“Só Hoje”

 

[CENA 01 – RUA/ NOITE]
(Miguel e Carla continuam se beijando. Miguel é quem interrompe o beijo e olha surpreso para Carla)
MIGUEL – Uau! Isso que acabou de acontecer…
CARLA – Acho que devemos dar uma chance para o que vivemos anos atrás.
MIGUEL – (brinca) Mas, assim logo no primeiro encontro?!
CARLA – Esperamos tempo demais já, não acha?!
MIGUEL – Acho. (volta se aproximar dela e a beija)

Amanhecendo…

[CENA 02 – CASA DO PEDRO/ COZINHA/ DIA]
(Carla e Paula estão na cozinha conversando sobre à noite de ontem)
PAULA – Quer dizer que você o beijou?
CARLA – Beijei.
PAULA – Nossa, essa eu não esperava de você. Sei lá, pensei que você iria esperar até o décimo encontro de vocês, aí você iria dizer estava apaixonada, aí sim depois o beijaria.
CARLA – Estou apenas seguindo o seu conselho, estou dando mais uma chance para o meu coração.
PAULA – E vai contar para o Pedro quando?
CARLA – Hoje, eu convidei o Miguel para jantar com a gente! E seria uma oportunidade perfeita de trazer o seu namorado.
PAULA – Irei combinar com ele. Mas realmente estou chocada. Tem certeza que a Carla que está sentada aqui na minha frente é a minha irmã insegura dos seus sentimentos? No primeiro encontro já beija o rapaz e no dia seguinte já o convida para jantar com a família. O que vai acontecer amanha? O noivado e dia seguinte o casamento?
CARLA – Talvez parei de ter medo de expor o que eu sinto.
PAULA – Isso aí, irmã. Olha, Pedro e Miguel vão se dar super bem. Ontem, eu meio que dê uma ajudinha para você.
CARLA – Do que você está falando?
PAULA – Eu meio que contei para o Pedro, que você e o Miguel foram mais que amigos no passado.
CARLA – Acho que assim vai ser melhor! Se você não tivesse contado para ele, eu mesma contaria hoje.
PAULA – E quanto ao outro?
CARLA – O Felipe?!
PAULA – Ele mesmo. Você sabe que se criar uma relação firme com o Miguel, essa relação vai aproximar tanto você como o Pedro dele (Felipe).
CARLA – Isso é um risco que eu tenho que correr, aceitando esse sentimento. Se a partir disso, se for preciso contar a verdade para o Pedro, quem é o pai dele, eu vou ter que dizer. Machucando quem machucar!
PAULA – Uau, ouvindo você falar assim, parece que eu estou vendo uma outra Carla.

[CENA 03 – CASA DA ALICE/ Q. DA ALICE/ DIA]
(Alice está arrumando seu material escolar com raiva, quando Felipe a observa)
ALICE – O senhor podia tirar tudo de mim, menos o direito deu cantar.
FELIPE – Isso sirva de lição, que você não deve tratar as pessoas com diferença.
ALICE – O mundo é diferente pai, todos somos diferentes.
FELIPE – Sim, e é por essas diferenças que devemos saber respeitar os outros. Não se deve diminuir alguém por não ser igual a você.
ALICE – Será que podemos parar como esse seu sermão e ir logo para a escola. Já que até o meu direito de ir vir o senhor me tirou.
FELIPE – E vai ser assim de agora em diante. Vou te levar e buscar todos os dias. Da escola pra casa, nada de ir ao shopping, festas…
ALICE – Que maravilha, me tornei uma prisioneira na minha própria casa. (sai do quarto enfurecida, Felipe vai logo atrás dela)

