Anahí e Darlan se beijavam dentro do rio.
—Esse beijo não devia ter acontecido. —se afastou.
—Anahí, espera.
Ela sai do rio e Darlan a seguia.
—Qual é o problema? Somos adultos e não fizemos nada de errado.
—Mal nós conhecemos e você é irmão do Inácio.
—Essas coisas as vezes não dá pra segurar. —tocou no ombro dela a fazendo olhar pra ele. —Desde que te vi gostei de você e pelo jeito você também sente algo por mim.
—Como pode ter certeza que eu sinto alguma coisa por você?
—O beijo, você o correspondeu.
—Vamos embora.
—Já?
—Sim, está anoitecendo e é perigoso ficar na mata.
Anahí caminha a frente e Darlan a segue.
—E o nosso beijo? —a perguntou.
—Não irá se repetir.
O casal apenas falou poucas palavras até chegar a fazenda. A índia demonstrou certa frieza enquanto Darlan guardava em si o seu desejo por ela.
Luana estava na sala do casarão e sentada no sofá quando viu Anahí entrando apressada e subindo as escadas e isso a chamou atenção e logo depois entrou Darlan.
—Onde estavam?
—Na aldeia.
Rafael saiu do escritório e entrou na sala e ver o sobrinho.
—Darlan, seu pai já sabe que você está aqui.
—O quê? Como ele soube?
—Ele ligou e Inácio o disse.
—Inácio não devia ter se metido nisso. Onde está o Inácio?
—Ele voltou pra casa.
—Eu mesmo ia avisar o meu pai.
—Anderson disse que está vindo pra cá.
Luana olha apreensiva para Rafael.
—Eu vou subir, tomar um banho e descansar. Com licença. —subiu as escadas.
—Isso vai dá a maior confusão, Rafael.
—Eu sei. Quem me preocupa é o Inácio, ele me parece muito atordoado com tudo isso.
—Era o esperado.
Anahí estava sentada na cama e lembrava do seu beijo com Darlan até que Florzinha entra e se senta à frente dela.
—Sonhando acordada e não adianta dizer que não é nada disso. Suspeito quem seja esse que está te arrancando suspiros.
—Florzinha não comece…
—Darlan esse é o nome dele, não é? Eu percebi desde quando os dois se conheceram na varanda, os olhares apaixonados dignos de uma novela de amor.
—Está imaginando o que não existe.
—Sorte a sua que o Darlan parece gostar de você enquanto eu não tenho sorte no amor. O Lino não me dá nenhuma bola, ele acha que ainda sou uma criança.
—Está se preocupando a toa. Tudo tem o seu tempo, Florzinha.
—Eu não tô aguentando essa demora, todo mundo que conheço já beijou e eu não. Me sinto estranha, será que há algo errado comigo?
—Não há nada errado com você pode acreditar, simplesmente ainda não aconteceu.
—Eu já treinei de todo jeito, beijei no espelho, chupei laranja, vi todos vídeos na internet como beijar bem porque eu não quero fazer feio quando finalmente acontecer o meu primeiro beijo.
—Quanto exagero, Maria Flor. Um dia vai entender que um beijo não faz um relacionamento.
—Não me importa. O que quero é um beijo, será que tem gosto doce? Anahí qual é o gosto do beijo?
Anahí se levantou da cama.
—Depende se você beijar um cara que tem mau-hálito com certeza terá gosto de cebola. —risada.
—Que grande piada. — desapontada. —Eu falando um assunto sério e você fica me zoando.
—Aproveita sua adolescência e não deixe que a ansiedade e a curiosidade tire de você os bons momentos da sua vida.
—Mudando de assunto: você tá gostando do Darlan, né?
—Está tão na cara assim?
—Hum-hum, na cara dos dois.
—Não posso vê-lo como homem. —se senta na cama.
—Ora, por que? —se levantou e ficou de frente pra ela.
—Ele é irmão do Inácio.
