“Tentativa de Assalto?”

 

[CENA 01 – CASA DE FELIPE/ SALA/ TARDE]
VIVIANE – (surpresa) Filho, você está aí?
FELIPE – Acabei de passar no quarto da senhora, e a senhora não estava, então vim procura-la na sala, e queria entender o que acabei de ouvir do seu amigo. Que história é essa que meu pai está vivo? (Viviane olha para Frederico preocupada, sem saber o que dizer para Felipe)
VIVIANE – Você entendeu mal a história filho…
FREDERICO – Isso Felipe, você não ouviu por completo o que eu disse.
FELIPE – Então complete o que ia dizendo!
FREDERICO – Soube que seu pai faleceu tem pouco tempo, e você acabou assumindo os assuntos da família, então estava justamente contando para a sua mãe, como seriam as coisas se ele estivesse vivo.
FELIPE – É, mas ele não está. E eu continuo sendo o líder dessa família, portanto, a senhora deveria estar no quarto descansando.
VIVIANE – Eu só vim receber meu amigo.
FREDERICO – Mas eu já estou de saída, deixarei você repousar Viviane.
VIVIANE – Eu acompanho você até à porta. (Viviane e Frederico caminham para fora da casa) Você viu o que você fez? Quase Felipe descobre a verdade.
FREDERICO – Mas não descobriu, e também seria melhor que ele tivesse descoberto e abandonasse essa mentira toda que está vivendo. Só não contei nada, por consideração, da sua situação, e porque eu também dê o tempo para você preparar o Felipe para a verdade.
VIVIANE – Eu já te agradeci por isso, então, acho que é melhor você ir indo.
FREDERICO – Tchau Viviane. (Viviane fechar a porta, e volta para Felipe)

[CENA 02 – CASA DA ROSÁRIO (SÃO PAULO)/ Q. DAS MENINAS/ TARDE]
(Carla está sozinha terminando de se maquiar, quando Diego invade o seu quarto, e a segura forte pelo braço)
CARLA – Aí, o que significa isso? Você está me machucando?
DIEGO – Eu não vou permitir que você saia com aquele cara de novo.
CARLA – Será que você pode largar meu braço?
DIEGO – (ele a solta) Eu não vou deixar você sair com ele, Carla.
CARLA – Você não manda em mim, Diego. Eu posso sair com quem eu quiser. E se você não parar com essa perseguição, vou contar para madrinha.
DIEGO – Você que sabe. Depois não diga que eu não avisei. (Diego sai do quarto e Carla volta a sentar em frente ao espelho, massageando seu braço)

