Se esborrachou

 

CENA 1. QUARTO MOTEL. INTERIOR. DIA.

Liége e Leonard se amando. Trilha sensual. Os dois animadinhos com a adrenalina de estarem em pleno horário de expediente, fazendo sacanagem. Beijos e beijos! Pelo pescoço, no corpo todo. Posições, mordidas, puxões de cabelo e tudo.

CENA 2. MOTEL. FRENTE. CARRO DARWIN. EXT. DIA.

Darwin olha no relógio, impaciente.

ABERTURA

NARRADOR Episódio: Se esborrachou.

CENA 3. CASA LONGARAY. FRENTE. EXTERIOR. DIA.

Christian observando a casa, do outro lado da rua. Disfarçando, lendo um jornal. Tocar seu celular, atender.

CHRISTIAN — (Cel.) Qualé?!

CENA 4. MOTEL. FRENTE. CARRO DARWIN. EXT. DIA.

Darwin quem ligou para Christian.

DARWIN  — (cel.) Feio, não aguento ficar esperando essa gente trepar. Porra, quem esse cara pensa que é? MacGyver? O Kid Bengala? Ninguém demora tanto tempo assim, não!

CHRISTIAN — (cel./off) Não perdeu eles de vista?

DARWIN — (cel.) Tenho certeza que não, eles não saíram ainda daqui. Com esse tempo todo ela já deve estar toda assada.

CENA 5. CASA LONGARAY. FRENTE. EXT. DIA.

CHRISTIAN — (cel.) Não fala besteira. Aguenta aí! Você não tem noção do que descobriu, essa informação pode ser muito importante pra gente. (percebe algo) Tá, vou desligar! (desligar)

Thailyz saindo de casa com a amiga. Elas se despedem, e a amiga vai embora. Christian atravessa a rua, e vai até a porta da casa. Tocar a campainha. Quem atende é Thailyz.

THAILYZ — (surpresa) Oi!!

CHRISTIAN — Oi, tudo bem? Lembra de mim?

THAILYZ — Claro! Você é o cara do celular. Que você achou. Conseguiu encontrar o dono?

CHRISTIAN — Sim, consegui. (inventa) É, pois é, ele mora aqui perto e até mesmo por isso, estava passando aqui de novo.

THAILYZ — Jura? (curiosa) Como é o nome dele? Talvez eu conheça, é meu vizinho.

CHRISTIAN — É? (enrolar) Bom, pois é, eu não lembro agora. Acho que era Ricardo, Roberto, Rodrigo… Bom, eu sei que começa com R.

THAILYZ — (risos) Tudo bem.

CHRISTIAN — Até comentei que você se dispôs em ajudar a devolver o celular. Ele me agradeceu, e eu vim aqui pessoalmente agradecer você, por isso. Eu acho que hoje em dia é muito difícil encontrar pessoa de bom caráter, pessoas do bem. Pessoas que realmente se importam umas com as outras.

THAILYZ — (inocente) Você tem toda razão. Sempre que posso eu ajudo. Aqui em casa, por exemplo, eu tenho uma avó que não anda. E quando não tem ninguém em casa, como agora, eu cuido dela.

CHRISTIAN — É mesmo? Nossa, que legal você. É bárbaro ver uma neta que se dedica a sua avó. (joga charme) Gostaria até de conhecê-la e dizer que ela tem uma neta de ouro.

THAILYZ — (boba) Ah, que isso… assim você até me deixa sem graça; para. Uma que se você conhecesse minha avó, você não ia querer falar com ela. Ela é bem difícil de lidar.

CHRISTIAN — É? Ela não é uma vovozinha simpática?

THAILYZ — Ih… tá longe disso.

CHRISTIAN — Creio que se ela me conhecesse, ela ia se tornar uma flor de pessoa.

THAILYZ — Ela é uma flor de pessoa, o problema é que ela tem muito espinho.

