NOVA CHANCE PARA AMAR

Novela de Ramon Silva

 Escrita Por:

Ramon Silva

Direção Geral:

Wellington Viana

PERSONAGENS DESTE CAPÍTULO

AMANDA

BEATRIZ

BELINHA

CAMILA

DANIELA

EDILEUSA

ELISA

GABRIELA

GUILHERME

GUSTAVINHO

JOSIAS

KLÉBER

LAURA

MARCOS

MAURÍCIO

MOREIRA

RAMIRO

REGINA

REINALDO

RICK

RODRIGO

SALINA

SÉRGIO

SEVERO

VIVIANE

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:

MARÍLIA, SEGURANÇA 1 e 2.

CENA 01. UPA. SALA VERDE. INT. NOITE.

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior.

JOSIAS              —    Eu vou te matar, seu Borges!

MAURÍCIO        —    (Tenta apartar) Para!

Dois seguranças entram e apartam a confusão.

SEGURANÇA1 —  Isso aqui é um hospital. Peço que tenham respeito pelos demais pacientes.

SEVERO           —    (Com a mão no pescoço) Foi esse maluco aí que acordou virado no giraia.

JOSIAS              —    Esse homem é o responsável por eu estar aqui nessa UPA! Ele queria me matar!

SEVERO           —    (Firme) Não seja canalha!

SEGURANÇA1 —  Abaixem o tom de voz! Se você tentou alguma coisa contra a vida desse senhor, você vai ter que nos acompanhar até a delegacia!

SEVERO           —    Eu não fiz nada! Esse desgraçado quer descontar uma rixa familiar antiga me acusando!

SEGURANÇA1 —  Vem com a gente pra delegacia!

MAURÍCIO        —    Jô, isso é verdade? Vai deixar mesmo o Severo ser preso?

JOSIAS              —    (Pensa) Esperem! Apesar dos nossos desentendimentos, eu não quero denunciar ele!

SEGURANÇA1 —  Tudo bem então. Mas os dois acompanhantes têm que sair. Deixem os outros pacientes em paz.

Severo e Maurício saem junto dos dois seguranças. Close em Jô ali pensativo. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 02. APART GABRIELA. SALA. INT. NOITE.

Gabriela e Guilherme ainda a se beijar intensamente. Ele vagarosamente começa a tirar a blusa dela, quando ela interrompe todo o clima.

GABRIELA       —    Aqui não, Gui! Quer que alguém nos pegue no flagra?

GUILHERME    —    Foi mal. Esqueci da Dani e da babá.

GABRIELA       —    Mas não pense que vamos parar por aqui. Vem, vamos para o nosso ninho do amor!

GUILHERME    —    (Pega Gabi no colo) Hum… Gostei desse de ninho!

GABRIELA       —    (Sorrindo) Seu louco! Quase me derruba!

Os dois seguem para o quarto.

CORTA PARA:

CENA 03. MANSÃO VIEIRA. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

Viviane, Beatriz e Ramiro ali sentados. Rodrigo chega com a pasta.

VIVIANE            —    Boa noite, meu bem.

RODRIGO         —    Boa noite, gente.

BEATRIZ           —    Tem trabalhado muito, hein, meu genro.

RODRIGO         —    Pois é dona Beatriz. (P/Ramiro, entrega a pasta) Aqui está o relatório com todas as informações bem organizadas, como deve ser.

RAMIRO            —    (Abre a pasta) Valeu, Rodrigo. Ele tá fazendo um ótimo trabalho na empresa.

BEATRIZ           —    Sabia que só tínhamos o que ganhar com a vinda do Rodrigo para a empresa.

RODRIGO             Bom, agora se vocês me dão licença, eu vou subir e tomar uma ducha, que o dia hoje foi mais longo que o normal.

Rodrigo sobe a escadas.

BEATRIZ           —    Rodrigo chegou provando que estava na empresa, Viviane.

RAMIRO            —    Devia ter esperado antes de empurrar um homem que nunca viu na vida.

VIVIANE            —    Não me crucifiquem!

BEATRIZ           —    Embora o nível de discordância entre Ramiro e eu seja elevadíssimo, neste ponto eu tenho que concordar com ele.

VIVIANE            —    Tá legal, eu errei! Vão ficar os dois agora contra mim?

CORTA PARA:

CENA 04. CASA LAURA E SEVERO. SALA. INT. NOITE.

Laura e Gustavinho sentados assistindo TV. Elisa chega.

