ATO DE ABERTURA

FADE IN

= = FLASH-FORWARD = =

CENA 1 INT. – CASARÃO / FAZENDA SANTOS – TARDE

Uma garota (27 anos, branca, olhos verdes, cabelos loiros e desgrenhados) aparece da porta, aflita, procurando algo. Muita ação. Ela corre por entre outros CÔMODOS, rápida. Não encontra ninguém. Vaza por um CORREDOR. CAM TRAVELLING acompanha seu movimento, atravessa portas, até que corta para

O EXTERIOR DO CASARÃO

Branco, com várias janelas marrons, uma do lado da outra. Varanda grande, cercada por plantas.

A garota vem de frente, atordoada. Ao ver uma CAMINHONETE MARROM já saindo, se apressa.

            GAROTA #1
Ei! Alessandro! Eu vou junto!

E ela SALTA sobre a carroceria, o carro acelera. O motorista, moreno claro, forte, olhos verdes, coloca a cabeça pra fora.

            ALESSANDRO
Sai daí, Alice! Esse assunto é meu!

            ALICE
Esse assunto é nosso!

O rapaz bate no volante, revoltado, mas segue.
A caminhonete acelera e corta o cenário, levantando poeira.

CENA 2 EXT. – ESTRADA PRINCIPAL – TARDE

Larga, sendo de um lado só montanhas; De outro, a praia. Alessandro dirige, atento. Da carroceria, Alice espia, muito aflita pelo que vê.

UMA PICKUP PRETA E UMA PICKUP PRATA À FRENTE

Lado a lado, batendo um contra o outro.

Corta para um deles, pelo lado da praia, onde um homem moreno, 50 anos, magro, aponta o dedo na direção inversa.

            HOMEM #1
Eu vou te pegar, seu filho da mãe!

O motorista do outro carro (PICKUP PRATA) não é revelado. O homem #1 joga o carro pra cima dele.

Alessandro tenta frear antes de chegar na curva.
A pickup PRATA devolve a pancada e arremessa o adversário para fora da pista.
Alessandro se apavora.

           ALESSANDRO
Não! NÃO!

A pickup PRETA arrebenta a barra de proteção e voa em direção a praia. A outra pickup dá uma guinada perigosa, interrompe o fluxo da estrada – carros freiam bruscamente – e vem na contramão.

Alice percebe a manobra, preocupada.

            ALICE
Não é possível. (para Alessandro) DÁ RÉ! DÁ RÉ!

Alessandro dá ré. A pickup avança. Forte expectativa.

            ALESSANDRO
PULA DO CARRO, ALICE! PULA!

Em Alice, apavorada.
Na pickup que avança cada vez mais.

Até que a garota SALTA e rola pela areia.
A pickup faz uma manobra arriscada e joga a traseira em cima do carro de Alessandro. Grande impacto. A buzina dispara.
Alice cobre a boca, assustada. Porém, o motorista da pickup dá ré e depois foge.

Alice corre até a caminhonete e se espanta ao ver

ALESSANDRO, inconsciente sobre o volante e com a testa ferida.

VOLTA EM ALICE

Frustrada, abaixa a cabeça.

= = FIM DO FLASH-FORWARD = =

FADE OUT

FADE IN

CENA 3 EXT. – ESTRADA PRINCIPAL – TARDE

Abre no rosto de Alice, maquiada, bem diferente da cena anterior. Ela deslumbra algo fora da tela.

SURGE A LEGENDA: DOIS MESES ANTES

ZOOM-OUT na garota, que traja um vestido preto, bem elegante. Um rapaz (25 anos, branco, olhos castanhos, trajando terno cinza) aproxima-se por trás, comendo uma maça.

            RAPAZ #1
Podemos ir, Alice?

            ALICE
Com a cara e a coragem. (olhando pra ele) O taxista já resolveu o problema do carro?

O rapaz envolve o braço em seu pescoço, faz charme.

            RAPAZ #1
Claro! Comigo por perto ele resolveu rapidinho.

E come a maça, depois olha para o além fazendo suspense. Alice ri.

            ALICE
Você é bobo, Noel! Vamos logo!

Alice e Noel dão as costas. CAM se mantém alí, enquanto eles se afastam.

            NOEL
O que você acha da gente boicotar a festa?

            ALICE
Mas não é isso que pretendemos fazer?

            NOEL
Falo de uma coisa maior, sabe? Tipo laxante nas bebidas.

Ambos já entrando no carro.

            ALICE
Não aterrorize, garoto!

            NOEL
Hoje eu to de intenções cruéis, me deixa.

E cai na gargalhada. O carro parte.
CAM direciona para a praia.

FADE OUT

FIM DO ATO DE ABERTURA

Capítulo 1

SORTE DE UNS; AZAR DE OUTROS

PRIMEIRO ATO

FADE IN

CENA 4 EXT. – CASARÃO / FAZENDA SANTOS – DIA

PLANO GERAL – Muita gente no meio do gramado, algumas mais elegantes que as outras, em trajes finos. Garçons circulando com bandejas contendo champanhe; Conversaria e risos entre os convidados. O casarão, ao fundo, muito imponente, ao estilo colonial. Exatamente como visto na CENA 1.