[CENA 03 – CASA DO JUNIOR/ SALA/ TARDE]
HILDA – Você veio passar uns dias com sua irmã, enquanto sua faculdade não inicia as aulas?
GUSTAVO – Isso mesmo. Eu iria ficar na casa da Camila, mas, parece, que ela não estava em casa.
HILDA – Bem, a casa é pequena, mas eu acho que, a gente dando um jeito, pode receber você aqui.
JOANA – Não se preocupa sogra. O Gustavo ele vai voltar para o apartamento da Camila. Eu só o trouxe pra cá, para não ficar em pé, plantado na porta esperando ela chegar.
GUSTAVO – E cadê o famoso Junior?
JOANA – Deve está chegando. (Junior chega nesse exato momento) Olha ele aí. Oi meu amor. (corre até ele e o beija) Quero apresentar você a alguém.
JUNIOR – Quem? (Gustavo levanta e vai cumprimenta-lo)
JOANA – Gustavo, esse é o Junior, meu namorado. Junior, esse é o Gustavo, meu irmão.
JUNIOR – (surpreso) Seu irmão?! Prazer. (aperta a mão dele)
GUSTAVO – Famoso Junior. Noventa por cento das mensagens que minha irmã me manda, é falando sobre você.
JUNIOR – Você disse que seu irmão estudava fora?
JOANA – E estuda. É que a faculdade dele está de férias, aí ele aproveitou para vir me visitar.
GUSTAVO – Então, como único parente vivo da Joana, sou eu o irmão mais velho dela, e quero saber de você Junior. Quais são as suas reais intenções com a Joana?
JUNIOR – Pode ficar tranquilo, que são as melhores possíveis. Eu amo sua irmã.
GUSTAVO – Deve amar mesmo, até já trouxe ela para morar em sua casa.
JUNIOR – Ele não sabe?
JOANA – Eu ainda não contei para ele.
GUSTAVO – Contou o que?
JOANA – Eu estou grávida, irmão.
GUSTAVO – O quê? É isso explica muitas coisas.
JUNIOR – Como assim?
GUSTAVO – Explica porque você veio morar tão rápido assim com ele. Explica o pedido de casamento que ele fez para você. Explica por que você está parecendo mais cheinha.
JOANA – Eu não queria contar isso por torpedo. Por isso estava esperando você vir me visitar, para contar a novidade.
GUSTAVO – De que você se sustenta mesmo Junior?
JUNIOR – Sou garçom em uma lanchonete perto daqui.
GUSTAVO – (ironiza) Garçom… ótimo!
JUNIOR – Algum problema com isso?
GUSTAVO – Nenhum. Só não sei, se com salário de garçom, você vai poder sustentar uma família?
JUNIOR – Eu posso não receber um bom salário, mas não vou deixar faltar nada para a minha família.
JOANA – E mesmo assim, também pretendo trabalhar.
GUSTAVO – Trabalhar? Você não sabe fazer nada Joana.
JOANA – Posso aprender.
JUNIOR – Será que a gente pode conversar lá no quarto amor.
JOANA – Claro.
[NO QUARTO]
JUNIOR – (sério) Quanto tempo seu irmão vai ficar aqui?
JOANA – Ele não vai ficar aqui. Ele vai ficar no apartamento da Camila.
JUNIOR – E porque não foi ainda?
JOANA – O que foi Junior? Por que você está assim?
JUNIOR – Você não viu as indiretas que ele jogou pra mim. De eu ser um garçom, de eu não poder sustentar uma família.
JOANA – Não amor, você entendeu errado. O Gustavo é assim mesmo, falou, mas, sem maldade alguma.
JUNIOR – Mesmo assim eu não gostei.
JOANA – Eu não quero que vocês dois se desentendam. Pensei que vocês dariam super bem.
JUNIOR – Eu posso tentar. Mas por você.
JOANA – Então vamos voltar lá para sala?
JUNIOR – Eu vou tomar um banho e vou logo seguida.
JOANA – Está bem então. (os dois se beijam, Joana sai do quarto, e Junior vai tomar seu banho)

Anoitecendo…

[CENA 04 – HOTEL DO FREDERICO/ NOITE]
FREDERICO – Eu fiquei surpresa, quando avisaram que você veio me procurar. (Beatriz está no quarto de Frederico) Quem é este menino?
BEATRIZ – Meu filho.
FREDERICO – (surpreso) Seu filho?
BEATRIZ – Isso.
SAMUKA – Quem é este mamãe?
BEATRIZ – É um amigo filho.
FREDERICO – (sorrindo) Você o adotou?
BEATRIZ – Ainda não, mas em breve sim. Sempre foi meu sonho ser mãe. E com ele, eu consegui realizar esse sonho.
FREDERICO – Meus parabéns. É um menino muito bonito. Ele não sabe a sorte que tem, em ser seu filho. Eu sei que errei. Mas quero tudo de bom para você.
BEATRIZ – Você não ficou com raiva ou com inveja?
FREDERICO – Por que eu ficaria? Eu quero sua felicidade, Beatriz. E vendo você reconstruindo sua vida novamente, mesmo depois de eu ter atrasado ela… eu quero é mais que você seja feliz. E esse menino vai fazer isso.
BEATRIZ – Você sabe que não precisa ficar nesse quarto de hotel.
FREDERICO – Mas eu quero. Estamos separados Beatriz, hora de cada um viver sua vida. Eu já te prejudiquei demais e não quero repetir esse erro novamente.
BEATRIZ – Você não gostaria de ouvir ele te chamando de pai?
FREDERICO – Eu não tenho mais esse papel na vida dele.
BEATRIZ – Mas essa vaga vai sempre estar disponível.
FREDERICO – (mudando de assunto) Então campeão, qual é o seu nome?
SAMUKA – Samuka.
FREDERICO – Sabia que Samuka, também significa chamado por Deus.
SAMUKA – É.
FREDERICO – É. Você foi chamado por Ele, pra fazer essa mulher aí feliz. (Samuka sorrir. Bianca sorrir junto, ao ver Frederico brincando com Samuka)

