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Capítulo 05

CENA 01. MANSÃO IVAN. SALA JANTAR. INT. DIA.

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior.

ALBERTO (assustado)
Você não pode estar falando sério? Doutor Ivan, você vai sujar ainda mais a memória do seu filho fazendo isso.

IVAN
Mais sujo de sangue do que já está, impossível. Não posso ficar aqui de mãos atadas, assistindo o nome do meu menino ser malhado como judas. Eu não aceito… (raiva) Eles não me conhecem, Alberto. Vou fazer todos se ajoelharem a meus pés.

ALBERTO
Isso se você não for destruído antes.

IVAN
Ninguém é capaz de derrotar um pai com sangue nos olhos. As hienas tentam comer os filhotes, mas o leão sempre põe pra correr. É a lei da natureza, Alberto.

Alberto com expressão mais assustada ainda, não reconhece o patrão. Ivan volta a comer. Expressão de ódio e rancor nos olhos.

CENA 02. MANSÃO HELENA. FRENTE. EXT. NOITE.

Sonoplastia: Viagem – Nova Era. Anoitece. Tempo nublado, próximo de chover.

CENA 03. MANSÃO HELENA. ESCRITÓRIO. INT. NOITE.

Helena e Raul discutem como sempre, de pé perto da mesa.

HELENA
Raul, já depositei uma boa quantia na sua conta, como você pediu. O que você quer mais? Não vê que tenho muito o que fazer?

RAUL
Helena, não seja injusta. Só vim te dar um beijo… Relembrar os velhos tempos… Você bem que podia voltar pra mim. Somos um casal perfeito.

HELENA
Perfeito? Mas é muita petulância você querer ficar comigo a essa altura. Estamos separados e não pretendo mudar isso. Nosso casamento não deu certo, lembra? Aliás, nem sei o que meu pai viu em você pra me obrigar a casar.

RAUL
Minha lábia. Charme, esperteza, savoir-faire…

Raul se aproxima devagar. Acaricia o pescoço dela e tenta beijá-la. Helena se esquiva.

HELENA
Nem tenta!

RAUL
Se faz de difícil, mas é só frescura. Você não resiste a mim. Nem a sua hóspede, aquela loira bonita, resistiu.

HELENA (irritada)
Você não teve a audácia de…

RAUL
E ela gostou. Dei carona a ela, se quer saber. Mas não se irrite. Ela não chega a seus pés.

Raul aproxima-se novamente e desta vez consegue beijá-la. Tenta desabotoar a blusa de Helena. Ela se esquiva e dá um tapa nele.

HELENA
Abusado! Sai da minha casa agora, antes que…

RAUL (corta, cínico)
Admite que você gostou. Amor, se você voltar pra mim, prometo fazer da sua vida um ninho de amor.

HELENA (grita)
Já falei FORA!!!!!

RAUL
Tá bom, eu vou. Mas não pensa que vai se livrar de mim tão cedo.

Raul manda beijo e sai. Helena irritada.

CENA 04. MANSÃO HELENA. SALA. INT. NOITE.

Raul em direção à saída; cantarola. Solange entra e dá de cara com ele. Raul galanteia a moça.

RAUL
Você de novo? Que surpresa?

SOLANGE
É, acabei de voltar lá de casa. Tem mais alguém aqui?

RAUL
Só a deusa. Digo, a Helena. Eu a amo muito, mas como ela é teimosa! Você bem que podia me ajudar a reconquistar. Ela foi com sua cara. (olha-a de cima a baixo) E eu também.

SOLANGE (sorri)
Foi mesmo? Que sejamos bons amigos… (olha-o com desejo) ou… Vou subir. Foi bom te ver, Raul.

RAUL
Até mais ver. (ela sobe as escadas) Gostosa!

Raul sai feliz da vida.

CENA 05. MANSÃO HELENA. ESCRITÓRIO. INT. NOITE.

Helena conversa com Nelson no tablet, em chamada de vídeo. Ela está sentada na cadeira.

NELSON (vídeo)
Mas você não vai mesmo cobrar aqueles milhões da noiva dele?

