Kapittel to
III – A cerimônia do Earl
A noite chegou fria e nebulosa para a pequena vila de Gudwangen. Os guerreiros e guerreiras vikings se preparavam para o cerimonial do Earl a fim de ouvirem os planos das próximas expedições. Katous, líder viking e pai da jovem Dimithria, queria muito viajar em busca de novas terras, mas já sabia que a vontade do Earl era viajar para o leste onde ouviu que um antigo vilarejo saqueado se reergueu sob o comando de um novo rei. Katous se dirigiu para o grande salão junto de sua filha, sabendo que não seria desta vez que seria atendida a sua vontade.
Sigmund, serpente negra, o Earl de Gudwangen, surgiu de trás das cortinas de paus e foi ovacionado pelos presentes no grande salão. Vestia uma túnica de cor clara, uma calça escura e uma capa preta por cima. Sua barba longa estava toda trançada com diversos adereços e o cabelo em uma única trança longa. Sua esposa Syggia apareceu toda poderosa ao seu lado vestida com uma túnica vestido toda enfeitada com joias e adereços. Ela também usava uma grande manta feita de pele animal e os cabelos pretos com diversas tranças. Seus olhos esverdeados chamavam a atenção naquele rosto de mulher serena. Ambos se dirigiram até o meio do salão onde havia uma grande mesa já posta com muita comida e bebida.
Sigmund fez sinal com as mãos pedindo silêncio de todos os seus convidados e logo foi atendido. Um jovem e forte guerreiro viking apareceu na porta carregando um porco já desacordado. Atravessou o salão e largou o animal em cima da mesa central. Sigmund pegou sua faca e fez um corte certeiro no pescoço do porco. O sangue escorria pelo chão e todos que presenciavam a cena ergueram suas taças feitas de chifre e reverenciaram o ritual. O Earl pingou um pouco de sua bebida naquele sangue pedindo sabedoria aos deuses para tomar as decisões certas naquela noite.
– Que os deuses nos dêem sabedoria neste momento… – disse o Earl erguendo sua taça feita de chifre para o alto. – …e que eles possam nos dar forças para nossas batalhas nestes tempos difíceis. – complementou ele.
O mesmo jovem e forte guerreiro viking levou o porco para o fogo ao mesmo tempo em que Sigmund brindava ao momento.
– Skoll! – brindou o Earl.
Em um primeiro momento o banquete foi a principal atração da noite. Todos comeram e beberam à vontade ao redor de fogueiras espalhadas pelo salão. Se divertiram com as histórias dos mais velhos e cantaram juntos aos guerreiros músicos que se apresentaram em um canto do grande salão.
Foi então que Syggia levantou-se do trono ao lado do seu marido e, de semblante sério, encarou todos os presentes.
– Silêncio… – pediu Syggia.
Aos poucos o alvoroço foi diminuindo e todos se dirigiram para a frente do palco dos tronos onde estavam Sigmund e Syggia.
– Nosso Earl Sigmund, serpente negra, vai falar agora. – disse Syggia.
Thórin, Freya e Kaira apareceram em meio à multidão e se posicionaram bem na frente. Mais à esquerda, bem no campo de visão de Kaira, que assistia admirada à toda a cerimônia, estava Dimithria, sua grande amiga e companheira. A loira, que chamava a atenção com sua túnica vestido de cor branca e anéis dourados pendurados ao longo do mesmo, sorriu para a jovem de cabelos vermelhos.
– Guerreiros e guerreiras de Gudwangen… – disse Sigmund levantando-se do seu trono.
Os olhos de todos os convidados se direcionaram para ele. O Earl Sigmund gostava de ser o centro das atenções e sorriu encarando os olhares curiosos do seu povo.
– …nesta estação vamos mostrar que aquilo que fizemos no passado nunca foi em vão… – diz o Earl em tom alto e firme.
Katous, que estava posicionado bem em frente, o olhava um tanto frustrado. Neste momento Sigmund o encarou.
– …fiquei sabendo que os cristãos reergueram uma vila que invadimos no passado. E quando Sigmund, serpente negra, invade e destrói uma vila cristã esta não pode se reerguer. Isto é um insulto.