CLOSE em um homem moreno, 50 anos (o mesmo da cena 1), que acaba de beber um champanhe.

           HOMEM #1
(resmunga) 
To achando isso tudo muito chato.

Uma garota (25 anos, branca, cabelos longos e pretos) se aproxima, sorrateira.

           GAROTA #2
Falando sozinho, Mazinho?

Mazinho dá uma conferida na moça, muito bonita, de olhar safado.

           MAZINHO
Ô, lindinha, to aqui levando um papo com os meus botões. Vamos dar um sacode nessa festa, vamos? Vamos causar geral, tirar a roupa, escandalizar, vamos?

A garota olha ao redor, preocupada, mas sorri, maliciosa.

           GAROTA #2
Não começa, Mazinho. Meu namorado tá bem alí.

Pelo PONTO DE VISTA de ambos, há um homem moreno, 40 anos, barba, jeitão rústico, conversando com os convidados.

           MAZINHO
Ah, qualé, Maria José? Walter não vai ligar não. Paradão do jeito que é, capaz dele te ver agarrada comigo e ainda não entender.

Gargalha, depois bebe o champanhe, deixando escapar pelas beiradas.

           MARIA JOSÉ
Ai, que horror! Bebe direito.

           MAZINHO
Faço outras coisas direito se tu quiser.

Maria José dá uma risadinha.

CAM SEGUE PARA OUTRO LADO

Onde Walter e um homem bem mais velho, loiro, cara de durão e insatisfeito, conversam.

           HOMEM #2
Olha lá! Nem pra sua namorada disfarçar.

Walter vê

MARIA JOSÉ, AOS RISOS, COM MAZINHO

VOLTA EM WALTER, chateado.

           WALTER
(disfarça) É noiva. E você vê maldade em tudo, hen Avelino?

           AVELINO
Não é maldade não. É experiência. Veja o que a desgraçada da Helô fez comigo? Não bastou me trair, tinha que ficar com o inimigo nas minhas barbas!

           WALTER
Vai começar, né? Vou falar com a Maria José, isso sim.

           AVELINO
Isso, vai mesmo! (resmunga) Pior cego é o que não quer ver.

Avelino, esboçando asco, espia Walter se afastar.

Walter já chega pegando Maria pelo braço, que reclama.

          WALTER
Vem, quero falar contigo.

Mazinho só observa, mas SAI logo dalí.

          MARIA JOSÉ
Que isso, Walter? Isso é jeito de me tratar?

Walter a encara, desconfiado.

          WALTER
Posso saber o que tanto ria com o Mazinho? Tu sabe muito bem como é a peça, não sabe?

Maria José afasta o braço com força.

          MARIA JOSÉ
Ele é meu cunhado, Walter. Cê queria o quê? Que eu desse as costas? A gente mora na mesma casa, né?

Walter, ainda desconfiado. A garota ajeita sua gravata, dengosa.

          MARIA JOSÉ
Você não devia se importar com o Mazinho. Cê sabe que eu só tenho olhos pra você.

E beija seu queixo. Walter beija sua testa, sem graça.

CENA 5 EXT. – CASARÃO / FAZENDA GUERRA – DIA

Local bastante arborizado, cercando a casa grande. Semelhante ao casarão visto anteriormente, apenas difere por ter as janelas na cor azul. Varanda extensa e pequenos postes de ambos os lados acabam por dar um ar mais leve ao ambiente rústico.
Um bando de ANU pretos atravessam a tela, com seu som estridente.

CENA 6 INT. – CASARÃO / FAZENDA GUERRA / QUARTO DE CATARINA – TARDE

Catarina (21 anos, branca, cabelos pretos e trajando um longo vestido de noiva) abre a porta e dá de cara com Maria Alice. Muita emoção.

            CATARINA
(cobre a boca, surpresa)
Não acredito! Você veio mesmo!

As duas se abraçam, fortemente. Desfazem o abraço. Catarina a olha de cima a baixo.

            CATARINA
Já tava cansada de te ver só pela internet. E o Noel? Também veio?

            ALICE
Ele tá lá embaixo com a mãe dele /

            CATARINA
(por cima) Ok, preciso de ajuda.

Catarina apanha, de cima da cômoda, dois batons (um vermelho e outro, rosa).

            CATARINA
Esse ou esse?

Alice ri, incrédula.

            ALICE
Quando você disse que precisava da minha presença, não contava que era pra isso, sério.

           CATARINA
Mentira (coloca os batons no lugar), não é isso não. Vem!

Catarina puxa Alice para dentro do quarto. O local é grande, com cama de solteiro, colcha na cor azul; Móveis modernos; Uma parede com um espelho do teto ao chão; Porta-retratos espalhados.

As duas amigas sentadas na cama, confidentes.

           CATARINA
To muito nervosa. Você sabe que o meu pai não gosta do seu Avelino. Meu pai ameaçou até me deserdar, lembra?

           ALICE
Sim, mas depois ele aceitou. Se você gosta do Alessandro, né?…Hunf…

           CATARINA
Você ainda tem birra com ele, é?

           ALICE
Birra? Você chama de birra o que ele fez?

           CATARINA
Alice, não há provas de que ele provocou sua expulsão daqui.

Alice se levanta, irada.

           ALICE
Ah tá bom, chega! A gente sempre briga por causa dele.

