CENA 1. CASA DE MARIA. INT. NOITE

Continuação da cena do capítulo anterior, com Feliciano e Madalena “flagrando” Alexandre e Maria.

FELICIANO  – Respondam! O que está acontecendo aqui?

Maria começa seu espetáculo.

MARIA  – Papai! (chorando) Esse cafajeste queria se aproveitar de mim!

ALEXANDRE  – (sem entender nada) Hã?

MARIA  – É isso mesmo!

FELICIANO  – (furioso) Eu vou matar esse desgraçado! (começa a estrangular Alexandre)

MADALENA  – Para, Feliciano!

MARIA  – Papai, não faz isso! Eu amo ele!

Feliciano solta Alexandre.

FELICIANO  – Então eu só vejo uma solução.

MADALENA  – Qual?

FELICIANO  – (encarando Alexandre) Para quando é o casamento?

 

CENA 2. CASTELO. NOITE

O rei Augusto chega ao castelo acompanhado de Daniela. Ela está imunda.

AUGUSTO  – Meu amor, por que foi embora tão cedo?

ALICE  – (falsa) Eu tive uma indisposição, amor. Daniela, o que aconteceu com você?

DANIELA  – Diferentemente de você, madrasta querida, aproveitei muito a festa no povoado. Não sou idiota igual a você.

AUGUSTO  – Não fale assim com sua mãe, Daniela.

DANIELA  – (grita) Ela não é minha mãe! (e sai correndo)

ALICE  – É uma selvagem mesmo. Olha só, sujando todo o tapete. Esse seu plano vai dar muito errado.

AUGUSTO  – Psiu! Fala baixo! Não quer que ela descubra antes da hora, né?

ALICE  – Claro que não.

AUGUSTO  – Daniela já tem 21 anos. Estou ficando velho. Preciso deixar meu reino encaminhado.

Alice tenta esconder sua inveja de Daniela.

ALICE  – Bem… o dia foi muito cansativo. Vamos dormir, meu amor?

AUGUSTO  – Vamos.

ALICE  – Você só precisa tomar seu remédio antes.

AUGUSTO  – Amor, é mesmo necessário? Eu me sinto ótimo!

ALICE  – O tônico é justamente para você não ficar indisposto.

AUGUSTO  – (convencido) Tá bom.

ALICE  – Alfreeeeeeeeeeeeeeedo!!!

Alfredo corre para atender sua rainha.

ALICE  – O tônico do rei, seu imbecil. Vai buscar, agora!

ALFREDO  – Tudo bem, o tônico do rei (pisca para Alice).

 

CENA 3. QUARTO DE AUGUSTO E ALICE. NOITE

Alfredo entra no quarto com o tônico do rei.

ALICE  – Muito bem. Beba, beba, beba, beba.

Augusto bebe o tônico.

ALICE  – Amanhã você vai se sentir muito melhor.

Foco no olhar malévolo de Alice.

 

CENA 4.

Amanhece em Veseli.

 

CENA 5. SALA DE JANTAR DO CASTELO. INT. DIA

A família real está tomando café.

ALICE  – Agora sim está parecendo gente, Daniela. Mas essas calças realmente não são adequadas. Não pode vestir um vestido?

DANIELA  – Eu visto o que quiser. Você não é minha mãe!

AUGUSTO  – Daniela, por favor! Comporte-se. Creio que Alice tem razão. Você é a princesa de Veseli. Não pode ser vista com esses trajes. Ainda mais que receberemos visitas.

DANIELA  – Visitas?

AUGUSTO  – Sim, minha filha.

ALICE  – Por falar nisso preciso ver como estão os preparativos. Com licença, meu amor.

Alice vai em direção à cozinha.

DANIELA  – Quem são as visitas?

AUGUSTO  – A família real da França.

DANIELA  – E qual a razão?

AUGUSTO  – (cheio de dedos) É… bem… o príncipe francês está disposto a vir a Veseli para te conhecer melhor.

DANIELA  – (furiosa) O quê? Está querendo arranjar casamento para mim?! Você vai me leiloar como se eu fosse um bezerro? Eu já disse que não vou me casar com quem não amo!

E sai raivosa da mesa.

AUGUSTO  – Mas filha, ele veio pra…

Mas ela já foi embora.

AUGUSTO  – É. Esse príncipe da França vai ter que ter muito tato para lidar com essa leoa.

 

CENA 6. ESTÁBULO DO PALÁCIO. DIA

Daniela está no estábulo para pegar seu cavalo, Maximus. Damião é o cuidador do palácio.

DANIELA  – Damião, onde está o Maximus. Vou dar uma volta com ele.

DAMIÃO  – Sim, alteza.

Damião entrega o cavalo selado para ela.

DANIELA  – Já disse que não precisa selar o cavalo. Eu mesma posso cuidar disso.

A princesa pega Maximus e sai cavalgando pelo reino sem rumo.

Quem teve a mesma ideia de cavalgar para esfriar a cabeça foi Alexandre. Ele ainda não tinha assimilado o que tinha acontecido na noite anterior. Maria havia armado para se casar com ele.

Duas cabeças quentes andando a cavalo sem rumo por aí. Isso não pode dar certo. E não deu. Daniela estava indo do norte para o sul. Alexandre estava indo do sul para o norte. E aconteceu. Os dois cavalos, o puro-sangue Maximus e o pangaré Godofredo, colidiram. Alexandre caiu do cavalo.

A cabeça que estava quente agora ferve.

ALEXANDRE  – Você é louca? Olha por onde anda!

DANIELA  – Louca? Eu? Você que não sabe guiar esse pangaré!

ALEXANDRE  – Ah saia da minha frente.

DANIELA  – Está me dando ordens? Só porque é homem o senhor acha que vou tremer de medo?

ALEXANDRE  – Do que está falando?

DANIELA  – Cala essa boca.

Eles se entreolharam. Ambos tinham um olhar forte. Marcante. Com certeza os olhos de Alexandre e Daniela ficariam gravados na mente um do outro.

Alexandre respira fundo. Se acalma.

ALEXANDRE  – Tudo bem. Eu perdoo a sua imperícia. Vamos seguir nossos caminhos em paz.

DANIELA  – Imperícia minha! Faça-me o favor. Mas não vou ficar discutindo com um idiota como você. Até nunca mais!

E sai a toda velocidade com Maximus.

Ainda atordoado com o furacão que foi essa situação toda, Alexandre resolve voltar para casa. Já ia embora quando repara em uma coisa no chão. Um anel. Alexandre pega o anel. Era de esmeraldas. Nunca havia visto uma joia como aquela antes.

ALEXANDRE  – Como uma camponesa como ela, usando calças, tem um anel de esmeraldas? Preciso encontrá-la e devolver isso para ela, antes que me acuse de ter roubado dela.

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