Todos levantaram suas taças feitas de chifre para o alto e gritaram apoiando seu Earl, menos Katous, que esperou todos se acalmarem e levantou o braço pedindo a palavra.
– Fale guerreiro Katous. – ordenou Sigmund sorrindo para o homem à sua frente.
Katous deu dois passos para a frente e ficou de lado para o Earl e para os outros presentes.
– Eu ainda acho que devíamos inovar, procurar novas terras…ir para o sul.
– Para o sul? – perguntou Sigmund dando uma gargalhada no final.
Todos se olharam. Katous entendeu o recado e deu as costas empurrando todos para abrir caminho e se retirou. Sua filha Dimithria ficou sem jeito e fez menção de ir atrás do pai.
– Se sair por aquela porta atrás de Katous, você Dimithria, estará fora da nossa próxima viagem. – gritou Sigmund, fazendo a jovem loira parar no meio do caminho.
Murmurinhos começaram entre todos. Dimithria se virou ainda sem graça e foi amparada por Thórin, que a fez juntar-se à Kaira.
– Fica com nós menina. Precisamos de ti na expedição. – disse Thórin.
Ele ainda se aproximou mais dela.
– E Kaira está muito ansiosa pelo chamado do Earl. Fica com ela neste momento. – cochichou Thórin.
Após todos se acalmarem o Earl pediu novamente o direito à palavra.
– Está tudo acertado. No amanhecer de dois dias vamos partir para mostrar à estes cristãos quem são os verdadeiros guerreiros de Gudwangen.
Syggia alcançou para Sigmund uma tigela artesanal com duas pulseiras dentro e uma outra com um líquido dentro que mais parecia um óleo.
– Hoje duas jovens serão nomeadas guerreiras escudeiras de Gudwangen. Duas meninas que demonstraram estarem aptas a encararem os desafios da nossa saga. – começou falando Sigmund.
Kaira estava com os olhos atentos esperando o chamado. A outra jovem ela nem fazia ideia de quem poderia ser. Dimithria ao seu lado, segurou seu braço em sinal de apoio.
– Ele vai nomear você e a sobrinha dele. – disse Dimithria.
– Myrcelle? – questionou Kaira espantada.
– Ela mesmo, pode ter certeza disso. Que Odin me perdoe, mas aquela não vale um olho. – indagou Dimithria em ar de reprovação.
O Earl pediu silêncio total para todos. Ergueu a tigela com as pulseiras para o alto e chamou sua sobrinha Myrcelle, uma jovem de 18 anos, cabelos pretos e pele clara. Ela usava uma túnica verde escura, colares dourados e cabelos soltos. Ela se ajoelhou à sua frente. Depois Sigmund chamou pelo nome de Kaira, cabelos de fogo, para orgulho de Thórin e Freya, que seguraram as lágrimas quando a jovem se dirigiu para frente e se ajoelhou aos pés do Earl.
Aquele momento era o mais esperado pela jovem Kaira, cabelos de fogo. Na sua vez ela recebeu a pulseira que indicava que estava apta para o combate e, após o Earl e sua esposa Syggia lhe darem um beijo na testa, ela teve a mesma ungida por um óleo. Todos levantaram suas taças feitas de chifre para o alto brindando ao cerimonial: “Skoll”.
IV – A partida em nome de Njord
Naquela noite a jovem Kaira, cabelos de fogo, voltou feliz para o casebre junto de Thórin e Freya. Ele estava todo contente que a teria junto nesta viagem, já ela sentia uma aflição em seu coração pela jovem estar partindo rumo ao desconhecido. No caminho cruzaram por Katous, que bebia à beira do mar afogando as mágoas por ter tido suas ideias mais vez ignoradas por Sigmund. Thórin até parou e pensou em ir falar com o bruto viking, mas foi contido por Freya, que achou melhor ele não se meter no assunto.
Aquela noite e o dia seguinte foram de preparação para partirem. Toda a vila estava ansiosa pela viagem, ansiosos por lutar, ansiosos por ter seus machados, espadas e escudos sujos de sangue cristão mais uma vez. Dimithria resolveu passar a noite que antecedia a partida junto de Kaira, pois seu pai Katous havia desaparecido, provavelmente estaria enchendo a cara no casebre de alguma mulher da vila. Engano seu e de quem pensou isso sobre o bruto viking.
