“Eu Posso Ajudar”

 

[CENA 01 – CASA DO JUNIOR/ SALA/ DIA]
ADRIANA – Por favor, vamos conversar.
JUNIOR – Não temos o que conversar.
HILDA – Conversa com ela filho. (aparece ao lado dele) Veja o que ela tem para falar com você.
JUNIOR – Eu e ela não temos nada para conversar mamãe.
HILDA – Tem sim filho. Entra. (Hilda permite Adriana entrar, Junior olha para sua mãe, querendo entender por que ela fez isso)
JUNIOR – Eu não quero essa mulher aqui, mamãe. A Joana não gostava dela…
HILDA – A Joana não está aqui filho e vocês devem conversar. Vocês podem conversar aqui à vontade, enquanto eu vou lá terminar de arrumar as coisas dentro das caixas. (Hilda sobe para o quarto)
ADRIANA – Vocês vão se mudar?
JUNIOR – Temos até amanhã para deixar essa casa… isso também não importar a você.
ADRIANA – Eu soube o que aconteceu com a Joana.
JUNIOR – Espero que isso não esteja pesando em sua consciência?!
ADRIANA – Pode acreditar que está. Eu no fundo tinha um pouco de inveja dela. Mesmo chamando mais atenção que ela nos locais onde íamos, sentia inveja dela. Ela era inteligente, centrada naquilo que queria na vida, determinada… e muito amiga. Ela não era de pegar muitos caras, na verdade nem entendo porque que eu fiz essa briguinha com ela por você. Eu devia ter deixado vocês ficarem juntos, vocês foram feitos um para o outro.
JUNIOR – Falar isso não vai mudar o que aconteceu.
ADRIANA – Eu sei. Se arrepender agora não vai adiantar em nada. Mas eu soube que ela conseguiu dar à luz a uma menina. Eu posso vê-la?
JUNIOR – Ela não estar aqui. Está internada.
ADRIANA – O que ela tem?
JUNIOR – Como ela perdeu a mãe no parto, ela não pode ser amamentada, e está fraca agora. Teve que ficar internada até se recuperar, mas se você veio só dizer isso, pode ir agora. Tenho muita coisa para resolver ainda. (caminha em direção à porta)
ADRIANA – Quando ela voltar, posso vê-la?
JUNIOR – Não sei se a Joana queria que você conhecesse a filha dela.
ADRIANA – (se conforma e decide ir então) Estar bem então. O que precisar, pode contar comigo.
JUNIOR – Não preciso de nada que venha de você. (ambos não dizem mais nada, Adriana vai embora e Junior fecha à porta, sério)