           CATARINA
Por causa do seu tio Avelino, cê quis dizer né? Ele nunca se deu bem com a sua mãe. Pra dizer a verdade, nem sei como o Walter e o Mazinho o 
aturam. Desculpe.

           ALICE
E mesmo assim você quer fazer parte dessa família?

           CATARINA
(suspira)
Ah…Eu gosto do Alê. Mas é que…(respira fundo / toma coragem) Eu fui na dona Tina.

           ALICE
Ai, garota! Você, às vezes…

Catarina ri, mas logo fecha a cara. Nota-se a angústia.

           CATARINA
Ela previu uma desgraça se o casamento acontecer.

Maria Alice volta a sentar e segura em suas mãos, confiante.

           ALICE
(séria, faz suspense)

Amiga, esse casamento já é uma desgraça.

Catarina solta de suas mãos e se levanta, chateada. Alice deita na cama, rindo.

          CATARINA
To falando sério e você fica de graça, poxa! Você sabe que ela sempre acerta, né?

          ALICE
Sim, como quando ela disse que sou eu que trago o problema. Não confio em gente que fala o óbvio.

Catarina apanha uma almofada de cima da poltrona e arremessa na amiga.

          CATARINA
Mas você é besta, hen!

Risos.

CENA 7 INT. – CASARÃO / FAZENDA GUERRA / SALA – DIA

No abraço entre Noel e uma mulher (loira, alta, 46 anos, trajando um longo vermelho).

A sala é menos rústica do que costumamos ver em fazendas. Móveis e eletrônicos modernos; Paredes brancas com quadros de pintura realista; Teto com mini lâmpadas LED; Sofás pretos e chão de lajotas na cor azul.

A mulher olha para o garoto, todo bem alinhado.

            MULHER #1
Mas você é elegante mesmo, hen, meu filho? Não entendo como ainda não tem namorada.

            NOEL
Dona Helô, dona Helô! A senhora sabe que sou gay.

            HElÔ
Desde que seja um capitão América, por mim.

Ambos riem.

            NOEL
To brincando. A senhora tá vestida pra matar o velho Avelino?

            HELÔ
(provocativa) Propositalmente. Ele odiava me ver de vermelho. Dizia que eu ficava com cara de puta.

            NOEL
Eu não me incomodo. Sou fã da Madonna.

Risos.

            HELÔ
Vem, vamos sentar (ambos se sentam). Cê sabe que ele deve tá se roendo de raiva por conta desse casamento, né? Mas diz aí, como é que tá tudo lá na casa da Tarsila?

            NOEL
Aquele marido dela ainda não me engole, mas a senhora sabe que sou sedutor. Mais dez anos e ele estará me amando. Acho.

            HELÔ
Se ele não gostasse de você, acho que você não durava nem um mês. (riem) E a Maria Alice?

            NOEL
Com a Catarina. Tentando demovê-la da ideia do casamento.

            HELÔ
Tinhosa ela, não? Mas como ela pretende fazer isso?

            NOEL
Não sei, mas a Alice tá disposta a qualquer coisa pra ajudar a garota. A senhora nem sabe o que descobrimos.

Em Helô, curiosa.

CENA 8 INT. – CASARÃO / FAZENDA GUERRA / QUARTO DE CATARINA – DIA

Em Catarina e Alice, confidentes.

           ALICE
Vamos falar sério? Alessandro não ama ninguém a não ser os animais que ele cuida. (Catarina já põe as mãos na cintura) Não, sério. Lembro que quando ele fazia faculdade de veterinária, ele se mostrava mais afetuoso do que com a família.

           CATARINA
Mas você sabe que ele não se dá com o pai, né? Ele só não sai da fazenda porque ainda não tem condição.

           ALICE
Ele quer desafiá-lo, amiga. Eu não queria ter que te dizer isso, mas…Alessandro tá disposto a te dar a parte dele na herança só pra provocar o pai. Afinal, mesmo você sendo maior de idade quem cuidaria da fortuna seria seu pai.

           CATARINA
E essa fortuna deveria ser em parte sua, né? Só que seu tio /

A vez de Alice se chatear.

           ALICE
Ah, não, Catarina! Você ainda acha que eu to preocupada com isso? Meu tio me deserdou, mas quanto você acha que ele, mão de vaca do jeito que é, deixaria pra mim? Deserdou até o Noel!

           CATARINA
(pensativa)
 Será que é por causa disso que algo de ruim pode ocorrer? Ah, não…Eu não tenho culpa dessa guerra entre eles.

            ALICE
Amiga, Guerra é seu sobrenome.

Catarina faz careta; Alice só ri.

CENA 9 INT. – CASARÃO / FAZENDA SANTOS / ESCRITÓRIO – DIA

Em Mazinho, ansioso. Local pequeno, porta de madeira, cadeiras do mesmo material.

            MAZINHO
Tu não vai dar pra trás, né? Não é nem sacrifício assim. Catarina é bonita, bem jeitosa, novinha.

CAM BUSCA um rapaz do outro lado da mesa, que se volta, ríspido. Trata-se de Alessandro, visto na cena 1.

            ALESSANDRO
Não gosto quando você fala assim, tio!

