FAMÍLIA POR ACASO

EPISÓDIO 08

EPISÓDIO ESCRITO POR:

RAMON SILVA

EPISÓDIO DE HOJE:

“IDEIAS DE UM NEGÓCIO”

 

 

CENA 01. CASA DO ABSURDO. QUARTO FEMININO. INT. DIA.

Dafne, Laís e Thaís ali.

DAFNE               — Meninas, eu estava mesmo pra falar com vocês… Ontem eu dei uma pesquisada e já tenho uma ideia que pode nos salvar financeiramente falando.

LAÍS                    — (Curiosa) Ah é? Então nos conte que ideia foi essa?

DAFNE               — Mas antes eu preciso saber se vocês topam me ajudar?

THAÍS                 — Como é que você quer que a gente fale que vai te ajudar, se nem sabemos o que é?

DAFNE               — É… Faz sentido… Eu andei pesquisando e analisei uma coisa. O mundo fitness está em alta ultimamente.

LAÍS                    — Que isso gente? Fit… Ness?

THAÍS                 — Ah lá… Você já vê logo que a pessoa gorda não sabe o que é fitness!

LAÍS                    — Ah vai dormir, Thaís! No fundo, no fundo você tem é inveja de mim!

THAÍS                 — Eu? Inveja de você com essa gordura aí? Impossível meu amor!

LAÍS                    — Aceita que dói menos, meu amor! Aceita que as gordelícias estão dominando!

DAFNE               — Chega, gente! Discussão desnecessária! Nós estamos aqui para pensar em alguma forma de como ganhar dinheiro!

THAÍS                 — Tá bom, Dafne… Mas como é que vai ser? Esse negócio fitness são caros demais!

DAFNE               — Eu sei… Por isso que tenho que dá uma sondada lá por casa.

LAÍS                    — Ué! Mas você não está muito bem com a sua mãe. O que você vai fazer lá?

DAFNE               — Eu não estou muito bem com a minha mãe! Mas com o meu pai eu me entendo.

THAÍS                 — Aonde é que você está querendo chegar com isso, Dafne?

DAFNE               — Como nós temos que ter dinheiro vivo no caixa, eu vou pedir meu pai o cartão de crédito dele emprestado!

THAÍS                 — Será que ele vai emprestar?

DAFNE               — Não sei! Se eu não for lá, nunca vou saber!

Atenção Sonoplastia: Entra aqui o som de uma égua dando coice.

DAFNE               — Agora se vocês me dão licença!

Dafne sai do quarto.

THAÍS                 — Nossa! A Dafne foi bruta comigo!

LAÍS                    — (Debocha) Isso é pra você aprender! Provou do próprio veneno, Thaiszinha!

THAÍS                 — Sai daqui coisa gorda!

Ela joga uma almofada na Laís que sai e fica ali indignada. Instantes.

CORTA PARA:

 

CENA 02. CASA DO ABSURDO. SALA. INT. DIA.

Vitor ali deitado mexendo no cel. Eduardo chega da rua.

VITOR                 — E aí? Como foi a sua saga em busca de um novo emprego?

EDUARDO          — Péssima!

VITOR                 — Não conseguiu nada, jovem?

EDUARDO          — Não! Eu não consigo entender como esse povo me descarta assim, como se eu fosse um nada!

VITOR                 — Talvez seja porque você é um nada!

EDUARDO          — Nossa! Bela ajuda você me deu, hein! Valeu!

VITOR                 — Eu sou verdadeiro, meu filho! Não estou aqui para levantar a autoestima de ninguém!

EDUARDO          — Ah… Você é verdadeiro, né?

VITOR                 — Sou!

EDUARDO          — Olha que se eu enveredar por esse caminho da sinceridade… Muita gente vai sentir!

Ele vai para o quarto.

VITOR                 — (P/si, não entende) Nossa! Mas o que é que acabou de acontecer aqui? Deve tá naqueles dias, só pode!

Ele continua ali deitado mexendo no cel.

CORTA PARA:

 

CENA 03. CASA DE SÉRGIO E MARTA. COZINHA. INT. DIA.

Anderson ali tomando café. Marta vem da sala.

MARTA              — Nossa! Tomando café da manhã a essa hora, é?

ANDERSON       — Sim, senhora! Acabei de acordar!

MARTA              — Nossa! Na minha época não pegava nada bem prum menino de 16 anos tá dormindo até a essa hora.

ANDERSON       — Pois é, né, dona Marta! Mas os tempos mudaram!

MARTA              — Pra pior, né?

ANDERSON       — Cadê o seu Sérgio?

MARTA              — Ele foi numa entrevista de emprego aí.

ANDERSON       — Por que a senhora não faz o mesmo?

MARTA              — Por que você não faz o mesmo? Garoto com 16 anos, cheio de saúde e fica só por aí na rua vagabundando!

ANDERSON       — Ih, mãe! Como diria o Sandro: descola da sola da minha bota!