[CENA 02 – CASA DO FELIPE/ Q. DA LUANA/ DIA]
PAULO – Acho que vocês precisam conversar! (Paulo sai do quarto, Felipe entra e fecha à porta)
LUANA – Vem ver a nossa filha. (Felipe se aproxima até a cama, e olha para Alice nos braços de Luana) Ela é linda. Parece tanto com você Felipe.
FELIPE – Ela é linda!
LUANA – Você quer segurá-la? (Felipe confirma com a cabeça, e entrega Alice para ele)
FELIPE – Você deu o nome de Alice, não foi?
LUANA – Foi. Queria decidir com você ao lado, mas como você estava sumido, acabei decidindo homenagear à sua mãe.
FELIPE – É um lindo nome.
LUANA – Você pode ter perdido os últimos meses de gestação dela, mas importa que agora você está de volta, e vai poder acompanhar todos os passos dela daqui em diante.
FELIPE – Eu não sei se vou ficar, Luana.
LUANA – O que você está falando?
FELIPE – Muita coisa aconteceu na minha vida nesses últimos meses.
LUANA – Sim, inclusive o nascimento de sua filha.
FELIPE – Eu realizei meu sonho agora, Luana.
LUANA – Como assim?
FELIPE – Tenho uma carreira solo agora e estou fazendo alguns shows em casas noturnas. Já viajei por alguns estados, e pretendo continuar assim.
LUANA – Então, você não voltou por causa da nossa filha?
FELIPE – Não vou mentir. Não! Voltei porque estou com alguns shows agendados aqui, e o Paulo me contou que ela havia nascido.
LUANA – Você vai trocar sua filha por shows?
FELIPE – Não! Não sei. (olha para Alice) Não sei ainda o que vou fazer.
LUANA – (séria) Me dar aqui minha filha, dar ela aqui pra mim. (Felipe caminha de volta para à cama, e entrega Alice para Luana)
FELIPE – Estou hospedado em um hotel, com o pessoal da minha banda. Em poucas semanas, viajo para São Paulo.
LUANA – Será que você pode dar licença, preciso amamenta-la.
FELIPE – Claro, está bem. (Felipe dar uma última olhada em Alice antes de sair)
[LÁ EMBAIXO]
PAULO – Será que ele veio para ficar?
VIVIANE – Não sei, filho (Felipe vem descendo as escadas) Vocês já conversaram?
FELIPE – Já mamãe, ela agora está amamentando Alice.
VIVIANE – Você está com fome? Quiser posso pedir para que preparem algo para você.
FELIPE – Não, obrigado. Tenho que me encontrar com o pessoal da minha banda.
VIVIANE – Banda?
PAULO – Sim, mamãe. Felipe conseguiu realizar o sonho dele. Alias, ele manda muito bem. A senhora precisa ver ele cantando.
VIVIANE – Então você sabia de tudo, Paulo?
PAULO – Mais ou menos…
FELIPE – (defendendo o irmão) Paulo recebeu notícias minhas só agora. Depois que voltei para à cidade.
VIVIANE – Fico feliz que tenha realizado seu sonho. Espero, que pelo menos venha jantar com a gente?
FELIPE – Também não vai dar. Tenho um show daqui a pouco. Mas, amanhã, prometo vir visita-los. (Viviane percebe que o filho está diferente. Está feliz, com um brilho no olhar que ela não via a muito tempo)
VIVIANE – (sorrindo) Volte quando desejar, então. As portas desta casa, sempre estarão abertas para você.
PAULO – Vamos, te acompanho até a porta! (Paulo leva Felipe até à porta. Lá, os dois se abraçam e Felipe vai embora. Fora da casa, Sérgio observa Felipe saindo. Vendo que estava distante, ele caminha até a casa e toca a campainha)
VIVIANE – Bem, eu vou lá em cima ver a Luana. (Viviane sobe para o quarto. Paulo fica na sala e liga a TV. Campainha toca)
PAULO – Será que o Felipe esqueceu alguma coisa? (levanta e caminha até à porta)
SÉRGIO – Oi Paulo, quero ver a Luana. Ela está?
PAULO – O que você está fazendo aqui cara? (empurra ele para fora, e fecha à porta) Você e a Luana perderam totalmente à cabeça?
SÉRGIO – Ela não está atendendo minhas ligações, e comecei a ficar preocupado. Está acontecendo alguma coisa com ela? Aconteceu alguma coisa com minha filha?
PAULO – Olha, eu não quero me meter na história de vocês. Isso é com você, a Luana e o Felipe, então é melhor você ir, e depois vocês conversam.
SÉRGIO – O Felipe voltou?
PAULO – Ele voltou hoje.
SÉRGIO – (comenta baixo) Então está explicado porque ela não me atende.
PAULO – Que bom que você entendeu.
SÉRGIO – Não precisa dizer que estive aqui, beleza.
PAULO – Pode deixar.

[CENA 03 – CASA DA CARLA/ COZINHA-SALA/ DIA]
CARLA – Finalmente ele dormiu. (entrando na cozinha)
PAULA – O que você está fazendo aqui Carla?
CARLA – Vim pegar um copo d’água.
PAULA – Me chamava, que eu levava para você.
CARLA – Não tem problema nenhum eu mesma vir pega, tá irmã. Eu não gosto disso, você me conhece.
PAULA – Eu sei, mas você não ouviu o que o médico disse. RE – POU – SO.
CARLA – Eu estou bem. Tanto que estou até pensando em procurar um emprego.
PAULA – Nem vem com essa Carla, você não vai mesmo.  (campainha) Você fica aí, vou ver quem é. (Carla fica na cozinha, e Paula vai atender a porta)
ADRIANA – Oi.
PAULA – (surpresa) Adriana? Oi, o que faz aqui? Quando voltou?
ADRIANA – Posso entrar?
PAULA – Claro, entra. (Adriana entra e Paula à leva até a cozinha) Carla, adivinha quem está aqui.
CARLA – Quem? Adriana! (caminha até ela para abraça-la) Quando você voltou? Está bem? Onde estava esse tempo todo?
ADRIANA – Eu prometo responder todas as suas perguntas, mas antes gostaria de conversar com você. É algo muito importante.