O rapaz (27 anos, porte atlético, branco, cabelos aloirados, bem aparados; Olhos verdes e barba por fazer) veste terno preto com gravata borboleta.

            ALESSANDRO
Eu gosto dela, né?

            MAZINHO
Gosta, gosta sim. Até eu gosto. Mas você sabe que tudo isso é pra um bem maior.

Alessandro põe as mãos sobre a mesa, pensativo.

            ALESSANDRO
Eu não sei. Acha mesmo que o meu pai daria a parte da herança para os irmãos que lhe é devida só pra eu não passar minha parte pra Catarina?

            MAZINHO
Avelino é tinhoso, mas muito orgulhoso também. Tu vai ver como ele vai mandar cancelar o casamento e fazer sua vontade. Ou você gosta de ver o Walter dando duro naquele restaurante, porque o seu pai impediu dele exercer a profissão de administrador em qualquer lugar da região? Walter não tem condição pra se manter na cidade grande, não Alessandro. Isso é justo?

Alessandro pensa melhor, esboça coragem.

           MAZINHO
E tem mais: Se ainda assim você casar, basta forjar um flagra e pedir o divórcio.

           ALESSANDRO
Nossa, tio!…Quantas ideias maravilhosas o senhor ainda têm?

Ambos riem, maliciosos.

CENA 10 EXT. – CASARÃO / FAZENDA SANTOS – DIA

SÉRIE DE PLANOS

1. Pessoas comendo e bebendo. Muita conversa.

2. Avelino, impaciente.

3. Maria José, toda metida, exibindo a aliança de noivado para uma garota loira. Em segundo plano, meio desfocado, Walter observa, incomodado.

Até que há um alvoroço. Cada um vai olhando para fora da tela e cochichando entre si. Avelino olha para trás e fecha a cara. Walter dá uma olhada de cima a baixo, sem acreditar, admirado.

Maria Alice e Noel param diante do povo. Noel ainda sorri, debochado e abre os braços.

             NOEL
Saudades, papai?

Em Avelino, esboçando raiva.

FADE OUT

FIM DO PRIMEIRO ATO

SEGUNDO ATO

FADE IN

CENA 11 EXT. – CASARÃO / FAZENDA SANTOS – DIA

Avelino e Noel forçando um abraço. Climão. Noel dá um tapinha em seu ombro.

            NOEL
(provoca) Fala aí! Achou que a gente não viria, né? Dá um abraço na sua sobrinha.

            ALICE
(entre dentes) Por favor, Noel.

Avelino, sem graça, abraça Alice. Maria José fazendo cara de nojo. Walter vai até Alice e já a abraça, sem cerimônia. A garota se incomoda.

            ALICE
Você tá me apertando.

Walter a solta, sem graça.

           WALTER
Desculpe. Tanto tempo sem te ver…A Catarina mostrava poucas fotos suas e a gente sempre se desencontrava na casa da Tarsila.

            ALICE
Não precisa se explicar. (encarando Avelino) Eu entendo que a sua vida não tem sido fácil por aqui.

Tensão.

            AVELINO
(força o sorriso) Vamos aproveitar a festa? (pra geral) Vamos comer e beber pra não esperar pela noiva de barriga vazia, hen.

Risos dentre os convidados.
Maria José quase vai falar com Alice, quando um idoso (64 anos, moreno, magro) chega por alí, comendo um doce.

            IDOSO
Saio pra roubar uns quitutes na cozinha e perco meio episódio de Game of Thrones? Isso procede?

            MARIA JOSÉ
Ai, pai. O senhor tinha que ver a cara de esnobe da Maria Alice. Parecia a Emily Thorne chegando aos Hamptons para iniciar sua jornada de vingança.

            IDOSO
Essa chegada triunfal deve ter chegado aos ouvidos do Mazinho (risadinha sem vergonha). Ele tá lá, preso no escritório com o Alessandro.

Noel vindo logo atrás.

            NOEL
Seu Cícero!

Cícero se volta e recebe um abraço do garoto. Maria José observa, atraída.

            NOEL
O senhor continua assaltando a cozinha, hen! Já mandaram blindar o bolo? Porque, né…?

Cícero e a filha riem. Em Noel, muito carismático.

CAM TRAVELLING pelo cenário. Alice parada, bufa, sem muito o que fazer. MÃOS MASCULINAS a pegam pelo braço. Em Avelino, encarando-a com raiva.

           AVELINO
Foi ideia do Noel ou sua de aparecer aqui?

Alice se solta dele, sem deixar de encará-lo.

           ALICE
Catarina me convidou /

           AVELINO
Balela! Você veio pra me afrontar. Sabe o que já tão dizendo por aí? Que eu sou um frouxo em deixá-la na festa. Que daqui a pouco você vai tá distribuindo suas drogas pro pessoal.

           ALICE
Chama a polícia pra mim. Não será difícil já que somos velhos conhecidos, não?

Avelino quase levanta a mão, mas contém-se.

           AVELINO
Você tem dez minutos pra sair daqui. (mostra as duas mãos) Dez.

Avelino dá as costas. Alice fica alí, esboça ódio. É quando avista Noel e Cícero indo em direção a casa grande. Noel disfarça, faz um sinal para a prima acompanhá-lo. Em Alice, animada.