[CENA 04 – CENTRO EDUCACIONAL GUSTAVO AUGUSTO/ PÁTIO – Q. DE ESPORTES/ DIA]
(Rute está à procura de Tiago. Alice e suas outras amigas ainda não chegaram, então os dois podiam conversar seguros. Rute encontra Tiago conversando com um garoto)
RUTE – (interrompendo a conversa dele) Preciso conversar com você.
TIAGO – Não temos nada para conversar, e se você nós dar licença…
RUTE – Se você não vier comigo agora, vou contar o que tenho pra dizer aqui mesmo.
TIAGO – Depois a gente continua esse papo, cara. (acompanha Rute, até a quadra da escola) O que você quer?
RUTE – Eu tomei minha decisão.
TIAGO – Espero que seja a certa!
RUTE – Eu vou interromper essa gravidez. Também não posso estragar meu futuro por causa de algo que não foi planejado.
TIAGO – Que bom, se você me chamou só para comunicar isso, vou indo então.
RUTE – Não, te chamei por que não vou fazer isso sozinha.
TIAGO – O que você quer que eu faça?
RUTE – Sei lá, me ajude pelo menos encontrar alguém que entenda desse assunto.
TIAGO – Se for para me livrar de você de uma vez, eu vou me informar aí. Quando eu descobrir alguma coisa te aviso.
RUTE – Esta bem. Melhor sairmos daqui, logo as meninas chegam e elas vão me procurar.
TIAGO – Você não contou nada para elas, né? Nem para a Alice?
RUTE – Não, claro que não. Nem tudo a gente conta para as amigas.
TIAGO – Não sei, vocês parecem ser tão confidentes uma das outras. Mas é bom que ninguém saiba, afinal, esse problema logo será resolvido e espero que seja esquecido.
RUTE – Depender de mim, não quero nem lembrar que fiquei com você.
TIAGO – Também. (sai da quadra. Rute também sai, segundos depois)

[CENA 05 – COLÉGIO ESTADUAL OLIVEIRA SANTOS/ SALA/ DIA]
(Pedro e Dácio estão conversando na sala. Andréa não tira os olhos deles)
DÁCIO – Você não liga do pessoal todo ficarem te olhando de cara fechada?
PEDRO – Qual é o problema desse pessoal de cidade grande? Onde eu morava, todos se respeitavam, se cumprimentavam, mesmo não tendo afinidade alguma.
DÁCIO – As pessoas aqui ligam mais para o status que elas recebem do que para os próprios valores.
PEDRO – Você pelo visto não é assim?
DÁCIO – Não… apesar de ter crescido sem uma mãe ao lado, eu consegui adquirir bons valores.
PEDRO – Provavelmente do seu pai?
DÁCIO – Não, meu pai não é o melhor exemplo para ensinar isso.
PEDRO – Já eu, cresci sem um pai, mas tive a presença do meu avô, então não tenho do que reclamar. (teve um ideia) Você é fera nessas coisas de tecnologia, né?
DÁCIO – Sou.
PEDRO – Será que você consegue encontrar alguém, mesmo que já esteja morto?
DÁCIO – Sim, se tiver o nome completo da pessoa, posso tentar… mas por que? Que morto você quer encontrar?
PEDRO – Meu pai!

