“Mudaram as Estações”

 

[CENA 01 – COLÉGIO ESTADUAL OLIVEIRA SANTOS/ SALA/ DIA]
(Pedro está retirando o material da mochila e colocando sobre sua cadeira. Enquanto fazia isso, prestava atenção nos pequenos grupos que estava ao seu redor. Andréa e Ramon entram na sala e o foco de Pedro volta-se a eles)
ANDRÉA – Eu quero que a música seja perfeita, Ramon. Quero que os jurados já me aprovem no primeiro verso dela. (senta na segunda cadeira, da fileira ao lado da de Pedro. Ramon senta atrás dela)
RAMON – Da playlist que eu fiz, escolheu alguma?
ANDRÉA – Não. Vou precisar da sua ajuda para uma outra playlist. Por isso, logo após sairmos da escola, você vai me ajudar nisso. Preciso dessa música até semana que vem, que é quando eles vão começar as gravações do programa. (vira para o lado e ver Pedro)
RAMON – Achei errado eles avisarem assim, na ultima hora. Mas não se preocupa, vou começar a procurar algumas músicas famosas aqui. (começa a mexer no celular. Andréa e Pedro continuam se olhando, ela fica atraída por Pedro, Ramon repara o que está acontecendo e para de mexer no celular)
ANDRÉA – Oi! Você deve ser o aluno novo?
PEDRO – Sou. Prazer, Pedro.
ANDRÉA – Andréa. (Pedro desvia o olhar para Ramon, que estava o observando com uma expressão séria) Esse é o Ramon.
RAMON – (fingindo ser simpático) Beleza cara?!
PEDRO – Beleza. (estende a mão para Ramon, ele hesita em fazer o mesmo, mas quando ia fazer, o professor entra na sala)
RAMON – Professor chegou.
JÚLIO – Bom dia turma. (os alunos rapidamente procuram suas cadeiras. Pedro presta atenção no professor, Andréa presta atenção em Pedro e Ramon presta atenção em Andréa)

[CENA 02 – CENTRO EDUCACIONAL GUSTAVO AUGUSTO/ SALA/ DIA]
(Alice entra em sua sala, logo atrás dela suas amigas)
THALITA – Não acredito que você não vai contar pra gente?
ALICE – Não. Quero que vocês se preocupem com outra coisa agora.
ÉSTER – Tipo?
ALICE – Tipo se vocês vão comigo ou não para a gravação do programa…
THALITA – Ah, é verdade. Você foi aprovada nas seletivas daquele programa de música. Como é mesmo que ele se chama… A Canção…?
ALICE – Sua Canção!
THALITA – Isso. Mas você não precisa se preocupar, sabe que vamos estar lá.
ÉSTER – E mesmo se não estivéssemos, a nossa torcida é pra você.
ALICE – Eu não estou preocupada com os outros concorrentes. Porque eu vivo a música. Ela faz parte de mim. E duvido que tenha alguém com tanto talento quanto eu.
THALITA – É, mas eles não procuram vozes do Brasil inteiro?
ALICE – Você acha que existe alguma outra voz melhor do que a minha nessa terrinha onde só se ouve músicas chinfrins? É obvio que não.
RUTE – Quanta confiança!
ALICE – Não entendi esse seu comentário, Rute?
RUTE – Quero dizer que… por aí deve existir alguma voz tão boa quanto a sua.
ALICE – Não sabia que você estava torcendo contra mim?
RUTE – Não estou torcendo contra você, Alice. Jamais varia isso, sabe disso. Só não acordei bem hoje, desculpa.
ALICE – Pois trate de melhorar já. Se não vai ficar sozinha no refeitório, para refletir sobre suas atitudes.
RUTE – Está bem. Vou até o banheiro, retocar um pouco a maquiagem. Vocês vem? (retira um estojo da mochila e levanta da cadeira)
ALICE – Pelo que eu sei, em nenhum momento disse que iria ao banheiro. (Rute volta a se sentar) Mas, entendo que algo está te incomodando, então pode ir. (Rute levanta e sai apressada da sala. Manuela entra logo em seguida)
ÉSTER – Olha só quem chegou, Alice! (aponta para Manuela que caminha para sua cadeira lá na frente da sala)
ALICE – Ah, a mudinha chegou. (levanta e caminha até ela. As outras fazem o mesmo) Olá, mudinha. (Manuela não responde, apenas fica de cabeça baixa) Será que nessas férias você não aprendeu a falar? (Éster e Thalita riem)
THALITA – Provavelmente na aldeia onde ela mora, não devem falar o nosso idioma.
ALICE – Espero que pelo menos você tenha estudado. Porque a ultima prova que eu fiz, não tirei dez. (Manuela continua de cabeça baixa) E você sabe de quem é a culpa?
MANUELA – (resmunga) Se você tivesse estudado, não teria tirando 8.
ALICE – O que você disse? (Manuela não responde) Acho que você se esqueceu das humilhações que fizemos você passar. (Manuela abaixa mais a cabeça) Acho que precisamos fazê-la relembrar meninas? (a professora entra na sala e Alice junto com suas seguidoras fieis, voltam para os seus lugares)