CENA 12 EXT. – CASARÃO / FAZENDA GUERRA – DIA

Helô e Catarina saem, agitadas. Um homem (moreno claro, 50 anos, magro, charmoso) vem em seguida, fecha a porta.

           HOMEM #3
Paulo!

Um rapaz (bonito, 30 anos, moreno, corpo sarado e trajando roupas de peão) chega perto, atento. Troca olhares com Catarina.

           PAULO
Pode falar, patrão.

           HOMEM #3
Por favor, cuide de tudo. Devo voltar estressado, então não me entregue problemas.

           HELÔ
João!

           JOÃO
O quê? (pra Catarina) Desculpe, filha, mas pisar naquele terreiro de macumba faz até mal pro espírito. Vamos?

           PAULO
O carro já está em frente a porteira.

           JOÃO
Excelente!

Catarina hesita, olha para Paulo; Olha para a direção em que João segue.

           CATARINA
Vai lá, dona Helô. Eu já vou indo.

Helô percebe, mas SAI.

           CATARINA
Paulo, você esteve com a dona Tina?

           PAULO
Se a moça quer saber se ela confirmou…(se aproxima, afetuoso) Ela teme pela senhorita.

Catarina desarma-se, por instantes. Pensa um pouco, para logo encará-lo, firme.

           CATARINA
Será que…? (Pensa) Não, não importa, eu já preparei tudo. Você sabe o quanto é importante pra mim unir a família e acabar com essa guerrinha besta entre o meu pai e o seu Avelino, não sabe?

Paulo segura em suas mãos, sofrido.

           PAULO
Fazendo sacrifícios? Pra quê? Seu Avelino é um velho turrão, não vale a pena nem pensar nele. (olho no olho) Podia tá casando comigo, senhorita. Longe desse ódio todo.

           CATARINA
Ai, Paulo…Se eu pudesse, mudava tudo, mas você sabe que não é bem assim, né?

Corta para Helô, ao longe, com a porta de uma PICKUP PRETA aberta.

           HELÔ
Catarina! Vamos?

Catarina aperta as mãos de Paulo, confiante.

           CATARINA
Reze por mim?

Paulo ainda hesita em soltá-la, mas não tem jeito. Catarina dá as costas. Paulo fica alí, desesperançado, expressão de quem vai chorar. Catarina chega até o carro e ainda olha para trás. Ela entra.

Em Paulo.

CENA 13 EXT. – FAZENDA SANTOS – DIA

Um padre (branco, 28 anos, simpático, carrega uma expressão meio dramática) atravessa o cenário com a bíblia na mão. Vai até Avelino, este muito agitado, bebe num só gole o champanhe.

           PADRE
Senhor Avelino.

Avelino limpa a boca. Encara o homem de olhar incisivo.

           PADRE
A noiva ainda não chegou?

           AVELINO
O senhor chegou só agora e já quer ir embora?

O padre sorri, sem graça.

          AVELINO
Perdão, padre Batista! Mas é que eu to com a minha cabeça…O senhor nem imagina.

          BATISTA
Já soube da presença de Maria Alice e Noel. Como o senhor está?

          AVELINO
Péssimo. Te juro por Deus que quando vi aqueles dois, tudo escureceu na minha frente. Maria Alice que não me provoque de novo.

           BATISTA
Tanta hostilidade mesmo após dez 
anos. Perdoai, irmão! Isso lhe fará bem.

Avelino ouve, atentamente, com ar de asco.

          AVELINO
Desculpe, eu nem perguntei: Mazinho já te pagou adiantado? Nós queremos aquela reforma da igreja, hen!

E, sorrindo, dá um tapinha no rosto do padre. Este faz que sim, sorriso amarelo.

CENA 14 INT. – CASARÃO / FAZENDA SANTOS / COZINHA – DIA

Noel provando um doce ao lado de Cícero. Cozinha ampla, contendo uma mesa de madeira com vários quitutes e um bolo bem grande.

O PONTO DE VISTA é de Alice, olhando a cena, curiosa. Noel faz um sinal, apontando para a sua frente. Alice vê um corredor ao seu lado e entende, sem compreender muito bem.

CORTA PARA

CENA 15 INT. – CASARÃO / FAZENDA SANTOS / ESCRITÓRIO – DIA

Imediatamente em Mazinho, que acaba de sair da frente da janela.

           MAZINHO
Seu pai tá lá, mais agitado que formigueiro cutucado. Ele não vai deixar esse casamento acontecer, não mesmo.

Alessandro ajeita a gravata, sem sucesso. Mazinho ajuda.

           ALESSANDRO
Não sei não, hen tio. Se meu pai não vier agora pra parar isso tudo, eu que vou parar e será diante do padre. Já to me enchendo.

           MAZINHO
Não me faça uma coisa dessas! Você casa. Depois arrume uma traição da parte dela e exija a parte do dinheiro pra não deixá-la mal falada como a Maria Alice.

           ALESSANDRO
Melhor não falar o nome da bisca senão ela aparece por aí, hen.

Ambos riem. Mazinho aperta seus ombros, amigável.

           MAZINHO
Tamos combinado assim? Se você tiver que casar, não ficará nesse martírio por muito tempo; Se você não conseguir dar um jeito na Catarina, eu mesmo dou. Avelino tá pouco se importando com o que acontece com a filha do rival.

