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Capítulo 28

CENA 01. BELLATEX. RECEPÇÃO. INT. DIA.

Continuação da última cena do capítulo anterior. Helena conversa com duas mulheres sobre a notícia da prisão de Solange. Sabrina e Virgínia chocadas com o que ouvem.

SABRINA (surta)
Não pode ser. Minha irmã pode ser tudo, menos criminosa. Quero ver minha irmã. Me tirem daqui! (sai correndo)

VIRGÍNIA
Volta aqui, Sassá! Aonde é que você vai?

HELENA
Vai atrás dela, filha. (Virgínia obedece)

MULHER 1
É irmã dela mesmo?

HELENA
Pior que é sim. Vocês me dão licença? Obrigada.

Helena também sai apressada. As duas mulheres ficam perplexas.

CENA 02. APARTAMENTO NELSON. SALA. INT. DIA.

Sérgio e Ângela assistem à conversa entre Ivan e Letícia.

IVAN
Foi exatamente o que você ouviu. Vim pra me vingar dos responsáveis pela morte do meu filho.

LETÍCIA (revoltada)
Pra isso, se achou no direito de manipular todos nós? De destruir a família da Helena? E ainda usa o nome do seu filho pra se justificar? Pra mim, isso não tem nome. Agora você conseguiu se mostrar pior do que a Solange.

ÂNGELA
Letícia, você está sendo injusta..

IVAN (corta)
Deixa, Ângela. Minha intenção nunca foi prejudicar ninguém, a não ser quem merecia de fato. Se você se sentiu usada, peço perdão. Se é que um dia vai me perdoar. Talvez quando tiver um filho, e alguém fizer mal a ele. Aí você vai me entender. Para defender um filho, um pai ou uma mãe é capaz de qualquer coisa. Até de matar, se for preciso. E não é por falta de caráter, porque graças a Deus isto eu tenho. Ou pelo menos procuro ter.

LETÍCIA
Muito bonito o seu discurso, mas não me convence.

IVAN
O seu pai me procurou no dia do escândalo na festa. Sabe o que ele queria? Participar do plano que você chama de “um mau caráter usando as pessoas”. Doutor Nelson está envolvido até o pescoço no plano. Aí você vai me perguntar como seu pai pôde se sujeitar a tamanha baixaria.

LETÍCIA
Me poupe dos detalhes sórdidos. Vou dar uma saida. Quando eu voltar, quero essa casa vazia e arrumada. E espero nunca mais ver a sua cara.

Letícia se vira para sair. Quando ela quase chega à porta, Ivan completa.

IVAN
Ele queria vingar a maldade que fizeram contra a filha. (ela para de andar; pausa) O quê que você queria? Que eu ficasse enfornado e chorando pelos cantos da mansão de Petrópolis, vendo meu filho difamado pra sempre? Que eu confiasse na justiça incompetente que, na primeira oportunidade, iria condenar o Mário? Que eu visse a Solange ou sei lá mais quem levar outras famílias à ruína? (Letícia se vira para ele) Tudo que fiz, foi pensando no bem de todos. (chora) Errei, sim. Muitas vezes. Traí. Menti. Usei as pessoas, como você mesma disse. Mas saiba que nunca tive a intenção de… (chora compulsivamente)

SÉRGIO
No começo, eu também fui contra essa loucura de vingança, Letícia. Não reconheci meu melhor amigo, quando ele me propôs o plano. Mas hoje, não sei se haveria melhor solução.

ÂNGELA
A Solange estava merecendo uma lição fazia tempo.

SÉRGIO
Tem outra coisa: foi ela que seduziu o Marcos e armou a história de estupro no banheiro, no dia da exposição. Foi ela que te mandou a mensagem em nome dele. Nosso detetive conseguiu provas. Se quiser, depois ele te mostra. Ela queria acesso livre à riqueza da Helena, e o Marcos era a maneira mais fácil de conseguir.

LETÍCIA
Mas ela é muito ordinária! Que vontade de… Ivan, eu ainda não concordo com o que você fez, mas tô vendo que está arrependido…

IVAN (corta)
Arrependido, não. Jamais. Faria tudo de novo, pelo Mário e somente por ele. Enfia isso na tua cabeça.

