“Cadê o Aniversariante?”

 

[CENA 01 – CASA DE MIGUEL (SÃO PAULO)/ SALA/ NOITE]
FELIPE – Espero não está atrapalhando nada.
LUCAS – Não, imagina. Entra! Surpresa essa hora você aqui.
FELIPE – Boa noite, Karina!
KARINA – Boa noite, primo. (se levanta do sofá se ajeitando um pouco, após o amasso que estava rolando momentos antes) Porque você não avisou, a gente teria buscado você.
FELIPE – Eu não queria incomodar ninguém. Por isso, eu vi mesmo sozinho.
KARINA – Mas qual o motivo dessa vinda surpresa?
FELIPE – Eu não queria tocar no assunto que me trouxe aqui agora. Queria falar isso amanha na empresa.
KARINA – Mas… o assunto é sério?
FELIPE – Prefiro tocar nisso amanha.
KARINA – Então tá. Você pelo visto vai dormir aqui né, então vou leva-lo até o quarto de hospede.
FELIPE – Obrigado. (Karina caminha até a escada, Felipe a segue)
KARINA – Você não trouxe nenhuma mala?
FELIPE – Não, o assunto que me trás aqui será breve.
KARINA – Nossa, cada vez mais fico curiosa.  (os dois vão subido as escadas conversando, e Lucas fica no sofá, também curioso, querendo saber o que trouxe Felipe, até São Paulo novamente)

[CENA 02 – CASA DO FELIPE/ COZINHA – JARDIM/ NOITE]
(Paulo e Luana estão na cozinha ainda falando sobre Felipe)
LUANA – (raiva) O Felipe não podia ter feito isso com a gente.
PAULO – Mas ele não tem culpa, afinal, ele nem sabia que estávamos planejando essa festa surpresa.
LUANA – Mesmo assim, ele devia ter avisado, pra não termos passado por isso tudo. O que vamos dizer para esse pessoal todo?
PAULO – A verdade! Que o aniversariante não veio.
LUANA – O pior, que eu não consigo encontrar sua mãe.
PAULO – Será que ela ainda está com aquela mulher?
LUANA – Não. Eu vi quando as duas saíram do escritório. (Viviane vem saído na cozinha) A senhora não sabe o que o Felipe aprontou com a gente agora!
PAULO – O que foi mamãe? A senhora parece nervosa, está acontecendo alguma coisa? O que a senhora conversou com aquela mulher?
VIVIANE – Não é nada filho. Mas o que você estava dizendo do Felipe?
LUANA – O Felipe viajou para São Paulo. E só vai voltar daqui a dois dias.
VIVIANE – Mas ele não avisou para ninguém?
PAULO – Ele ligou para mim, antes de ir. Eu tentei falar pra senhora, antes daquela mulher invadir nossa casa.
VIVIANE – E agora? O que vamos dizer pra esse pessoal?
ADRIANO – (um pouco distante deles) Acho que está acontecendo alguma coisa!
ROBERTO – Também. O Felipe está demorando demais, vocês não acham?
ADRIANO – Será que devemos tentar saber o que está acontecendo? (Sérgio não estava muito preocupado com o atraso de Felipe, ele na verdade, queria ver outra pessoa. Luana sai para à cozinha, em direção ao jardim, Sérgio decide ir atrás dela) Onde você vai Sérgio?
[JARDIM]
SÉRGIO – Luana?
LUANA – Eu não tenho tempo para conversar agora. Estou procurando minha mãe.
SÉRGIO – É só um instante. (ela para de andar, e fica de frente a ele)
LUANA – O que você quer?
SÉRGIO – É que…
VERÔNICA – O que você está fazendo aqui fora filha? (interrompe aparecendo atrás de Luana)
LUANA – Estou procurando à senhora. Onde à senhora estava?
VERÔNICA – Estava aqui tomando um pouco de ar. Atrapalho algo? (olhando para Sérgio, desconfiada)
LUANA – Nada. Vamos entrar, lá dentro conto para senhora. (volta olhar para Sérgio) E depois a gente conversa, agora não dar.
[SALA]
CAMILA – Festa surpresa demorada né? O aniversariante não chegou ainda. Será que ele vai vim?
CLÁUDIO – Eu também estou achando essa demora toda muito estranha. Vou tentar saber o que está acontecendo. Vem. (segura na mão de Camila naturalmente, e os dois vão de mãos dadas até Viviane que está na cozinha. Quando entram, Viviane logo reconhece a jovem)
VIVIANE – Você aqui também?
CLÁUDIO – Desculpa, eu que a convidei.
VIVIANE – E vocês se conhecem?
CLÁUDIO – Sim. Somos amigos. (Viviane olha para as mãos dadas dos dois, eles reparam e se soltam)
CAMILA – Não se preocupa, quiser eu vou embora.
VIVIANE – Não. Não precisa. Desculpa, hoje estou um pouco nervosa. Já que foi o Cláudio quem te convidou, você pode ficar.
CLÁUDIO – O que está acontecendo? O Felipe vai demorar muito, por que se for, os convidados logo vão embora.
VIVIANE – O Felipe não vem. Ele viajou para São Paulo.
CLÁUDIO – Mas e a festa surpresa… Os convidados?
VIVIANE – O jeito ter festa sem o aniversariante. Pelo menos pra recompensar, esse tempo todo de espera dos convidados.
VERÔNICA – Eu não acredito que o Felipe fez isso? (entrando na cozinha com raiva)
VIVIANE – Eu também estou na mesma situação. Bom agora, vamos avisar para os convidados. (Viviane caminha até o meio da sala, e chama a atenção dos convidados) Um momentinho da atenção de vocês. Eu sei que todos vieram para a festa surpresa do meu filho. Mas, infelizmente, meu filho, não vai poder vir. Ele teve que fazer uma viagem, e irá passar alguns dias fora. Mas, para recompensar esse tempo que vocês ficaram esperando… vamos ter sim festa, só que sem o aniversariante. (rir) Vou mandar os garçons servirem e divirtam-se.