[CENA 06 – CASA DA LETÍCIA/ Q. DA LETÍCIA-SALA/ DIA]
(Cássia e Letícia estão ensaiando a música para o programa. Regina entra logo após que elas terminam a música)
CÁSSIA – Perfeito, acho que não precisamos ensaiar mais. Talvez um dia antes das gravações…
REGINA – Com licença. Então, como anda os ensaios?
CÁSSIA – Ótimo, mamãe. Com certeza, vou passar da primeira fase fácil.
REGINA – Claro que você vai, filha. Você vai ganhar este programa, e esse dinheiro é nosso.
CÁSSIA – Já imagino a fama que vou receber, os shows que irei fazer, ficarei rica mamãe!
LETÍCIA – Acho que depois seria a minha vez!
CÁSSIA – Como assim sua vez?
LETÍCIA – É que conversando com o Dácio, ele me incentivou a lutar pelos os meus sonhos. E também sonho é ser uma cantora. (Cássia começa a rir)
CÁSSIA – Ah, mamãe, a senhora quer que eu conte ou a senhora mesmo vai contar?
REGINA – Letícia está certa, Cássia.
CÁSSIA – O que?
REGINA – Será que você pode deixar nós duas sozinhas?
CÁSSIA – (puxando a mãe para perto da porta) Quanto tempo mais a senhora vai continuar escondendo isso dela?
REGINA – Nos deixe sozinha, por favor. (Cássia sai do quarto. Regina senta na cama, ao lado de Letícia)
LETÍCIA – Depois que a Cássia ganhar, ano que vem posso me inscrever no programa e eu mesma cantar pessoalmente, né Regina?
REGINA – Querida, seu primo não devia ter dado esperança à você. (o sorriso de Letícia aos poucos desaparece) Infelizmente, a sua doença não permite que você saia por aí por muito tempo. E para participar de um programa desse, precisa ter uma saúde forte, pois terá várias gravações, vários ensaios e você precisa ficar aqui dentro, tomando seus remédios, nos devidos horários. Eu prometi ao seu pai que cuidaria de você, e vou continuar fazendo isso, mas aqui dentro. Lá fora, não vou ter esse controle.
LETÍCIA – Eu entendi. Pelo menos irie realizar o da minha irmã.
REGINA – Eu vou conversar com a Cássia, e verei com ela se podemos fazer alguma coisa pra realizar um pouquinho esse seu sonho.
LETÍCIA – Não precisa, se a vida quisesse mesmo que eu fosse cantora, não teria me dado essa doença. Você pode me dar licença, esse ensaio me deixou um pouco cansada.
REGINA – Está bem. Daqui 1 hora volto pra dar o seu remédio!
LETÍCIA – Está bem. (Regina levanta da cama, Letícia deita e vira para o lado, e olha para a foto do pai em cima do criado mudo, uma lágrima cai de seu rosto. Regina sai do quarto)
[SALA]
(Regina desce para a sala)
CÁSSIA – Então, iludiu a garota novamente?
REGINA – Eu não iludi, só não posso contar para ela, que ela tem poucos meses de vida.
CÁSSIA – E você quer que ela descubra isso quando chega a hora dela?
REGINA – Eu vou contar, só acho que não é o momento certo. Ou você quer que ela se desestabilize e não consiga cantar.
CÁSSIA – Não, isso não.
REGINA – Então, depois que o programa acabar, contarei a verdade para ela.

[CENA 07 – CENTRO EDUCACIONAL GUSTAVO AUGUSTO/ REFEITÓRIO/ DIA]
(Alice e suas amigas estão no refeitório conversando)
ÉSTER – Acho que tanto trabalho está deixando o seu pai doido, Alice.
ALICE – Eu tenho é certeza.
THALITA – E você vai desistir do programa?
ALICE – Claro que não. Eu vou pensar como irei as gravações, sem meu pai perceber.
ÉSTER – Porque não pede ajudar para a sua avó?
ALICE – Boa ideia, Éster! Bem, como meu celular foi confiscado, vou precisar usar um de vocês.
ÉSTER – Claro amiga, pode usar o meu. (Éster entrega o telefone para Alice, que sai da mesa logo que recebe. Thalita percebe que Rute está um pouco fora da conversa…)
THALITA – Rute? Rute? RUTE?!
RUTE – O que foi?
THALITA – Eu que pergunto? Está tudo bem? Ainda está se sentido mal?
RUTE – Não, estou bem! Cadê a Alice?
THALITA – Está dando um telefonema para à avó dela.
RUTE – Aconteceu alguma coisa?
ÉSTER – Pelo visto você não estava prestando atenção na conversa, né?
THALITA – Vamos ter que te situar na situação, antes que a Alice volte. O pai dela a colocou de castigo, bloqueou os cartões dela, a proibiu… (enquanto Thalita conta tudo o que aconteceu para Rute, Alice está conversando com á avó)
ALICE – Pois é, a senhora é a única com quem eu posso contar agora. O papai definitivamente enlouqueceu, me proibiu de fazer quase tudo. A senhora vai me ajudar? Obrigada vó, eu sabia que podia contar com a senhora. Na verdade, é a única pessoa com quem eu posso contar. A primeira era meu pai, mas depois disso, a confiança acabou.