HELENA
Como, Nelson? A moça nem sabia do roubo, esqueceu? Quanto mais onde Mário teria enfiado o dinheiro. Também acho covardia tomar do pai dele, por mais milionário que seja. Ele não merece pagar pelo crime do filho. Além do mais, a polícia vai descobrir onde está o dinheiro.

NELSON (vídeo)
E se não descobrir? Não dá para ser bom samaritano nessas horas. Como você mesma diz, é patrimônio da sua família. Cobre o homem e recupere seus bens. E depois, se descobrirem onde o roubo está, devolve a ele. Ele é o responsável pelos atos do filho morto.

HELENA
Também não é assim, Nelson. Se fosse com a Letícia, você gostaria de ser condenado pelos erros dela? Penso muito no meu filho, nessas horas. Não vamos atingir Ivan Rangel, e está decidido. Se o dinheiro for descoberto com ele, aí sim a gente age.

Virgínia entra para falar com a mãe.

VIRGÍNIA
Mãe, vou sair com umas amigas para aquela festa.

HELENA
Da Mayara Campos de Siqueira, não é? Podia ir com uma roupa melhor, não? Esse vestido é muito cafona.

VIRGÍNIA
Mãe, só vão as meninas lá da escola. Não vou me emperiquitar só pra isso. Tchau!

A menina sai. Helena continua a conversa com Nelson.

NELSON (vídeo)
Helena, deixa sua filha. É só uma festinha qualquer. Letícia também teve essa fase.

HELENA
Não deixo. Ela já está se tornando uma mulher, e tem que começar a agir como tal. E a sua filha sempre foi madura nessas coisas. Bonita e elegante, como boa moça de sociedade.

NELSON (vídeo)
Ah, tá? E por acaso você não lembra daquela fase gótica da Letícia? Toda de preto e com cabeça raspada? Pare de ser tão sisuda com tudo, Helena.

HELENA (desdém)
Vou tentar.

CENA 06. APARTAMENTO LETÍCIA. SALA. INT. NOITE.

Letícia e Marcos no sofá. Olham uma foto da fase gótica dela. Ele fica surpreso.

MARCOS
Não pode ser. Essa não é você.

LETÍCIA
Pode acreditar, sou eu mesma. Minha mãe ainda era viva. Ela ficava apavorada toda vez que eu raspava a cabeça, colocava esses piercings. (ri) Eram bons tempos. E você? Teve a fase de rebeldia?

MARCOS
Quem dera? Minha mãe nem deixava. Ela torce o nariz até pra música clássica da Vivi. Até hoje ela não sabe nem que fui ao puteiro com quinze anos. Ai, meu Deus, me desculpa, não devia…

LETÍCIA
Tudo bem, meu pai já me contou essa história umas quinhentas vezes. Ele e seu pai te levaram pra perder a virgindade com uma mexicana.

MARCOS
Doutor Nelson te conta essas coisas? Nossa…

LETÍCIA
Pior foi o dia em que ele esqueceu a porta do banheiro aberta. Eu estava morrendo de cólica. Corri pro banheiro e o flagrei to… fazendo aquilo. Que mico. (eles riem, ela volta para a foto) Então, nessa época aqui, eu dormia até em cemitério. Uma vez foi em cima do túmulo do pai de um ex-namorado. Outra vez, comemorei o aniversário de uma amiga na área dos indigentes, ouvindo Nightwish. São mil e uma histórias.

MARCOS
E eu sempre fui muito certinho. Bom aluno, boas notas, modelo de comportamento, modelo de empresário. Às vezes eu gostaria de fazer loucuras. Mas é o nome da rainha Helena do reino de Bellatex pesando nas minhas costas.

LETÍCIA
E o nosso casamento faz parte disso. (pausa) Me diz uma coisa. Se você pudesse, romperia nosso noivado?

CENA 07. SÃO PAULO. EXT. DIA.

Sonoplastia: Johnny Love – Metrô.

Letreiro: “Uma semana depois”.

Imagens do trânsito de São Paulo em alguns pontos. Tempo de sol.