CENA 03. SÃO PAULO. PRAÇA. EXT. DIA.

Sabrina chora sentada num banco. Virgínia a alcança e consola. As duas se abraçam. Instantes depois, Helena também se aproxima e conversa com Sabrina.

HELENA
Meu bem, você correu daquele jeito. E se…?

VIRGÍNIA
Também pudera, mãe. Ouvir daquele jeito que a Solange foi presa.

HELENA
Infelizmente o que falaram é verdade, sim. Enquanto estava vindo pra cá, muita gente comentou que sua irmã foi pega roubando o banco pelo computador. Eu mesma fui vítima dela.

SABRINA
Como ela pôde? Que ódio!

HELENA
Calma, Sabrina. Não adianta ficar assim, se lamentando. Levo vocês pra casa. Vocês ficam fazendo qualquer coisa, enquanto eu resolvo o que preciso com a Solange.

SABRINA
Eu quero ver minha irmã.

HELENA
Numa hora mais tranquila. Ela ainda vai depor pro delegado, e fazer mais uma série de coisas. Isso demora um pouco. Filha, fica com ela, que eu vou buscar o carro na empresa.

VIRGÍNIA
Tá bom, mãe.

Virgínia consola Sabrina, enquanto Helena se afasta.

CENA 04. DELEGACIA. SALA DELEGADO. INT. DIA.

Policiais entram com Solange algemada. Um deles a joga sentada na cadeira.

POLICIAL
Um presente pro senhor, doutor delegado. Ladra virtual. Pega em flagrante.

DELEGADO
Vejam só! Dona Solange Albuquerque Diniz me surpreendendo. Aquela gata chorona e carente, no fundo, é uma sem-vergonha.

DELEGADO
Qual é o delito?

POLICIAL
Roubo virtual, acusação sem provas, indução ao suicídio de Mário Rangel e suspeita de assassinato de Pedro Valadão.

SOLANGE
Vão ter que provar tudo isso aí! Chama a Ângela! O Ivan! Foram eles que armaram contra mim, que eu sei. Miseráveis!

DELEGADO
Eles serão chamados com certeza. Mas agora é você que vai responder algumas perguntas. E se mentir… mais tempo de cadeia por falso testemunho. Piranha, você foi pega com arpão.

CENA 05. APARTAMENTO IVAN. SALA. INT. NOITE.

Letreiro: “Horas depois”. Ivan ao telefone, falando com Alberto.

IVAN
Já estava com saudade, Alberto. Como vão as coisas aí?

ALBERTO (voz)
Como sempre na mais perfeita tranquilidade.

IVAN
Ótimo. Lembra do motivo pelo qual vim pra São Paulo?

ALBERTO (voz)
Infelizmente. Tenho acompanhado pelos jornais.

IVAN
Pois é. Já estou terminando minha missão por aqui. Descobri o culpado, e ele já está preso. Ele, não. Ela. Era a noiva.

ALBERTO (voz)
Sim, a Solange. Como você descobriu?

IVAN
Não foi difícil. Ouvi a safada vomitando o que fez, e logo depois consegui as provas materiais. Falta pouco pro nome do Mário ficar limpo. Quando tudo isso acabar, voltamos pra aí.

ALBERTO (voz)
Voltamos?

IVAN
Sim, eu e meu filho. Ele vai repousar pra sempre, perto de mim. Quer dizer, aí perto de casa.

ALBERTO (voz)
Pelo menos ele não corre o risco de ser… bem, li a notícia no jornal sobre o túmulo.

IVAN
Aquele desgraçado do Raul quis se vingar no meu filho. Se ele acha que vai me intimidar… Alberto, deixa eu desligar. Ainda tenho que passar na delegacia. Falar o que está atolado na garganta há muito tempo. Mando notícias.

ALBERTO (voz)
Cuidado, doutor Ivan.

IVAN
Até mais!

Ivan desliga o telefone. Olhar vingativo.

CENA 06. DELEGACIA. CELA FEMININA. INT. NOITE.

Uma policial leva Solange para a cela. Gritos de duas presidiárias. Magda em outra cela.

PRESIDIÁRIAS
Olha só! Vem cá, gostosa!

POLICIAL MULHER (a Magda)
Tem companheira nova, secretária! Não é a mulher que te meteu aqui dentro?