CHRISTIAN — É rabugenta, é?

THAILYZ  — (cochichando) Até demais…

Risos dos dois.

CHRISTIAN — Então, tá! Era só isso! Foi um prazer te conhecer… Taís, não é isso?

THAILYZ — (corrige) Thailyz!

CHRISTIAN — Isso! Thailyz! Nome bonito.

THAILYZ — Obrigada. E o seu é Christian.

CHRISTIAN — Isso! Nossa, não esqueceu!

THAILYZ — Tenho boa memória. Mas já vai? Não quer entrar e tomar alguma coisa? Água, refri, suco?

CRISTIAN — Não, obrigado. Eu tenho que ir. Mas me dá teu número. Assim, a gente pode se falar mais? Né?

THAILYZ — Claro. Podemos sim.

CHRISTIAN — (entrega seu celular pra ela) Anota aí! Pode salvar.

THAILYZ — Tá bom. (digitar seu número no celular dele) Eu vou pegar seu número também, melhor.

CHRISTIAN — Adorei te conhecer, Thailyz. A gente se fala.

THAILYZ — Claro. Tchau!

Thailyz fica no portão assistindo ele ir, ele vai saindo e dá uma olhadinha pra trás e sorri pra ela, ela retribui dando um “tchauzinho”. Entra em casa toda animadinha.

CENA 6. CASA LONGARAY. QUARTO IANE. INT. DIA.

Iane folheando uma revista. Entrar Thailyz toda animada com uma bandeja e um prato de comida.

THAILYZ — Vó… vozinha…! Eu trouxe o almoço… Quero ver comer tudinho, pra ficar fortinha! Ah! Um suquinho bem geladinho de laranja com mamão! Hum… gostoso.

IANE — Eita. Tá com fogo no rabo!?

THAILYZ — Ai, vó. Vim aqui, te trouxe um comida deliciosa, que eu mesma fiz, o suco também e a senhora diz isso.

IANE — Tá toda animadinha aí. Normalmente você não é disso. Sempre me aparece aqui com uma tromba enorme, pior que elefante.

THAILYZ — É que eu tô feliz. Só isso.

IANE — Que quê houve? Conseguiu baixar de cem quilos?

THAILYZ — Como a senhora é desagradável.

IANE — Bom, se não é isso, então só pode ser macho. Tá se assanhando pra quem?

THAILYZ — Não tô me assanhando pra ninguém! … (se entrega) Mas ele é lindo.

IANE — Hum, sei… de onde ele é?

THAILYZ — Daqui da porta de casa. Ele apareceu aí esses dias.

IANE — (aconselhar) O príncipe bateu em sua porta. Que romântico. Se perceber que ele está na sua, investe. E não deixa escapar. Garotas na sua condição física demoram mais pra desencalhar. Se seu príncipe encantado apareceu em cima de seu cavalo branco, não perca tempo menina, vá viver seu conto-de-fadas!

THAILYZ  — É! Tem razão! Eu vou mandar uma mensagem pra ele agora! Come tudo vó! Eu vou lá!

Thailyz sai correndo do quarto, contente. Iane suspirar.

IANE — É puta.

CENA 7. CIDADE. TAKES GERAL. EXTERIOR. ANOITECER.

Ao som de Justin Bieber – Sorry. O sol se pondo. Mostrar takes da cidade. Mostrar também um pouco da cidade iluminada à noite; trânsito, becos, favelas.

CENA 8. BARRACO. SALA. INTERIOR. NOITE.

Darwin cortando as unhas do pé. Lorelaine fumando na janela. Christian trocando mensagens no celular.

DARWIN  — Quenga! Safada! Eu fiquei impressionado. Duas horas dentro de um quarto de motel. Cê é louco, hein cachoeira! Aí eu dou valor! E o cara pra aguentar isso tudo deve ter tomado um trocinho. Será que não?

CHRISTIAN — Que bobagem.