CENA 08. APARTAMENTO SÉRGIO. SALA. INT. DIA.

Apartamento de luxo no Jardins. Sérgio sentado numa escrivaninha atrás do sofá, digitando um relatório no notebook.

SÉRGIO
Isso não está bom. Vou inverter os parágrafos. (toca a campainha) Mas quem será a essa hora? Hum… Tudo salvo.

Fecha a tampa do notebook e abre a porta. A princípio não reconhece o homem, mas logo se dá conta de quem é.

SÉRGIO
Ivan? É você mesmo?

IVAN
Sérgio! Há quanto tempo a gente não se via, meu amigo?

SÉRGIO
Há uns quinze anos. Desde que a Vera… Vamos, entra.

Ivan entra e abraça o outro. Sérgio fecha a porta. Ambos se sentam no sofá.

SÉRGIO
E então? Você sumiu desde então, não deu mais notícias. Como vai a vida lá em Petrópolis, naquele paraíso?

IVAN
A mesma vidinha simples numa casinha branca em meio ao mato. É um sonho. Qualquer dia te levo lá. Você nunca visitou, se eu me lembro bem.

SÉRGIO
Não mesmo. Soube que o Mário está aqui em São Paulo, como ele está?

Ivan fecha a cara, melancólico.

SÉRGIO
Ivan, que cara é essa? Vocês brigaram? Os dois sempre foram muito apegados.

IVAN
Você não soube, Sérgio? Saiu em tudo que é jornal, TV, site.

SÉRGIO
Não tenho estado com tempo pra ler nada. Estou até a goela de tanta coisa pra fazer. Um julgamento atrás do outro. (pausa) Não vai me dizer que…

IVAN
Da pior forma.

CENA 09. MANSÃO HELENA. PISCINA. EXT. DIA.

Solange está de roupão e óculos escuros. Senta num banco para pegar sol. Depois de um tempo, percebe que Marcos está na piscina.

SOLANGE
Ai, meu Deus, não vi você aí.

MARCOS
Não tenha medo. Vem, entra.

SOLANGE
Não deveria. Imagina se sua noiva pega a gente junto.

MARCOS
É só um banho de piscina, Solange.

Solange olha para um lado e outro, para ver se tem alguém por perto. Ela tira o roupão, ficando só de biquíni. Entra na piscina. Marcos se aproxima dela.

SOLANGE
E então, Marcos? Pensou no que te disse no outro dia?

MARCOS
No quê, mesmo?

Ela vê se tem alguém por perto. Ela se aproxima de Marcos e o beija demorada e sensualmente. Sonoplastia: sensual. Marcos corresponde. Nágila aparece sem ser percebida e vê o beijo. Sonoplastia: suspense. Fica chocada. CORTE RÁPIDO.

CENA 10. APARTAMENTO SÉRGIO. SALA. INT. DIA.

Continuação da cena 08.

SÉRGIO (chocado)
Vingança!?

IVAN
E você vai me ajudar. Pela amizade que temos desde crianças. Você é o padrinho de Mário, portanto sei que posso contar com você.

SÉRGIO
Mas vingança é algo muito sério, Ivan. Por que não espera que a justiça seja feita?

IVAN
Que justiça? Aquela que condena meu filho com base num papel qualquer tirado do computador dele? Nem se sabe se o roubo foi feito dali mesmo. Qualquer hacker poderia fazer isso. E é o que quero descobrir. Sérgio, pelo amor de Deus, me ajuda!

Sérgio pensativo por um instante.

SÉRGIO
Tá bem! E o que tenho que fazer?

IVAN
É simples. Arruma pra mim uma exposição de quadros. Trouxe vários de Petrópolis. Vou aproveitar pra vender, e assim me aproximar dos elementos que conviveram com meu filho. Me infiltro na vida deles. Fico íntimo. Descubro os segredos, e a verdade logo aparece.

SÉRGIO
Ivan, isso é muito arriscado.

IVAN
Nada é arriscado em nome de um filho, Sérgio. Me ajuda!

CENA 11. MANSÃO HELENA. PISCINA. EXT. DIA.

