“Cobertor”

 

[CENA 01 – CASA DE VERÔNICA/ COZINHA/ DIA]
VERÔNICA – Como assim você irá procurar o tumulo da sua filha?
LUANA – Sim, mamãe. Sempre quis saber onde minha filha foi enterrada. Agora que não estou mais na casa do Felipe, terei todo o tempo para ir atrás dela, sem ter que dar satisfação para ninguém.
VERÔNICA – Mas do que adianta agora depois de tantos anos, ir atrás desse tumulo?
LUANA – Eu preciso, mãe. Eu devo isso a minha filha.
VERÔNICA – Só você mesma, Luana. Para querer mexer nisso justo agora. Você devia esquecer essa história, e ir atrás de um outro cara rico por aí.
LUANA – Será que a senhora só pensa nisso?! Tudo tem que ser voltado para casamentos bem-sucedidos, dinheiro, riqueza…
VERÔNICA – Está bem, não vou dizer mais nada. Se você quer mexer nessa história, fique à vontade. Não vou me intrometer em nada.
LUANA – Não se preocupa, que não quero a ajuda da senhora. Irei encontrar o tumulo da minha filha sozinha.

[CENA 02 – CASA DE LETÍCIA/ Q. DE LETÍCIA/ DIA]
(Dácio se afasta um pouco da cama de Letícia, querendo não olhar muito para ela)
LETÍCIA – Então, primo? Vai me contar o que você e o Eduardo conversaram ontem? Ou você também vai guardar segredinhos para mim também?
DÁCIO – Não conversamos sobre nada demais.
LETÍCIA – Se não é nada demais, você vai me contar, né?
DÁCIO – Ele queria que eu o ajudasse com um aplicativo.
LETÍCIA – Um aplicativo?
DÁCIO – É. Ele está pensando em comprar uma moto nova, e precisava saber quanto investir para conseguir trocar de moto. Então, recomendei para ele um aplicativo de investimento.
LETÍCIA – Se era isso porque ele não conversou com você aqui. Por que quis ter isso em segredo com você?
DÁCIO – Não sei, talvez ele queira te fazer uma surpresa. Mas foi isso prima, ele quer trocar de moto, precisava de uma indicação com um aplicativo que o ajudasse. Bem, agora preciso ir, se não vou chegar atrasado. Até mais. (sai do quarto, antes que Letícia fizesse outra pergunta)

[CENA 03 – CARRO DE FELIPE/ DIA]
(Carla entra no carro de Felipe, e os dois se afastam da casa dele para poderem conversar)
FELIPE – Acho que aqui podemos conversar tranquilos. (estaciona o carro algumas ruas longe da casa dele)
CARLA – Não se preocupa, não irei tomar muito o seu tempo. Sei que você estava indo para empresa…
FELIPE – Não precisa se preocupar. Não tenho nada importante para fazer agora cedo. Mas sobre o que você quer conversar? Porque para ter entrado daquele jeito na frente do meu carro, deve ser importante.
CARLA – Você conversou com sua filha? Ela sente alguma coisa pelo Pedro?
FELIPE – Conversei sim. Pode ficar tranquila, que ela não sente nada por ele. Os dois nem conversaram mais depois do que aconteceu.
CARLA – Os dois andam conversando sim. Pedro me contou que os dois se encontraram ontem, e ficaram trocando mensagens depois. Estão combinando um outro encontro.
FELIPE – Bem, então dessa vez parece que o Pedro também sente algo por ela!
CARLA – Só que não pode acontecer nada entre os dois, Felipe.
FELIPE – Por que não?
CARLA – (por um momento pensa em contar toda a verdade) Por que não. Os dois são primos, não pode acontecer nada entre eles.
FELIPE – Por que estou achando que tem bem mais que isso nessa história? Alguma coisa está acontecendo, Carla. Anda me conta por que dessa sua implicância entre os dois?
CARLA – Não é implicância, só que… eu já te contei, Felipe. Pedro ama uma outra garota. E ele está sofrendo com o término entre os dois.
FELIPE – Sofrimento de primeiro amor, ele logo supera. Quem sabe a Alice, não consegue ajudá-lo!
CARLA – Não, Felipe. Será que você não consegue entender… (começa a ficar nervosa) Quer saber, acho que você não vai poder me ajudar. (abre a porta do carro, mas é impedida por Felipe de sair)
FELIPE – Espera, quiser eu deixo você em casa.
CARLA – Não precisa, vou andando. (sai do carro, Felipe confuso e pensativo liga seu carro e parte para a empresa)