[CENA 05 – CASA DA ROSÁRIO (SÃO PAULO)/ Q. DAS MENINAS/ NOITE]
PAULA – Pronta Carla, ele já está lá em baixo.
CARLA – Já está lá em baixo. (olha para o celular, sorrindo) Sempre pontual.
PAULA – E ainda não quer um namorado assim?!
CARLA – Não começa, Paula. Estou pronta.
PAULA – E essa barriga?
CARLA – O que foi? Tá parecendo muito?
PAULA – Não vou mentir. Tá um pouco. Mas ele sabe que você…
CARLA – Não, também não posso sair contando tudo para um cara que virou meu amigo tem pouco tempo.
PAULA – É, mas se ele for um pouquinho esperto, ele vai descobrir.
CARLA – Bom que poupa o trabalho de eu contar para ele.
PAULA – Verdade. Mas então, vamos.
CARLA – Vamos. (Carla volta a olhar novamente no espelho, arruma o cabelo e depois desce para a sala)

[CENA 06 – CASA DO FELIPE/ COZINHA/ NOITE]
(família toda reunida ao redor da mesa para jantar)
VIVIANE – (feliz) Família reunida. É assim que eu gosto de ver.
PAULO – Então Felipe, o que você foi fazer em São Paulo, justo no dia do seu aniversário?
FELIPE – Bem… descobri que estão roubando à nossa empresa.
VIVIANE – Como assim filho?
FELIPE – Alguém está desviando dinheiro das contas da filial de São Paulo.
PAULO – E você sabe quem é?
FELIPE – Não. Eu e a Karina investigamos, mas não encontramos nenhuma pista, do responsável que está fazendo isso. O pior, que a pessoa que fez isso, conseguiu camuflar tudo.
LUANA – Quem será que deve tá fazendo isso?
FELIPE – Não é um bom momento para falarmos desse assunto… e a senhora, trate de terminar e ir deitar.
VIVIANE – Devo ter voltado ser criança novamente, para ter que dormir essa hora.
FELIPE – (brinca) Ordens do médico. Então, já para cama mocinha.

[CENA 07 – RUA (SÃO PAULO)/ NOITE]
(Miguel e Carla tinham acabado de sair da casa da Rosário, eles dão alguns passos, conversam e nem percebem que estavam sendo seguidos por um cara estranho)
CARA – (abordando-os) Isso é um assalto, passa o celular, passa o relógio. Anda logo, passa tudo.
MIGUEL – Calma cara, não faça nenhuma besteira. (o assaltante estava apontando uma arma para Miguel, ele automaticamente coloca Carla atrás dele, para protege-la)
CARLA – Cuidado Miguel, ele está armado.
MIGUEL – Calma cara. Vamos te entregar tudo, não machuca ninguém.
CARA – Não se preocupa parceiro, o único que vai sair machucado aqui é você. (após ter pegado apenas o relógio de Miguel, o assaltante dar um tiro no peito dele e depois sai correndo)
CARLA – MIGUEL??? (Miguel cai no chão)
(Carla automática chama uma ambulância, enquanto o bandido já tinha sumido dali. Eles vão para o hospital, e ela nervosa, avisa para sua irmã e sua madrinha, que vão logo em seguida para o hospital. O médico disse que foi por pouco que a bala não atravessa o pulmão, eles conseguiram retirá-la, Miguel vai ficar de observação, e se tudo der certo, pode ser liberado em breve)

Amanhecendo…

[CENA 08 – CASA DO FELIPE/ Q. DE FELIPE/ DIA]
(Felipe está sentando na cama, esperando Luana sair do banheiro, ela sai e ele pergunta)
FELIPE – Pronta?
LUANA – Para quê?
FELIPE – Como eu sei que você não marcaria a ultra, eu mesmo fiz isso por você. Hoje mesmo vamos saber o sexo dessa criança.

[CENA 09 – HOSPITAL/ DIA]
(Luana está na sala de ultra. Felipe está ao lado dela)
MÉDICO – Ansiosa?
LUANA – Um pouco. É que na verdade, acho que ainda está cedo para ver o sexo da criança.
MÉDICO – Como você está entrando no quarto mês de gravidez, já dar para ver perfeitamente o sexo da criança.
FELIPE – Foi o que eu disse para ela. (ele começa os procedimentos, Luana segura à mão de Felipe, talvez por nervosa, já que ela está no início do terceiro e não do quarto mês)
FELIPE – Então doutor?
MÉDICO – É… para um criança de três meses, estou tendo um pouco de dificuldade para identificar o sexo. Você tem certeza que está contando os meses certo?
LUANA – Pelas minhas contas sim.
MÉDICO – Espera, acho que consegui ver.
FELIPE – É menino ou menina doutor?
MÉDICO – É… é isso mesmo. Parabéns, vocês terão uma menina. (Felipe olha para a tela sorrindo, enquanto Luana, aliviada, sorrir também)