[CENA 03 – CASA DE PEDRO/ SALA/ DIA]
(Carla e Felipe continuam se olhando. O tempo pode ter passado, mas o olhar entre os dois continua o mesmo)
FELIPE – Não sabia que havia voltado?!
CARLA – Eu cheguei ontem. O que faz aqui?
FELIPE – Vim visitar sua irmã, tentar descobrir algum noticia sua, já que você sumiu esses últimos anos.
CARLA – Eu estava passando um tempo na casa do meu pai.
FELIPE – Do nosso pai!
CARLA – É.
FELIPE – Será que eu posso entrar?
CARLA – Melhor não, estou meio ocupada agora.
FELIPE – Entendo. A Paula está?
CARLA – Está, ela está na cozinha me ajudando. Estamos dando uma faxina em alguns cômodos…
FELIPE – Então eu devo está atrapalhando, volto outra hora.
CARLA – Acho melhor.
FELIPE – Que bom que você voltou. Miguel falava muito de você.
CARLA – Miguel?
FELIPE – Eu e Miguel somos primos, não sabia?
CARLA – Sim, sabia. Só não imaginava que vocês conversavam sobre mim.
FELIPE – Na verdade, ele quem conversa. Bem, eu vou indo. Tchau.
CARLA – Tchau. (Carla fecha a porta logo que Felipe sai, após a saída, Carla não esconde que ficou abalada com está visita)

[CENA 04 – COLÉGIO ESTADUAL OLIVEIRA SANTOS/ SALA/ DIA]
(é hora do intervalo e Andréa novamente volta a conversa com Pedro)
ANDRÉA – Quer dizer que você morava em Minas com o avô?
PEDRO – Isso. Minha mãe e eu chegamos ontem de viagem.
ANDRÉA – Então você não conhece praticamente nada da cidade?
PEDRO – Não. (ri) Um completamente perdido.
ANDRÉA – Pois ande com a gente e você logo ficará dentro de tudo. (Ana entra na sala)
ANA – Oi Pedro, pronto para conhecer um pouco a escola nesses minutinhos de intervalo?
PEDRO – Oi, claro. Acho que já ia fazer isso com a Andréa. Vocês se conhecem?
ANDRÉA – Não. (as duas se olham, ambas com cara feia uma para outra)
PEDRO – Então vou apresentar vocês. Andréa essa é minha amiga, Ana. Foi a primeira amizade que eu fiz quando cheguei na cidade, e Ana essa é a…
ANA – Eu sei quem é ela, Pedro.
PEDRO – Sabe?!
ANDRÉA – Pensei que você havia dito que não conhecia ninguém na cidade?
PEDRO – Bem, a única amizade que fiz aqui foi com a Ana, mas ela é praticamente da família.
ANDRÉA – Ah, então vocês são parentes? Quer dizer então que você também faz coisas estranhas? (Ana abaixa a cabeça após este comentário)
PEDRO – Coisas estranhas?! (olha para Ana e a ver envergonhada)
ANDRÉA – Por que não pergunta para a sua amiga as tais crises que ela costuma ter. (Andréa sai da sala logo em seguida, Ramon logo atrás dela)
PEDRO – O que a Andréa quis dizer com tudo isso?
ANA – Ela é louca, Pedro. Ela é uma das piores pessoas que você deve fazer amizade aqui. Porque eu não percebi que você havia ficado na mesma sala que ela.
PEDRO – Pelo visto, vocês não parecem ser muito amigas?
ANA – Não somos. E você não deve ser.
PEDRO – Estranho, ela me pareceu tão simpática.
ANA – Mas não é. Essa aí é capaz de apunhalar um parente, para conseguir aquilo que deseja.
[REFEITÓRIO]
(Andréa compra um salgado na lanchonete da escola, caminha até uma mesa, senta, Ramo logo atrás)
ANDRÉA – Pedro tinha tudo pra poder andar com a gente.
RAMON – Que bom que você percebeu a tempo e não quis coloca-lo em nosso grupo.
ANDRÉA – Ah, não acredito que estou ouvindo isso. (ri) Você está com ciúmes, Ramon?
RAMON – E o que você quer que eu sinta? Esse cara fez você até se esquecer da música que estávamos procurando.
ANDRÉA – Pode ficar tranquilo, o aluno novo é amigo ou parente da garota estranha.
RAMON – Então vamos ignorar esse tal Pedro também?
ANDRÉA – Não sei, por enquanto sim. (Ramon fica um pouco animado com o que ouve) Mas, voltando ao assunto que interessa. Quais músicas você tem para me mostrar?
RAMON – Bem, antes de você dar total atenção a aquele cara, salvei aqui algumas músicas e acho que você vai gostar de ouvir.