LORELAINE — (falando de Darwin) Qualquer um que aguente mais de dois minutos pra ele, já é motivo de espanto.

DARWIN — Que isso, mulher?! Não fala assim. O Christian vai pensar que eu não aguento mais que dois minutos.

LORELAINE — Não era pra ter contado? Foi mal. (saindo)

DARWIN — É, vai. Some daqui. Tá reclamando? Eu vou comprar um remedinho pra mim, aí tu vai ver. Vai ficar com a perereca daquele jeito, não vai conseguir nem cruzar as pernas de tanto… (retoma com Christian) Bom, vamos ao que interessa. E você? Conseguiu alguma coisa?

CHRISRIAN — Sim. O número de celular da gordinha.

DARWIN — A filha da messalina?

CHRISTIAN — É. Ela mesma. Eu já tô trovando ela aqui. Com certeza ela vai cair na minha.

DARWIN — Será mesmo? Olha, eu tenho muito mais potencial pra isso do que você. Com certeza ela vai se engatar mais em mim, do que em você.

CHRISTIAN — (irônico) Ah, é mesmo?

DARWIN — Claro! Jogo meu charme, ela não resiste. Você com essa cara de sugado, com certeza vai fazer a gorducha sair correndo.

CHRISTIAN — É sério isso, Dom Juan? E você pretende fazer isso como? Vai conseguir seduzir ela em menos de dois minutos?

DARWIN — Pô, amigo é pra essas coisas. Tem que pisar mesmo. Escuta: esse papinho da Lorelaine, é lenda. Eu aguento bem, cara…

CHRISTIAN — Pouco me importa! O que interessa é que eu tô na jogada. Já tô trocando mensagens aqui com ela. Em dois toques eu já consigo arrastar ela pra cama.

DARWIN — Vai recuperar a joia e ainda vai dar uma xinxada na gordinha. Que monstro. Tá, mas e a diferença de idade? Você tem 34 anos.

CHRISTIAN — Ela tem 19. Eu disse pra ela que tenho 26.

DARWIN — Só uma idiota pra acreditar. Quem vê essa tua cara de gamba aí, logo vê que já passou dos 30, faz tempo.

CHRISITIAN — Não inventa! Claro que eu pareço ter 26.

DARWIN — Deus é mais! (gritando) Loreleine!! Volta aqui, mulher! Tô chamando!

LORELEINE — (OFF) Que é?

DARWIN — Vem aqui! Rápido. (P/ Chris) Vamos fazer um teste, ela não sabe tua idade. Ela vai acertar, quer ver? (ela chegou) Vem desgraçada!

LORELAINE — (braba) Que quê é?

DARWIN — Olha aqui pra ele, olha bem pra cara, que tá bem sugada.

CHRISTIAN — Para!

AMATERDAM — Que idade você acha que ele tem? Mas olha bem! E diz.

LORELEINE — Olhando assim… acho que uns 28/29.

CHRISTIAN — Viu? Eu falei, não chego nem até os 30.

DARWIN — Ah, mas tu tá maluca, né?! O cara até passou 10 anos na cadeia, mulher. Ele entrou na cadeia com 18 anos por acaso, ô cega?

LORELAINE — E como é que eu vou saber? É o que ele aparenta. Às vezes as pessoas não aparentam ter a idade que tem. Eu tenho 29 com carinho de 25.

DARWIN — Vai, pode sumir, zarolha. Serve pra nada.

LORELAINE  — Tá, mas qual é a idade dele?

DARWIN — 34, porra, tá na cara!

LORELAINE — Tá na cara, eu vou te dar na cara, se não parar quieto. Ah, tenho mais o que fazer. (sair)

DARWIN — Isso, isso. Vai.

CHRISTIAN — Com certeza ela vai acreditar. E o melhor, já marquei um encontro com ela. Amanhã no shopping.

CENA 9. CIDADE. GERAL. EXTERIOR. AMANHECER.