Ele vai para a sala com Marta arrematando.

MARTA              — Como diria o Sandro que adora fumar um baseado que eu sei! Espero que você não esteja no meio disso, Anderson! Porque se tiver… É rua, hein!

CORTA PARA:

 

CENA 04. CASA DE SÉRGIO E MARTA. FRENTE. EXT. DIA.

Dafne atrás de um carro que ali está estacionado. Anderson sai da casa e ela faz “psiu” pra ele.

ANDERSON       — Hum? Será que eu tô ouvindo coisas?

Ele fica procurando o “psiu” e ver a irmã dele que faz um gesto chamando-o. Ele se aproxima.

ANDERSON       — Dafne, o que você tá fazendo aqui? Você não tinha ido morar com os seus amigos?

DAFNE               —Sim, eu fui morar com eles. Eu tô aqui porque eu queria falar com o papai.

ANDERSON       — Veio na hora errada então, a dona Marta disse que ele foi pra uma entrevista de emprego.

DAFNE               — Mas ela disse mais ou menos que horas ele deve estar de volta?

ANDERSON       — Não! Você sabe que nesse negócio de entrevista, não tem hora pra começar e nem pra acabar!

DAFNE               — Sei.

ANDERSON       — Mas o que você quer com o seu Sérgio?

DAFNE               — Eu queria conversar com ele sobre um assunto aí.

ANDERSON       — Sei. Aposto que esse assunto é financeiro… Caso contrário, você teria falado com a dona Marta.

DAFNE               — Acontece que a dona Marta e eu não estamos muito bem. E vai embora! Vai fazer o que você ia fazer na rua moleque!

ANDERSON       — Tá! Também não precisa me expulsar!

Ele vai andando e Dafne fica ali olhando para a casa.

CORTA PARA:

 

CENA 05. CASA DO ABSURDO. COZINHA. INT. DIA.

Há na cozinha, um fogão surrado, uma geladeira velha e uma mesa antiga com quatro cadeiras. Edu ali sentado à mesa. Laís passando um cafezinho.

EDUARDO          — Sabe, Laís…? Às vezes eu fico pensando… Eu acho que nós dois somos os mais excluídos do grupo.

LAÍS                    — Sério que você acha isso, Eduardo?

EDUARDO          — Acho! Todo mundo tira onda com a minha cara! E eu não faço nada.

LAÍS                    — Isso é porque eles te acham com cara de otário!

EDUARDO          — Nossa! Bruta! Falta de sensibilidade! Eu aqui me abrindo com você e você me fala uma coisa dessas?

LAÍS                    — Ué! Eu estou sendo realista!

EDUARDO          — É… Mas as vezes o realismo machuca!

LAÍS                    — Melhor do que ficar aí te iludindo!

EDUARDO          — Mas sério. Será que não tem como eu mudar esse meu jeito?

LAÍS                    — Olha! Não será nada fácil! Esse é você, Edu! Pra que você quer mudar?

EDUARDO          — Porque todos me acham com cara de idiota! Será que você pode me ajudar?

Fecha em Laís ali pensando…

CORTA PARA:

CENA 06. CASA DO ABSURDO. SALA. INT. DIA.

Thaís e Vitor ali assistindo o vídeo da cena 13, do episódio 05, da temporada passada, que foi gravado do cel. De Thaís.

THAÍS                 — (Sorrindo) Tá vendo só como os dois tem sintonia?

VITOR                 — Verdade! Acho que eles dariam um ótimo casal!

THAÍS                 — Isso me deu uma ideia, hein!

VITOR                 — Pelo amor de Deus, hein! Não me vá arrumar encrenca!

THAÍS                 — Que isso, Vitor? Isso é o papel da Dafne! Ela é a mais sensata do grupo!

VITOR                 — É que… Depois de ver aqueles caras armados e o Montanha… Eu tô com medo!

Fecha em Thaís meneando a cabeça negativamente.

CORTA PARA:

 

CENA 07. CASA DE SÉRGIO E MARTA. FRENTE. EXT. DIA.

Sérgio caminhando descontraído. Dafne o pega pelo braço e o leva para trás do carro.

SÉRGIO              — Que isso, Dafne?

DAFNE               — Pai, eu preciso da sua ajuda!

SÉRGIO              — Precisa da minha ajuda pra quê?

DAFNE               — Eu preciso que você me empreste o seu cartão!

SÉRGIO              — O meu cartão? Dafne, Dafne… O que a princesinha do papai tá aprontando dessa vez?

DAFNE               — Nada pai! É que eu tô precisando do cartão pra comprar algumas coisas pra começar a ganhar dinheiro!

SÉRGIO              — Como assim, me explica essa história direito?

CAM mostra Marta saindo da casa e os dois não percebem… Ela estranha o fato de Sérgio está em pé e ver o cabelo de uma mulher agachada atrás do carro.

MARTA              — (P/si) Eu não acredito nisso! (Firme) Posso saber o que tá acontecendo aí?