ELISA                —    Boa noite, gente!

GUSTAVINHO —    (Corre e abraça a mãe) Mãe!

ELISA                —    Que abraço gostoso, meu filho. (P/Laura) Tá tudo bem por aqui?

LAURA              —    Tá tudo indo aos trancos e barrancos! Mas a gente vai levando.

ELISA                —    Ih… O que aconteceu dessa vez, hein?

LAURA              —    Gustavin/

GUSTAVINHO —    (Corta) Já sei, já sei! Vou pro meu quarto.

Ele vai para o quarto. Elisa se senta.

LAURA              —    Ah, filha. É o seu pai como sempre. Só porque me viu conversando com o Jô, você tinha que ver o escarcéu que ele fez aqui dentro de casa! Tô cansada de certas coisas já! Mas e você, filha? Por que tá chegando tão tarde assim?

ELISA                —    Ai, mãe! Eu acho que cometi uma burrada!

LAURA              —    Como assim, filha?

ELISA                —    Fui jantar com o Rodrigo.

LAURA              —    (Feliz) Ai, que bom! Espero que vocês tenham se entendido.

ELISA                —    Muito pelo contrário! Eu acabei me expressando mal e ele deve ter ficado super chateado comigo.

LAURA              —    O que você disse a ele?

ELISA                —    Eu acabei falando que jamais casaria com ele.

LAURA              —    Eu não acredito que você falou uma coisa dessas, Elisa!

ELISA                —    Escapou, mãe! Acabei falando sem pensar! O pior agora é que… (Pausa) Ai, mãe. Eu tô tão confusa com tudo isso!

Laura abraça a filha. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 05. FÁBRICA FABRISTILO. REFEITÓRIO. INT. NOITE.

Amanda, Camila e todos os demais trabalhadores ali jantando sentados no chão. Alguns seguranças armados ali andando pelo local.

AMANDA           —    Você mais do que ninguém tá vendo o que eu tô passando.

CAMILA             —    Do que você tá falando, amiga?

AMANDA           —    Do Sérgio! Desde cedo que eu não vejo ele. Eu tenho até medo do que o Sérgio pode ter se tornado andando com o Kléber e com o Moreira.

CAMILA             —    É… Ele realmente tá muito mudado.

AMANDA           —    Tá, não tá? Eu só queria ter a minha filha de volta aqui comigo. Dá uma angustia de só poder ver a minha filha quando a manda chuva da fábrica deixa.

CAMILA             —    Você sabe que o Sérgio mudou muito, né? Vai que ele está até trabalhando com o Kléber na segurança da fábrica…

AMANDA           —    (Desconfiada) Como assim, Camila?

CAMILA             —    Eu não ia falar nada. Mas eu acho que você tem que saber o tipo de homem que o Sérgio se tornou.

AMANDA           —    Você tá me deixando preocupada!

CAMILA             —    Realmente é pra se preocupar! Eu coloquei o Sérgio contra a parede e falei sobre ele estar muito diferente. Sabe o que ele me disse? Que o problema era dele e da família e que não estamos no mesmo barco. Se afundar, ele salvaria você e a Belinha e deixaria o resto morrer.

AMANDA           —    (Surpresa) Meu Deus! Eu não reconheço mais o meu marido!

CORTA PARA:

CENA 06. FÁBRICA. CASA REGINA. QUARTO BELINHA. INT. NOITE.

Sérgio e Belinha conversam em tom baixo.

BELINHA          —    Só assim pro senhor ficar junto comigo.

SÉRGIO                 Que isso, filha? Você sabe que eu não posso parar pra não dar problemas como o Kléber.

BELINHA              Mas mesmo quando eu fico lá com a minha mãe, o senhor nem me dá bola. Tá parecendo mesmo que é um desses daí.

SÉRGIO             —    Filha, tem algo muito maior do que a sua cabecinha pode imaginar acontecendo.

BELINHA          —    Não. Posso imaginar sim. O senhor agora é um desses que não tem sentimento por ninguém. Igual quando a dona Hilda morreu trabalhando.

SÉRGIO             —    Filha, não me compare a eles!

BELINHA          —    E o senhor quer que eu e os outros pensem o que do senhor andando junto com eles?

SÉRGIO                 Você tem que me prometer que não vai contar pra ninguém o que ouviu naquela sala. Se isso vaza por aí, minha vida está em jogo. Posso contar com a sua colaboração em não contar nada pra ninguém? Nem pra sua mãe!

