“Terei que Partir Novamente”

 

Dia Seguinte…

[CENA 01 – CASA DO FELIPE/ Q. DA ALICE/ DIA]
(Viviane entra no quarto da Alice)
VIVIANE – Posso entrar filho?
FELIPE – Claro mamãe. Ela está dormindo já.
VIVIANE – Você está se saindo um ótimo pai, sabia!?
FELIPE – Obrigado, mamãe. O que a senhora quer?
VIVIANE – O Paulo me disse que viu a Luana trabalhando em uma loja.
FELIPE – O linguarudo já contou para senhora?
VIVIANE – Contou e queria saber o que você acha disso?
FELIPE – Eu não acho nada. Ela é independente agora, pode fazer o que quiser da vida dela.
VIVIANE – E você poderia me acompanhar até essa loja? Precisando comprar uns sapatos novos.
FELIPE – Não vou poder. Tenho ensaio com o pessoal da banda, testar os equipamentos para o show de hoje. Mas, já que a senhora que ir até a loja onde a Luana está trabalhando, porque a senhora não vai com o Paulo? Não foi ele quem disse onde ela trabalhando!
VIVIANE – Bom ideia. Vou chamá-lo para ir comigo.

[CENA 02 – APARTAMENTO DA CAMILA/ COZINHA/ DIA]
CAMILA – O Gustavo já deve está no aeroporto com à Ana. Ele poderia ter deixando a gente se despedir melhor da menina.
ADRIANA – A Ana não vai para lugar nenhum.
CAMILA – E o que te faz ter essa certeza? (Adriana não responde, e continua tomando seu café) Você pode me dizer, pelo menos para onde você foi ontem, quando o Junior chegou?
ADRIANA – Vamos. Está na hora, tenho uma prova logo na primeira aula, não posso perder. (toma o último gole da sua xícara, à coloca em cima da pia, pega sua bolsa e vai até a porta) Você não vem? (Camila coloca sua xícara na pia, e sai)

[CENA 03 – CASA DA CARLA/ COZINHA/ DIA]
ROSÁRIO – O Junior ainda não levantou?
CARLA – Não e nem tive coragem de ir vê-lo. Imagino que deve estar dormindo, então decide deixá-lo quieto. (Junior vem descendo as escadas, com uma mochila nas costas)
CARLA – Junior que bom que levantou. Que mochila é essa?
JUNIOR – Obrigado pelo o acolhimento Carla, mas não tem mais nada para fazer aqui.
CARLA – Você vai para onde?
JUNIOR – Vou para minha cidade natal. Pensei que voltaria para minha cidade com minha filha, mas, ela não está aqui. Provavelmente, deve estar indo direto pra Nova York agora.
ROSÁRIO – E você acha que indo embora irá amenizar o que está sentido!
JUNIOR – É o que eu espero. Obrigado pela hospedagem, Carla.
CARLA – De nada, Junior. Bom, você quem sabe, por que se quiser passar mais um tempo aqui…
JUNIOR – Não, realmente tenho que ir.
CARLA – Então tá. (Carla o abraça) Se decidi visitar o Rio novamente, sabe onde nós procurar.
JUNIOR – Eu sei. (Junior abraça Rosário. E depois caminha até à porta)
CARLA – Você não quer que a gente te acompanhe…
JUNIOR – Não precisa. O Pedro precisa da mãe dele aqui.
CARLA – A Joana ficaria muito orgulhosa de você. Eu entendo agora porque minha amiga se apaixonou por um cara incrível como você, Junior.
JUNIOR – Obrigado. (sem mais palavras, Junior abre à porta, e fica surpreso com o que encontra) Filha? (Gustavo aparece na porta segurando Ana)
GUSTAVO – Podemos conversar?

[CENA 04 – SHOPPING/ DIA]
(Sérgio está andando no shopping, quando passa em frente a loja onde Luana trabalha, não acreditando no que ver, decide entrar na loja)
LUANA – Você não acha que está na loja errada?
SÉRGIO – Eu só queria acreditar naquilo que meus olhos estavam vendo. Começou à trabalhar aqui quando?
LUANA – Essa semana.
SÉRGIO – Quem diria.
LUANA – Está surpreso por quê? Nunca viu uma garota trabalhar?
SÉRGIO – Vi, mas se a garota é você, tem que ficar surpreso. Fala sério, qual é a piada?
LUANA – Não tem piada. Realmente estou trabalhando aqui.
SÉRGIO – Sei. É, não é difícil acreditar, agora que você se separou do Felipe, talvez precise de dinheiro.
LUANA – Se você não veio comprar nada, então é melhor ir procurar a loja adequada para você.
SÉRGIO – Eu vou mas antes, você tem que aceitar o convite de almoçar comigo?
LUANA – O que te faz achar que vou aceitar?
SÉRGIO – Bem, imagino que você começou trabalhar agora, não está podendo gastar muito dinheiro e para economizar tempo no horário de almoço o mais sensáto é você aceitar meu convite, afinal, eu que vou pagar.
LUANA – (ri) Você vai pagar?
SÉRGIO – Qual a piada agora?
LUANA – Nenhuma. Como minha gerente está começando a observar a nossa conversa, vou aceitar seu convite.
SÉRGIO – Claro que vai. (ri) Estarei te esperando no banquinho perto da lanhonete. (Sérgio sai da loja e Luana demostra um sorriso)

