Série de Wellyngton Vianna

 

EPISÓDIO DE HOJE: JURAS DE AMOR

 

Casa dos Paes Medeiros:

 

Em sua sala de estar, com o celular em mãos, Sandra está em chamada de vídeo com sua filha, Renata. A bela loira de cabelos longos e rosto delicado, que fala direto do Rio de Janeiro:

Renata – Quanto tempo faz que você não a vê?

Sandra – Nossa filha! Há muito tempo, tem mais de 20 anos.

Renata – Hum…

Sandra sorri:

Sandra – Éramos Adolescentes! Eu tinha 15 anos quando nos conhecemos. Se não fossem os pais dela, eu não sei o que seria de mim. Fomos grandes irmãs.

 

Renata – Estou morrendo de saudades, nem parece que você esteve aqui semana passada…

Elas sorriem juntas:

Sandra – Verdade.

Renata – Cadê o meu pai? Esse sim, faz um tempão que não abraço.

Sandra – Anda tão ocupado ultimamente … se eu não acordar bem cedo, não o vejo antes de sair.

Renata – Nossa! Sabe, estou pensando em voltar.

Sandra – Pra cá?

Renata – É! Não aguento ficar tanto tempo longe de vocês.

Sandra – Ah filha, eu adoraria você por aqui de novo, mas o Rio de Janeiro é pertinho, a gente vai… você vem… podemos nos visitar quando quisermos. E o Danilo?

Renata – Ah! Se ele quiser ficar comigo, tem que me acompanhar.

Sandra – Também não é assim filha! Me desculpe, mas você precisa repensar sua teoria. Ele é um bom rapaz. Você ama ele?

Renata – Claro, mas eu não nasci para depender de homem, se ele me ama assim como eu, terá que largar o Rio de Janeiro e se mudar comigo pra São Paulo. Ele não trabalha aqui, não faz nada.

Sandra meio que desaprova as palavras de Renata:

Renata – Mãe! O Danilo também é formado em administração, ele pode trabalhar na construtora assim como eu. Eu adoraria me casar com ele.

Sandra fica um pouco assustada:

Sandra – Não está cedo?

Renata – Não!

Sandra – Não faz nem um ano que você me contou que estava namorando.

Renata – Tudo isso você quer dizer né? Mas não se preocupe, eu jamais, vou pedi-lo em casamento, não mesmo. Esse papel ainda é dos homens, na minha opinião.

Sandra sorri:

Sandra – Também acho!

Renata – Porque os homens fazem isso hein?

A empregada Fátima chega na sala e espera o momento oportuno para falar, Sandra percebe e interrompe a conversa com Renata:

Sandra – Só um momento filha! Oi Fátima quer dizer alguma coisa?

Fátima – Desculpe dona Sandra, mas o porteiro informou pelo interfone, que uma mulher chamada Isadora está lá fora e deseja vê-la.

Sandra se anima com a notícia:

Sandra – Ah sim! Diga que pode deixa-la entrar.

Fátima – Sim senhora!

Sandra – Obrigada Fátima!

Fátima sai da sala e segue em direção a cozinha. Sandra retoma a conversa com Renata:

Sandra – Desculpe filha! A Isadora já chegou, eu vou precisar recebe-la, depois a gente conversa está bom?

Renata fica um pouco preocupada:

Renata – Ok.

Sandra – Tchau!

Renata – Só um pouquinho mãe! Espera.

Sandra – O que foi?

Renata – Tem certeza?

Sandra – Do que?

Renata – Você conhece bem essa mulher?

Sandra – Claro que sim. Já fomos irmãs um dia e hoje ela precisa de mim. Você vai conhece-la logo, logo.

Renata – Tá certo! TCHAU.

Renata encerra a chamada, levanta de sua cama, onde estava sentada e caminha para a varanda do apartamento. Pensativa, ela admira a vista da praia de Copacabana. Passados alguns segundos assim. Renata sente alguém chegar por trás e colocar as mãos sobre seus olhos, ela sorri:

Renata – Eu acho que sei quem é!

Ela vira-se e constata que é Danilo e eles sorriem:

Danilo – Meu amor!

Eles se beijam e se abraçam:

Renata – Estava falando de você com a minha mãe.

Danilo – Nossa…. Aposto que não saiu coisa boa.

Renata – Bobo!

Danilo – Está afim de um passeio?