Fecha em Belinha que meneia a cabeça que sim.

CORTA PARA:

CENA 07. MANSÃO VIEIRA. QUARTO VIVIANE E RODRIGO. INT. NOITE.

Rodrigo pensativo.

INSERT-FLASH rápido de Elisa.

Viviane entra.

VIVIANE            —    Meu amor, eu queria te pedir desculpas.

RODRIGO         —    Desculpas pelo quê?

VIVIANE            —    Por eu não ter confiado em você. Não confiei no homem que eu amo.

RODRIGO         —    Deixa disso, Viviane. Já passou. Agora serão novos tempos.

VIVIANE            —    Isso aí. Eu inclusive andei pensando e acho que devemos esquecer tudo isso e seguir em diante.

RODRIGO         —    Concordo!

VIVIANE            —    (Dá um selinho no amado) Não tem porque eu desconfiar de você. Estava na empresa mesmo e eu pagando o maior mico.

RODRIGO         —    Como assim?

VIVIANE            —    Ai, meu amor. Quer saber? Vamos esquecer essa parte também. Vou tomar um banho.

Ela segue para a suíte. Rodrigo permanece ali pensativo. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 08. CASA ELISA. SALA. INT. NOITE.

Laura, Elisa e Gustavinho entram.

ELISA                —    É tão bom está de volta a minha casinha.

GUSTAVINHO —    (Desapontado) Poxa. Eu tava gostando tanto de morar na casa da vó.

LAURA              —    Pois é, meu neto. Eu também estava amando ter vocês lá, mas a sua mãe cismou que ia voltar.

ELISA                —    Trocaram as fechaduras, né, mãe?

LAURA                  (Brinca) Sim, exatamente como a senhora mandou.

ELISA                —    (Sorrir) Boba. Eu também adorei ficar na casa de vocês. Mas senhora e o seu Severinho precisam ter a privacidade de vocês.

LAURA              —    Privacidade pra que, filha? Se você acha que a gente anda bem naquele quesito, você tá muito enganada!

Fecha em Elisa, que sorrir.

CORTA PARA:

CENA 09. FÁBRICA. CASA REGINA. COZINHA. INT. NOITE.

Regina, Kléber e Moreira sentados à mesa jantando. Regina distante a brincar com o garfo no prato.

KLÉBER           —    Depois que essa coleção for lançada, eu tenho certeza que a movimentação aqui na fábrica vai ser grande. Mas temos que estar atentos pra nada sair do controle.

MOREIRA         —    Pode deixar que eu vou falar com a rapaziada da segurança pra eles não deixarem nada passar.

KLÉBER           —    Isso aí. Regina, você acha que devemos deixar os motoristas do caminhão entrar, ou melhor deixar eles do lado de fora mesmo?

Regina continua distante. Kléber e Moreira se entreolham. Kléber passa a mão na frente de Regina.

REGINA             —    O quê?

KLÉBER           —    Tava falando aqui com o Moreira sobre deixar os motoristas do lado de fora, ou eles entram pra manobrar os caminhões?

REGINA             —    Acho melhor ver primeiro qual vai ser a estimativa do fluxo de caminhões. Com licença.

Regina se levanta e vai para a sala.

KLÉBER           —    (Desconfiado) Regina tá estranha.

MOREIRA         —    Deve ser porque eu tô aqui, né não?

KLÉBER           —    Deixa de onda, Moreira. Você é meu convidado.

CORTA PARA:

CENA 10. CASA JOSIAS. FRENTE. EXT. NOITE.

Táxi de Maurício se aproxima. Maurício, Severo e Jô saltam do carro.

JOSIAS              —    Obrigado por ter me socorrido, Maurício. Muito legal da tua parte.

MAURÍCIO        —    Que isso, Jô? Não fiz nada demais.

JOSIAS              —    (Provocativo) Enquanto uns tentam nos matar, outros nos ajudam a continuar vivendo.

Josias entra na casa.

SEVERO           —    Você viu, né, Maurício?

MAURÍCIO        —    Você queria que o cara falasse o que também, Severo? Foi por causa da briga de vocês que ele foi parar no hospital.

SEVERO           —    Pronto! Virei assassino agora.

MAURÍCIO        —    Não é isso que eu falei. Eu acho que você tem que ter paciência. O Jô é um cara cabeça dura, teimoso. Se você quiser ter a amizade dele, vai ter que ser aos poucos.