Tocar: Drake – Hotline Bling.  Alguns takes da cidade.: região sul, região norte, centro; parques. Amanhecer entre prédios; correria da manhã, trânsito. Pessoas caminhando no centro. Linda imagem da cidade vista de cima.

CENA 10. CASA LONGARAY. SALA. INTERIOR. DIA.

Liége dando instruções para Thailyz. Giovanni vai vir da cozinha, mas passará direto.

LIÉGE — Cuida bem da tua avó, viu, filha? Você sabe onde estão os remédios, e os horários.

THAILYZ — (chata) Tá, mãe, eu já sei de tudo isso.

LIÉGE — Eu prometo, eu vou procurar alguém pra ficar com ela. Mas eu preciso que você segure as pontas, é por pouco tempo.

THAILYZ  — Já prometi que cuidaria dela até a gente encontrar outra cuidadora, até ela botar a próxima pra correr de novo.

Giovanni aparece apressado.

GIOVANNI — Quem vai: vai. Quem não vai: fica!

LIÉGE — Tô indo nessa também. (a filha) Beijo, meu amor! Juízo! Ah, e apressa teu irmão, se não ele perde o primeiro período na escola.

GIOVANNI — (OFF) Bora, Liége!! Tira teu carro da frente!

LIÉGE — Já vou! Que homem apressado!

Thailyz fecha a porta. Aleff descendo as escadas, pronto pro colégio.

THAILYZ — Você não vai ao colégio hoje.

ALEFF  — O quê? Como assim? Ih, nem vem! Não vou trocar frauda de ninguém.

THAILYZ  — Não, idiota. Eu preciso que fique em casa. Eu vou ter que dar uma saída e eu preciso que você fique tomando conta da vovó. Só vai olhar pra ela, ver se ela está bem.

ALEFF — Nem pensar. Tenho que ir pro colégio. Tenho prova hoje.

THAILYZ — Te dou 50!

ALEFF — 100!

THAILYZ — O quê? 100 reais? Agora, quem diz “nem pensar” sou eu.

ALEFF — Pior que estou cobrando barato. Aguentar a vovó não é fácil. Poxa, e ainda tô matando aula.

THAILYZ — Tem que me agradecer por ainda querer te dar 50, deveria dar 20!

ALEFF — Tô indo nessa irmãzinha!

THAILYZ — Tá espera! Droga!! Vamos fazer assim: 50 agora, 50 depois quando eu voltar e ter certeza de que está tudo bem.

ALEFF — Fechado. (pegar o dinheiro) Onde você vai?

THAILYZ — Me dá 100 reais que eu te conto.

ALEFF — Vai com Deus!

THAILYZ — Eu vou me arrumar!

Thailyz sobe as escadas contente. Aleff joga sua mochila longe, pega o celular do bolso, senta no sofá, liga para alguém.

ALEFF — (CEL.) Qualé, Dumbo!? Ô brother, tô sabendo que cê tá catando um canto pra ensaiar uns passinhos. Ah, sim… claro que eu tenho um canto pra nós. … Aqui em casa! É, maluco! Ninguém vai tá em casa, só eu hoje pra patrocinar o ambiente. … Mas com a condição que trazer as gatinhas. (risos)

CENA 11. SHOPPING. PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO. EXT. DIA.

Christian sentado, aparece Thailyz. Cumprimentos, beijos no rosto.

THAILYZ  — Ai, desculpa, te deixei esperando muito?

CHRISTIAN — Não. Cheguei há pouco. Nossa, tá cheirosa.

THAILYZ — (demonstrar nervosismo) Obrigada! E aí? Vamos pedir alguma coisa pra comer?

CHRISTIAN — Tá nervosa? Olha… eu só quero que saiba que sou um cara da paz, gentil, calmo… Só quero o teu bem. E…

THAILYZ — Você não precisa me falar essas coisas. Esse tipo de coisa eu tenho que descobrir sozinha, porque por mais que você fale, eu não tenho como acreditar.