[CENA 05 – CENTRO EDUCACIONAL GUSTAVO AUGUSTO/ REFEITÓRIO/ DIA]
(Alice está no refeitório com suas amigas. Todas ainda continuam conversando sobre o programa de música, exceto pela Rute)
ALICE – Eu já tenho uma musica em mente, mas estou pensando em cantar uma original minha.
ÉSTER – Não quero que você pense que eu estou sendo do contra, mas não é melhor você cantar uma música que já é conhecida? Também não estou dizendo que suas músicas sejam ruins, pelo contrário, elas são ótimas, mas para uma oportunidade assim, uma música que já é conhecida e já foi cantada por alguma grande cantora, é melhor.
ALICE – Você tem razão, Éster. Posso deixar pra mostrar esse meu talento criativo para uma próxima apresentação.
ÉSTER – Quem sabe na final?!
ALICE – Está certo, vou cantar a música que tenho em mente então.
THALITA – Você não vai mesmo nos contar qual é?
ALICE – Não, se vocês quiserem saber, terão que me acompanhar no dia da gravação.
THALITA – Impossível negociar com você né mesmo?
ALICE – Aprendi com meu pai.
RUTE – Desculpa meninas, mas não estou bem. (sai apresada da mesa, para o banheiro)
ALICE – O que é que deu nela?
ÉSTER – Sei lá, essa aí amanheceu estranha hoje.
(no banheiro, Rute vomita em algum vaso. Logo depois caminha até o espelho, lava um pouco o rosto, e em seguida, passa a mão em sua barriga. Sua expressão no rosto é de medo)

[CENA 06 – COLÉGIO ESTADUAL OLIVEIRA SANTOS/ SAÍDA/ DIA]
(o primeiro dia de aula após as férias terminam. Após o fim do intervalo, na sala de Pedro, Andréa ignorou o rapaz o resto da aula. Mesmo, quando Pedro a chamou na saída, Andréa fingiu que não o ouviu)
ANA – (caminhando com Pedro para fora da escola) Eu disse para você. Você não vai querer ela como amiga. (Dácio vem caminhando apressado atrás deles)
PEDRO – E eu imaginando que faria vários amigos logo no primeiro dia.
ANA – Calma, é só o primeiro dia, você nem conheceu todo mundo ainda. (Dácio os acompanha, e por está apressado, acaba esbarrando em Pedro).
DÁCIO – Desculpa, cara. É que estou com pressa!
PEDRO – Tranquilo. (Dácio volta a caminhar apressado)
PEDRO – Conhece ele?
ANA – Não. Não lembro de o ver muito por aqui.
PEDRO – Então, vamos para casa?
ANA – Eu vou ter que ir ao shopping agora. Preciso comprar algo que o professor pediu, e só encontro lá.
PEDRO – Aquele mesmo de ontem?
ANA – Sim, você quer vir?
PEDRO – Claro, mas vamos ter que avisar aos nossos pais né?
ANA – Claro. No caminho até o shopping a gente liga.