[CENA 04 – CASA DA MANUELA/ SALA/ DIA]
(Manuela recebe alta, e acaba de chegar em casa com a mãe)
SARA – (ajudando Manuela a sentar no sofá) Não se preocupa, filha. Conversei com minha chefe, e ela me deu esses dois dias de folga. Então poderei ficar aqui, cuidado de você.
MANUELA – Eu só não quero que a senhora se prejudique por minha causa.
SARA – Pode ficar tranquila, não está me prejudicando em nada. Agora fique aqui, enquanto preparo um café bem reforçado. Você saiu do hospital sem comer nada, deve estar com fome.
MANUELA – Não precisa, mãe. Estou bem.
SARA – Precisa sim, e lembre-se eu sou mãe. Então, você vai comer sim. (Sara caminha até a cozinha, minutos depois retorna com uma bandeja de café da manhã bem recheada)
MANUELA – A senhora não acha que exagerou um pouquinho não, mamãe? Eu não vou comer tudo isso.
SARA – E quem disse que tudo isso é para você? Pensa que é a única que não comeu nada hoje pela manhã. (sentando em frente à filha, com a bandeja entre elas)
MANUELA – A senhora ligou para a direção da escola?
SARA – Liguei. Informei para eles que você está bem, que voltaria para casa hoje, mas que só estaria pronta para ir pra escola na semana que vem.
MANUELA – (pensativa) Será que não teria como eu mudar de escola?
SARA – Mudar de escola? Como assim, filha? Quase na metade do período letivo?
MANUELA – Eu sei, só que queria fazer o meu último ano, em uma escola nova ano que vem.
SARA – Mas e suas amigas? Você não quer terminar o último ano junto com elas?
MANUELA – Quero, só que… (desistindo de inventar uma desculpa) … esquece, mãe. Só foi uma ideia minha. (pega um sanduíche, e começa a comer, Sara fica pensativa)
SARA – Bem, se você quiser eu posso procurar uma outra escola por aqui perto, e te transferir ano que vem.
MANUELA – A senhora faria isso?
SARA – Se você quer tanto terminar seu último ano em outra escola, quem sou eu para impedir, filha. Eu só quero o seu bem.
MANUELA – Obrigada, mãe. (coloca o sanduiche na bandeja novamente e abraça Sara) Muito obrigada.
SARA – Não tem que me agradecer, filha. Só quero que você coma. Daqui a pouco te ajudo a subir para o quarto.

Mais Tarde…

[CENA 05 – LANCHONETE DO IVO/ TARDE]
(Pedro e Alice estão tomando um suco, e comendo um sanduiche, ambos sorrindo)
PEDRO – Aí do nada, minha mãe aparece no riacho, com a cara de preocupação que ela faz quando eu sumo assim sem avisar.
ALICE – Pais sempre sendo super protetores.
PEDRO – Sua mãe também é assim?
ALICE – Não. Na verdade, meu pai que é assim. Às vezes sinto que ela não se preocupa tanto comigo. Sinto ela meio distante.
PEDRO – Claro que ela se preocupa. Que mãe não se preocuparia com seu filho. Talvez ela apenas não consiga demostrar direito.
ALICE – Pode ser, mas mudando de assunto. Quero te convidar para a minha festa de aniversário semana que vem.
PEDRO – Semana que vem é o seu aniversário?!
ALICE – Sim, por quê?
PEDRO – O meu também é semana que vem.
ALICE – Fala sério. Que dia?
PEDRO – 18.
ALICE ­– O meu também é dia 18!
PEDRO – Que coincidência!
ALICE – Para ser coincidência mesmo, falta só você ter nascido no mesmo ano que eu. (os dois se olham por algum tempo e dizem ao mesmo tempo) 2003!
PEDRO – 2003! Não pode ser sério isso, cara.
ALICE – Quer dizer que temos a mesma idade, e nascemos no mesmo dia! Você não nasceu aqui no Rio, nasceu?
PEDRO – Nasci sim.
ALICE – Se tiver nascido no mesmo hospital que eu, é coincidência demais.
PEDRO – O hospital agora não lembro. Mas nasci no rio sim. Depois vejo com minha mãe o nome do hospital e te digo.
ALICE – Ok. (olhando para ele ainda não acreditando na informação que acaba de descobrir) Tive uma ideia.
PEDRO – Que ideia?
ALICE – Como completamos ano no mesmo dia e temos a mesma idade, porque não fazemos uma grande festa de aniversário?
PEDRO – Não sei. Não sei se minha mãe concordaria com isso.
ALICE – Só conversar com meu pai, que ele conversará com sua mãe, e saberá convencê-la. Além do mais, somos da mesma família, mais um motivo para comemorarmos juntos.
PEDRO – Tá, vou conversar com ela, ver se ela topa. Mas, não garanto nada que ela irá isso de cara.
ALICE – Não se preocupa, qualquer coisa só me falar.