Renata – Onde?

Danilo – Surpresa! Você acha que vou contar?

Sorrindo, Renata acaricia o rosto barbudo de Danilo olhando em seus olhos:

Renata – Você é osso, não vai contar mesmo, eu vou.

Danilo segura no queixo de Renata e a beija rapidamente abraçando-a em seguida:

Renata – Eu te amo.

Danilo não responde e não demonstra tanta felicidade assim.

Em São Paulo, na casa dos Paes Medeiros, Isadora segue o porteiro, caminhando pelo enorme jardim, fazendo o percurso do portão principal até a entrada da casa, ela observa a beleza do local, sem deixar passar nenhum detalhe. Ao direcionar seus olhos para a frente ainda de longe, ela avista Sandra, que também a admira depois de tanto tempo. Com um sorriso encantador e lágrimas nos olhos, Sandra não controla as lembranças ruins daquele fatídico dia da enchente, um rápido flashback se passa em sua cabeça, deixando-a fora de si.

 

 

Sandra retorna com a insistência de seu empregado porteiro:

Porteiro – Dona Sandra? Senhora?

Sandra – Oi!

  • Porteiro – A senhora está bem?
  • Sandra – Sim.
  • Porteiro – Essa é a senhora que deseja vê-la.

Finalmente frente a frente, elas se aproximam, Isadora expressa um choro convincente:

Isadora – Eu nem acredito que isso está acontecendo.

Chorando com ar de felicidade, Sandra abraça Isadora, que solta sua mala no chão:

Sandra – Meu deus… que saudades Dora! Minha irmã! Achei que nunca mais voltaria a vê-la. Você está linda!

Isadora – Imagina! Você é que está maravilhosa! Fina, belíssima. Eu estou destruída, fazer ser muito difícil seguir em frente sem ele.

Sandra – Eu sinto muito, mas não fale assim. Aqui você vai recomeçar ok? Vamos entrar?

Isadora pega a mala e enquanto caminham, Sandra enxuga suas próprias lágrimas e as de Isadora também:

Sandra – Eu nunca esqueci de você, sabia que eu voltei lá depois de alguns anos, voltei para ajudar, mas algumas pessoas me contaram que você havia saído da cidade, foi quando eu fiquei sabendo que seus pais também haviam falecido, não pude nem me despedir deles.

Isadora – Pois é, na verdade nem eu estando lá, pude me despedir deles, eu já estava com 20 anos, eles me deixaram numa festa e no caminho de volta o carro capotou. Depois disso fui morar em Curitiba.

Sandra – Meu Deus, se você estivesse naquele carro, nós nunca mais poderíamos nos ver.

Elas param na porta da casa, Isadora com tom irônico afirma:

Isadora – Tenho um sério problema com mortes, não consigo enfrentar.

Sem perceber a indireta, Sandra coloca uma das mãos sobre o ombro de Isadora:

Sandra – Teremos muito tempo para colocar nossas palavras em dia.

Quando Sandra vira-se para abrir a porta, Isadora muda a expressão de mulher sofrida para outra, emitindo ódio e uma certa raiva de Sandra.

Alguns instantes se passam, No Rio de Janeiro, Renata e Danilo estão a passeio dentro de um bondinho que liga o morro da “URCA” ao “PÃO DE AÇÚCAR”, eles admiram a paisagem abraçados:

Danilo – E aí gostou?

Renata – Você é muito bom com surpresas!

Danilo – Estava me subestimando e deu nisso. Não esperava tanto né?

Renata – Não é verdade! Eu só não imaginava o bondinho, aliás foi até bom, parece piada, mas ainda não havia visitado isso aqui.

Danilo – Quase um ano no Rio de Janeiro, e nunca fez um passeio desse.

Renata – Pode Zuar!

Renata pega seu Smartphone e percebe que está descarregado:

Renata – Droga! Me empresta seu celular, vamos fazer uma Selfie?

Nesse momento, Danilo estava com o celular na mão e rapidamente coloca-o no bolso esquerdo da bermuda sem que Renata perceba:

Danilo – O meu também está descarregado, você sabe como eu sou relaxado.

Renata – Ah! Fala sério… queria registrar esse momento…

Danilo – Já perdi as contas de quantas vezes fiz esse percurso de bondinho, a maioria das vezes acompanhado.