[CENA 03 – CASA DA BEATRIZ/ SALA/ NOITE]
(Beatriz chega em casa após passar o dia inteiro no orfanato)
THOMAS – Onde você estava, que sumiu o dia inteiro?
BEATRIZ – Estava resolvendo um assunto.
THOMAS – Que assunto?
BEATRIZ – Logo você vai saber. E o Frederico?
THOMAS – O que é que tem ele?
BEATRIZ – Apareceu na empresa hoje?
THOMAS – Apareceu, apenas pegar suas coisas, e sumir da nossa família.
BEATRIZ – Bom.
THOMAS – Você não está pensando em procurar ele, está?
BEATRIZ – Não se preocupa irmão. Frederico já não faz parte da minha vida. (sobe para o quarto)

[CENA 04 – CASA DO FELIPE/ JARDIM – SALA/ NOITE]
(Luana está jardim tomando um ar, e não está sozinha)
SÉRGIO – Podemos ter nossa conversar agora?
LUANA – Pensei que já tivéssemos conversado tudo entre a gente.
SÉRGIO – Eu também. (os dois se encaram por um tempo, Sérgio se aproxima dela para beijá-la, mas ela desvia dele)
LUANA – O Felipe é seu amigo!
SÉRGIO – Eu vou contar pra ele.
LUANA – Quando?
SÉRGIO – Quando a oportunidade surgir.
LUANA – (se afasta dele) Tá vendo. Por isso que eu escolhi o Felipe, por que ele não espera por oportunidades. Não me procura mais, por favor, achei que isso já estava entendido dois meses atrás, quando você pediu para eu fazer a mesma coisa. (volta para dentro da casa, deixando-o sozinho no jardim)
[SALA]
VERÔNICA – Onde você estava?
LUANA – Fui tomar um ar.
VERÔNICA – E quem era aquele rapaz com quem você estava conversando?
LUANA – Não se preocupa mamãe, não é ninguém importante.

[CENA 05 – CASA DA ROSÁRIO (SÃO PAULO)/ Q. DE HOSPEDES/ NOITE]
(Carla está deitada em sua cama, passando a mão em sua barriga. Ela pensa em Felipe e ali mesmo, nesse pensamento, cai no sono)