[CENA 08 – COLÉGIO ESTADUAL OLIVEIRA SANTOS/ SALA DE AULA/ DIA]
DÁCIO – Bem, eu só preciso de algumas informações sobre o seu pai. Por exemplo, você sabe onde ele trabalhou? Nome de algum familiar?
PEDRO – Não, não sei de nada, porque a minha mãe não conta nada sobre ele. Nem uma foto, que eu pedi dele, isso ela me mostrou.
DÁCIO – Você não acha que ela vai ficar chateada se você descobrir isso?
PEDRO – Eu preciso conhecer meu pai. Eu preciso saber quem ele foi? Como ele é? Minha mãe não pode me privar disso sempre.
DÁCIO – Bem, se você me dar essas informações, eu posso tentar encontrar seu pai para você.
PEDRO – Obrigado cara.
DÁCIO – E se eu descobrir isso, você vai contar para a sua mãe?
PEDRO – Eu não sei. Primeiramente preciso saber quem foi ele, pra entender por que ela quer esconder isso de mim.
DÁCIO – Você tem receio de que ela esteja escondendo por que seu pai talvez tenha feito alguma coisa errada?
PEDRO – Se isso for por isso, eu vou entender o caso dela. Agora, se não tiver nada, não sei se você conseguir perdoá-la.

[CENA 09 – CENTRO EDUCACIONAL GUSTAVO AUGUSTO / SALA DE AULA/ DIA]
(Alice e suas amigas voltam para a sala e continuam a conversa do refeitório)
ALICE – Ok, minha avó vai levar para a gravação do programa. Um dia antes, vou pedir para dormir na casa dela…
ÉSTER – E se seu pai não permitir?
ALICE – Já planejei, caso ele não permita. Como ele vai está no trabalho, minha avó vai lá à tarde me buscar para um passeio. O tempo vai passando, acabo esquecendo à hora, e o jeito é dormir lá.
ÉSTER – E se seu pai querer te buscar?
ALICE – Depois de chegar na casa da minha avó, ela não vai me deixar sair tão fácil.
THALITA – É, falta ver se isso vai funcionar na pratica.
ALICE – Vai funcionar. Meu outro problema agora é a roupa. Com meus cartões bloqueados, não vou poder comprar nada. Pensei em até me comportar esses dias, assim tentar conseguir um cartão, mas acho que não vai dar certo.
ÉSTER – Esqueceu da gente? Pode escolher o vestido que a gente paga!
ALICE – Vocês fariam isso por mim, meninas?
ÉSTER – Claro.
THALITA – Sem sombra de dúvidas.
ALICE – Você não, Rute? (olha para Rute que mais uma vez, estava fora da conversa)
RUTE – Eu o que?
ALICE – Eu reparei que você está quieta a manhã toda? O que está acontecendo? Não vai dizer que ainda está com efeito da doença?
RUTE – Não, eu já estou bem. Desculpa amiga, é que estou só cansada mesmo, por isso, não estou dando muita atenção para a conversa de vocês.
ALICE – Por que não vai pra casa?
RUTE – Eu vou esperar a aula acabar, eu aguento mais um pouco.
ALICE – Tá, só não fica perto de mim, pois quero está saudável para o programa.