Continuação da cena 09, mantendo a sonoplastia de suspense.

Nágila observa o beijo de Solange e Marcos. Ela sai sem ser vista. O beijo termina. Fim de sonoplastia.

MARCOS
Não devia ter feito isso, a Letícia…

SOLANGE
Se você a amasse, não me beijaria. Para de fingir pra agradar sua mãe. Letícia não é mulher pra você. Só Helena não percebe isso.

MARCOS
As coisas não são simples assim, Solange. (pausa) Tenho que ir.

SOLANGE
Marcos, fica…

Marcos sai da piscina. Pega a roupa do chão e sai. Solange também sai da piscina. Fala sozinha, sorridente.

SOLANGE
Você está louquinho por mim, Marcos. Em breve você será meu. A casa será minha. Tudo será meu. (gargalha)

CENA 12. APARTAMENTO IVAN. SALA. INT. DIA.

Ivan e Sérgio entram no apartamento do pintor.

SÉRGIO
Quer dizer que agora somos vizinhos?

IVAN
É só atravessar a rua. Foi fácil achar um bom apartamento aqui. Olha ali na parede.

Ivan mostra o quadro que fez para o filho, pendurado entre dois janelões.

SÉRGIO
Um autorretrato? Quando você pintou?

IVAN
Terminei quando Mário partiu. Eu ia dar de presente no dia do prêmio como empreendedor do ano. Era o grande favorito. E agora, nem citado pôde ser.

O celular toca. Sérgio atende.

SÉRGIO
Tudo bom. Sim, te liguei ainda há pouco. É que tem um amigo aqui comigo querendo fazer uma exposição de quadros… Ivan Rangel… O mais rápido que conseguir… (a Ivan) Sábado, três de fevereiro?

IVAN
Perfeito. Não, não dá. Parece que o herdeiro da Bellatex se casa nesse dia, vai ser um grande evento.

SÉRGIO
(no telefone) Ele não pode… (a Ivan) Sexta, dia dois?

IVAN (sorri)
Ótimo! Confirma.

SÉRGIO
(no telefone) Pode ser… Marcado… Peço a ele pra passar aí pessoalmente… Obrigado. Passar bem.

Sérgio desliga o telefone. Ivan esbanja algum sorriso de boca, de satisfação. Closes alternados entre os amigos.

CENA 13. BELLATEX. SALA HELENA. INT. DIA.

Letreiro: “Dias depois”.

Helena e Nelson despacham na sala. Magda bate à porta e entrega umas correspondências a Helena. Esta abre uma a uma.

HELENA
Vejamos… faturas, documentos, papéis… O que é isso? (abre um envelope azul) Exposição de quadros de Ivan Rangel. (lê) Na véspera do casamento.

NELSON
Sem condições!

HELENA
Magda, confirma presença, por favor.

NELSON
Helena, ele é o pai do…

HELENA (corta)
E você vai comigo. Faço questão de presenciar e dar apoio. Responsabilidade social da empresa, não esqueça. E nem um piu sobre o roubo.

NELSON
Você está arrumando corda pra se enforcar, Helena. Depois não vem falar que ninguém te avisou.

CENA 14. ATELIÊ DAS NOIVAS. PROVADOR. INT. DIA.

Sonoplastia: elegante. Letícia prova o vestido de noiva. A costureira faz um ajuste aqui, outro ali. A estilista conversa com Virgínia e com a costureira.

COSTUREIRA
Você não parece muito animada para o casamento.

LETÍCIA
Está tão na cara assim?

VIRGÍNIA
Ainda há tempo de desistir. Marcos também não quer. Ele até tem andado muito junto da Solange.

LETÍCIA
Da Solange? Como assim?

VIRGÍNIA
Ontem no jantar eles estavam conversando animados. A Nágila, lá do canto, fez uma cara.

Marcos entra apressado com a mochila que Virgínia teria esquecido em casa. Vê Letícia com o vestido.

MARCOS
Virgínia, seu material!

VIRGÍNIA (desespero)
Marcos, o que você está fazendo? Sai daqui.

