FAMÍLIA POR ACASO

EPISÓDIO 03

EPISÓDIO ESCRITO POR:

LEONARDO ANTUNES

EPISÓDIO DE HOJE:

“CONHECENDO A CASA NOVA”

CENA 01. RUA DO BAIRRO. EXTERIOR. DIA.

Rua bastante movimentada. Pessoas ali sentadas papeando e muitas crianças brincando. O nosso quinteto vem caminhando. Vitor repudiando a vizinhança.

EDUARDO          — Que cara é essa, Vitor?

VITOR                 — Cara de quem nem conhece a vizinhança e já tá com ranço!

LAÍS                    — Pois eu tô é gostando! Aqui as coisas parecem ser animadas.

VITOR                 — Claro que você tem que gostar! É fofoqueira como eles! Olha aquela véia sentada ali.

CAM mostra uma senhora sentada distante deles olhando pra eles.

VITOR                 — Com certeza é uma véia fofoqueira!

THAÍS                 — (Brinca) Deve ser o G1 do bairro!

Todos sorriem.

DAFNE               — Só vocês mesmo pra me fazer rir!

CAM mostra que a senhora pega o banquinho que estava sentada e entra pra dentro.

VITOR                 — Olha lá! Com certeza foi avisar pra amiga fofoqueira que tem novas pessoas no bairro!

LAÍS                    — Deve ter ido avisar a fofoqueira suprema!

Eles chegam a fachada de uma casa toda feia. Sem pintura, janela quebrada. E muito mato ao redor da casa.

DAFNE               — (Entusiasmada) É aqui gente! Essa é a casa que o colega do meu pai está alugando.

VITOR                 — Nossa! Como se já não bastasse essa vizinhança, nós ainda vamos ter que morar nessa casa?

LAÍS                    — Também não gostei muito não!

EDUARDO          — Vamos ver o interior da casa e o que ela tem a nos oferecer antes de tomar qualquer atitude!

DAFNE               — É isso aí, Edu! Pelo menos uma pessoa aqui está me apoiando.

THAÍS                 — Vamos entrar logo de uma vez por todas e ver o que essa casa tem de bom, porque a fachada é uma droga!

Eles vão em direção a entrada da casa.

CORTA PARA:

 

CENA 02. CASA DO ABSURDO. SALA. INTERIOR. DIA.

Sala vazia. Mas a janela está quebrada, a pintura toda molhada, devido a infiltração. O grupo entra.

LAÍS                    — Jesus Amado!

VITOR                 — (Imitando Edu) “Vamos entrar e ver o que o interior da casa tem a nos oferecer”. Olha aí a droga do interior da casa!

EDUARDO          — Ué! Eu pensei que era melhor!

THAÍS                 — Se o lado de fora era daquele jeito, nós já deveríamos esperar por isso.

DAFNE               — Calma, gente! Deixa eu explicar! Vocês engatam numa falação e não me deixa explicar.

VITOR                 — Então vai, nos explique porque essa casa tá um horror!

DAFNE               — É que a casa ainda vai passar por uma reforma! E só depois eles vão alugar.

LAÍS                    — Agora sim tá explicado! Porque não tem a menor condição de um ser humano viver aqui nessa casa.

DAFNE               — Vamos ver o resto da casa pessoal!

Eles vão para os quartos.

CORTA PARA:

 

CENA 03. CASA DOS PAIS DE DAFNE. SALA. INTERIOR. DIA.

Marta ali varrendo o chão. Sérgio chega.

SÉRGIO              — (Feliz) Olá, meu amor! Como é que você está?

MARTA              — Como é que eu estou? Péssima!

SÉRGIO              — Mas por que meu bem?

MARTA              — Porque a sua filha não sabe fazer outra coisa a não ser me desafiar!

SÉRGIO              — O que a Dafne fez dessa vez, Marta?

MARTA              — (Desconfiada) Mas antes… Por que essa felicidade toda?