[CENA 10 – CASA DO PEDRO/ SALA – Q. DE PEDRO/ DIA]
(Carla está terminando o almoço, quando a campainha toca)
CARLA – Já vai. (desliga o fogão e caminha para a sala, abre a porta)
MIGUEL – Oi. (a beija)
CARLA – O que faz aqui?
MIGUEL – Vim ver minha namorada… ou a Carla da noite passada não está mais nesse corpo?
CARLA – Está, mas não tínhamos marcado pra você vir só na hora do jantar?
MIGUEL – Eu sei, mas não consigo esperar mais tanto tempo longe de você. Então, andei pensando que podíamos adiar esse momento para agora!
CARLA – Entra. (Carla e Miguel vão para a cozinha)
MIGUEL – Pedro chegou? Não vejo a hora de contar a novidade para ele. Acho que vamos nós dar muito bem.
CARLA – Não, mas deve está chegando. Bem, não preparei nada especial para o almoço, já que o nosso combinado era mais tarde.
MIGUEL – Não tem problema. Na verdade… (se aproxima dela) … eu só quero fazer parte da sua vida. E para isso, preciso da aprovação de seu filho. (a beija, Pedro chega nesse exato momento)
PEDRO – Mãe, cheguei.  (deixa a mochila sobre o sofá e caminha até a cozinha. Carla e Miguel já haviam parado de se beijar, ela está no fogão e ele ao lado da mesa)
MIGUEL – E aí, Pedro?
PEDRO – E aí? Você de novo?!
MIGUEL – Pois é! Vim almoçar com vocês.
PEDRO – Hum, então estou indo lá pra cima, trocar de roupa e desço. A senhora precisa de ajuda?
CARLA – Não, filho. Terminei aqui, só vou arrumar a mesa agora.
MIGUEL – Isso eu ajudo!
PEDRO – Então tá, vou lá pra cima. (Pedro volta para a sala, pega sua mochila e sobe para o quarto. Carla caminha até a mesa nervosa)
CARLA – Acho que foi uma péssima ideia. É melhor você ir e adiarmos isso para um próximo dia.
MIGUEL – Não, eu já estou aqui. Pra que adiarmos?
CARLA – Você não viu o jeito dele? Ele ficou assustado com você aqui sozinho comigo? Ele não vai aceitar o nosso relacionamento! Eu devia ter previsto isso… (Miguel se aproxima dela, para acalma-la)
MIGUEL – Ei, calma. Eu não percebi isso, não tive essa impressão do Pedro. Pelo contrário, tenho certeza que ele vai aceitar nossa relação. Calma, vamos arrumar a mesa, daqui a pouco ele desce. E você mesma disse que queria que isso fosse especial. (Carla se controla um pouco e com ajuda de Miguel vai arrumando a mesa)
[QUARTO DE PEDRO]
(Pedro chega em seu quarto, trocou de roupa e está sentando sobre a cama, trocando mensagens com Carol)
PEDRO – (recebendo uma ligação de vídeo de Carol, Pedro bagunça um pouco seu cabelo e atende) Não posso demorar muito, como percebeu, cheguei exausto da escola. Muitos trabalhos pra fazer ainda.
CAROL – Oh coitado, quer um cafuné, é?
PEDRO – Olha, se vier de você, não nego não.
CAROL – Engraçadinho. Na verdade não foi para isso que te liguei.
PEDRO – Foi para o que?
CAROL – E sei que essa sua história de estar cansado é mentira, tua cara tá ótima pra mim.
PEDRO – Sou um péssimo mentiroso, né?!
CAROL – Sim. Na verdade, estava com saudade de suas músicas. Queria te ouvir cantar.
PEDRO – Estava com saudade é?! E se eu disser que não posso agora?
CAROL – Diria que é mentira. Anda, canta aí uma pra mim. Prometo que não estou gravando.
PEDRO – (sorrindo, levanta da cama e caminha até seu computador) Tá, vou ligar o PC. Já que eu te ligo. (desliga a vídeo chamada, liga o computador, puxa a cadeira para trás, arruma a web cam, retorna a ligação de vídeo de Carol) Acho que assim é melhor agora?! (senta na cadeira um pouco distante do PC) Está me vendo?
CAROL – Sim, perfeitamente. (sorri)
PEDRO – E o áudio?
CAROL – Também. (Pedro começa a tocar uma música bem conhecida para Carol, na mesma hora a garota sorri) Sempre conhecendo as minhas favoritas. (Pedro sorri, olha para o violão, e começa a cantar)