No fim de tarde que antecedeu a viagem, Katous pegou um drakkar que estava atracado no cais e partiu rumo ao desconhecido. Com alguns pertences, seu machado e seu escudo, ele rumou para o sul em busca de suas próprias descobertas. Ninguém viu, ninguém o ouviu dizer nada, exceto o oráculo que colhia algumas ervas na floresta em frente ao mar. Naquela noite, Dimithria estava aflita atirando diversas vezes com seu arco e flecha em um tronco caído quando sentiu a aproximação de alguém. Se virou e viu o oráculo sorrindo e lhe admirando.
– Cumpra sua sina, jovem guerreira. E um dia, no crepúsculo de um outono, verás novamente Katous…mas ele não será mais o mesmo… – disse o oráculo.
Antes que Dimithria pudesse proferir alguma palavra, aquele ser de profunda sabedoria, foi desaparecendo na estrada de terra.
E o dia “D” amanheceu nublado na vila de Gudwangen. O mar estava agitado no cais. Os “drakkar”, todos ancorados, estavam à espera dos guerreiros para serem lançados ao mar. O silêncio ecoava pelo ar. Então gritos e rugidos tomaram conta e, em questão de segundos, aqueles barcos com carrancas nas proas, estavam lotados de truculentos guerreiros e poderosas guerreiras vikings, dentre elas, Kaira.
Com os cabelos vermelhos presos em duas longas tranças e os olhos pintados de preto ao redor, ela carregava sua espada presa à cintura e posicionava seu escudo ao lado do barco se juntando aos demais em uma forte parede de escudos. Thórin, com o rosto todo pintado de grossas listras pretas, se parou ao seu lado olhando o céu nublado.
– Não se assuste, minha menina. Odin olha por nós. – disse Thórin.
Freya aproximou-se e acariciou o rosto da jovem Kaira, que sentiu uma apreensão no seu olhar.
– Você não vai? – perguntou Kaira assustada.
– Eu vou ficar desta vez. Há coisas a fazer por aqui. Eu espero por vocês. – disse Freya acariciando a jovem e lançando o olhar sincero para Thórin ao lado.
Ouviu-se gritos alvoroçados e o comando de Sigmund de um outro barco. Os guerreiros de todos os “drakkar” começaram a remar. Kaira segurou firme a mão de Freya e, aos poucos, as mãos foram se desencontrando. As nuvens escuras prometiam chuva para qualquer momento. A viagem seria conturbada. Kaira sabia disso. Fechou os olhos apertando-os com força e pediu baixinho em seus pensamentos: “Njord, não nos abandone. Conduza nossos barcos ao nosso destino se esta for sua vontade”.
Sem dúvidas esse segundo episódio é bem melhor que o primeiro, achei mais tocante. Essa última frase “Njord, não nos abandone. Conduza nossos barcos ao nosso destino se esta for sua vontade” me arrepiou, foi muito tocante. Gostei s2
Ohh, que bom que curtiu o episódio. Sim, as coisas vão acontecendo. Vamos terminar a semana sábado com indícios de batalha. Não perca! A história está fascinante e cultural!
Sem dúvidas esse segundo episódio é bem melhor que o primeiro, achei mais tocante. Essa última frase “Njord, não nos abandone. Conduza nossos barcos ao nosso destino se esta for sua vontade” me arrepiou, foi muito tocante. Gostei s2
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Skooll!!!!
Episódio interessante. Tem todo clima de jornada iniciando, a expectativa de Kayra, os desafetos de Kathos e Freya ficando para trás. Sinto que ela não tem muita vida pela frente.
Mas, torcendo pra que tudo dê certo para Kayra nessa aventura.
Obg pela leitura, meu amigo. Sim, toda uma jornada se iniciando e muito pra acontecer. Continue acompanhando, hoje finalizaremos a semana com indícios de batalha, vale à pena conferir.
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Cara, tá ficando mto massa! Curti o clima de expedição viking indo para a batalha!
Opa, que bom você por aqui. E que legal que está curtindo. Continue acompanhando, tem muita história pela frente. Episódios curtos e com bastante coisa a acontecer.
Cara, tá ficando mto massa! Curti o clima de expedição viking indo para a batalha!
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