Sérgio olha pra Marta espantado. CAM fecha em Dafne ali agachada, escondida. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

 

CENA 08. CASA DO ABSURDO. QUARTO MASCULINO. INT. DIA.

Edu ali a observar a bunda de Laís que está para o alto olhando suas roupas que estão numa caixa de papelão.

EDUARDO          — (OFF) Nossa! Mas que rabetão é esse? Um cara deve se afogar aí dentro.

Laís se vira com uma blusa do Batman. E Edu continua a observar o rabetão dela.

LAÍS                    — Olha essa blusa! Pra que uma blusa do Batman? Você é adulto!

Ele continua a olhar pra baixo.

LAÍS                    — O que você tá olhando, Edu?

EDUARDO          — (Cai na real) Nada! Estava aqui pensando numa coisa.

LAÍS                    — Ah tá. Vamos lá. Se você quer ser respeitado a primeira coisa que você precisa fazer é mudar essas roupas.

EDUARDO          — Mas eu vou ter que jogar fora?

LAÍS                    — Nossa! Pelo que eu tô vendo vai ser mais difícil do que eu esperava. Não precisa se livrar da blusa, mas você nunca vai conseguir pegar mulher nenhuma com essa blusa!

EDUARDO          — É nessas horas que eu queria morar nos United States… Ter aqueles depósitos pra guardar as coisas que não uso mais.

LAÍS                    — É, mas volte pra realidade que isso aqui é Brasil! Você tem que aprender a se livrar das coisas!

EDUARDO          — Mas é muito difícil! Toda vez que eu penso em jogar alguma coisa fora, eu penso no valor emocional que aquilo tem pra mim.

LAÍS                    — Assim vai ficar difícil! Pois então deixe o emocional de lado senão daqui a pouco esse quarto está inabitável!

Fecha em Edu borocochô.

CORTA PARA:

 

CENA 09. CASA DE SÉRGIO E MARTA. FRENTE. EXT. DIA.

Continuação imediata da cena 07. Sérgio ali nervoso. Marta se aproximando.

MARTA              — Eu posso saber por que tem uma bisca…

DAFNE               — (Se levanta) Oi, mãe!

MARTA              — Posso saber o que vocês dois estão fazendo aí atrás desse carro?

SÉRGIO              — Estávamos conversando!

MARTA              — Ah, conversando, é? E por que não entraram em casa?

DAFNE               — É que eu estava com pressa!

MARTA              — Ah entendi… Você não quis entrar porque não queria me ver, não é isso?

DAFNE               — Ih… Já vai começar!

MARTA              — Vou começar mesmo! Você acha que eu tô errada?

SÉRGIO              — Marta, vamos fazer o seguinte: vamos entrando e aí conversamos lá dentro de casa.

DAFNE               — Concordo! Se não daqui a pouco as más línguas estarão batendo por aí!

Os três vão em direção a casa.

CORTA PARA:

 

CENA 10. CASA DE SÉRGIO E MARTA. SALA. INT. DIA.

Os três entram.

MARTA              — Filha… Logo que você tá aí, eu vou pegar um pedaço daquele bolo de cenoura que você adora.

DAFNE               — Não precisa não, mãe!

MARTA              — Claro que precisa!

Ela vai para a cozinha.

DAFNE               — Anda, pai… Me dá o cartão!

Ele tira a carteira do bolso e passa o cartão pra ela.

SÉRGIO              — Guarda rápido que se a sua mãe ver, vai começar a falação!

Ela dá um beijo no rosto do pai.

DAFNE               — Tchau, pai!

SÉRGIO              — Mas você já vai, filha?

DAFNE               — Já!

Ela sai. Instantes depois. Marta vem da cozinha com o bolo.

MARTA              — Ué! Cadê a Dafne?

SÉRGIO              — Ela foi embora!

MARTA              — Mas como assim ela foi embora? Eu trouxe até o bolo pra ela.

SÉRGIO              — Não sei porque ela foi embora tão rápido assim. Vá entender esses jovens!

Ele se levanta e ela o segura.

MARTA              — O que vocês estão armando?

SÉRGIO              — (Finge não entender) Do que é que você tá falando, Marta?

MARTA              — Não se faça de desentendido que você sabe muito bem do que é que eu estou falando!

SÉRGIO              — VoFPcê tá ficando louca, Marta!

MARTA              — É… Talvez eu esteja mesmo! Já que todos resolveram fazer as coisas por de trás das minhas costas!

Ele vai para o quarto.

MARTA              — (P/si, desconfiada) Eu tenho certeza que esses dois estão armando alguma… Mas a questão é: o quê?

Ela fica ali desconfiada. CAM mostra Sérgio escondido a observar Marta.

MARTA              — Eu sei que você está aí me olhando, Sérgio!

CAM mostra ele que sai correndo para o quarto. Ela dá um sorrisinho e…

CORTA PARA:

 

FIM DO OITAVO EPISÓDIO

 

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