Renata entende o assunto como inapropriado, franzindo a testa:

Renata – O que?

Danilo – Nossa! Eu tive tantas mulheres na minha vida, todas elas, eu trouxe para cá.

Renata começa a achar estranho a atitude de Danilo, mas fica em silencio.

Danilo – E elas ficavam encantadas, mais apaixonadas ainda.

Danilo sorri libertinamente, ele parece tirar sarro da situação:

Danilo – Elas diziam: “Ah Danilo que coisa mais linda…”

Renata o interrompe se afastando dele:

Danilo – O que foi?

Chateada Renata descarrega-se:

Renata – E é exatamente isso que eu estou dizendo, não é? Eu sou mais uma imbecil da sua lista, é isso?

Danilo – O que? Nada disso.

Renata –Danilo, se você acha que sou mais uma dessas imbecis, está enganado demais querido.

Danilo começa a sorri sem parar:

Danilo – Olha a sua cara! Fica tão linda com raiva. Você acreditou?

Renata ainda não acha graça na brincadeira:

Renata – Você é um idiota!

Danilo – vem cá!

Ele pega no braço dela e a traz para perto dele:

Danilo – Eu te amo, você é louca? A surpresa que eu tinha para você, não era o bondinho não. É isso aqui ó!

Do bolso direito da bermuda ele tira uma caixa, ao abri-la, Renata vê que são dois anéis de ouro, e fica emocionada, com um sorriso discreto:

Renata – Está brincando ainda?

Danilo – Não! Agora eu estou falando muito sério. Eu quero me casar com você Renata, dividir o resto da minha vida contigo. Você também quer?

Uma lágrima desliza no rosto de Renata, junto com o sorriso:

Renata – Eu quero. Quero sim.

Eles sorriem juntos e se beijam, ao encerrar o beijo Renata avisa:

Renata – Que bom que você teve uma ótima desculpa para justificar aquela brincadeira desagradável. Eu não deixaria barato.

E eles continuam sorrindo.

Alguns instantes se passam, enquanto saem do bondinho em solo firme, colocam em seus dedos os anéis de noivado, a sequência segue com abraços e carícias, tendo como pano de fundo, os lugares mais lindos da cidade.

Em outro momento, Renata e Danilo já estão no apartamento dela. Eles se beijam e trocam carícias, tirando a roupa se jogam na cama:

Na mansão de Sandra, já em seu quarto, Isadora conversa com Marcelo pelo celular:

Isadora – Você não faz ideia do quanto ela é rica. A casa é uma mansão mesmo, cheia de empregados, um jardim enorme, eu estava com mixaria e não sabia.

Marcelo se refere a Luigi:

Marcelo – Ah… também não exagera, o velho aqui, até que te bancou legal hein, aliás, nos bancou.

Isadora – Se você voltar a citar aquele velho asqueroso, acabo com a sua cara de canalha.

Marcelo sorri:

Isadora – Tão gentil… tão educada, disse que estava morrendo de saudades de mim. Desgraçada! Sabe o que ela fez na verdade?

Marcelo – trabalhou pra caramba para chegar onde está, diferente de você que ficou recorrendo a velhos ricos para ter alguma coisa.

Isadora se irrita:

Isadora – Cala boca seu imbecil. Se eu sou uma vagabunda interesseira, aposto que ela também deve ser. O marido dela é podre de rico! Ele é dono da “CONSTRUTORA PAES MEDEIROS” já ouviu falar dela por aí?

Marcelo fica um pouco surpreso e Isadora enche os olhos com lágrimas de ódio e mente sobre as atitudes de Sandra:

Isadora – Sim. Pois é, é muito conhecida e é dele. A Sandra casou com um empresário importantíssimo e nem se quer, lembrou de mim e dos meus pais, meus pais, os mesmos que tiraram ela da lama, lá naquele interior arrasado. Mas ela que se prepare, porque logo, logo, isso tudo aqui…. Vai ser meu!

Na “Construtora Paes Medeiros”, em sua sala, Ernesto assina alguns papeis entregues pela gerente do financeiro e o diretor de planejamento, Giovanna e Gênesis. Ela está grávida de 7 meses, ambos estão sentados lado a lado em frente à mesa de Ernesto:

Ernesto – Vocês precisarão de mais alguma coisa para adiantar o início das obras?

Giovanna – Só do seu consentimento e isso o senhor já está fazendo isso.