SEVERO           —    Amizade com um Garcia? Você só pode tá de brincadeira com a minha cara, né!

MAURÍCIO        —    Tá bom, Severo. Faz como você quiser. Agora entra aí que eu te levar em casa.

Os dois entram no táxi.

CORTA PARA:

CENA 11. CASA ELISA. SALA. INT. NOITE.

Laura ali sentada. Elisa vem do quarto.

ELISA                —    Finalmente dormiu.

LAURA              —    Você também tem que dormir, né, minha filha? Amanhã é dia.

ELISA                —    Não, mãe. Eu quero colo.

LAURA              —    Então vem, vai.

Laura coloca uma almofada nas pernas e Elisa deita, repousando a cabeça no local antes indicado.

ELISA                —    A senhora acha que eu dei um golpe muito duro no Rodrigo?

LAURA              —    Claro que sim, né, Elisa! Eu entendo que você esteja insegura com tudo isso… Mas ele disse que iria se separar da esposa. Isso é uma prova de que ele realmente não quer perder tempo e retomar a relação e vocês.

ELISA                —    Eu sei, mãe. Mas eu preciso daquele emprego. Eu sempre trabalhei e agora não vai ser diferente. Só porque o Rodrigo é melhor de situação que eu, que eu vou ficar às custas de homem.? Claro que não!

LAURA              —    Olha, filha. Eu não sei quais outros motivos além do emprego levaram você a dizer isso. Mas se você acha que vai ser melhor assim, então pode estar certa.

ELISA                —    (Insegura) Mas e se eu não tiver, mãe?

LAURA                  Bom, aí só o tempo dirá!

Fecha em Elisa confusa, insegura. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 12. MANSÃO VIEIRA. QUARTO VIVIANE E RODRIGO. INT. NOITE.

Atenção Sonoplastia: Quando um Grande Amor se Faz.

Viviane dormindo. Rodrigo deitado. Ele rola de um lado para o outro e fica ali pensativo em Elisa.

INSERT-FLASH de várias imagens do casal, jovem e de encontros atuais. Ele fica ali pensativo. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 13. RIO DE JANEIRO. STOCK-SHOTS. EXT. AMANHECER.

Atenção Edição: Ligar no áudio com a cena anterior.

Takes do nascer do sol. Aviões pousam e decolam no Aeroporto Santos Dumont, Ponte Rio Niterói, com trânsito bem intenso. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 14. CASA LAURA E SEVERO. COZINHA. INT. MANHÃ.

Laura a passar um cafezinho. Gustavinho sentado à mesa.

LAURA              —    Sabia que essa ideia da Elisa de voltar tão rapidamente pra casa não ia dar certo.

GUSTAVINHO —    Ela disse que não tinha tempo pra fazer o meu café da manhã.

LAURA              —    Não se preocupe, meu neto. Com a vovó por perto, você nunca vai precisar ir pro colégio sem comer nada.

Severo vem da sala.

SEVERO           —    Bom dia.

GUSTAVINHO —    Bom dia, vô.

SEVERO           —    Laura, eu quero pedir desculpas.

LAURA              —    (Surpresa) Nossa! Tão direto assim… (Desconfia) O que você fez, hein, Severo?

SEVERO           —    Uma burrada! Eu ontem fui falar com o Jô, a gente se desentendeu e eu dei um soco nele e/

LAURA              —    (Corta) Pra que apelar pra violência?

SEVERO           —    Desculpa! Eu saí de mim e fiz o que fiz. Ele foi parar no hospital porque bateu com a cabeça… Enfim, Laura… A noite de ontem eu quero apagar da minha mente.

GUSTAVINHO —    O vô Severo deu um boxe na cara do dono do bar? (Ri alto) Deve ter sido legal!

LAURA              —    Não é nada legal, Gustavinho! Violência nunca é legal! Seu avô cometeu um erro. Inclusive acabou de dizer que quer esquecer porque sabe que tá errado! E termina logo esse café que eu vou buscar a sua mochila.

Laura vai para a sala.

GUSTAVINHO —    Quebrou a cara dele, não foi, vô?

SEVERO           —    (Sorrir) Foi. A sensação foi maravilhosa. Mas o que eu fiz foi errado.

Fecha em Gustavinho que sorrir dando golpes ao ar. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 15. ANGRA/ FRADE. CASA BEIRA PRAIA. FRENTE. EXT. MANHÃ.