[CENA 07 – CENTRO EDUCACIONAL GUSTAVO AUGUSTO/ SAÍDA/ DIA]
(o primeiro dia de aula também acaba para Alice. Ela e suas amigas estão indo para a saída, e não estão sozinhas…)
TIAGO – Alice, espera! Alice! (ela continua caminhando e ignorando Tiago. Ele caminha mais rápido, e chega a frente dela) Desculpa, eu fui um estupido ontem à noite. Não devia ter dito, nem feito nada. (Alice olha para Éster)
ÉSTER – Alice quer que você a esqueça, pois é isso que ela está fazendo, te esquecendo.
TIAGO – Quer dizer que agora você vai usar as suas copias para falar comigo? (Alice olha novamente para Éster)
ÉSTER – Ela disse, que se você continua a seguindo por aí, ela vai ter que contratar o advogado do pai dela e exigir uma medida restritiva contra você.
TIAGO – Quanta maturidade, Alice. (Alice olha novamente para Éster)
ÉSTER – Ela quer saber se você vai dar licença ou ela vai ter que ir até a diretoria. (Tiago sai da frente da Alice, ela e suas amigas saem, todas sorrindo, exceto Rute)
TIAGO – Patricinha mimada! Vamos ver por quanto tempo você vai continuar com esse joguinho.

[CENA 07 – SHOPPING/ LANCHONETE DO IVO/ DIA]
(Ana e Pedro visitam várias lojas. Ana já havia comprado o que precisava na terceira loja que eles entraram. Agora, ambos com fome, decidem ir até a lanchonete de Ivo)
ANA – Será que você vai cantar outra música com outra garota estranha?
PEDRO – (ri) Não, aquilo não vai mais se repetir. Ainda não sei como tive coragem de cantar aquela música na frente da lanchonete inteira.
ANA – Pena, gostei de ver você cantando. Aliás, não fui o único. (chegam ao balcão da lanchonete)
IVO – Bom dia, Ana. E você é o rapaz que arrebentou ontem aqui na minha lanchonete! Veio cantar outra novamente?
PEDRO – Não, hoje não.
ANA – Ele tá com vergonha, Ivo. Mas não se preocupa, logo o faço perder essa timidez.
IVO – Vocês vão querer uma mesa ou irão comer aqui mesmo?
ANA – Vamos escolher uma mesa.
IVO – Está bem. Podem escolher uma disponível aí, que logo vou atender vocês.
ANA – Obrigada. (Ana e Pedro procuram uma mesa vazia, encontram uma bem perto do karaokê. Pedro senta e não tira o olho da máquina) Se você quiser cantar…
PEDRO – Não, só estou olhando. Mas e o Ivo, você o conhece a muito tempo?
ANA – Sim. Meu pai já trabalhou aqui. Ele ajudou muito o Ivo a superar a depressão que estava passando.
PEDRO – O que ele teve?
ANA – Ivo tinha uma banda amadora. Só que um certo dia, em um acidente de carro, os companheiros de banda dele morreram. Apenas ele sobreviveu. Acho que por gostar tanto de música, ele abriu essa lanchonete com karaokê.
[COZINHA]
IVO – (conversando com seus companheiros de bandas fantasmas) Eu vou te explicar… Eu não posso chegar no garoto, e obriga-lo a cantar.
FÁBIO – O Ivo tem razão.
JORGE – Mas é ele o garoto. Tenho certeza que ele trará o sucesso da nossa banda de volta.
IVO – Eu o vi cantando ontem, e realmente o garoto canta muito bem. Não duvido que seja ele, só que não posso assusta-lo. Preciso me aproximar dele aos poucos…
FÁBIO – Isso, Ivo. Faça isso. Não liga para as ideais malucas do Jorge, que mesmo depois de morto, continua tendo essas ideias.
IVO – Estou voltando pra lá. Tentar me aproximar mais dele. (sai da cozinha, e caminha até a mesa onde Pedro e Ana estão. Os seus amigos fantasmas ficam no balcão observando)
JORGE – Não vejo a hora desse garoto trazer à glória da nossa banda novamente.

[CENÁRIO 08 – CADA DA ANDRÉA/ Q. DA ANDRÉA/ DIA]
(Andréa está ouvindo uma música e parece que ela finalmente gostou dessa)
ANDRÉA – Amei essa música, perfeita Ramon.
RAMON – Achei que você ia gostar. Fiquei pensando, já que você queria uma música épica, que fizesse todos…
ANDRÉA – (interrompendo-o) Agora, preciso ensaia-la. Preciso alcançar essas notas altas, se quero sair melhor que a original.
RAMON – Está bem, então vou indo. Mais tarde, você me liga quando tiver dominado ela.
ANDRÉA – Não esqueça de fechar à porta quando sair. (Ramon sai, sem receber nenhum obrigado, abraço ou atenção de Andréa)