[CENA 06 – CASA DE SAMUEL/ Q. DE DANIEL/ TARDE]
(Daniel está deitado em sua cama, trocando mensagens com sua paquera)
DANIEL – “Tô falando, sério.” “Eu tô sozinho em casa” “Se você quiser vim aqui…”
CARINHA DO PC – “E se seu pai chegar?”
DANIEL ­– “Ué, problema nenhum eu receber um ‘amigo’ em casa.”
CARINHA DO PC – “Não sei, acho muito arriscado”.
DANIEL – “Bem, o convite está feito” “Vou estar sozinho à tarde inteira, se quiser vim aqui, só me avisar” (fica alguns segundos aguardando uma resposta)
CARINHA DO PC – “Está bem” “Vou aí te visitar”
DANIEL – (comemorando deitado em cima da cama) “Que horas você vem?”
CARINHA DO PC – “Talvez demore uns 20 minutos.”
DANIEL ­– (empolgado) “Ok, então” “Vou ficar te esperando!” (joga o celular ao lado, levanta da cama, pula um pouco no quarto, depois vai arrumar o quarto, para recebe-lo)

[CENA 07 – CASA DE CAIO/ Q. DE CAIO/ TARDE]
CLÁUDIO – (batendo na porta do quarto e entrando) Posso entrar, filho?
CAIO – Pode.
CLÁUDIO – Trouxe um lanche para você. (coloca ao lado da cama) Muito trabalho?
CAIO – É só uma pesquisa, estou terminando.
CLÁUDIO – Sei que deve tá sendo muito chato, ficar o dia inteiro dentro de casa. Mas você sabe que merece isso?! Sua mãe está certa.
CAIO – Eu sei. Alguma notícia se já pegaram o líder dos garotos?
CLÁUDIO – Ainda não. Pedi para sua mãe, que assim que alguma notícia chegar desse caso, que ela me informasse. Você tem certeza que não tem nenhum contato desse garoto? Sabe que esconder algo é pior. Assim não teremos como te ajudar, filho. (Caio fica pensativo)
CAIO – Não tenho. Ele quando ligava geralmente era com um número restrito.
CLÁUDIO – Você tem certeza, não está mentindo para mim?
CAIO – Tenho, pai. Não tenho contato nenhum com esse garoto.
CLÁUDIO – E ele também não voltou a ligar para você, mandar alguma mensagem…?
CAIO – Também não.
CLÁUDIO – Está bem, então. Qualquer coisa, não hesite em nos contar.
CAIO – Pode deixar, pai. (Cláudio caminha até Caio, beija a testa dele e sai do quarto. Segundo depois, após ficar um tempinho pensativo, o celular de Caio toca)
CAIO – (hesita em atender, mas acaba atendendo) Oi! Não se preocupa, eu não contei nada para ninguém. Isso eu não sei, eu estou em casa, ele ficou preso. E quer saber de uma coisa, não quero que você ligue mais para mim. Estou fora disso, já tinha deixado bem claro, que aquele seria o meu último, então, depois que a casa caiu, não quero que você volte a me procurar. Pode deixar que não contarei nada de você, dos garotos, não serei dedo duro. Pra mim nunca conheci, e o mesmo espero de vocês. Beleza, então. Boa sorte aí.