—O que isso tem a ver? Ele não é o Inácio.
—Eu sei, mas é bem estranho.
—Estranho é não viver um amor.
—Não diga nada sobre eu e o Darlan para os nosso pais.
—Pode deixar comigo boca fechada não entra mosca.
Pela manhã na aldeia dos Toribas naquele momento Dr. Marcos, um homem com idade de quarenta e poucos anos, cabelos castanhos claros e lisos, olhos azuis, pele branca, estatura alta, usava uma blusa branca e calça jeans e botas, sob a cabeça um cocar. Ele estava consultando os indígenas dentro de um galpão de madeira e com telhado de palhas.
As consultas do Dr. Marcos são como um grande evento para os Toriba, o médico é natural de Campo Grande, mas decidiu exercer a medicina em um programa governamental atuando como clínico geral fazendo visitas e consultando povos indígenas do pantanal. Fazia alguns anos que o médico consultava a aldeia e é alguém muito querido por todos.
Marcos consultava uma pequena índia com idade de dois anos que estava no colo da mãe que se encontrava sentada em uma cadeira de madeira.
—O peso dela se estabilizou. Isso é ótimo. —sorriu.
Fernanda aparece e o observa de longe ao lado da pilastra de madeira. A índia se levanta e sai com a filha nos braços e se afasta. A ribeirinha se aproxima do médico.
—Dr. Marcos. —sorriu timidamente.
—Fernanda.
A presença da ribeirinha trazia a luz a face de Marcos, ele é apaixonado por ela desde quando a conheceu. Fernanda faz um trabalho voluntário na igreja e cozinha alguns quitutes na aldeia principalmente em dias de festas como aquele dia que era o dia de Nossa Senhora da Candelária, a padroeira de Corumbá.
—Vim saber se você quer comer um cadinho, doutor? Fica aí um tempão fazendo consulta deve dá uma fome daquelas e um canseira.
—Uma comida feita por você, quem resisti? —riso.
—Não fale isso porque senão eu posso acreditar.
—Fernanda, você é a melhor cozinheira deste pantanal.
Fernanda e Marcos ficam frente a frente. Ele a olhava apaixonado enquanto ela fugia daquele olhar com certa timidez, porém, o que fazia a ribeirinha ter este recuo em relação ao médico era o fato dela ter medo de novamente se apaixonar e se decepcionar como aconteceu quando se envolveu com Anderson.
—Os seus olhos são tão lindos e é uma pena que eles sempre fogem de mim.
—Marcos, eu já te expliquei…
—Eu sei, me desculpa por insistir tanto, mas é que eu gosto de você, Fernanda, eu te amo e esse amor só cresce.
—Eu queria tentar…é que eu não consigo. Eu tenho medo, Marcos.
Marcos a abraça e acarinha seus cabelos.
—Não tenha, confie em mim, confie no meu amor por você, Nanda. —segura o rosto dela a fazendo olhar para ele. —Não sou o Anderson. Nós dê uma chance. Me dê a chance de te fazer feliz. —acarinha o rosto dela e a beija.
Marcos e Fernanda se beijam até que Inácio aparece e os flagra.
—Mãe.
O casal desfaz o beijo.
—Perdão, eu não queria atrapalhar vocês.
—Tudo bem, filho.
—É que já vão começar a servir lá na mesa.
—Bom, eu vou lá. —ela troca olhares com Marcos e sai.
—Inácio, eu não quero que pense que estou me aproveitando da sua mãe. Eu a amo e quero a fazer feliz.
—Não se preocupe, Dr. Marcos, saiba que fico feliz por minha mãe ter alguém como você ao lado dela. Ela merece ser amada de verdade.
—Fernanda é uma mulher especial. —admirava Fernanda de longe.
Anahí e Darlan acabaram de chegar na aldeia e caminhavam.
—Hoje além das consultas também vai ter uma missa e a quermesse por ser a festa da padroeira da cidade.