[CENÁRIO 09 – PRAÇINHA/ DIA]
(Rute está sentada em um banco na pracinha. Tiago chega e ela levanta nervosa)
TIAGO – Se você veio trazer algum recado sobre à Alice, pode dizer a ela que vou fazer o mesmo daqui pra frente…
RUTE – Não vim trazer recado nenhum da Alice.
TIAGO – Então, pra quê você marcou esse encontro?
RUTE – Eu vim falar da gente.
TIAGO – É, até que seria bom provocar ciúmes na Alice… (se aproxima dela para beijá-la)
RUTE – Não vim pra isso, Tiago. O assunto é sério.
TIAGO – Então fala, o que é?
RUTE – (respira fundo) Eu estou grávida!

[CENA 10 – CASA DA LETÍCIA/ Q. DA  LETÍCIA – SALA/ DIA]
(Dácio está conversando com Letícia, Dácio está contando como foi o primeiro dia de aula dele)
LETÍCIA – Sério que não teve nada de novo? É o primeiro dia de aula, você deveria está comemorando.
DÁCIO – Não tenho muito o que comemorar. Você sabe que não tenho muitos amigos por lá. Na verdade, ninguém fala comigo lá.
LETÍCIA – E o garoto novo? Você não tentou se aproximar dele?
DÁCIO – Não conversei com ele não. Eu acabei esbarrando com ele na hora da saída, mas a gente não conversou muito.
LETÍCIA – Aproveita e tentar ser amigo dele. Daqui a pouco você termina o ensino médio, e não terá nenhuma lembrança boa para lembrar no futuro.
DÁCIO – Queria ter a sua sorte e poder ficar dentro de casa pra sempre.
LETÍCIA – E ter uma doença, que você sabe que a qualquer momento irá te levar.
DÁCIO – Desculpa. Não era nesse sentido que eu quis dizer.
LETÍCIA – Eu entendi, Dácio. Quem derá eu tivesse a sua sorte, e poder frequentar uma escola, conversar com pessoas diferentes, fazer amigos…
DÁCIO – Mas mudando um pouco de assunto, a chata da Cássia já veio te importunar para qual música irão cantar para a gravação do programa?
LETÍCIA – Estou aguardando ela. (nesse momento Cássia entra no quarto)
CÁSSIA – Achei a música que vou cantar na gravação.
DÁCIO – Você ou a Letícia?!
CÁSSIA – (ignora o comentário) É nacional. É popular. É linda. Vai conquistar os jurados sem dúvida. (entrega a letra da música para Letícia)
LETÍCIA – Ela é boa mesmo. Mas, também pensei em uma música, que também poderia conquistar os jurados.
CÁSSIA – Irmãzinha, acho que você ainda não entendeu. Eu escolho o repertório, você canta.
LETÍCIA – Mas, você ainda nem à ouviu. Por favor, irmã, ouça ela, se você não gostar, cantarei a sua.
CÁSSIA – Está bem! Cante, quero ouvir.
LETÍCIA – (levanta da cama, caminha até o aparelho de som, conecta seu celular, e começa a tocar Mudaram as Estações, de Cássia Eller. Letícia começa a cantar, ao longo da música serão mostrado algumas cenas de outros núcleos)

[CENA DE MÚSICA – MUDARAM AS ESTAÇÕES (CÁSSIA ELLER)]

Mudaram as estações, nada mudou 1
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim, tão diferente 2

Se lembra quando a gente
Chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre 3
Sem saber que o pra sempre sempre acaba

Mas nada vai conseguir mudar o que ficou 4
Quando penso em alguém, só penso em você
E aí, então, estamos bem

Mesmo com tantos motivos 5
Pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar
Agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa 6

Mesmo com tantos motivos
Pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar
Agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa

1. Letícia começa a cantar. Dácio à observa, Nathaniel aparece no quarto e sorrir.
2. Carla está deitada no sofá da sala, e pensa em Felipe aparecendo em sua sala, minutos atrás.
3. Felipe está deitado em seu quarto, e pensa na primeira e única noite que teve com a Carla.
4. Carla também pensa na primeira noite que os dois tiveram. Olha para o lado, e ver uma foto de Pedro com Frederico, e sorrir.
5. Felipe senta na cama, pega seu celular, e olha uma foto da Alice, e sorrir.
6. Letícia está em pé em frente ao Dácio, e termina à música nela. Nathaniel desaparece assim que Letícia termina de cantar.

Continua no Capítulo 06…

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