[CENA 04 – CASA DO JUNIOR/ COZINHA/ DIA]
JUNIOR – Arrumei minhas coisas já.
HILDA – Bom filho. Agora, senta aqui, quero conversar um assunto com você.
JUNIOR – O quê? (senta ao lado de sua mãe)
HILDA – Acho que o melhor lugar agora para ficarmos, é na nossa cidade natal.
JUNIOR – Eu sei, mas não podemos viajar agora, sem esperar a Ana sair do hospital.
HILDA – Você espera ela se recuperar, aí depois você vai com ela.
JUNIOR – Como assim depois eu vou com ela?
HILDA – Eu vou agora filho. Preciso colocar nossas coisas em algum lugar.
JUNIOR – A senhora vai deixar eu e sua neta sozinhos?
HILDA – Você não vai estar sozinho.
JUNIOR – Mas onde vou ficar com ela?
HILDA – Na rua vocês não vão ficar, não se preocupa. Logo à ajuda chegará. Aí quando ela melhorar, você volta para nossa cidade.
JUNIOR – Que ajuda? Do que a senhora está falando, mamãe? Estamos sozinhos, só eu, você e a Ana.
HILDA – Não perca a fé meu filho! Pense positivo, que logo as coisas se ajeitarão. (Junior não entende sua mãe, mas tenta pensar positivo igual ela)
JUNIOR – E quando a senhora volta?
HILDA – Só vou ficar lá o tempo de organizar nossas coisas. Depois volto para buscar vocês.
JUNIOR – A senhora vai pelo menos visitar à Ana no hospital?
HILDA – Estava pensando em irmos lá agora. Já que arrumamos quase tudo.
JUNIOR – Claro, estou com saudades da minha filha. Quero ver como ela está, se melhorou…?
HILDA – Então vamos. (Hilda e Junior saem de casa)

[CENA 05 – CASA DA CARLA/ COZINHA/ DIA]
ADRIANA – A Joana era nossa amiga, e acho que devemos isso para ela.
CARLA – Você tem razão. Devemos ajudar a filha da Joana.
ADRIANA – Então você vai ajudá-la?
CARLA – Vou. Tenho muito leite aqui, afinal, era para eu está amamentar dois né.
ADRIANA – Então vamos até a casa dele?
PAULA – Nem pensar. A Carla vai voltar é para o quarto dela, repousar.
CARLA – Oh Paula, deixa de ser mandona, que eu estou bem.
ADRIANA – (animada) Também acho que a Carla está bem, ótima na verdade.
CARLA – Então vamos.
ADRIANA – (animada) Vamos!

[CENA 06 – CASA DO JUNIOR/  EM FRENTE DA CASA/ DIA]
(Carla e Adriana estão em frente à casa do Junior, mas como ele foi ao hospital ver a filha, elas perderam a viagem)
CARLA – (olhando pela janela) Parece que não tem ninguém Adriana?
ADRIANA – Eles devem ter indo até o hospital ver a menina!
CARLA – Voltamos mais tarde então.
ADRIANA – Certo. (a animação de minutos atrás havia sumido)

[CENA 07 – APARTAMENTO DO SÉRGIO/ SALA/ DIA]
(Sérgio chega com raiva no apartamento)
ADRIANO – Outra briga com à Luana?
SÉRGIO – Porque eu sou tão idiota?!
ADRIANO – O que foi agora?
SÉRGIO – Ela não estava me atendendo, porque ela estava com o maridinho dela.
ADRIANO – O Felipe voltou?
SÉRGIO – Voltou.
ADRIANO – Mas você acha que se a Luana não amasse o Felipe, ela aproveitaria que ele voltou, e separaria dele.
SÉRGIO – E se ela estiver pensando nisso?
ADRIANO – Em se separar do Felipe?
SÉRGIO – Claro. Esses meses, a gente estávamos tão próximos, que  acho que ela voltou a gostar de mim, e agora vai querer se separar do Felipe.
ADRIANO – Eu não disse que ela iria se separar dele, eu só disse que…
SÉRGIO – É lógico, Adriano. A Luana vai se separar do Felipe, e vai voltar para mim.
ADRIANO – Estou vendo que vai ficar com isso na cabeça, até se decepcionar novamente.
SÉRGIO – E eu burro aqui, acreditando que ela estava me usando o tempo todo.