Ernesto sorri:

Genesis – Já está tudo encaminhado, provavelmente na semana que vem, encaminharemos as equipes para os terrenos.

Ernesto – Ótimo! Três grandes obras para começar no mesmo mês. Três grandes pepinos para resolver.

Giovanna – Verdade!

Ernesto – E vocês como sempre dando conta de tudo, juntos. Não tenho só um braço direito como todo mundo, tenho dois.

Giovanna e Gênesis sorriem, ela tocando na barriga se refere ao bebezinho:

Giovanna – Acho que são três braços direitos Senhor!

Ernesto cai na gargalhada:

Ernesto – Ah é verdade! Quantos meses já Giovanna?

Giovanna – 7!

Ernesto – Nossa… pertinho hein. Olha, sinceramente, eu nunca vi um casal trabalhar junto e se darem tão bem como vocês!

Sorrindo Gênesis e Giovanna dão as mãos e se olham.

Gênesis – Tem explicação. A gente se ama.

Ernesto – Gênesis seu espertinho.

Giovanna fica emocionada e todos sorriem.

O casal levanta-se:

Giovanna – Ah… é verdade! Senhor Ernesto, vamos dar continuidade, qualquer novidade, avisaremos.

Gênesis pega os papeis da mesa e coloca-os dentro da pasta que está em suas mãos.

Ernesto – Ok muito obrigado!

Giovanna – Até mais Senhor!

Gênesis – Tchau!

Ernesto – Tchau queridos!

Eles saem da sala e ao constatar que já foram, Ernesto tira o Smartphone do bolso e confere suas mensagens recebidas, ao ler uma delas, ele aparenta se irritar e faz uma ligação para o número da mensagem, alguém atende:

Ernesto – Eu já disse para você não me mandar mensagem!

A pessoa na linha, fala algo e Ernesto responde ainda mais irritado:

Ernesto – Claro que não. Você quer me prejudicar?

Ele ouve mais alguma coisa e responde:

Ernesto – Não interessa, mais tarde conversamos.

Nesse momento Lorena, a bela, responsável e tímida secretária de Ernesto, entra na sala e ele rapidamente desliga a ligação:

Lorena – Desculpe Senhor!

Ernesto – Não tem importância Lorena, pode falar!

Lorena – O senhor me pediu esses relatórios ontem, aqui estão.

Ernesto – Ah sim… obrigado.

Ernesto estende as mãos junto com Lorena e ele ao pegar os papeis, de uma certa forma acaricia os dedos da secretária que percebe e fica um pouco desconfortável:

Ernesto – Muito obrigado Lorena! Você está linda.

Ainda sem graça, Lorena se retira:

Lorena – Obrigada.

Ele continua admirando a beleza da moça com um olhar fixo e deslumbrado.

Isadora conversa com Sandra na sala de estar casa, olhando fotos no álbum da família, já com uma roupa mais bonita e melhor maquiada, ela vê uma foto de Renata:

Isadora – Essa é a sua filha né?

Sandra – Sim. Minha vida!

Isadora – Muito linda!

Sandra – Ela mora no Rio de Janeiro.

Isadora – Casada?

Sandra – Não, mas não vê a hora.

Isadora – Desculpa, mas porque ela mora lá?

Sandra – O namorado… ou melhor, “Namorido” mora lá. Ela foi só para passear no começo do ano, aí eles se conheceram e ela acabou ficando por lá até hoje.

Isadora – Nossa, ela deve gostar muito dele né?

Sandra – Com certeza.

Ao virar a página do álbum Isadora avista Ernesto e admira-o com ambição:

Isadora – Seu marido?

Sandra – Sim, Ernesto, meu grande amor. Quando cheguei em São Paulo naquela época, com 18 anos, trabalhei na construtora.

Isadora – Na Paes Medeiros?

Sandra – Sim! Na época, o pai dele era o presidente, eu secretária, o Ernesto nem trabalhava lá ainda. O Sr. Henrique, gostava muito de mim como funcionária, um dia ele convidou para uma dessas festas de lançamento que eles fazem quando terminam a obra de algum edifício sabe?

Isadora ouve com atenção:

Sandra – Foi lá que eu conheci o Ernesto, era um rapaz tão lindo, educado, bem vestido, eu o vi e me apaixonei de cara, mas foi só isso, acho que ele também me notou, porque depois daquele dia, ele sempre passava na construtora antes de ir para a faculdade, só para me ver.