[CENA 05 – CASA DA CARLA/ SALA/ DIA]
(Junior está com sua filha nos braços, quando ele e Gustavo estão sozinhos na sala conversando)
JUNIOR – O que você está fazendo aqui? Você não ia viajar de volta pra Nova York?
GUSTAVO – Ana não vai para Nova York. Ela vai ficar com você, Junior!
JUNIOR – Mas, a guardar dela…
GUSTAVO – Eu já conversei com o meu advogado e ela é sua novamente.
JUNIOR – Não estou entendo?
GUSTAVO – Quando a audiência terminou ontem. Eu recebi uma visita no meu apartamento.
(Gustavo lembra de ontem…)
“[APARTAMENTO DO GUSTAVO/ SALA/ DIA]
GUSTAVO – Seu amiguinho deve ter contado que perdeu a guarda da menina?
ADRIANA – Você não pode levar ela da gente.
GUSTAVO – Posso sim, a justiça me permite isso.
ADRIANA – Você não vai sabe cuidar dessa menina, Gustavo. Você é muito ocupado lá em Nova York. Trabalha, faz faculdade, como vai dar atenção para está criança?
GUSTAVO – Babá existe para isso.
ADRIANA – A questão, que você está fazendo isso não é por causa da Joana ou do Junior. Você está fazendo isso, por minha causa. Você não superou a gente ter ficado e eu ter dispensado você logo em seguida.
GUSTAVO – Eu já superei esse passado, Adriana.
ADRIANA – Não superou. Você pode até ter uma raiva do Junior, mas não é por que ele se casou com a Joana. E sim, porque ele gosta de mim.
GUSTAVO – Eu não estou nem aí pra você, Adriana. Aquele cara não vai ficar com essa menina. E eu tenho raiva do Junior sabe porquê? Porque ele e você traíram a única pessoa que eu amava. Vocês dois trairam minha irmã, ela morreu sem saber que vocês mantinha um caso escondido.
ADRIANA – Do que você está falando? Eu e o Junior ficamos somente uma vez. Confesso que trair sim à Joana, mas logo em seguida fui embora da vida dela e deixei os dois sozinhos. O Junior se casou com ela e o amor dos dois, resultou em um fruto lindo, que foi à Ana. O Junior ama essa menina e se ele a perder, o mundo dele vai acabar.
GUSTAVO – Eu não estou entendendo porque você quer que ele fique com ela? Sem a menina, o Junior pode ficar livre das lembranças da minha irmã, e vocês finalmente vão poder viver o casinho de vocês.
ADRIANA – Não há nada, entre eu e o Junior. E jamais pode haver, porque o Junior ama à Joana. Eu não vim aqui para te convencer disso. Eu vim para você voltar nessa história e devolver a guarda para ele.
GUSTAVO – Perdeu seu tempo. Eu não vou voltar atrás.
ADRIANA – Vamos fazer um acordo então?
GUSTAVO – Não quero acordo nenhum com você. Se você me dar licença.(caminha até a porta)
ADRIANA – Eu vou embora da vida do Junior, da vida Ana e você devolve a guarda para ele.
GUSTAVO – O que te faz achar que vou aceitar esse seu acordo?
ADRIANA – Porque o seu problema não é com o Junior e sim comigo. E mesmo que o assunto, não seja comigo, pense na sua irmã. O desejo da Joana seria sem dúvida, que a Ana ficasse com o pai. Porque mesmo você não gostando, ela o amava.
GUSTAVO – Está perdendo seu tempo. (Gustavo abre a porta para Adriana se retirar)
ADRIANA – Eu sumo da vida deles, se você voltar atrás. Pensa bem nisso.  (vai embora. Gustavo fecha à porta, e senta no sofá pensativo)”
(de volta para a casa da Carla)
GUSTAVO – Eu refleti e realmente não teria como cuidar da Ana. Fico pouco tempo em casa e a menina não precisa crescer em um lar ausente. Então, ela vai ficar com você, Junior. (Pega uma mochila que tinha colocado ao lado) E isso é para ajudar, até você encontrar um emprego fixo.
JUNIOR – O que é isso? (pega a mochila, abre e encontra dinheiro dentro) Desculpa, mas não posso aceitar.
GUSTAVO – Por favor, aceita. Vai ajudar você, vai ajudar nas despesas dessa casa, para comprar coisas para ela.
JUNIOR – (pensa um pouco, ver que a situação está difícil e acaba aceitando) Eu aceito, mas é por ela.
GUSTAVO – Tenho que ir agora. Ela não vai viajar, mas eu vou. Será que posso… me despedir.
JUNIOR – Claro. (Junior entrega Ana para Gustavo. Gustavo abraça a menina e se emociona, mas logo disfarça e entrega de volta para Junior)
GUSTAVO – Cuide bem dela.
JUNIOR – Pode deixar, que isso faço deste que ela nasceu. (Gustavo não diz mais nada, pega sua mochila e vai embora. Junior o acompanha até a saída) Boa viagem.
GUSTAVO – Obrigado.