SÉRGIO              — É que eu sair na rua e aconteceu umas coisas aí…

MARTA              — Como é que é? (Dando vassouradas nele) Eu não acredito que você me sai de casa pra procurar vagabunda pela rua!

SÉRGIO              — Para, Marta! Não é nada disso que você tá pensando não!

MARTA              — Ah não? Então que coisas são essas que aconteceram pra você tá todo felizinho assim?

SÉRGIO              — Eu encontrei com o Magno e ele ficou de arrumar um emprego pra mim!

MARTA              — Só isso?

SÉRGIO              — Como “só isso”? Não é você mesma que vive dizendo que eu tenho que voltar a trabalhar o mais rápido possível?

MARTA              — Sim, eu digo isso, mas do jeito que a sua lombar anda… Você não vai durar um mês nesse emprego!

Ela vai pra cozinha com a vassoura.

SÉRGIO              — (P/si) Vá entender essas mulheres!

CORTA PARA:

 

CENA 04. CASA DO ABSURDO. SALA. INTERIOR. DIA.

O grupo volta dos quartos.

THAÍS                 — Eu sinceramente não consigo enxergar potencial nenhum nessa casa!

LAÍS                    — Nem eu! Essa casa tá acabada, Dafne!

DAFNE               — Eu sei gente. Mas fazem uma forcinha aí. E como o proprietário é amigo do meu pai, ele vai fazer um precinho camarada pra gente.

EDUARDO          — Eu gostei da casa! Consigo enxergar um grande potencial nela.

VITOR                 — Claro que você gostou! Você viveria tranquilamente aqui nessa caverna!

EDUARDO          — Saiba você, Vitor. Que o ambiente mais propício pra fazer bulying comigo acabou, tá? Nós não estamos mais na escola!

VITOR                 — Como se o cenário fizesse alguma diferença! Do que é que adianta você mudar de lugar, se você continua o mesmo, com essa cara aí?

THAÍS                 — Eu respondo. Não adianta nada!

VITOR                 — Viu só? (P/Thaís) Muito obrigado querida!

DAFNE               — Gente, vamos parar com essa conversinha mole e vamos logo.

LAÍS                    — É, vamos logo antes que eu pegue uma rinite sinistra aqui!

O grupo sai da casa.

CORTA PARA:

 

CENA 05. CAMPINHO. EXTERIOR. DIA.

Partida de futebol rolando, mas desta vez é infantil. Campinho lotado. O Grupo se aproxima

DAFNE               — Gente… Eu só peço uma coisa a vocês. Que cumpram com a palavra de vocês! Eu já enviei pra vocês o valor do aluguel. E como nós somos cinco, não vai sair caro pra ninguém. Mas se alguém começar a ralentar, nós nunca vamos conseguir sobreviver todos juntos!

LAÍS                    — Da minha parte você pode ter certeza que eu vou cumprir com as minhas obrigações.

THAÍS                 — Eu também! Tenho até umas economias guardadas pra caso de emergência.

EDUARDO          — Podem contar comigo também!

Vitor disfarça como se não fosse com ele.

Atenção Sonoplastia: Entra aqui cuíca de Grilo.

LAÍS                    — Desse daí eu já esperava isso!

EDUARDO          — Assim não vai dar! Pra conseguirmos sobreviver juntos, todos tem que cumprir e ter palavra!

DAFNE               — Vitor, vamos deixar uma coisa bem clara aqui… Se você não tiver disposto a entrar nessa com a gente, é só falar cara!

VITOR                 — Pra que esse drama todo gente? Eu vou entrar nessa com vocês!

EDUARDO          — Só quero ver se depois vai cumprir com o combinado!

LAÍS                    — Gente, agora eu tenho que ir. Tchau!

THAÍS                 — Eu vou com você amiga!

As duas se afastam. Só ficam ali: Dafne, Eduardo e Vitor.

EDUARDO          — Dafne, eu estava mesmo querendo falar com você à sós.

Os dois olham pra Vitor que está sobrando.

VITOR                 — Se quiseram conversar vai ter que ser na minha frente! Daqui eu não saio!