COSTUREIRA
Não sabia que olhar a noiva com vestido antes da hora traz má sorte?

A menina arrasta o irmão para fora.

CENA 15. MANSÃO HELENA. SALA JANTAR. INT. DIA.

A família almoça. Helena já soube do ocorrido e explode.

HELENA
Eu não acredito que você fez esse deslize, Marcos! Isso pode destruir seu casamento.

MARCOS
Foi mal, mãe, desculpa.

SOLANGE (cínica)
Helena, não se preocupa, é tudo crendice. Conheço muita gente que fez bom casamento, apesar disso. Teve um caso em que o noivo escolheu o vestido da noiva, e eles estão juntos até hoje.

HELENA
É, Solange. Pode ser. Mas não quero arriscar. Que isso não se repita. Ouviu, Marcos?

MARCOS
Tá bom, mãe. Só fui levar o material que a Virgínia esqueceu.

HELENA
Outra irresponsável. Vocês tiveram o pai a quem puxar. Marcos, é o nome…

MARCOS (completa)
Da Bellatex que não pode ser manchado. Já sei.

FADE TO BLACK.

CENA 16. PRAÇA DA SÉ. EXT. DIA. (PESADELO)

Sonoplastia: suspense. FADE IN.

Ambiente começa com muita fumaça, que se espalha até a nitidez. Personagens e muitos figurantes com figurino escuro de Idade Média. Exceção de Ivan, que usa roupa branca e atual. Cenografia também representa a Idade Média.

Mário anda pela praça. De repente, várias pessoas o cercam, querendo matá-lo: Solange, Pedro, Helena, Marcos, Raul, Nelson, guardas. Mário desesperado, suando frio, pálido. Dois soldados o pegam e prendem em um toco no meio da praça. Praça lotada de curiosos. Mário cada vez mais desesperado. Ivan aparece, um pouco longe ali. Vê o desespero do filho. Alberto tenta segurar o patrão, mas Ivan se solta e corre até onde Mário está. É segurado por soldados. Alguém com roupa de morte se aproxima com um balde. Molha Mário com álcool. Põe fogo. Mário arde em chamas, gritando de desespero. Ivan se solta dos soldados e corre até Mário. O fogo em Mário acaba. Arrasado, Ivan abraça o filho carbonizado. Mário se desmancha em pó e carvão, sujando toda a roupa do outro. Escorre sangue dos olhos de Ivan, que lança olhar vingativo para os demais.

CENA 17. APARTAMENTO SÉRGIO. SALA. INT. DIA.

Ivan dormindo no sofá, porém muito agitado. Acorda e dá um grito apavorado. Sérgio entra correndo e acode o primeiro.

IVAN
Tive um pesadelo horrível.

SÉRGIO
Vou pegar água com açúcar pra você. Me espera aí.

Sérgio corre para a cozinha. Ivan segue ofegante.

CENA 18. APARTAMENTO SOLANGE. SALA. INT. DIA.

Solange e Pedro sentados no sofá. Ela fala, enquanto ele beija sua boca e seu pescoço.

SOLANGE
Soube de uma bomba ainda agora. O babaquinha pegou a noiva com o vestido do casamento, acredita?

PEDRO
Puts, que sorte, hein? (ri) Só que não.

SOLANGE
Agora ficou moleza dar o golpe. Vai ser na exposição.

PEDRO
Naquela do pai do Mário? Você não devia se arriscar tanto, gata.

Sonoplastia: suspense.

SOLANGE
Relaxa, já pensei em tudo. Vou arrastar o filhinho da mamãe pro banheiro, trepo com ele e faço a “Cocô de Chanel” pegar a gente. Eu me faço de coitadinha de novo, e a madame vai achar que o filhinho quis abusar de mim. E ela o obriga a casar comigo. (gargalha) Sou ou não sou demais?

PEDRO
Sim, você é.

Solange gargalha. Pedro volta a beijá-la. Foco em Solange e seu sorriso sarcástico.

EFEITO DE FIM DE CAPÍTULO: imagem congela. Sonoplastia: rugido de leão.

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