?! Não precisa se preocupar com a casa. Você é convidada aqui, pode ficar à vontade que quando eu voltar do trabalho dou uma arrumadinha.
ADRIANA – Relaxa, Paula. Pode ir trabalhar tranquila, quando voltar, você verá a diferença.
PAULA – Se você quiser antecipar o almoço, eu aceito. (levanta-se, caminha até a pia) Eu não levo jeito mesmo para a cozinha, e o Pedro chegará do colégio cedo hoje. Essa é a semana de provas para ele, possivelmente ele vai estar por aí daqui a pouco.
ADRIANA – Ok.
PAULA – Bem, agora deixa eu ir. (caminha até a Adriana) Falando sério, viu?! Você não precisa se incomodar com a casa. Agora com a comida, pode ficar a vontade. (ri e saí da cozinha em seguida)

[CENA 07 – CASA DELLE ROSE/ Q. DE SALETE/ DIA]
(Salete está sentada em sua cama, lembra da noite anterior. Toca onde Horácio sentou, sorri. Nathaniel entra no quarto em seguida)
NATHANIEL – Bom dia, minha rainha. (caminha até ela) Como você está?
SALETE – Estou bem, querido. Então? O que você achou da estreia? (levanta-se e caminha até o espelho)
NATHANIEL – Vim justamente fazer essa mesma pergunta para a senhora. Então, o que achou? (fica de frente para ela)
SALETE – Eu adorei! As meninas mandaram muito bem, você dirigindo, tudo saiu tão bonito. Adorei, querido. Parabéns.
NATHANIEL – Obrigado. Mas, queremos saber se os clientes também gostaram? Afinal, a história era da senhora, mas o espetáculo foi para eles.
SALETE – Depois da peça ter terminado, eu andei pelo salão e ouvi vários feedbacks positivos. Os clientes também amaram está novidade. Estão ansiosos pela próxima.
NATHANIEL – É. (caminha até a cama) Tô com algumas ideias de um novo roteiro, mas por enquanto vamos deixar este mesmo por algumas noites aqui na casa.
SALETE – Pode deixar o tempo que precisar.  Vamos?
NATHANIEL – Vamos. (os dois saem do quarto)

[CENA 08 – COLÉGIO ESTADUAL OLIVEIRA SANTOS/ PÁTIO/ DIA]
(Pedro está sentado em um dos bancos, junto com Dácio)
PEDRO – Quer dizer então que seus pais se acertaram?
DÁCIO – Sim. Estou feliz demais, Pedro.
PEDRO – Eu imagino. Acredito que agora só mais um pouco e os dois poderão ficar juntos novamente.
DÁCIO – Eu não sei. No fundo quero acreditar nisso, mas também não quero criar tantas expectativas. (Ramon senta ao lado dele nesse momento)
RAMON – Gente, que prova foi essa?! Juro que eu estudei, mas não esperava que estivesse tão difícil assim. Qual que vocês marcaram na 4°? A minha deu 86.
PEDRO – A minha também.
DÁCIO – Também.
RAMON – Ufa. Uma ao menos eu tenho certeza que acertei. (Andréa aparece no pátio, passa pelo banco onde estão os garotos, porém os ignora)
DÁCIO – Ela continua afastada de vocês?
PEDRO – Continua.
RAMON – Sabe, Pedro?! Eu acho que ela se arrependeu já. Veio até me pedir desculpas. Acho até que ela quer pedir desculpas para você também.
PEDRO – Se ela realmente quer pedir desculpas, que ela venha até mim. Que não mande por terceiros. (o clima fica tenso na mesa, os três ficam em silêncio)

[CENA 09 – CASA DE ALICE/ SALA/ DIA]
(Alice chega em casa e caminha direto para o sofá. Viviane vem da cozinha e encontra sua neta)
VIVIANE – Já voltou do colégio, filha?
ALICE – Já, vó! A prova estava fácil demais. Fui a primeira a terminar.
VIVIANE – Pedro virá aqui hoje?
ALICE – Eu acho que não. A gente já terminou a música. Acredito que ele irá focar agora na universidade de música.
VIVIANE – Ah, é. Havia esquecido que ele estava concorrendo a isso. (senta-se ao lado de Alice) É que eu estava gostando de vê-lo aqui.
ALICE – Ih, vó… não se acostuma não, que se o Pedro conseguir passar nesta seleção, ele passará os próximos anos em Nova York. (levanta-se, caminha até a escada) E conhecendo o talento que ele tem, afinal é o mesmo que o meu, se ele for para Nova York, logo alguém o descobrirá e talvez nem volta mais para o Brasil. (sobe para seu quarto, Viviane continua no sofá, pensativa)

