CENA 1. PARLAMENTO DE VESELI. DIA

Continuação da cena do capítulo anterior, com Leopoldo dando um ultimato em Augusto e Daniela.

AUGUSTO – Isso é um absurdo!

DANIELA – Quem vocês pensam que são para querer dar ordens na minha vida desse jeito? E ainda mais obrigando-me a casar às pressas!

LEOPOLDO – Esta é a nossa posição, e não vamos mudar.

AUGUSTO – Vocês estão muito arrogantes! Mas vão ter que aceitar minha filha, quer queiram quer não.

LEOPOLDO – Vamos ver quem vencerá.

AUGUSTO – Vamos ver.

Daniela sai furiosa e bate a porta.

 

CENA 2. ESTÁBULO DO CASTELO. DIA

Daniela talvez nunca tenha ficado tão furiosa em toda a sua vida. Ela chega aos estábulos e pega seu cavalo, Maximus.

DANIELA – Vamos dar um passeio, Maximus, preciso espairecer um pouco.

 

Daniela sai em disparada rumo a um destino desconhecido.

 

CENA 3. CASA DE LEOPOLDO. DIA

Rogério, após o café da manhã na casa de Leopoldo, sai para dar um passeio. Seu cavalo já estava pronto para ser usado. Partiu em direção ao riacho de Veseli.

 

CENA 4. RIACHO DE VESELI. DIA

Os dois passeantes se encontraram no meio do caminho, ou seja, no riacho. Os cavalos se trombaram. Daniela ficou furiosa.

DANIELA – Não acredito! O senhor não olha por onde anda?

ROGÉRIO – Ora, ora, não está me reconhecendo?

DANIELA – Seu desgraçado!

Começa a esmurrar Rogério.

ROGÉRIO – Ei, ei. Acalme-se. O que está acontecendo?

Daniela cai no choro.

ROGÉRIO – Daniela, o que houve? Eu nunca imaginei vê-la chorando.

DANIELA – Não conte para ninguém.

ROGÉRIO – É claro que não contarei. A senhorita sabe que minha boca é um túmulo. Um delicioso túmulo.

DANIELA – (sorri) Você não tem jeito, né, Rogério.

ROGÉRIO – Pelo menos arranquei um sorriso dessa sua boca linda. Mas me conte, o que te deixou tão abalada?

DANIELA – Estou saindo do Conselho dos Anciãos. Eles deram um ultimato: devo me casar senão perderei o reino.

ROGÉRIO – Velhos caquéticos! Como eles podem ser tão mesquinhos?

DANIELA – Mesquinhos e atrasados. Como se eu não soubesse conduzir um reino pelo simples fato de ser mulher.

ROGÉRIO – Tenho certeza de que você seria melhor que todos eles administrando um reino. Mas bem, o que fará em relação a isso?

DANIELA – Não cederei! E não perderei meu reino.

ROGÉRIO – Tenho certeza de que encontrará uma solução.

DANIELA – Você mudou muito desde que nos conhecemos.

ROGÉRIO – Mesmo? Mas continuo irresistível, não é mesmo?

DANIELA – Estou falando sério, seu bobo.

ROGÉRIO – Eu sei. Aqui em Veseli eu amadureci muito. Cheguei aqui um menino e hoje me sinto um homem. Ainda mais depois dessa batalha.

DANIELA – Você foi incrível. Seremos eternamente gratos pela sua bravura. Se não fosse por você, treinando os camponeses, teríamos sido arrasados ainda mais do que fomos.

ROGÉRIO – Eu aprendi a amar esse reino. Não podia vê-lo destruído.

Daniela abaixou a guarda. Um clima rolou. Rogério e Daniela se beijam.

 

CENA 5. CASA DE MARIA. DIA

Maria está louca com os preparativos do casamento. Alexandre marcou a data para a próxima semana.

MARIA – Não tem nada pronto! Eu quero um casamento de rainha! Quero ser lembrada como a noiva mais deslumbrante que já passou por esse povoado.

MADALENA – Minha filha, sabe que não temos dinheiro para bancar uma cerimônia desse nível.

MARIA – Mas eu sei quem tem.

MADALENA – Quem?

MARIA – Eu já volto, e com o dinheiro para fazer o melhor casamento de todos os tempos em Veseli.

 

CENA 6. CASA DE ODETE. DIA

Maria nem esperou Odete atender a porta.

ODETE – Mas o que é isso? Não tem educação, menina?

MARIA – Não preciso, afinal na próxima semana seremos da mesma família.

ODETE – O que quer, Maria?

MARIA – A minha sogra não vai querer que seu filho tenha um casamento medíocre, não é mesmo?

ODETE – Já pode ir parando aí. Não vou dar o que você quer.

MARIA – É melhor abrir a mão, ou melhor, o baú. Não saio daqui sem uma esmeralda do tamanho da minha mão.

ODETE – Eu não vou te dar nada! Aquele tesouro é maldito, não vou tocar nele!

MARIA – Não seja hipócrita! Dinheiro é dinheiro! E eu quero agora, senão meu maridinho vai ficar sabendo de um segredinho da mãe dele.

ODETE – Para. Para!

MARIA – Ora, mas ficou nervosa? Todos nós temos nossos segredinhos, não é mesmo. Ou a senhora já contou a Alexandre que ele não é seu filho de verdade?

ODETE – Para! Para!

Alexandre, que tinha chegado à porta naquele instante, ouviu tudo. Ouviu que Odete não é sua mãe de verdade.

A Widcyber está devidamente autorizada pelo autor(a) para publicar este conteúdo. Não copie ou distribua conteúdos originais sem obter os direitos, plágio é crime.

Pesquisa de satisfação: Nos ajude a entender como estamos nos saindo por aqui.

Leia mais Histórias

>
Rolar para o topo