[CENA 06 – CASA DO FELIPE/ SALA/ NOITE]
CAMILA – Segunda festa de aniversário que eu vou e que não tem aniversariante.
CLÁUDIO – É. Na nossa família acontece essas coisas às vezes.
CAMILA – Bem eu acho que está na hora de ir.
CLÁUDIO – Ok, te levo até em casa.
CAMILA – Não precisa, fica com sua família, eu pego um taxi aí fora.
CLÁUDIO – Não. Você mesmo disse que não trouxe dinheiro.
CAMILA – Disse?
CLÁUDIO – Disse, e eu lembro muito bem.
CAMILA – Mas, o taxi me leva, e quando ele me deixar no apartamento, eu pago ele.
CLÁUDIO – Vai dar muito trabalho. Não se preocupa, eu te levo. (pega na mão dela, e a puxa) Vamos só se despedir da minha mãe. (se aproximam de Verônica, que estava conversando com Luana) Mãe, eu vou indo já.
VERÔNICA – Já meu filho?
CLÁUDIO – Já. Eu vou deixar minha amiga na casa dela.
VERÔNICA – (ela sabe que Camila é filha de Bianca, e também filha de Fernando) De lá você vai direto para casa?
CLÁUDIO – Não sei, se der tempo quem sabe. Beijo, vamos indo. (os dois saem)
VERÔNICA – Você já viu esse garota com o Cláudio antes?
LUANA – Não.
VERÔNICA – Ele não disse que era amiga dele?!
LUANA – Mamãe, o Cláudio não tem amigas. No máximo, essa aí deve ser uma paquera dele, e não quis falar pra gente. (antes que eles saíssem da casa, são barrados por Viviane)
VIVIANE – Diga para sua mãe, que ela pode vir amanha cedo. A gente vai poder resolver essa situação somente entre nós.
CAMILA – Desculpa, mas aquela mulher pra mim, não é minha mãe. Na verdade nem tenho mãe. E seja o que você tenha a resolver com aquela mulher, que seja só entre vocês, e me deixe fora disso. Vamos Cláudio. (vai para fora apressada, e deixa Cláudio para trás)
CLÁUDIO – Boa noite Viviane. Espera Camila… (corre atrás dela) O que foi isso que aconteceu?
CAMILA – Nada. Só estou cansada dessa mulher (referindo-se a mãe dela) sempre está na minha vida. Se pudesse sumir de vez, e nunca mais me perturbar… (Cláudio liga seu carro, abre à porta para Camila, e logo em seguida entra. Os dois saem, Cláudio ver que Camila está chateada, então decide não puxar assunto)

[CENA 07 – CASA DO MIGUEL (SÃO PAULO)/ SALA/ NOITE]
(Lucas ainda está na sala vendo TV, esperando Karina voltar lá de cima. Ele a ouve descendo as escadas, e desliga a TV logo após)
LUCAS – Então? Já instalou o Felipe?
KARINA – Já. E nós, vamos deitar. Está tarde já.
LUCAS – O Felipe não te contou nada, sobre o que ele veio fazer aqui?
KARINA – Não, apenas deu dicas, que fez minha curiosidade aumentar mais.
LUCAS – O que será ele quer falar com a gente?
KARINA – Eu não sei. Por isso que eu quero dormir logo, pra que amanheça, e ele nós conte o que veio fazer aqui. (Lucas levanta do sofá, caminha até Karina e a beija)
LUCAS – Vai indo amor. Vou só tomar um copo d’água.
KARINA – Tá. Mais não demora muito.
LUCAS – Não vou, prometo. (Karina dar um beijo em Lucas, e sobe em seguida para o quarto. Ele finge ir para cozinha, mas logo caminha até o escritório. Ele fecha a porta, pega o notebook que estava em cima da mesa, liga e começa a mexer nele)

[CENA 08 – APARTAMENTO DA CAMILA/ NOITE]
CLÁUDIO – Prontinho.
CAMILA – Obrigada. E desculpa, por agir daquela maneira, é que aquela mulher…
CLÁUDIO – Não precisa se explicar. Bem, acho que eu vou indo!
CAMILA – Obrigada novamente. (os dois se encaram por um tempo. Cláudio aproxima dela para beijá-la, e ela não desvia, pelo contrário, retribui. Os dois se beijam por um tempo na porta, ele começa a empurrá-la devagarinho para dentro do apartamento, e de passos em passos, chegam ao sofá. Ele emburra ela devagarinho, e os dois acabam caindo em cima do sofá. Calmamente, Cláudio começa a tirar a blusa dela. Camila lembra quando era forçada a se deitar com outros cara por sua mãe) PARA!!! (grita) Por favor, para, para, para. (empurra ele de cima dela, e se levanta)
CLÁUDIO – O que foi? Estou indo rápido demais?
CAMILA – Por favor. Está tarde, é melhor você ir.
CLÁUDIO – Eu fiz alguma coisa errada?
CAMILA – Vai embora, por favor. A gente conversa depois.
CLÁUDIO – Está bem. Boa noite. (ela não responde, e ele vai embora. Ela fecha a porta, corre para o sofá, deita, abraça a si mesma e chora)