Mal termina de rir, e a porta é ESCANCARADA com força. Ambos se assustam. Alice adentra, impetuosa, encara os dois com ódio.

          ALICE
Vocês não vão fazer isso com a Catarina. Não vão!

Forte clima.

FADE OUT

FADE IN

CENA 16 INT. – FAZENDA SANTOS / ESCRITÓRIO – DIA

Continuação imediata.

           MAZINHO
Maria Alice? (olha de cima a baixo, safado) Ora, ora, hen. Seu tio sabe que tu tá aqui, garota?

           ALICE
Quer ir contar pra ele? Corre que dá tempo.

Mazinho fecha a cara.

           ALESSANDRO
Depois de tanto tempo. Como tem a cara de pau de voltar aqui?

           ALICE
Como vocês têm a cara de pau de enganar uma garota que não fizeram nada pra vocês?

           MAZINHO
Enganar? Sabe nem ouvir atrás da porta, olha pra isso.

           ALICE
Nem coragem de admitir vocês têm. Pra quê vocês querem a grana dela? Isso é obra do meu tio Avelino? É pra ajudá-lo nessa rivalidade ridícula? (pra Alessandro) Ou é só seu mau caratismo falando mais alto?

          ALESSANDRO
(aponta o dedo / raiva) Mau caráter é você! Você nem devia tá aqui. 
Esse lugar não te pertence mais, nem essa família.

          MAZINHO
Isso, garoto! Põe a senhorita no lugar. (ri) “Senhorita”. Só se for senhorita do crime, né não?

Risos por parte dos dois homens.

            ALICE
Vocês não vão fazer com ela o que fizeram comigo. Eu vou agora mesmo falar com ela /

           ALESSANDRO
Isso! Vai lá! Tá com moral pra todo mundo acreditar em você, né? Sabia que praticamente a cidade inteira tá aqui? E que esse povo não te vê com bons olhos? Sabia? (provoca) Você retorna depois de tantos anos pra desgraçar o casamento da sua melhor amiga? Que coisa feia.

            ALICE
Você pode ter destruído minha reputação, mas o meu caráter continua o mesmo. Eu não vim desgraçar casamento algum; eu vim acabar com essa farsa.

            MAZINHO
Falou a justiceira! Bandida que nem você não devia tá aqui não. Devia tá na cadeia, vadia!

Alice, num ímpeto, acerta um TAPA na cara de Mazinho. Este voa pra cima dela, mas Alessandro segura-o pelos ombros, rapidamente. Mazinho ainda luta pra se soltar.

          ALESSANDRO
Calma aí, tio! Não vale a pena.

          MAZINHO
Não gostou do apelido carinhoso não? Vadia! Bandida! Insolente!

Neles.

CENA 17 INT. – CASARÃO / FAZENDA SANTOS / COZINHA – DIA

Noel e Cícero param de roubar os quitutes ao OUVIR a discussão.

           CÍCERO
É a voz do galinho de briga (risadinha). Parece que alguém se estressou.

Noel se preocupa e SAI dalí. Cícero vai atrás.

CENA 18 INT. – CASARÃO / FAZENDA SANTOS / ESCRITÓRIO – DIA

Mazinho encarando Alice.

            MAZINHO
Tomara que você morra sem ver um tostão do Avelino, tomara!

            ALICE
Você é um idiota! Fica preso nessa fazenda sugando o dinheiro do seu irmão.

            MAZINHO
O dinheiro também é meu por direito, qual é?!

            ALICE
(ignora) Vá fazer que nem o Walter. Vai arrumar o que fazer, sei lá…Abrir uma birosca. Tu tem cara de abrir biroscas.

Alessandro deixa escapar um riso, mas disfarça.

            MAZINHO
Vou abrir birosca pra quê? Pro teu pai se embebedar? Aquele idiota filho da puta!

            NOEL
(Adentra, tempestivamente) Meça tuas palavras, tio! A vó paterna de Alice era um doce de pessoa.

Todos se encaram, um por um.

CENA 19 EXT. – CASARÃO / FAZENDA SANTOS – DIA

Avelino conversa com algumas pessoas. Cícero vem se aproximando, enquanto deixa transparecer seu deboche.

           CÍCERO
Avelino, meu amigo. O que está achando da festa?

           AVELINO
Qual o motivo do deboche? Anda, abra o bico.

           CÍCERO
Você faz uma ideia de mim. É que eu achei importante avisar que o Mazinho pode estragar isso tudo com aquele escândalo…

           AVELINO
Escândalo? Do que tá falando?

           CÍCERO
Da algazarra que ele tá promovendo no seu escritório junto de Maria Alice e do seu filho, aquele menino de ouro (risadinha).

Em Avelino, com a face transfigurada em ódio.

CENA 20 INT. – CASARÃO / FAZENDA SANTOS/ ESCRITÓRIO – DIA

Discussão armada. Noel a frente de Alice, protegendo-a.

           MAZINHO
Isso tudo é mentira!

           ALICE
Mentira nada! Noel, depois que ele se casar vai armar um flagra pra Catarina, e pra ela não ficar mal falada como eu, ele vai exigir uma grana /

           ALESSANDRO
Cala essa tua boca!