[CENA 08 – DELAGACIA/ SALA DO DELEGADO/ TARDE]
(o delegado está por trás de alguns policiais que está ouvindo a conversa entre Caio e o “amigo” dele)
DELEGADO – E aí, conseguiu rastrear de onde veio a ligação?
POLICIAL – Não. Eles conversaram muito pouco.
DELEGADO – Não tem problema. Algo me diz que essa não será a última ligação entre eles. Continuem de olho, em qualquer ligação que ele volte a receber.
POLICIAL – Pode deixar.

[CENA 09 – CASA DE SAMUEL/ SALA/ TARDE]
(Daniel está no sofá esperando a paquera dele aparecer. Após passado o tempo estipulado por ele, Daniel decide enviar uma mensagem)
DANIEL – “Já saiu de casa?” (espera alguns segundos por alguma resposta. Alguns minutos se passam, Daniel levanta do sofá, começa a andar de um lado para o outro) “Oi? Você vem ou decidiu me dá um bolo?” (volta para o sofá, fica alguns minutos, levanta novamente, vai até a porta do quarto, abre, olha para os dois lados da rua, ver se ver alguém. Entra novamente dentro de casa, caminha até o sofá e digita outra mensagem) “Se você desistiu, custa nada ter me avisado, eu iria entender” (aguarda alguma mensagem, mas nada de resposta) “Valeu mesmo pelo bolo, muito obrigado viu” (levanta do sofá, em direção ao quarto chateado)

Anoitecendo…

[CENA 10 – CASA DE PEDRO/ COZINHA – Q. DE PEDRO/ NOITE]
(Pedro, Carla e Paula estão jantando, Pedro lembra da conversa de hoje à tarde com Alice)
PEDRO – Mãe, em que hospital eu nasci…?
CARLA – (surpresa com a pergunta do filho) Para que você quer saber, filho?
PEDRO – É que a senhora não vai acreditar na coincidência que eu e a Alice descobrimos hoje à tarde. (Paula para de comer junto com a imã e observa Pedro) Nós nascemos na mesma época. Fazemos aniversario no mesmo dia, e temos a mesma idade.  (Carla começa ficar nervosa) Aí queria saber o hospital que eu nasci, ver se também nascemos no mesmo hospital.
CARLA – Isso não pode tá acontecendo, meu Deus. (levanta da mesa e sai da cozinha)
PEDRO – Mãe? O que será deu não?
PAULA – Eu vou lá ver. Está bem. (levanta e vai atrás da irmã)
[Q. DE CARLA]
CARLA – (entra no quarto e começa a andar de um lado para o outro, Paula entra logo atrás) Eles vão descobrir tudo, Paula. Eles vão descobrir a verdade.
PAULA – Calma, se você continuar assim, aí mesmo que eles vão desconfiar e irão investigar.
CARLA – Só que eu não consigo me acalmar vendo que os dois estão se aproximando cada vez mais. Eu sinceramente deveria ter ficado me Minas, ter tentado um tratamento por lá. Sabia que se eu voltasse para cá, essa verdade viria atrás de mim.
PAULA – Então volta! Ninguém está te impedindo, irmã. Porque realmente o que estou vendo, é que as peças estão se juntando. Se essa informação chegar ao Felipe, isso se já não chegou até ele, é só ele for esperto, fazer os cálculos, e logo ele deve suspeitar.
CARLA – Se ele suspeitar continuarei negado.
PAULA – É, só que um simples teste de paternidade com o Pedro, não tem como negar. (Carla se desespera)
CARLA – Maldita hora que eu decidi voltar. (senta na cama, começa a chorar) Felipe não pode saber que é pai de Pedro.
PAULA – (sentando ao lado dela) Você tem as suas opções nas mãos, irmã. Ou você conta a verdade para todo mundo ou você leva o Pedro daqui, quando ainda é tempo. (Carla limpa as lagrimas que caíram, e fica pensativa olhando para a irmã)

[CENA 11 – LANCHONETE DO IVO/ NOITE]
(Dácio está sentado em uma mesa, esperando alguém)
EDUARDO – (sentando em frente a ele de surpresa, o que o assusta um pouco) Desculpa a demora, tinha passado em casa para tomar um banho.
DÁCIO – Sem problema.
EDUARDO – Mas então, você me chamou aqui, é porque certamente você descobriu alguma coisa, estou certo?
DÁCIO – Sim.
EDUARDO – Me traga boas notícias, Dácio. Diz pra mim que há uma cura para o que a Letícia tem.