A policial abre a grade e joga Solange dentro. Tranca a cela e sai do local. Solange revoltada e vingativa.

MAGDA
Solange?

SOLANGE (se levanta)
Você, sua…?

MAGDA
Então quer dizer que foi você que armou pra me botar na cadeia? Que roubou a Helena? Que matou o Pedro? Você é a pessoa mais ordinária que já conheci.

SOLANGE
E vai fazer o quê? Vai me matar? Tenta, preta suja!

MAGDA (esbofeteia Solange)
Pois é de uma preta suja, como você diz, que vai apanhar. Racista!

Magda dá outro tapa, jogando Solange no chão. Senta-se sobre esta e continua a sucessão de tapas. Depois se levanta e dá alguns chutes em Solange. As outras presidiárias gritam da outra cela

PRESIDIÁRIAS
Porrada! Porrada!

MAGDA
A partir de agora você não acaba com a vida de mais ninguém. Desgraçada! Ordinária!

Solange solta sangue pela boca e pelo nariz. Contorce-se de dor. A policial volta à cela.

POLICIAL MULHER
Que gritaria é essa? (vê Magda e Solange) Você acabou com ela.

A policial sai para chamar socorro. CAM em Solange.

CENA 07. APARTAMENTO VLAD. SALA. INT. DIA.

Vlad e Letícia entram.

VLAD
Mas no final deu tudo cêrto.

LETÍCIA
Você podia ter morrido, Vlad. A Solange é capaz de qualquer coisa. E se a polícia não…?

VLAD
O plana non tinha como dar errada. Ivan pensou em tudo.

LETÍCIA
Não me conformo com o Ivan ter te usado. Ele não podia.

VLAD
Por que non? A causa dele é muito justa. Ele já non te explicou?

LETÍCIA
Já, claro que já. Mas é que fico com medo de te perder.

VLAD
Você non vai me perder. Tira esses minhocas da cabeça. Por que non aproveita que a Solanja está presa e passa a pensar só na gente?

LETÍCIA
Até que não é uma má ideia. O que tem pra hoje?

VLAD
Restorante russa. Hoje vai apresentar um cantor russa que está de passagem pela Brasil.

LETÍCIA
Só aceito, depois de um bom banho.

CENA 08. APARTAMENTO VLAD. BANHEIRO. INT. NOITE.

Sonoplastia: Lost On You – LP. Vlad e Letícia debaixo do chuveiro, aos beijos. Transam ali mesmo – durante alguns segundos mostra os dois se beijando na boca; e depois Vlad chupando o pescoço de Letícia. Closes alternados nas expressões de prazer em cada um.

CENA 09. DELEGACIA. RECEPÇÃO. INT. NOITE.

Helena sentada à espera de notícias de Solange. O delegado se aproxima.

HELENA
Até que enfim, doutor. Não via a hora de falar com aquela… Já posso entrar?

DELEGADO
Infelizmente não, dona Helena. Aconteceu um imprevisto.

HELENA
Não vai me dizer que ela está incomunicável.

DELEGADO
Pior. Ela está indo para o hospital agora. Apanhou muito de outra presa, a sua ex-secretária. Tá toda acabada.

HELENA
Da Magda? Meu Deus! Será que minha nora perdeu o…?

DELEGADO
Sugiro que volte outra hora, dona Helena. Passar bem.

HELENA
Mas doutor…

O delegado sai sem lhe dar atenção. Helena se vira para sair, quando dá de cara com Ivan.

IVAN
Helena?

HELENA
O que você quer? Rir da nossa desgraça mais uma vez? Perdeu seu tempo. Com licença.

IVAN
Helena, me ouve… (ela sai) Droga!

POLICIAL (se aproxima)
A gostosinha tá indo pro Hospital Central. Sabe onde é?

IVAN
Sei sim. Te devo uma. Mas antes eu queria dar uma palavrinha com a Magda. Será que é possível?

POLICIAL
Acho que não. Foi ela que deu um corretivo na outra, aí o delegado proibiu visitas pra ela hoje.

CENA 10. MANSÃO HELENA. SALA. INT. NOITE.

Helena entra nervosa. Nágila se aproxima dela.