           NOEL
CALA VOCÊ!

Alessandro solta o tio e avança em Noel. Segura-o pelo colarinho.

           ALESSANDRO
Essa casa é mais minha do que tua! Você não tem mais nada aqui. A tua sorte é que to de bom humor e posso conduzir os dois até a porta dos fundos. (empurra) Vocês escolhem!

           AVELINO
(O.S) Ninguém sairá pela porta dos fundos!

Avelino chega botando banca.

           AVELINO
Vão sair por onde entraram. E desta vez, tenho certeza que não voltarão a pisar aqui.

Forte tensão.

FADE OUT

        FIM DO SEGUNDO ATO

        ATO FINAL

FADE IN

CENA 21 EXT. – FAZENDA SANTOS – DIA

Walter procura por alguém, olha tudo ao redor, até dar de cara com Cícero.

           WALTER
Cadê o Avelino, Mazinho, Alessandro? Cadê todo mundo?

           CÍCERO
Não exagere, Waltinho. Tem muita gente aqui.

           WALTER
Os principais eu não to vendo.

           CÍCERO
Não se preocupe. Eles devem estar 
acertando os detalhes do casamento, né?

           WALTER
Detalhes?

           CÍCERO
É, uma gravata mal dada, um colarinho amassado…Nunca se sabe (risadinha).

OUVIMOS um tumulto. Da porta da casa grande, saem Avelino empurrando Maria Alice e Noel pelos cabelos. Ambos reclamam, GRITAM, esperneiam, mas é inútil. Alessandro e Mazinho seguem atrás, prazerosos com a cena. TODOS se aproximam para ver melhor. Avelino simplesmente JOGA os dois no chão.

Na cara de raiva de Maria Alice e Noel.

           AVELINO
Eu havia pedido que você, Maria Alice, saísse daqui de boa vontade. Mas você tinha que se meter, tinha que colocar seus pés imundos na minha casa.

Alice se levanta, surpresa.

           ALICE
Mais sujo do que está, não fica.

Avelino lhe acerta um TABEFE. Forte buchicho dentre os convidados. Walter já está alí e segura a mão dele, esboça reprovação.

           WALTER
Não precisa fazer isso, Avelino!

Alice limpa a face, mesclando raiva e ressentimento. Noel, já de pé, avança sobre o pai.

           NOEL
Deixa ele, tio! Vem, dá um tapa aqui também. Mostra do que umas verdades jogadas na cara não fazem com o rei do gado.

Avelino ainda tenta, mas Walter o detém. Avelino faz um sinal para um homem moreno, trajando terno preto. O sujeito se aproxima.

            AVELINO
Gustavo, leve-os daqui. Não deixe que eles voltem.

            NOEL
Vai nos escorraçar de novo?

            AVELINO
E quantas vezes for necessário. Vocês infestam o ambiente. Vamos, Gustavo! Quero ter certeza de que eles vão embora.

Gustavo sai conduzindo Alice e Noel no meio do povo. Avelino atrás. Alguns curiosos seguem, fazendo comentários do tipo “Tem sempre um na família que não presta”, “Essa garota é o mal da família”, “Mais um pouco e ela estava vendendo aquelas coisas…”.

Avelino abre a porta do carro, dá uma última olhada para Alice e Noel.

            ALESSANDRO
Vão com Deus!

E ri, ao lado de Mazinho. Gustavo empurra Alice e Noel para dentro do carro.

            ALICE
Vocês são podres! Podres!

Avelino até ajuda a empurrá-los. Bate a porta do carro. Gustavo entra, prepara-se para partir. Alice ainda olha pelo vidro que reflete a imagem de Avelino, Mazinho e Alessandro, todos imponentes.
O carro parte.

CENA 22 EXT. – ESTRADA – DIA

O carro segue em ritmo normal.

CORTA PARA o seu interior onde Alice e Noel, no banco de trás, mostram-se revoltados.       

            NOEL
Eu achei que você fosse gravar a conversa deles, Alice. Por isso abri caminho pra você ir até lá.

            ALICE
Não me aguentei, tá Noel? Você tinha que ver. Mazinho falava da Catarina como se fosse um utensílio de cozinha que, se não prestar, joga fora. Falou em até dar um jeito nela.

            NOEL
Homem asqueroso. Vergonha de lembrar que temos o mesmo sangue.

            ALICE
Como faremos agora?

Pelo retrovisor, Gustavo apenas se concentra na estrada. Noel nota e dá uma olhada suspeita para a prima. A garota não entende.

            NOEL
Você parece mal, Alice. Se machucou naquela queda?

Alice mal responde e/

            NOEL
MEU DEUS! SUA CABEÇA TÁ SANGRANDO!

Alice passa a mão cabeça, na testa, se desespera.

            ALICE
Sangrando? Ai, meu Deus!

            NOEL
Gustavo, rápido! Pare o carro!

            GUSTAVO
Vou levá-los ao hospital mais próximo.

            NOEL
Eu pedi pra parar agora! Por favor!

Gustavo freia e para o carro.

            GUSTAVO
Não saiam do carro. Deixa eu ver isso de perto.

Rapidamente, Noel segura o motorista pelo pescoço, deixando Alice atordoada.

            NOEL
Rápido! Sai!