EDUARDO          — Cara chato e inconveniente!

DAFNE               — O que você quer falar comigo, Eduardo?

EDUARDO          — Você acredita mesmo que nós cinco morando juntos daria certo? Eu fiz essa mesma pergunta pra Laís.

DAFNE               — Olha, Eduardo… Eu não sei se vai dar certo. Mas é aquilo, né! A gente não vai saber se não tentar. Agora deixa eu ir lá meninos!

Ela se afasta. Vitor fica ali mordendo os beiços.

EDUARDO          — Que cara é essa? Parece até que tá vendo um filé super suculento na sua frente!

VITOR                 — E estou! Olha só aquela bundinha perfeita da Dafne!

EDUARDO          — Desiste! Você nunca vai conseguir conquistar ela.

VITOR                 — Nunca diga nunca! Se eu que sou eu não tenho chances, imagine você então!

EDUARDO          — É, mas ao contrário de você eu não fico alimentando falsas esperanças!

VITOR                 — Vamos assistir um jogo descente!

EDUARDO          — Ué! Eu pensei que você gostava de ver as crianças jogando!

VITOR                 — Gosto nada! O time todo tá aonde a bola está! Falta de organização.

Os dois vão caminhando. CAM foca um pouco nas crianças ali jogando.

CORTA PARA:

 

CENA 06. CASA DOS PAIS DE DAFNE. SALA. INTERIOR. DIA.

Sérgio ali sentado lendo jornal. Dafne chega da rua.

DAFNE               — Oi, pai!

SÉRGIO              — Oi, minha princesinha!

DAFNE               — (Se senta) A dona Marta está?

SÉRGIO              — Não. Ela foi ali na casa da Ana. E aí? Tá tudo bem entre vocês?

DAFNE               — Sempre que o senhor me pergunta isso é porque ela fez fofoquinha.

SÉRGIO              — Não, filha. Dessa vez só quero me certificar que vocês duas estão bem.

DAFNE               — Pois então o senhor vai ter que continuar se certificando porque nós duas não estamos nada bem!

SÉRGIO              — O que aconteceu dessa vez?

DAFNE               — Ela estava atrás da porta ouvindo a nossa conversa ontem.

CORTA RAPIDAMENTE PARA:

 

CENA 07. CASA DOS PAIS DE DAFNE. COZINHA. INTERIOR. DIA.

Marta entra pela porta da cozinha descontraída quando ouve a voz de Sérgio.

SÉRGIO              — (OFF) Eu não acredito que a Marta estava ouvindo a nossa conversa!

DAFNE               — (OFF) O senhor precisava ver o jeito como ela falou! Pra ter falado daquele jeito, ela só podia estar atrás da porta ouvindo.

SÉRGIO              — (OFF) A Marta tá errada! Aquele era um momento só meu e seu! Ela não tinha o direito de ficar ouvindo a nossa conversa. Quando ela tem que conversar com você eu não fico na espreita ouvindo nada!

Marta faz uma careta.

DAFNE               — (OFF) Pois é, pai. Isso é pro senhor ver do que a dona Marta é capaz!

SÉRGIO              — (OFF) E como é que foi lá na casa?

DAFNE               — (OFF) Um horror, né pai! A casa tá toda acabada!

SÉRGIO              — (OFF) Mas eu tinha te falado que a casa ia passar por uma reforma primeiro, não disse?

MARTA              — (P/si) Então ele tá ajudando a nossa filha a sair de casa? Desgraçado!

CORTA PARA:

 

CENA 08. CASA DOS PAIS DE DAFNE. SALA. INTERIOR. DIA.

Sérgio e Dafne ali sentados.

DAFNE               — Não vejo logo a hora dessa casa ficar pronta!

Marta vem da cozinha.

MARTA              — (Firme) Então é isso, né, Sérgio?! Você tá ajudando a nossa filha a sair de casa!

Closes alternados nos dois. Instantes. Suspense. Tensão.

CORTA PARA:

 

CONTINUA…

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