NÁGILA
Boa noite, dona Helena. Soube que prenderam dona Solange. A senhora foi lá na delegacia? Como foi?

HELENA
Pior, impossível. Solange foi colocada na mesma cela da Magda. Acabou apanhando e está indo pro hospital.

NÁGILA
Mas e o bebê?

HELENA
Ainda não sei, Nágila. O delegado sequer me deu atenção. E pra pior, adivinha quem encontrei lá? Ivan. Uma situação desagradável.

NÁGILA
A senhora não deu confiança pra ele. Deu?

HELENA
Claro que não. Nágila, manda as empregadas prepararem um bom banho de sais. Preciso descarregar as péssimas energias desse homem.

NÁGILA
Sim, senhora. Aviso quando a banheira estiver pronta.

Helena entra na biblioteca. Em seguida, Marcos entra pela porta.

NÁGILA
Boa noite, filho. Digo: doutor Marcos.

MARCOS
Boa noite, Nágila. Vou subir. Tive um dia cheio hoje na empresa, e só quero descansar.

VIRGÍNIA (surge no alto da escada)
Pode dar meia volta e ir pro hospital, porque a bandida da sua mulher está lá. Foi presa e a Magda deu porrada nela.

NÁGILA
Virgínia, isso lá é jeito de falar da sua cunhada?

MARCOS
Isso é verdade, Nágila?

VIRGÍNIA
Claro que é, Marcos. Você não vê jornal, não? Internet?

MARCOS
Pois vou agora mesmo ver que merda é essa. Qual é o hospital?

VIRGÍNIA
O Central. Pela hora, já deve ter chegado.

CENA 11. HOSPITAL. CORREDOR. INT. NOITE.

Sonoplastia: suspense. Enfermeiros levam Solange na maca. Ela se contorce de dores. Duas policiais estão com eles. Ângela aparece no corredor e fica passada ao ver Solange. Chama um colega.

ÂNGELA
O que é aquilo?

ENFERMEIRO
A moça? Apanhou na prisão e chegou aqui cheia de dores. Parece que tá grávida.

ÂNGELA
Grávida? Jesus amado!

CENA 12. APARTAMENTO NELSON. ESCRITÓRIO. INT. NOITE.

Nelson e Valdir conversam à mesa.

NELSON
Magda perdeu todas as chances de sair da prisão. Agora que Solange confessou os crimes, ela me dá na telha de agredi-la grávida.

VALDIR
Mas agora ela só responderá pela agressão e pelo possível aborto. A pena vai diminuir bastante, com ela livre das outras acusações. De toda forma, ela sai ganhando.

NELSON
O Mário também está prestes a ser inocentado. Não vai trazê-lo de volta, mas com certeza o Ivan vai ficar em paz.

VALDIR
Já a Solange vai comer o pão que ela mesma amassou.

NELSON
Verdade. Mas vamos mudar de assunto. Como vão as documentações dos gregos?

VALDIR
Até agora, tudo em ordem… (em FADE)

CENA 13. HOSPITAL. CORREDOR. INT. NOITE.

Ângela conversa com Ivan sobre Solange.

ÂNGELA
Não teve jeito. Ela perdeu muito sangue. O bebê já era.

IVAN
Não me fala isso, que…

ÂNGELA
Não se compare a ela, Ivan! Você amava o seu filho, sim. Já ela nem se importava o que estava esperando.

IVAN
Esse filho podia ser meu.

ÂNGELA (chocada)
Como é que é? Ivan, você não se precaveu…?

IVAN
Era parte do plano. Depois que a ouvi dizer que causou a morte do Mário, só pensava numa maneira de ela se lembrar de mim e do Mário pra sempre: um filho.

ÂNGELA
E você já parou pra pensar que ela poderia abortar a criança, se descobrisse que você fez isso? E se a criança nascesse, ela poderia matá-la depois.

IVAN
Não, se eu o pegasse antes.

ÂNGELA
Isso se fosse seu mesmo. Você sabe que ela anda com tudo que é homem.

IVAN
Nada que um exame de DNA não pudesse resolver. (pausa) Você me disse que ela perdeu sangue e que precisa de doação. Qual é o tipo?

ÂNGELA
A negativo, por quê?

IVAN
O mesmo que o meu.

ÂNGELA
Você não está pensando em…

IVAN
Estou pensando o mesmo que você.