Anoitecendo…

[CENA 08 – CASA DO JUNIOR/ SALA/ NOITE]
JUNIOR – Estou tão mal mamãe, em deixar minha filha sozinha naquele hospital.
HILDA – Pensa que lá, ela vai está sendo bem cuidada.
JUNIOR – Amanhã mesmo tenho que encontrar um lugar para ficarmos. (campainha) Deixa que eu atendo! (Junior vai abrir à porta)
JUNIOR – Você de novo? (repara que agora Adriana não está sozinha) O que estão fazendo aqui?
ADRIANA – Viemos ajudar você.

[CENA 09 – CASA DA BEATRIZ/ SALA/ NOITE]
(Beatriz e Thomas estão na sala conversando, Samuka está na sala também brincando)
BEATRIZ – Eu não sei para que esse mistério todo.
THOMAS – Calma minha irmã, logo eu apresento você a ela. Agora, eu que não estou entendo o motivo por essa demora do jantar.
BEATRIZ – Estamos esperando um convidado.
THOMAS – Quem?
BEATRIZ – Ele deve estar chegando. (campainha) Olha aí, deve ser ele. (a empregada vai abrir à porta)
FREDERICO – Boa noite. Licença. (na sala) Boa noite pessoal.
BEATRIZ – Boa noite.
THOMAS – Boa noite.
FREDERICO – E aí campeão, como é que você está?
SAMUKA – Bem.
BEATRIZ – Agora sim, podemos jantar. (Frederico e Samuka vão indo na frente brincando, Beatriz e Thomas ficam logo atrás) Nenhuma briga, nenhuma crise. É, estou vendo que essa mulher misteriosa, domesticou a fera.
THOMAS – Ninguém me domesticou tá, só decidi dar uma chance para ele.

[CENA 10 – CASA DO JUNIOR/ SALA/ NOITE]
JUNIOR – Eu não preciso da ajuda de ninguém. (tenta fechar à porta)
ADRIANA – Precisa sim. Aceita isso não por mim, mas pela filha da Joana.
HILDA – (aparece ao lado do filho) Sua amiga tem razão filho. Entrem meninas, não reparem na bagunça, estamos em momento de mudança.
ADRIANA – Você disse que sua filha estava fraca, por não estar se alimentando direito, então eu trouxe uma amiga, para amamentar sua filha. Ela também se tornou mãe recentemente de gêmeos, mas infelizmente sua filha não resistiu ao parto, e ela ficou apenas com o menino.
CARLA – Ou seja, estou com leite sobrando para sua filha.
HILDA – Porque não filho, era o que precisávamos para nossa menina.
JUNIOR – Eu não sei. Não sei o que a Joana faria?
CARLA – Conhecendo a Joana, como eu conheci, ela faria de tudo, para salvar a vida da filha. (Junior pensa um pouco, reflete, anda… e finamente toma a decisão)
JUNIOR – Está bem. Tudo para salvar minha filha.
ADRIANA – Então vamos para o hospital?
JUNIOR – Melhor só eu e ela irmos. Esse monte de gente por lá, talvez não deixem entrar.
ADRIANA – Está certo. Vocês vão, e a gente fica aqui esperando.
JUNIOR – Eu já volto mãe.
HILDA – Eu não disse, você não está sozinho, filho. Vai lá, trás nossa menina para casa.

[CENA 11 – CASA DA BEATRIZ/ SALA/ NOITE]
(após o jantar, todos retornaram para à sala)
BEATRIZ – Parabéns, Frederico. Para quem não era nem pai, já é avô.
FREDERICO – Obrigado.
BEATRIZ – Quando puder, quero conhecer suas filhas, e seu neto.
FREDERICO – Um dia a gente combina, de juntar as duas famílias.
BEATRIZ – Bem, acho que está na hora desse rapazinho ir para cama. Vamos escovar os dentes. Eu já volto rapazes, só colocar ele para dormir. (Beatriz leva Samuka para o quarto, Frederico e Thomas ficam na sala em silêncio)
THOMAS – (quebra o gelo) Conseguiu arrumar outro emprego?
FREDERICO – Não. Vagas de emprego nos dias atuais, estão bem difíceis.
THOMAS – Devo confessar, que foi meio difícil administrar aquela empresa lá sozinho.
FREDERICO – (brinca) Eu disse que tinha uma serventia lá.
THOMAS – Pior que é verdade. Eu tenho uma proposta para te fazer, e quero que você pense muito bem, antes de me responder.

Continua no Capítulo 54…

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