—No que vocês acreditam?
—No Grande Espírito, Ele está em todo lugar e em todas as crenças.
—Interessante porque não esperava ver um missa sendo realizada em uma aldeia indígena.
—Os Toriba tem uma forte amizade com o padre Manoel e os trabalhos sociais que a igreja realiza aqui na aldeia.
—E você Darlan no que acredita?
Darlan para e olha ao redor.
—Não sei, acho melhor não pensar nisso. Eu vou vivendo a vida sem me preocupar muito com que vai ser amanhã.
Um pouco mais distante onde estava Anahí e Darlan, tinha uma mesa grande onde Fernanda e mais cinco voluntários da igreja estavam atrás da mesa e serviam a comida para os índios, alguns sentados em bancos e outros em pé em uma fila. Anahí e Darlan se aproximam e Inácio olha desconfiado para o irmão por está junto com a índia, o que acontecia com aquele rapaz era ciúme de irmão ou amor de homem pela índia?
Marcos conversava com padre Manoel no canto e ambos viram Anahí.
—Quem é aquele que está do lado da guria Anahí? —perguntou o padre.
—Não sei te dizer, padre.
—Eu nunca vi esse homem por aqui.
—Também não.
—Você estava me falando sobre a Fernanda…
—Sim, padre, eu não sei mais o que fazer, eu amo a Fernanda, mas a impressão que me dá é que não é só o medo de se decepcionar que a faz não querer assumir um relacionamento comigo.
—Imagino aonde você quer chegar.
—Eu acho que a Fernanda ainda gosta do Anderson.
—Será?
—Eu desconfio.
—Filho, tenha paciência.
—Padre, são quase dois anos que tento convencer a Fernanda que vale a pena ficarmos juntos, que quero me casar com ela, eu a amo, ela é a mulher da minha vida.
—Eu te compreendo, filho, como também a Fernanda, ela sofreu quando se iludiu com o Anderson, engravidou e ele de certo modo não assumiu a criança, escondeu o Inácio esses anos todos.
—Homem de verdade assume o que faz. Qual é o pai que não queria ter um filho como o Inácio?
—Tem toda razão. Tenha um pouco mais de paciência que no tempo dela a Fernanda vai se permitir abrisse totalmente e vocês poderão viver esse amor.
—Assim espero, padre.
Inácio sai da mesa e segue em direção à Anahí e Darlan.
—Você aqui, Darlan?
—Sim, a Anahí me trouxe.
—Pelo jeito vocês estão se divertindo com estes passeios.
—E por que não? Estou louco para descobrir o que é de mais secreto neste pantanal e não tem uma companhia melhor do que ela.
Os irmãos se encaravam e Anahí percebe o clima entre eles.
—Acho melhor irmos, Darlan.
—Pra onde vão?
De repente uma jovem índia se aproxima dos três.
—Anahí, a cacica Jaci quer falar com você.
—Eu volto já. —saiu junto com a outra índia.
—Qual é a tua, Inácio? Quer fiscalizar minhas saídas com a Anahí?
—Pra onde você vai com ela? O que está tramando, Darlan?
—O que a gente vai fazer, ou melhor dizendo, o que já fizemos não te interessa. Cara, você não ver que tá sobrando?
—Você se aproveitou dela? Como se atreveu! —o puxou pela gola da camisa.
—Me solta! —o empurra. — Eu não me aproveitei de ninguém. Anahí já é adulta e sabe muito bem o que faz. Para que tá ridículo, Inácio, pelo que tô vendo isso prova que esse seu ciúme é que você é louco por ela. Aceite que a índia quer a mim, sou eu que ela escolheu e não você bastardo.
—Do que você me chamou?
—Bastardo, sempre será um bastardo. E quem mandou você se meter no meu assunto com o meu pai, hein? Eu ia contar a ele que estava em Corumbá e que descobrir que você existe.