CHRISTIAN — Tem razão. Muitas pessoas não são aquilo que elas falam e sim aquilo que elas demonstram. E com você só rola sentimento bom.

THAILYZ — Sentimento?

CHRISTIAN — Thailyz… (pegar na mão dela) Eu tô tentando entender o que tô sentindo por você. Mas garanto que é coisa boa.

Thailyz fica bobinha com as palavras dele, e lhe cora as faces.

CENA 12. LOJA MASCULINA. CANTO. INT. DIA.

Liége dando um olha nos preços das roupas. Leonard aproxima-se dela cautelosamente e fala baixinho.

LEONARD — Vamos almoçar juntos hoje?

LIÉGE — Claro. Mas só almoçar, mesmo. Tô nos dias.

LEONARD — Tudo bem. Eu conheço um restaurante ótimo. Comida japonesa. Mas fica em outro shopping.

LIÉGE — Por mim tudo bem. Ótimo, pros bocudos aqui não ficarem de olho na gente.

LEONARD — Ok. Te espero no estacionamento.

CENA 13.  SHOPPING. PRAÇA ALIMENTAÇÃO. EXT. DIA.

Thailyz já encantada com Christian. Comendo hambúrguer e batata frita.

CHRISTIAN — Fala sério! Existe coisa melhor que isso?

THAILYZ — Se existe, deve estar bem escondido!

CHIRISTIAN — Diz que engorda, mas que mal há em alguns quilinhos a mais? Poxa, até acho bom ter onde apertar?

THAILYZ — (encantada) É? Qual o problema?

CHRISTIAN — Essas pessoas que ficam obcecadas, brigando com a balança, (com a boca cheia) não merecem o meu respeito.

THAILYZ — Assino em baixo! (depois de uma mordida, se suja com molho)

CHRISTIAN — Hum! Tem molho aqui, na sua bochecha. Pode deixar que eu limpo. (limpar, com cuidadinho) Legal. Ficou linda de novo.

THAILYZ — (risinho) Para… lindo é você.

CHRISTIAN — Esses seus olhos… essa boca. Vem comigo!

CENA 14. SHOPPING. CORREDOR LOJAS. EXT. DIA.

Liége caminhando com Leonard ao lado.

LEONARD — Você vai adorar lá. Eu que sou fã de comida japonesa, adoro.

LIÉGE — Que bom! Tô cheia de fome.

LEONARD — Quase chegando.

Liége se assusta com o quê vê em sua frente, e puxa Leonard para um canto do corredor, ou atrás de um pilar.

LEONARD — Que foi mulher? Viu quem? Teu marido?

LIÉGE — Não! Minha filha!

LEONARD — Mas e porque está se escondendo? A gente não tá fazendo nada de mais!

LIÉGE — Eu sei! Mas ela tá!

Leonard dá uma olhada e vê Thailyz em um banco aos beijos com Christian.

LEONARD — Puxa, que fome. Parece a mãe!

LIÉGE — Era pra ela estar em casa. Ela deixou minha mãe sozinha pra vir se agarrar no meio do shopping! Eu vou acabar com a raça dela!

CENA 15. SHOPPING. LOCAL. EXT. DIA.

Thailyz e Christian aos beijos. Chega Liége até eles.

LIÉGE — Que bonito, hein Dona Thailyz!

Thailyz leva um susto, e se desgruda de Christian rapidinho.

THAILYZ  — (surpresa) Mãe?? (gaguejar) O quê que a senhora está fazendo aqui?

LIÉGE — Isso não interessa! O que interessa é o que você está fazendo aqui? Não era pra estar em casa, cuidando da tua avó? E quem é esse cara?

THAILYZ — Esse aqui é oo… o…

CHRISTIAN — (ajuda-a) Christian. Eu me chamo Christian.