CENA 14. HOSPITAL. RECEPÇÃO. INT. NOITE.

Letreiro: “Uma hora depois”. Marcos entra apressado.

MARCOS
Boa noite. Sou o marido da Solange Diniz.

RECEPCIONISTA
Só um minutinho. (verifica) Quarto 413. Por ali. (aponta)

MARCOS
Obrigado.

Anda por alguns metros. Ângela o encontra quando ele está quase virando para o corredor.

MARCOS
Você não é aquela enfermeira…

ÂNGELA
Sim, eu mesma.

MARCOS
Você sabe alguma coisa da minha mulher, a Solange?

ÂNGELA
Sei sim. Me acompanhe até a sala do médico. Ele vai conversar com você.

CENA 15. HOSPITAL. SALA MÉDICO. INT. NOITE.

Marcos ansioso. Conversa com Ângela e o médico.

MÉDICO
Infelizmente o seu filho não resistiu. Sinto muito.

MARCOS
E como ela está agora?

MÉDICO
Muito fraca. Perdeu muito sangue. Mas ela já vai receber uma transfusão de sangue, então vai se recuperar bem.

ÂNGELA
Acredito que você já saiba o que ela fez com você e sua família.

MARCOS
Sim, já soube. Mas isso não importa agora. Só consigo pensar no meu filho. Meu filho! (chora)

Ivan bate à porta e entra.

IVAN
Com licença. O enfermeiro pediu pra…

Marcos vê Ivan e é tomado por uma grande raiva.

MARCOS (grita)
Tudo isso é sua culpa!

Sonoplastia: suspense. Marcos dá um soco em Ivan. Ângela e o médico tentam detê-lo, mas Marcos consegue agarrar o pescoço de Ivan, prestes a enforcá-lo. Carrega Ivan assim mesmo pra mesa do médico. O médico vai até a porta e grita por ajuda. Ângela é empurrada ao chão. Ivan tenta tirar as mãos de Marcos do seu pescoço. Dois enfermeiros agarram Marcos, e Ivan consegue escapar.

MARCOS (grita)
Não se contentou em matar o próprio filho, e agora matou o meu.

Ângela leva Ivan para fora, antes que este responda a Marcos. Só depois, o médico manda os enfermeiros soltarem Marcos.

MÉDICO (tom)
Mais uma dessa, e eu chamo a polícia!

CENA 16. HOSPITAL. GARAGEM. EXT. NOITE.

Helena, Nágila e Sabrina saem do carro. Vão em direção à porta de entrada.

HELENA
É por ali. Vamos rápido!

CENA 17. HOSPITAL. ALA. INT. NOITE.

Ivan sentado numa cadeira, recuperando o fôlego. Ângela o acode.

ÂNGELA
O que foi isso, Ivan?

IVAN
Ele está revoltado com a morte do filho. Talvez eu agisse da mesma forma.

ÂNGELA
Não é o que parece. Ele queria te matar. Ele te odeia.

Marcos aparece e fica de frente para Ivan. Pega uma arma escondida na cintura, dentro do terno. Sonoplastia: suspense.

IVAN
Marcos, abaixa essa arma.

MARCOS
Só depois que acabar com o motivo da minha vida ter virado de cabeça pra baixo.

ÂNGELA
Não aja de cabeça quente, Marcos.

MARCOS (aponta a arma pra ela)
Se afasta! Agora!

Ela se afasta. Arma novamente apontada para Ivan. Um segurança tenta agir por trás de Marcos, mas ela faz sinal pra ele se afastar também. Ele obedece. Todas as pessoas assustadas em volta. Helena, Nágila e Sabrina entram e ficam apavoradas. Helena impede Nágila de correr em direção a Marcos.

IVAN
Marcos, abaixa a arma. Eu sei que fiz muito mal a você. Se me der uma chance de consertar…

MARCOS (corta; grita)
Cala a boca, canalha! (destrava a arma) Chegou a hora de dar um beijo no seu filho, no fogo do inferno.

Dedo de Marcos no gatilho. Close no olhar desesperado de Ivan. Som de tiro. Os olhos de Ivan se dilatam.

Efeito de fim de capítulo: imagem congela. Sonoplastia: rugido de leão.

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