[CENA 10 – CASA DE PEDRO/ SALA/ DIA]
(Pedro chega em casa mais cedo e se depara com uma surpresa)
PEDRO – (caminha até o sofá) Samuka?
SAMUKA – (levanta-se, caminha até ele) Finalmente chegou, hein?! Estava te esperando.
PEDRO – O que está fazendo aqui?
SAMUKA – Vim para te preparar A partir de hoje temos 8 dias para a sua audição em Nova York. Portanto, precisamos ensaiar! (sorri para Pedro, que estava um pouco cansado da prova. Samuka passou os últimos dias com Pedro, o ajudando e o preparando para a audição em Nova York. Eduardo se muda para a casa de Otávio, e os dois se preparam para viajarem para a casa dos pais de Eduardo, no Pará. Manuela está focada nas provas, assim como nos vestibulares. Aparentemente, ela deixou de lado o programa Sua Canção. Alice está se preparando para a sua próxima viagem pelo país. A peça de Nathaniel tem sido um sucesso no cabaré, podendo ser prolongadas por mais algumas noites. As férias chegaram e Ana está pronta para viajar com seu tio para Madrid)

Dias Depois…

[CENA 11 – CASA DE ANA/ SALA – RUA/ TARDE]
(Junior vem descendo as escadas com as malas da Ana. Gustavo está em pé na sala)
GUSTAVO – (caminha até Junior, pega as malas dele) Deixa que eu coloco no carro. (Junior as estrega, assim que Gustavo saí de casa, se aproxima de Ana, que estava logo atrás dele)
JUNIOR – Mesmo sendo só algumas semanas, peço que você se cuide está bem. A gente vai sempre se manter em contato durante estás férias, e lembre-se… que independente de qualquer coisa, aqui é o seu lar. (Ana sorri e abraça Junior em seguida, Gustavo entra na sala)
GUSTAVO – Pronto. Se quiser, podemos ir Ana? (Ana e Junior continuam alguns segundos abraçados, mesmo depois de Gustavo ter falado)
JUNIOR – Manda mensagem quando chegar.
ANA – Mando sim. (Junior a acompanha até a rua, Gustavo vai na frente, abre a porta do táxi e Ana entra)
JUNIOR – (se aproxima de Gustavo, um pouco sério) Cuida da minha filha, Gustavo.
GUSTAVO – Pode deixar que cuidarei muito bem dela. Ela irá adorar Madrid. (solta um sorrisinho irônico para Junior, entra no carro em seguida. Os dois partem para o aeroporto. Junior os observa, apreensivo)

[CENA 12 – CASA DE PEDRO/ SALA/ TARDE]
(Pedro vem descendo as escadas com sua mochila nas costas. Paula está na sala junto com Samuka. Gaspar vem descendo ao lado dele, sério)
PAULA – Não esqueceu nada, Pedro? Pegou o passaporte, documentos pessoais.
PEDRO – (cabisbaixo) Peguei tudo sim, tia.
SAMUKA – Ih, o que foi Pedro? Nem parece que está empolgada que vai viajar para Nova York.
PEDRO – (incomodado com algo, Gaspar não desgruda do lado dele) Sei lá… me bateu uma vontade estranha agora, sabe?
PAULA – Que vontade?
PEDRO – (senta-se no sofá, Gaspar na sua cola) Não sei. Como se algo não quisesse que eu viaje para Nova York. (Paula e Samuka se entreolham, sentem um calafrio)
PAULA – (caminha até ele) Como assim? Você tá com algum pressentimento?
PEDRO – Eu não sei dizer, tia. (esfrega a região do peito) É uma sensação ruim, sei lá.
SAMUKA – (caminha até ele, senta-se ao seu lado) Cara… a decisão é sua. Você não precisar ir a força, está bem? Todo o ano tem está seleção, se você não está se sentindo bem, pode tentar o próximo ano. Então… se você quiser desistir, eu cancelo as passagens agora mesmo. (Pedro olha para Samuka, sem saber o que dizer, mas ainda sentindo uma sensação ruim, proporcionada por Gaspar, que não saía de seu lado)

Contínua no Capítulo 75…

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