[CENA 06 – SHOPPING/ DIA]
(Sérgio e Luana estão almoçando em uma lanchonete, próximo à loja onde ela trabalha)
SÉRGIO – E sua filha?
LUANA – Ela está bem. Decidimos que ela ficasse com o pai, pois ele tem mais recursos.
SÉRGIO – Lógico. Se eu fosse o pai dela, também não deixaria que faltasse nada.
LUANA – Claro, depois que arrumar uns dois empregos e encontrar uma casa com um aluguel em conta, quem sabe.
SÉRGIO – Você acha que sou tão pobre assim?
LUANA – A não ser que você tenha ganhado na loteria e está pagando esse almoço para me mostrar isso?
SÉRGIO – (ri) Não. Mas se eu fosse o pai da sua filha, ela iria adorar crescer em uma das fazendas da minha família.
LUANA – (surpresa) Fazendas?
SÉRGIO – Isso, o Felipe não é o único cara rico. Minha família é produtora de café e tem hectares e hectares de café, que exportam mundo inteiro.
LUANA – (mais surpresa) Mundo inteiro?
SÉRGIO – Isso, minha família é uma grande exportadora de café, tanto aqui para o Brasil, como para o mundo inteiro. Provavelmente este café que eu estou tomando, seja da minha família.
LUANA – Não vou cair nessa.
SÉRGIO – Não estou tentando te convencer em nada.
LUANA – Então por que você nunca me contou isso antes?
SÉRGIO – Você nunca me perguntou!
LUANA – E por que você mora naquele apartamento, dividindo com mais outros dois caras? Se você tem tanto dinheiro assim, poderia morar em um apartamento muito melhor que aquele.
SÉRGIO – É que não ligo muito para isso. Prefiro à simplicidade.
LUANA – Sei, e ainda quer que eu caia nessa. Tenho que ir agora, minha hora de almoço está terminando. Obrigada pelo convite. (Luana se levanta da mesa, volta para seu trabalho)

Dias depois…

[CENA 07 – CASA DA CARLA/ SALA/ DIA]
JUNIOR – Nem acredito. Finalmente consegui um emprego, graças a Deus.
CARLA – Parabéns, Junior! Parece que aquela fase ruim passou. (o abraça)
JUNIOR – É. Não perdi minha filha, arrumei um emprego, logo recebo meu primeiro salário e ajudo com as despesas.
CARLA – Não se preocupa com isso, você ajuda quando puder. (Rosário e Roberta vem descendo as escadas com suas malas) Oh madrinha. (a abraça) Porque vocês não ficam mais um pouco?
ROSÁRIO – Não podemos, filha. Temos nossa casinha também lá em São Paulo e ela deve estar precisando de mim.
CARLA – Querem que acompanhe vocês até a rodoviária?
ROSÁRIO – Não precisa.
ROBERTA – É Carla, já que a rodoviária é apenas umas quadras daqui, não precisa.
ROSÁRIO – A gente vai pegar um táxi filha. Você tem que ficar cuidado do seu filho.
CARLA – Vou acompanhar vocês até a porta pelo menos.
ROSÁRIO – (caminha em direção ao Junior) Tchau filho. Continue sendo esse pai fantástico para sua filha.
JUNIOR – Isso a senhora pode ter certeza. Boa viagem. (Carla acompanha Roberta e Rosário até a porta, se despendem novamente e elas vão embora)