[CENA 10 – CASA DO MIGUEL (SÃO PAULO)/ SALA/ DIA]
LUCAS – (ao telefone) Eu não posso manda mais dinheiro pra você. Pelo menos não agora. Eles descobriram que está faltando dinheiro da empresa. Não, não descobriram que sou eu.  Mas agora, é melhor deixa a poeira abaixar, depois eu volto a mandar. Não sei. Deve ter sobrado alguma coisa para você sobreviver esse tempo. O que eu sei, que eu não quero que você me ligue mais. Eu ligo agora.
KARINA – (descendo as escadas nervosa) Lucas! Lucas, vamos para o hospital.
LUCAS – Tenho que desligar. Hospital? Está tudo bem com você?
KARINA – O Miguel… Ele levou um tiro, e estar no hospital.
LUCAS – Como assim levou um tiro? Como você soube isso?
KARINA – No caminho eu te explico, vamos logo, quero ver meu irmão.
LUCAS – Está bom, vamos.

[CENA 11 – HOSPITAL (SÃO PAULO)/ DIA]
KARINA – Que susto meu irmão.
MIGUEL – Calma, está tudo bem.
KARINA – Como está tudo bem? Você levou um tiro. Sei lá, você podia estar…
MIGUEL – Não pensa bobagem. Estou bem.
KARINA – Tem certeza? O que o médico disse?
MIGUEL – Que foi por pouco, a bala passou só perto da costela. Mas nada sério.
KARINA – E quando você vai poder voltar para casa?
MIGUEL – Essa informação o médico ainda não disse.
CARLA – Licença. Posso entrar?
KARINA – Claro.
CARLA – Vim saber como estava?
MIGUEL – Estou bem. E você? Aconteceu nada com você não, né?
CARLA – Não, mas eu que deveria ter levado esse tiro em seu lugar.
MIGUEL – Não diga isso, ele não estava atrás de você.
KARINA – Como assim?
MIGUEL – Não sei se você ouviu Carla, mas ele disse olhando nos meus olhos, que o único que iria sair machucado de lá, séria eu, aí depois ele atirou.
KARINA – Você quer dizer que isso não foi um assalto? Que pode ter sido uma tentativa de homicídio?
MIGUEL – Eu não sei. Mas aquela bala era para mim.
KARINA – Mas quem planejaria algo contra você irmão?
MIGUEL – Não sei, mas também não quero pensar nisso agora.
KARINA – Como não? Temos que contar isso para polícia. Quem planejou isso, e descobrir que não deu certo, pode muito bem planejar outro, e consegui dessa vez. E eu não quero perder meu irmão.
MIGUEL – E vamos falar o que Karina? Não sabemos nem quem fez isso.
KARINA – Não sei. Mas isso eu não vou deixar quieto. (Miguel observa que Carla ficou com uma expressão séria depois do que ouviu)
MIGUEL – O que foi? Ficou aí quietinha…
CARLA – Nada. Só pensando no que você disse. Vou te que ir agora. Já faltei o trabalho pela manhã, não posso faltar hoje à tarde.
MIGUEL – Claro.
CARLA – À noite eu volto, pra te ver.
MIGUEL – Não precisa.
CARLA – Precisa sim. Tchau. (Carla vai até ele, beija seu rosto e sai do quarto logo em seguida)
KARINA – Essa é a tal amiga, que você costuma jantar?
MIGUEL – Ela mesmo.
KARINA – Só amizade?
MIGUEL – Por enquanto é…

[CENA 12 – CASA DA ROSÁRIO (SÃO PAULO)/ Q. DE DIEGO/ DIA]
(Diego está em seu quarto, falando pelo telefone com alguém)
DIEGO – Eu não vou pagar nada. O cara que você mandou não fez o serviço direito. Ele não morreu. A bala só pegou de raspão. Quando o serviço for feito direito, eu acerto o resto com você. Agora tenho que desligar.
CARLA – (Carla invade o quarto dele) Foi você quem armou esse assalto para o Miguel, não foi Diego? Confessa?

Continua no Capítulo 40…

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