CENA DE MÚSICA – SÓ HOJE (JOTA QUEST)

Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito (1)
Nem que seja só pra te levar pra casa
Depois de um dia normal
Olhar teus olhos de promessas fáceis
E te beijar a boca de um jeito que te faça rir (2)
(Que te faça rir)

Hoje eu preciso te abraçar
Sentir teu cheiro de roupa limpa (3)
Pra esquecer os meus anseios e dormir em paz

Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua (4)
Qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria
Em estar vivo

Hoje eu preciso tomar um café, ouvindo você suspirar
Me dizendo que eu sou o causador da tua insônia (5)
Que eu faço tudo errado sempre, sempre

Hoje preciso de você
Com qualquer humor, com qualquer sorriso
Hoje só tua presença
Vai me deixar feliz
Só hoje

Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua (6)
Qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria
Em estar vivo

Hoje eu preciso tomar um café, ouvindo você suspirar
Me dizendo que eu sou o causador da tua insônia
Que eu faço tudo errado sempre, sempre

Hoje preciso de você
Com qualquer humor, com qualquer sorriso!
Hoje só tua presença
Vai me deixar feliz
Só hoje
Só hoje

1. Pedro começa a tocar, não olha para Carol. Carol, do outro lado do vídeo, continua encarando Pedro, sorrindo.
2. Pedro olha para Carol, sorri.
3. Continua olhando para Carol, não está mais sorrindo, se concentra na música.
4. Volta olhar para o violão, Carol não tira os olhos dele.
5. Voltar olha para Carol, e percebe que ela está vermelha, e sorri.
6. Até o fim da música, Pedro continua olhando para Carol no outro lado da tela. Carol, continua olhando para ele, de vez enquanto, soltando alguns sorrisos. Pedro termina a música, encarando-a sorrindo.

[CENA 11 – PRAÇA/ DIA]
(Tiago e Rute estão sentados em um banco da praça)
RUTE – Já encontrou?
TIAGO – Já, conversei com uns conhecidos e eles me deram um contato de um médico…
RUTE – Médico mesmo? É um profissional dessa área? Eu pesquisei algumas coisas e aborto pode levar a morte se for mal feito.
TIAGO – Calma, o cara é especializado em fazer isso.
RUTE – Você tem certeza?
TIAGO – Tenho, o problema que não será tão barato assim.
RUTE – Dinheiro não é problema, eu andei economizando os últimos anos, e posso usar sem meus pais perceberem.
TIAGO – Ainda bem, pensei que você iria pedir para mim isso também.
RUTE – Não querido, pode ficar tranquilo que de você não quero nem um bom dia. Só pedi ajuda pra você, porque não sabia a quem recorrer no assunto desses.
TIAGO – Ok, vou pedir para que seja marcada uma consulta pra você. Esteja com o dinheiro em mãos na próxima vez que nós encontrarmos. (Tiago vai embora)
RUTE – Em breve me livro de você e desse ser que está se desenvolvendo dentro de mim. (passando a mão em sua barriga)

[CENA 12 – CADA DA LETÍCIA/ Q. DA LETÍCIA/ DIA]
(Letícia está deitada ainda, quando seu primo entra no quarto a chamando)
DÁCIO – Letícia? Está acordada? (se aproxima da cama) Letícia? (vendo que a prima está dormindo, não decide acorda-la então sai do quarto. No corredor, ele passa pelo quarto da Cássia e escuta a conversa dela com Regina)
REGINA – Essa conversa com a Letícia me fez abrir meus olhos para uma coisa.
CÁSSIA – O que?
REGINA – Se você ganhar o programa de música, como vamos fingir que você é a dona da voz depois que a Letícia morrer?
DÁCIO – (invadindo o quarto) A Letícia vai morrer? Que história é essa tia?

Continua no capítulo 09…

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