—Contei porque eu quis. Eu queria sentir o prazer de ser o primeiro a falar pra ele que o filho legítimo dele já sabe que viveu uma vida de mentiras e que eu existo.
—Nunca deixará se ser um bastardo. Não se meta na minha vida.
—Pouco me importo com você, Darlan, quem me importo é com Anahí, não quero que você a faça sofrer.
—Escolha outra índia porque aquela é minha, babaca. —saiu.
Inácio observa Darlan andando em direção a oca da cacica Jaci, onde Anahí estava parada na porta. Naquele momento Inácio teve a confirmação que sua mãe estava certa em relação ao seu irmão e que ele não tinha boas intenções como também o fato dele está sondando Anahí o preocupava.
No casarão da fazenda Dois Rios, Anderson acaba de chegar e parecia apreensivo e andando do lado e por outro na sala enquanto Rafael aparece.
—Que bom que está em casa, Rafael. Onde está o Darlan?
—Foi com a Anahí na aldeia.
—O quê? O que aquele guri foi fazer nesse lugar?
—Deve ser curiosidade que foi a mesma coisa que ele me disse quando o perguntei o que havia trazido até a fazenda.
—E por que não me disse no instante que o viu? Por que eu só fiquei sabendo pelo Inácio?
—Anderson desde o começo dessa estória eu te disse que não queria me meter nesta grande confusão que você criou.
—É sempre assim. —se sentou no sofá. —você nunca me ajuda e piora a minha situação.
—Espera lá, você que piora a sua vida, Anderson, eu não tenho nada a ver com suas decisões malucas e precipitadas. —se sentou na poltrona.
—O Darlan já havia descoberto das minhas viagens para Corumbá e depois que descobriu que tem um irmão tenho quase certeza que vai dizer a Verônica.
—O que vai fazer? Vai comprar o silêncio dele? Porque eu já percebi que o rapaz tem um jeito bem peculiar de ser igual a você neste aspecto.
—Não sei, eu tenho que pensar porque cheguei em um momento que não posso e não quero mais continuar sustentando essa mentira.
—É sério isso, Anderson?
—Sim, eu tô cansado, Rafael, esses anos todos vivendo como esse peso e essa sombra. Eu me sinto preso a tudo isso.
—É bom que esteja pensando assim, irmão. Viver de mentiras é viver escravo dela e o medo de ser descoberto.
—E não somente por isso, é a Fernanda também.
—Já sei tá com medo de perde-la para o doutor?
—Eu não vou perde-la, a minha ribeirinha me ama.
—Anderson, a sua ribeirinha não é mais aquela guria que acreditava nas suas prosas de pescador. Ela amadureceu, o tempo passo e chegou alguém na vida dela que é capaz de faze-la feliz o que você não quis fazer.
—Eu vou lutar pela Fernanda, não é qualquer doutorzinho metido a boyzinho que vai me rouba-la.
—Você fala como se ela fosse uma coisa ou uma propriedade. Anderson, já pensou na possibilidade dela não te querer mais?
—A Nanda me ama.
—Eu aposto que não.
—É inacreditável, você é sempre do contra, Rafael, desde guri é assim, eu não sei como a Luana te aguenta, ela é uma santa.
—Sou realista e não precisa fazer muito esforço pra pensar e perceber que a Fernanda não quer mais nada com você.
—Não sei o que vou fazer se eu a perder.
—Você devia tentar se ajeitar com sua mulher, tenta salvar alguma coisa do seu casamento.
—Já pedi o divórcio.
—Confesso que me surpreendeu com essa.
—Não dá mais pra viver com a Verônica, cada dia mais insuportável.
—E ela está disposta a te dá o divórcio?
—Não. Ela não quer, mas vou com isso até o final.
—Então, resumindo: você se sente ameaçado pela possibilidade da ribeirinha ficar com doutor, você resolve dá a cartada final e se divorciar da Verônica para ver se a Fernanda volta atrás e fique com você?