Salina da frente de sua casa, a olhar Marcos caminhando pensativo na areia da praia. Instantes.

SALINA             —    (P/si) Marcos tem ficado muito quieto esses dias… Conheço bem ele, isso um péssimo sinal. Veio com papinho de que está arrependido… Mas quem não te conhece é que te compre, Marcos. Sei muito bem que ele pode estar aqui armando alguma coisa… Só não sei o que é. Mas ainda vou descobrir.

CAM mostra Marcos caminhando distraído, distante… Instantes.

CORTA PARA:

CENA 16. MANSÃO VIEIRA. COZINHA. INT. MANHÃ

Edileusa, Rick e Elisa sentados à mesa.

RICK                  —    Edileusa, cê foi pra casa ontem e perdeu.

EDILEUSA        —    Perdi o quê? Eu na minha casa ganho muito mais.

RICK                  —    Pode até ser. Mas garanto que na sua casa não tem madame empurrando homem na areia que mal conhece.

EDILEUSA        —    Quê?!

ELISA                —    Como assim, Rick?!

RICK                  —    Melhor do que falar é mostrar o vídeo.

Ele pega o cel. e mostra o vídeo de Viviane empurrando o homem na areia. Diálogos do vídeo.

VIVIANE           —    Escuta aqui seu infeliz!

Alguns curiosos param para olhar.

MULHER          —    Quem é essa mulher, Alex?

HOMEM            —    Eu não sei!

MULHER          —    (Bate nele) É sua amante, é? Seu desgraçado!

VIVIANE           —    (Sem graça) Não! Eu pensei que fosse meu marido. Desculpem.

O vídeo acaba.

RICK                  —    Vocês precisavam ver. Ela não sabia aonde enfiar a cara.

EDILEUSA        —    Coitada da Vivia Superiora.

ELISA                —    (Debocha) Vivi Superiora? Tá mais pra Vivi Barraqueira, isso sim.

EDILEUSA        —    Ah, gente. Mas qualquer pessoa pode cometer erros.

RICK                  —    Mas não empurrar um homem que nunca viu na areia! Ela tá paranoica com essa ideia de que o seu Rodrigo está traindo ela.

EDILEUSA        —    Só se o seu Rodrigo fosse louco de trocar uma mulher daquelas por essas biscates da vida!

ELISA                —    (Nervosa) Eu vou me trocar. Licença.

Ela vai para o quartinho.

EDILEUSA        —    Bota o vídeo aí de novo, Rick.

RICK                  —    Eu coloquei no grupo dos empregados. Você não viu?

EDILEUSA        —    Não. Vou dar uma olhada aqui então.

Fecha em Rick a olhar para o vídeo e sorrindo. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 17. ANGRA/ FRADE. CASA BEIRA PRAIA. COZINHA. INT. MANHÃ.

Salina lavando louça. Marcos entra.

MARCOS          —    Acabei conhecendo um pescador ali na praia. Ele disse que tava precisando de alguém pra ajudar ele. Amanhã eu começo.

SALINA             —    Que bom. Você está mesmo disposto a seguir com sua vida, né?

MARCOS          —    Sim. Depois de tudo que aconteceu o que eu mais preciso agora, é de alguma coisa pra ocupar a mente e apagar o que aconteceu.

SALINA             —    Nem que seja por um curto período.

MARCOS          —    (Não entende) Como assim?

SALINA             —    Nada não. Começa amanhã que horas?

MARCOS          —    Às quatro da manhã é pra tá lá.

SALINA             —    Que bom. Fico feliz por você. Mesmo que isso dure pouco, acho que já é um progresso.

Salina vai para a sala. Marcos fica ali encafifado. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 18. FÁBRICA. CASA REGINA. SALA. INT. MANHÃ.

Belinha ali sentada. Kléber vem da cozinha bebendo água.

KLÉBER           —    Tudo bem, garota?

BELINHA          —    Estava! Até você aparecer!

KLÉBER           —    Você é muito da malcriada, hein, agora! Se crescer e continuar desse jeito, nunca vai arrumar um namorado.

BELINHA          —    E você sabe se quero namorado?

KLÉBER           —    Incrível como a Regina parece ter uma obsessão por crianças malcriadas.

Ele deixa o copo na mesinha de centro e sai.

BELINHA          —    (P/si) Não sou obrigada a nada! Principalmente com esse cara!

Regina vem do quarto.