LIÉGE — Vem aqui, quantos anos você tem hein, ô Christian?  Isso é pedofilia.

CHRISTIAN — Peraí, ela me disse que tem 19 anos.

THAILYZ  — E tenho! É besteira dela! Não é nada disso.

LIÉGE — Você tá me desrespeitando é isso? Espera teu pai saber disso! Você vai ver.

CHRISTIAN — Calma aí dona… Liége? Não é? Então, eu tenho maior respeito pela sua filha, eu juro! Eu não quis trazer nenhum aborrecimento. Minhas intenções são as melhores.

THAILYZ — Tá vendo, mãe?! Olha o barraco!

LIÉGE — Eu não quero saber!! Quero saber da minha mãe! E se ela precisar de ajuda? Quem é que está cuidando dela?

THAILYZ — Não se preocupe, ela tá bem cuidada.

LIÉGE — Thailyz, quem é que está com ela?

THAILYZ  — O Aleff.

LIÉGE — Não, você fez isso. Você deixou o Aleff cuidando da sua avó?

THAILYZ — Ai, meu Deus, que drama. Qual o problema do Aleff cuidar da vovó?

A música da cena seguinte já começa a tocar.

CENA 16. CASA LONGARAY. SALA. INT. DIA.

Close de uma bunda rebolando na tela. Ao som de: Dennis DJ e kevinho – Agora é tudo meu. Umas três meninas dançando no meio da sala. O som rolando. Aleff e seu amigo Dumbo assistindo. Um deles ainda está até filmando as meninas dançar.

CENA 17. CASA LONGARAY. QUARTO IANE. DIA.

Iane sentada na cama, com as mãos nas orelhas.

IANE  — Eu não acredito que essa menina tá faxinando a casa com esse som alto desse jeito, de novo! (chamando) Thailyz! Thailyz! Garota surda! Deve ter um quilo de cera naquelas orelhas. Thailyz!!

CENA 18. CASA LONGARAY. SALA. INT. DIA.

Aleff não consegue ouvir Iane gritar.  Música está alta e ele está fascinado olhando as novinhas remexer o bumbum.

CENA 19. CARRO LIÉGE. EXTERIOR. DIA.

Liége enfurecida com Thailyz, que está emburrada, ao seu lado.

LIÉGE — Eu estou decepcionada com você! Não acredito que você tá fazendo isso comigo, Thailyz!

THAILYZ — Você não queria ele dentro de casa. Eu só saí pra conhecer ele.

LIÉGE — Mas que belo jeito de conhecer o rapaz, engolindo a língua dele?!

THAILYZ — Aconteceu. A minha intensão não era ficar com ele, mas aconteceu. Ele me pareceu ser tão…

LIÉGE  — (corta) Ah, me poupe. Eu tô mais preocupada com a sua avó.

THAILYZ  — Mãe, eu só fiquei fora por algumas horas. O Aleff não é nenhum retardado.

CENA 20. CASA LONGARY. INTERIOR. DIA.

Aleff dessa vez dançando O Passinho do Romano – Mc Dadinho. Para os que estão assistindo, ele está dançando bem pra caramba. CAM enquadrar os pés dele “rabiscando” o chão. O molejo, o gingado que a música exigir.

CENA 21. CASA LONGARAY. QUARTO IANE. DIA.

Iane irritadíssima com o barulho vindo da sala.

IANE — Não, não… não é possível uma coisa dessas! (gritando) Parem com esse barulho! Alguém!! Socorro!! Alguém!! Me ajuda!! Merda!! Eu vou matar essa desgraçada!! Eu vou matar!!

Iane não se aguenta de ódio. E tenta puxar a cadeira de rodas pra perto, toda desengonçada faz força para conseguir passar da cama para a cadeira de rodas, se desequilibra e só a vemos caindo para o lado, e o barulho dela caindo no chão. Ouvimos um gemido, e em seguida um grito!

CORTA.

FIM DESTE EPISÓDIO

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