Isadora – Nossa! Então ele também ficou louco por você.

Sandra sorri:

Sandra – Disse ele que sim.

Isadora – E depois vocês se casaram…

Sandra – Depois de um ano só na paquera, ele me pediu em namoro, namoramos por 6 meses, e então veio o casamento.

Sandra fica triste:

Sandra – Assim que casamos, o Sr. Henrique faleceu.

Isadora – Que pena. Sabe, eu não tive a mesma sorte que você.

Entristecida, Sandra segura a mão direita de Isadora que mais uma vez, simula emoção e mente se referindo a morte de Luigi:

Isadora – Eu o amava tanto…. Só tinha ele comigo sabe. Naquela noite, ele chegou bem em casa, ainda conversamos, fiz o chá que ele adorava. E aí de repente, ele caiu do sofá com a mão no peito, com muita dor.

Sandra – Ele era mais velho, não é?

Isadora – Sim, mas isso não mudava o que eu sentia. Ele era louco pra oficializar o casamento, mas eu não queria, porque nada do que ele tinha, financeiramente falando, me interessava, eu o amava o que ele era, não os bens dele.

Isadora começa a chorar:

Isadora – Fico tão feliz em ter te reencontrado, eu poder contar com alguém nesse momento tão difícil pra mim.

Sandra – Claro meu amor, pode contar comigo, esqueceu que um dia também precisei de você? Você tinha só 10 anos e fez muito por mim, me tratou como sua irmã, fomos tão amigas….

Sandra a abraça forte e Isadora, pelas costas da amiga, comemora mais uma cena convincente que fez.

Conversando abraçados deitados na cama, Danilo e Renata imaginam o futuro para eles:

Renata – Você… já pensou em morar em São Paulo?

Danilo – Hum… prefiro o Rio de Janeiro.

Renata fica pensativa:

Danilo – Achei que tivesse gostando daqui.

Renata – Estou adorando, mas minha vida está em São Paulo, podemos construir algo juntos lá, o que acha?

Danilo fica meio irritado:

Danilo – Por que? Quer ficar perto de seus pais, não é?

Renata – Também, só que vai muito além disso, minha família é proprietária de uma empresa importante que tem anos de existência, uma vou precisar assumir um dia.

Danilo – Olha Renata, você tem que desapegar mais dos seus pais sabe, eu sei eles são legais, mas precisamos começar do zero, fazer nossa própria vida, você quer pegar o bonde andando…

Renata se irrita coma ironia do noivo:

Renata – Olha aqui Danilo, eu amo você mas tem momentos que você demostra ser muito estúpido.

Franzindo a testa Danilo rebate:

Danilo – Estúpido?

Em tom firme e direto, Renata repete:

Renata – Estúpido! Você já pensou no seu futuro? O que você quer da sua vida afinal? Você nem trabalha, vive de uma maneira que eu nem conheço. Quem é você?

Danilo fica pensativo e olha para Renata:

Danilo – Eu já te falei antes sobre a minha vida.

Renata – Mas ainda não me provou nada. Olha, no conhecemos a quase um ano, você me pediu hoje em casamento e isso foi maravilhoso, mas não entendo por que você tem segredos comigo.

Danilo – Quer saber, eu vou para casa.

Danilo levanta da cama, veste a bermuda e a camisa. Renata fica intrigada com a atitude do noivo e só observa enquanto ele sai do apartamento. Alguns segundos depois dele sair, Renata coloca as mãos na cabeça e ao virar-se para o outro lado da cama, sente algo embaixo dos lençóis e ao procurar achar com as mãos, encontra o celular de Danilo:

Renata – Hum… descarregado? Não estava descarregado, também não está bloqueado com senha.

Renata começa a mexer.

Danilo, já no corredor do andar, esperando o elevador abrir, percebe que deixou o celular na cama de Renata e com a preocupação em seu rosto e passos apressados, ele volta em direção ao apartamento, ao chegar lá, encontra Renata sentada na cama, chorando em silencio, com o olhar fixo no aparelho. Danilo fica assustado e visivelmente nervoso ao ver a cena. Renata olha para ele com revolta:

Renata – O que é isso? Dessa vez você não está brincando comigo, não é?

Danilo fica pasmo com a situação.

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