[CENA 08 – APARTAMENTO DA CAMILA/ SALA/ DIA]
CAMILA – Eu ainda não consigo acreditar que o Gustavo voltou nessa história.
ADRIANA – Ele fez por mim!
CAMILA – Como assim?
ADRIANA – Naquele dia da audiência, fui até o apartamento do Gustavo e fiz uma proposta para ele.
CAMILA – Que proposta?
ADRIANA – Que ele voltasse atrás nessa história de tomar à guarda da menina, e a devolvesse para o Junior, que eu sumiria da vida deles.
CAMILA – Espera, mas porque você faria isso… Ah, lembrei. Você e ele ficaram anos atrás…
ADRIANA – O Gustavo tinha essa implicância com o Junior não porque ele casou com à Joana. Mas sim, porque ele gosta de mim.
CAMILA – E o Gustavo estava com ciúmes. (Adriana confirma com a cabeça) Sabia que cedo ou tarde essa sua vida de ficar com um e no dia seguinte jogar fora não iria acabar bem. Então, já que ele voltou atrás, você…
ADRIANA – Vou ter que sumir da vida do Junior e da Ana.
CAMILA – Está pensando em ir embora novamente?
ADRIANA – É o único jeito, Camila. Ou o Junior perde à Ana.
CAMILA – Não. Espera, você não pode fazer isso. Você acabou de voltar, Adriana. Retomou à faculdade agora! Não pode larga tudo de novo.
ADRIANA – Eu preciso, Camila. O Gustavo cumpriu à parte dele, preciso cumprir à minha. Vou trancar a faculdade hoje e talvez amanhã, vou embora.
CAMILA – Pensa em se despedir do Junior?
ADRIANA – Não. Ele não pode saber disso. Você não deve contar para ele. Na verdade, para ninguém.
CAMILA – Mas, dessa vez você vai manter contato, né? Não vai sumir igual da outra vez.
ADRIANA – Vou, dessa vez vou te manter informada. (Camila à abraça)

[CENA 09 – CASA DA CARLA/ COZINHA/ DIA]
(Camila está na cozinha, conversando com Junior)
CAMILA – Ele não contou por que mudou?
JUNIOR – Não. Simplesmente, disse que a Adriana o visitou, os dois conversaram, ele refletiu e viu que o certo é ela ficar comigo.
CAMILA – Então, a Adriana que foi à responsável?
JUNIOR – Foi. Ela não quis vir?
CAMILA – Ela ficou estudando.
JUNIOR – Queria agradecer ela por todo o apoio e ajuda que ela deu para mim e à Ana.
CAMILA – E cadê à Ana? Quero ver aquele rostinho fofo dela de novo? Pensei que se ela fosse para Nova York nunca mais iria vê-lo novamente.
JUNIOR – Ela está no quarto dormindo. (Ana acorda) Quer dizer, estava dormindo. Estou indo filha. (corre para o quarto)
CARLA – Você viu?
CAMILA – Vi. Será que ainda há algo entre esses dois?
CARLA – Junior pode dizer que gosta da Joana, mas ele ama mesmo é à Adriana.
CAMILA – Também sempre acreditei nisso.

[CENA 10 – SHOPPING/ DIA]
(Sérgio entra na loja onde Luana está trabalhando e aparece de surpresa ao lado dela)
SÉRGIO – Oi.
LUANA – Você sempre se engana de loja, né?
SÉRGIO – Talvez não. Talvez entrei aqui de propósito.
LUANA – É, mas se você não for comprar nada, é melhor sair. Minha gerente, já percebeu essas suas visitas.
SÉRGIO – Dessa vez vim comprar um sapato.
LUANA – Para você?
SÉRGIO – Não. (ri) Para uma garota especial.
LUANA – Por aqui. Você sabe, o tamanho que ela calça?
SÉRGIO – Não tenho ideia. Mas o pé dela é lindo e acho que esse aqui vai servir. (aponta para um que estava sobre algumas caixas)
LUANA – Esse aqui?
SÉRGIO – É.
LUANA – (pega o sapato) Bem, é bom você trazer essa garota aqui, para testar o sapato, vai que não serve.
SÉRGIO – Serve sim, tenho certeza. (ele pega o sapato das mãos dela. A empurra até uma poltrona ao lado, até que ela se senta)
LUANA – O que tá fazendo seu maluco? (ele ajoelha, levanta o pé dela, tira o sapato que ela estava usando e coloca o novo) Serviu certinho. O que achou?

Continua no Capítulo 69…

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