—Rafael, pode ser tudo isso, mas há outro motivo mais forte.
—Qual?
—O tempo passou rápido e eu não sou mais aquele guri de vinte e poucos anos e cheio de energia, querendo viver tudo ao mesmo tempo e sem limites.
—É a solidão, irmão.
— Hoje eu tenho tudo o que sempre quis, uma carreira privilegiada, sou um juiz de direito, bem articulado, tenho estabilidade financeira, mas me falta o amor da minha ribeirinha.
—Você sacrificou o seu amor por ela atrás de status se casando com Verônica, você podia ter tudo isso ao lado da mulher que ama. Já é bem tarde para se arrepender.
—Eu vou lutar por ela.
—E seu filho Inácio onde fica nesta estória? Porque eu sei que o Darlan nem sofreu tanto com isto até fiquei surpreso com a reação dele.
—O guri do mato não tenho nada a falar. Vai viver por aí na fazenda como um peão, é somente isso que ele sabe da vida.
Na mata estava Darlan e Anahí deitados na pedra e se beijando.
—Estamos indo rápido demais. —ela embaixo dele.
—A gente se ama. —a beija.
Anahí se senta na pedra.
—É impressão minha ou você e o Inácio estão se desentendendo?
—Inácio tem ciúmes de você.
—Ele sempre foi assim muito protetor comigo e com Florzinha.
—Vamos esquecer o ciúmes do Inácio e continuar onde a gente parou. —ele a puxa e a beija.
De noite na casa de Fernanda, estava a mesma conversando com Inácio.
—Filho, o que foi que te irritou?
—Você tinha razão, mãe. —se sentou no sofá. —O Darlan não é uma boa pessoa.
—O que ele fez? —se sentou no centro de madeira e ficando de frente para o filho.
—Ele está muito próximo da Anahí. Me veio com uma conversa perguntando se eu a namorava e respondi que não que nós vemos como irmãos.
—O que está sentido, Inácio?
—Não tenho como te responder, mãe. Eu amo a Anahí como irmã e nunca a vi como mulher, nunca a desejei.
—E o que te aflige, filho?
—Eu não vou suportar se ele a machucar e se a enganar. O Darlan tem malícia, quer se divertir, e ela é pura, mãe.
—Inácio, a Anahí já é maior de idade e se por acaso ela se decepcionar com ele, será problema dela e não seu e nem de outra pessoa.
—Me dá raiva do jeito dele como é irônico e debochado.
—Com certeza puxou o pai. Eu não o vi lá na aldeia.
—É que eles passaram rápido por lá.
—Bom, não faltará oportunidade de conhecer seu irmão.
—Ele me chamou de bastardo.
—O quê?
—Sim, bastardo.
—Filho, não se deixe levar por isso.
—Mãe, ele tem razão eu sou um bastardo, porém, há coisas dentro de mim que são maiores e mais importantes do que esse detalhe.
—Sua mãe tem muito amor e orgulho de você, filho. —segura na mão dele e faz uma breve pausa. —E seu pai tem notícias dele?
—Ele ligou e eu o disse sobre o Darlan está na fazenda e que ele sabe que eu existo.
—Por essa o Anderson não esperava. Como foi a reação dele?
—Nervoso e disse que estava vindo pra cá. Acho que a essa hora ele já deve ter chegado na fazenda.
No escritório do casarão estava Anderson em pé encostado na mesa até que Darlan entra.
—A tia Luana me disse que você estava me esperando. —parou em frente ao pai.
—Precisamos conversar.
—Sim, eu estava certo quando desconfie que em Corumbá você escondia uma amante e estou surpreso que além disso você também escondeu um filho esses anos todos? É surpreendente, eu tenho que bater palmas—bate palmas— para você por ter essa habilidade de ter mentido por tanto tempo.
—Se pensa que vai me fazer chantagens está muito enganado.
—Pai, vamos com calma, tudo na vida tem o seu preço.