[CENA 12 – CASA DE VERÔNICA/ SALA – Q. DE LUANA/ NOITE]
(Luana está na sala, ansiosa. Campainha toca, ela mesma apressada vai atender a porta)
LUANA – Finalmente! (abrindo a porta, e sorrir) Oi!
SÉRGIO – (sorrindo também) Oi! (Luana o abraça)
LUANA – Entra.
SÉRGIO – Certeza? Não quero que sua mãe pegue no meu pé. Acabei de chegar de viagem, não tenho cabeça para as crises dela.
LUANA – Não se preocupa. Não iremos conversar na sala. Iremos para o meu quarto.
SÉRGIO – (brinca) Já? Estava com tanta saudade assim? (ri)
LUANA – Continua o mesmo idiota de sempre, né.
SÉRGIO – É, mas bem que você correu um bom tempo atrás desse idiota aqui. (Luana quem ri agora)
LUANA – Só que eu te chamei aqui não foi para falar do que a gente viveu.
SÉRGIO – Ah não?
LUANA – Entra. Lá no quarto, a gente conversa. (Sérgio entra e os dois vão para o quarto)
[Q. DE LUANA]
LUANA – Fique à vontade.
SÉRGIO – Olha, não diz isso, se não já começo a tirar a roupa aqui e não sei se você vai conseguir resistir.
LUANA – Ih, tá achando que você é aquele garotão ainda é? Você tá um pouco acabado, viu. Eu não te conhecia com essa barriquinha aí não.
SÉRGIO – Barriquinha? Se for para começar a falar um outro, me diz que já aponto essas rugas aparecendo em você.
LUANA – Rugas? (caminha apressada até o espelho, Sérgio ri)
SÉRGIO – Continua a mesma vaidosa de sempre, né!
LUANA – Idiota. Mas, vamos parar de tanta enrolação, quero ter uma conversa séria contigo.
SÉRGIO – Ok. Se é sério assim, vou me sentar em sua cama.
LUANA – Isso, é melhor. (Sérgio senta na cama, e observa Luana, que está pensando na melhor maneira para tocar no assunto) Está bem, não vou querer enrolar sobre isso… te chamei para que você me ajudasse a encontrar alguém.
SÉRGIO – Encontrar alguém?! Quem você está procurando?
LUANA – A nossa filha!

[CENA 13 – CASA DA ANDRÉA/ Q. DA ANDRÉA/ NOITE]
(Andréa está no quarto, cantando baixinho a letra internacional de uma música, Ramon entra no quarto e a interrompa)
RAMON – Vim o mais rápido que pude. Qual é o problema.
ANDRÉA – Estou tendo dificuldade nesta música. (entrega a letra para ele)
RAMON – Você pensa em cantar essa música?
ANDRÉA – Gostaria, mas estou errando muito a letra. Música internacional não é meu forte.
RAMON – Claro que não é. Você é nacional, bebê.
ANDRÉA – Só que eu não vou ganhar só cantando músicas nacionais.
RAMON – Eu não acho. Não é porque eu sou seu amigo, mas porque realmente o corre em suas veias, são músicas brasileiras. (se aproximando dela) Músicas que animam a galera. Então não queira ser alguém que você não é. (ficando bem próximo a ela) Vai por mim, continue mostrando sua voz do jeito que ela é. Que você vai longe. (bem próximos, Ramon se aproxima para beijá-la, mas Andréa desvia dele)
ANDRÉA – Não sei. Queria ao menos cantar uma internacional.
RAMON – Vai por mim, você não precisa! Mas se você quer tanto, vou procurar uma menos difícil que está.
ANDRÉA – Queria te mostrar uma outra música também. Só que dessa vez é nacional.
RAMON – Aí sim. (caminha até a cama) Pode mandar, que eu amo te ouvir.  (Andréa caminha até seu o PC, coloca o playback da música, aumenta o som da caixinha e começa a cantar)

[CENA DE MÚSICA – COBERTOR (ANITTA part. PROJOTA)]

[ANDRÉA]
Eu sei que o tempo pode afastar a gente 1
Mas se o tempo afastar a gente
É porque o nosso amor é fraco demais
E amores fracos não merecem o meu tempo, não mais