Amanhecendo…

[CENA 09 – CASA DA VERÔNICA/ COZINHA/ DIA]
CLÁUDIO – Bom dia!
VERÔNICA – Bom dia. Chegou cedo? Não dormiu na casa da amiguinha?
CLÁUDIO – Primeiro, eu não dormi na casa da minha amiga. E segundo, ela é só uma amiga, não é mais nada que é isso.
VERÔNICA – E porque eu não a conhecia?
CLÁUDIO – Porque eu e ela nos conhecemos tem pouco tempo.
VERÔNICA – E já se tornaram amigos?
CLÁUDIO – Sim.
VERÔNICA – Sei. Bem, eu não vou poder ficar muito tempo. Tenha um bom dia filho. Tchau.
CLÁUDIO – Tchau. (Verônica se retira da mesa. Cláudio, pega seu telefone e faz uma ligação)

[CENA 10 – APARTAMENTO DA CAMILA/ SALA/ DIA]
(Camila está na sala, sentada no sofá, tomando uma xícara de café, quando o seu telefone toca)
CAMILA – Alô?
[CARLA PELO TELEFONE] – Finalmente atendeu!
CAMILA – Carla. Então bom ouvir sua voz.
[CARLA PELO TELEFONE] – Está acontecendo alguma coisa?
CAMILA – Eu não consigo seguir em frente. Aquela mulher tinha que novamente atrapalhar minha vida.
[CARLA PELO TELEFONE] – Ela fez alguma coisa pra você Camila?
CAMILA – Não tem como aquela mulher vir, e não fazer nada. Mas eu também não quero falar desse assunto por telefone, Carla. Então, eu vou ter um afilhado ou uma afilhada?
[CARLA PELO TELEFONE] – Os dois.
CAMILA – Como assim?
[CARLA PELO TELEFONE] – São gêmeos, Camila. Eu vou ter um casal.
CAMILA – Sério?
[CARLA PELO TELEFONE] – Sério amiga! (ela não sabe se chora ou se rir como a amiga)
CAMILA – E o que você pensa em fazer agora?
[CARLA PELO TELEFONE] – Todo mundo me pergunta isso. Ser mãe solteira, de gêmeos… simplesmente, não sei.
CAMILA – Você precisa procurar o pai deles, Carla.
[CARLA PELO TELEFONE] – Como Camila? Eu não tenho se quer o endereço desse cara, telefone, nada.
CAMILA – Quiser, você pode me dar uma dica sobre ele, quem sabe não consigo encontrá-lo!
[CARLA PELO TELEFONE] – Eu não quero te envolver nessa história. Você já tem seus problemas.
CAMILA – Os seus problemas, são os meus problemas. Anda, fala como é esse cara.
[CARLA PELO TELEFONE] – Deixa isso quieto, Camila. Bem, tenho que desligar, tenho que trabalhar daqui a pouco. Liguei mesmo só pra te dar à notícia. Já que ontem, quando liguei, você não havia atendido.
CAMILA – Ontem eu tinha ido à uma festa de aniversário. E você não imagina de quem?
[CARLA PELO TELEFONE] – Quem?
CAMILA – Do meu quase meio irmão.
[CARLA PELO TELEFONE] – Como assim? Ele te convidou? Mas, você não disse que ele era um chato, metidinho à rico…
CAMILA – Não foi ele, foi o Cláudio. Na verdade, Cláudio é cunhado dele.
[CARLA PELO TELEFONE] – Nossa, essa não esperava.
CAMILA – Nem eu.
[CARLA PELO TELEFONE] – Tenho que desligar agora, tá.
CAMILA – Então tá. Tchau. Qualquer coisa me liga. E você não está sozinha viu, você sempre vai ter uma amiga.
[CARLA PELO TELEFONE] – Eu sei. Tchau…

[CENA 11 – CASA DE MIGUEL (SÃO PAULO)/ COZINHA/ DIA]
(Karina e Lucas estão tomando café da manhã, quando Felipe entra na cozinha)
KARINA – Bom dia primo. Dormiu bem?
FELIPE – Dormi. E se vocês não se importam, eu queria que fossemos agora para empresa.
KARINA – Mas agora? Ainda estamos tomando café?
FELIPE – Se vocês quiserem, podem terminar. Eu vou indo. Irei esperar vocês lá. (sai antes de alguém dissesse alguma coisa)
KARINA – Nossa, deve ser um assunto bastante sério, pra ele não querer nem tomar café. Vou pegar minha bolsa amor, perdi até o apetite.
LUCAS – Tá. Te espero aqui. (Karina se levanta da mesa, e corre para seu quarto. Lucas continua na cozinha pensativo)

Continua no capítulo 34…

-‘.’ ”>

A Widcyber está devidamente autorizada pelo autor(a) para publicar este conteúdo. Não copie ou distribua conteúdos originais sem obter os direitos, plágio é crime.

Pesquisa de satisfação: Nos ajude a entender como estamos nos saindo por aqui.

Leia mais Histórias

>
Rolar para o topo