REGINA             —    Escutei você conversando com alguém. Era o Kléber?

BELINHA          —    Era. Acabou de sair.

REGINA             —    E seu pai, Belinha? Ainda tá no seu quarto? Eu ontem queria fugir do Kléber pra liberar o Sérgio, mas ele não deu brecha.

BELINHA          —    Eu ajudei ele a sair de madrugada.

REGINA             —    Ai, que bom, Belinha. Eu fiquei muito preocupada. Ninguém viu vocês, né?

BELINHA          —    Não. Eu olhei tudo antes do meu pai sair.

REGINA             —    Fico até mais aliviada.

CORTA PARA:

CENA 19. FÁBRICA FABRISTILO. PRODUÇÃO. INT. MANHÃ

Todas concentradas a trabalhar. CAM passeia pela área de produção e para em Amanda e Camila.

CAMILA             —    Ai, amiga. Eu tô muito incomodada desde a hora em que te contei aquilo.

AMANDA           —    Você não tem que se sentir incomodada, Camila. Você fez a coisa certa em me contar. Pior seria minha amiga me trair ficando calada.

Sérgio entra na área de produção empurrando um carrinho vazio.

AMANDA           —    Agora ele me deve explicações! (Vai até o marido)

CAMILA             —    Não faz isso, Amanda! (Preocupada) Ai meu Deus!

CORTA PARA SÉRGIO: ele ali a catar alguns papelões e a colocar no carrinho.

AMANDA           —    Sérgio!

SÉRGIO             —    O que foi, Amanda?

AMANDA           —    Aonde você tava que eu não vi a sua cara ontem à noite?

SÉRGIO             —    Eu estava na casa da Regina.

Amanda dá um tapa na cara do marido. Sérgio coloca a mão no rosto e a encara seriamente. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 20. APART GABRIELA. SALA. INT. MANHÃ.

Gabriela ali pronta para ir a clínica. Pega a mochila de Dani.

GABRIELA       —    Vamos, Dani!

DANIELA              (OFF, Grita) Não! Eu não vou pra escola pra todos rirem da minha cara!

GABRIELA       —    Filha, mas você tem que ir.

Guilherme vem do quarto arrumando a roupa.

GUILHERME    —    Gabi, eu preciso ir. Estou atrasado pra uma consulta.

GABRIELA       —    Tudo bem. A gente se vê na clínica.

Ele sai e fecha a parta. Marília vem do quarto.

MARÍLIA            —    Não adianta. Ela me expulsou do quarto e se trancou. Não é melhor deixar ela em casa só hoje?

GABRIELA       —    O problema é que esse “só hoje” pode ir se estendendo por dias. Mas eu tenho que ir pra clínica. Conversa com a Dani e vê se convence ela a voltar pra vida normal dela.

MARÍLIA            —    Não vai ser nada fácil como à senhora tá vendo. Mas eu vou tentar.

Gabriela pega sua bolsa e sai apressada. Instantes.

Atenção Sonoplastia: tel. Fixo toca. Marília atende.

MARÍLIA            —    (Ao tel.) Alô?

REINALDO       —    (OFF) Marília? (Pausa) Não tá reconhecendo a minha voz?

MARÍLIA            —    (Ao tel.) Seu Reinaldo?

REINALDO       —    (OFF) Exatamente. Eu liguei pra Gabriela e pra Dani, mas nenhuma das duas me atendem. O que é que tá acontecendo? A minha filha tá bem?

Fecha em Marília travada, sem resposta. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 21. MANSÃO VIEIRA. QUARTINHO DE EMPREGADA. INT. MANHÃ

Elisa ali só de calcinha e sutiã. Ela dobra sua roupa e coloca na bolsa. Uniforme de empregada sobre a cama. Ela para e fica nervosa, aflita. Sobe a narração.

ELISA                —    (OFF, Narrando) Do jeito que o Rick falou, ela quer saber quem é… Não posso perder esse emprego.

Rodrigo entra e tranca a porta.

ELISA                —    (Se assusta) Que isso?

Atenção Sonoplastia: Quando um Grande Amor se Faz.

RODRIGO         —    Você pode falar quantas vezes quiser que jamais casaria comigo. Mas a verdade é que eu nunca vou desistir de você!

Rodrigo toma Elisa em seus braços e a beija apaixonadamente. Instantes. Romance.

CORTA PARA:

 FIM DO VIGÉSIMO NONO CAPÍTULO

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