Simplesmente eu sei que tudo que foi
Importante pra mim
Da minha vida se foi
Então me fez ser assim
Dentro dessa armadura, nessa vida dura
Não sou Indiana Jones
Então, sem aventura

Porque só tinha conhecido gente louca 2
Tinha medo de um: eu te amo
Sair da minha boca
Até que um dia ele saiu
Eu gelei, te olhei
Você disse: eu também -, e sorriu

Maluco o suficiente pra gostar de mim
Corajoso o suficiente pra ir até o fim
Se eu tivesse te desenhado e te encomendado
Teria feito exatamente assim

[ANDRÉA E RAMON]
Ele me disse: Vai 3
Eu disse: Já vou
Ele me disse: Volta
Eu disse: Ôoo
Ai que saudade de você
Debaixo do meu cobertor
Ai que saudade de você
Debaixo do meu cobertor

[RAMON]
Eu sei que sobre nós 4
Tudo é sempre complicado
Mas um dia vai se descomplicar, pode acreditar
Te dei meu coração, você cuidou tão bem
Que agora quero entregar meu corpo pra você também

Vem, me diz se eu tô errado, mina
Mas algo me diz que a nossa vibe combina
Eu tava ali, procurando o meu rumo pra seguir
Que bom quando eu te vi, tava tudo tão chato por aqui

Eterno nada é, posso dizer 5
Mas eu vou fazer o possível pro nosso amor ser
Um dia a gente vai se ver bem velhinho pelo espelho
E eu cantando outra música pra você

Pois quando a gente se entrega pra vida
A vida só nos devolve coisas boas
E ela me deu você
E eu vi nessa corrida que você é só você
E pessoas são pessoas

[ANDRÉA E RAMON]
Ele me disse: Vai 6
Eu disse: Já vou
Ele me disse: Volta
Eu disse: Ôoo
Ai que saudade de você
Debaixo do meu cobertor
Ai que saudade de você
Debaixo do meu cobertor

Eu sei que o tempo pode afastar a gente
Mas se o tempo afastar a gente
É porque o nosso amor é fraco demais
E amores fracos não merecem o meu tempo

1. Andréa começa a andar pelo quarto, seguindo o ritmo da música. Ramon fica fazendo a segunda voz na cama mesmo.
2. Andréa começa a dançar, Ramon continua na cama, observando-a animado.
3. Andréa puxa Ramon da cama, os dois vão para o meio do quarto, e cantam um próximo ao outro.
4. Andréa se afasta de Ramon, caminha até o PC e o observa dançando e cantando no meio do palco.
5. Ramon se aproxima de Andréa, quando chega bem próximo dela, Andréa se afasta, indo até a cama. Ela se senta, sorri. Ramon também sorri, e volta para o meio do quarto.
6. Andréa se levanta da cama, e se aproxima de Ramon. Os dois ficam um de frente para o outro até o final da musica. Após o termino da música, Ramon e Andréa estão bem próximos, Ramon aproveita e a beija.

[CENA 14 – CASA DE PEDRO/ Q. DE CARLA – Q. DE PEDRO/ NOITE]
(Carla está deitada em sua cama, pensativa. Lembra da conversa que teve com a Paula minutos atrás, lembra da conversa que teve com Adriana dias atrás, e lembra de Miguel)
CARLA – (limpando uma lágrima que caiu) Desculpa, Miguel! (levanta da cama, sai do quarto em direção ao quarto de Pedro, bate na porta e entra) Posso entrar, filho?
PEDRO – Claro. (Carla entra, caminha até a cama dele, e senta-se de frente para ele)
CARLA – Desculpa eu ter saído daquele jeito da cozinha.
PEDRO – O que aconteceu?
CARLA – Eu… eu acho que foi um erro termos vindo para cá.
PEDRO – Como assim? A senhora quer voltar para Minas?
CARLA – Acho que será o melhor para todos nós.
PEDRO – (levanta da cama, confuso) Eu não estou entendo, mãe. Por que essa mudança repentina? Não foi a senhora mesma que queria vim para cá?
CARLA – Só que eu percebi que foi um erro. Devíamos ter ficado em Minas, lá que é nosso lugar.
PEDRO – Desculpa, mãe. Justo agora que estou conseguindo me encaixar nessa cidade, a senhora quer que eu vá embora? Eu não vou! Eu não vou embora do Rio do Janeiro!

Continua no Capítulo 35…

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