Gustavo se debate, tenta se desvencilhar, inutilmente.

            NOEL
VAI!

Alice chuta a porta e

SAI

Correndo, toda desajeitada.

CAM permanece no carro, ao fundo, enquanto Alice atravessa a tela.

CENA 23 EXT. – CASARÃO / FAZENDA SANTOS – DIA

João e Helô cumprimentam Avelino, disfarçando a hostilidade.

           JOÃO
E o Alessandro? Pronto ou vai arregar?

           AVELINO
(superior) Meu filho é como eu, não arrega nunca. E a fazenda? Como anda?

           JOÃO
No mesmo lugar, acredita? E minha!

João ri, dá um tapinha em seu ombro e ao ver um garçom passar, ele apanha um quitute. Se afasta dalí.
Avelino, chateado, dá uma boa olhada em Helô.

           AVELINO
Tá do jeito que o diabo gosta, né?

Helô verifica o vestido, na dúvida.

           HELÔ
Ué, mudou de opinião, Avelino?

E sai rindo.

           AVELINO
(resmunga) Vadia.

CENA 24 EXT. – ESTRADA – DIA

Alice correndo, já sem fôlego. Para um instante, põe as mãos nos joelhos. Depois se ergue, olha para trás, faz sinal para um carro. O carro passa direto. Alice não desiste e torna a correr.

CENA 25 EXT. – CASARÃO / FAZENDA SANTOS – DIA

Catarina já está alí, ansiosa e preocupada, diante do altar improvisado. Percebe o ambiente agitado, buchichos para todo lado.

           CATARINA
(para Alessandro) Aconteceu alguma coisa? Onde estão Maria Alice e Noel?

           ALESSANDRO
Tiveram que sair mais cedo. Parece que receberam uma ligação da tia Tarsila.

Catarina assente. Alessandro olha de canto para Mazinho. Sorriem, cúmplices.

CORTE DESCONTÍNUO

Casamento já ocorrido. Helô abraça Alessandro, que esboça insatisfação. As pessoas parabenizam Catarina, muito sorridente. João vem logo atrás com um cavalo muito bonito, altivo, percebe-se o alto valor.

           JOÃO
Filha, aqui tá o meu prometido.

Catarina cobre a boca, surpresa e feliz.

           CATARINA
Não acredito! É meu mesmo? Posso 
cavalgar a hora que eu quiser?

           JOÃO
A hora que você quiser.

           CATARINA
Então, eu quero agora.

Avelino desdém. Catarina pega na mão de Alessandro.

           CATARINA
Me acompanha?

           ALESSANDRO
Ahn…(olha ao redor, procura alguém) Você merece curtir esse momento sozinha. Sempre quis um cavalo de puro sangue, não é?

           CATARINA
Isso é verdade.

           ALESSANDRO
Vou deixá-la em ótimas mãos. E juro não sentir ciúmes.

RISOS.
Avelino debocha na cara de Alessandro. Este disfarça.
Catarina se prepara para montar.

SÉRIE DE PLANOS

1. Alice tenta não perder o ritmo, retira os calçados e continua a correr.

2. Catarina cavalga, devagar, animada, por um extenso CAMPO.

3. Alice alcança o campo. Fica meio perdida. Mas logo avista alguém fora da tela.

CENA 26 EXT. – CAMPO DA FAZENDA SANTOS – DIA

Alice levanta a mão para acenar. Pelo seu PONTO DE VISTA, Catarina está montada no cavalo, de costas, ao lado do estábulo. Conversa com alguém que não vemos. Subitamente, o cavalo recebe um soco de vara no lombo. Recebe outro, Catarina se assusta, o cavalo levanta, nervoso e galopa zampado.

           ALICE
CATARINA!

Alice tenta alcançar, passa pelo ESTÁBULO, mas

NÃO VÊ NINGUÉM.

Corta para Catarina, desesperada, se agarrando ao pescoço do animal. Vários cortes intercalando entre ela e Alice.

CORTA PARA

CENA 27 EXT. – FAZENDA SANTOS – DIA

As pessoas batendo papo, bebendo e comendo. Até que se OUVE um alvoroço.

           CATARINA
(O.S) SOCORRO! SOCORRO!

Alessandro e Avelino olham para a direção dos gritos. Povo abre caminho, o cavalo, onde está Catarina, atravessa em alta velocidade fazendo algumas pessoas se jogarem ao chão.
É quando o cavalo pinota e DERRUBA Catarina. O animal ainda PISA, violentamente, contra o peito da garota, e foge dalí.

João se desespera, se agacha diante da filha, bem como Alessandro. Aflito, o rapaz olha ao redor, sem saber o que fazer, até dar de cara com Alice.

Na troca intensa de olhares.
Até fechar em Alice, em pânico.

SMASH TO BLACK

FIM DO CAPÍTULO

APRESENTANDO

CHRISTIANA UBACK…………………..Maria Alice Pimentel

JOÃO VÍTHOR OLIVEIRA…………………………Noel Santos

MARCO PIGOSSI………………………..Alessandro Santos

OSVALDO MIL…………………………….Mazinho Santos

JULIANA LOHMANN………………………Maria José Guerra

LUCINHA LINS………………………………Helô Castro

HERSON CAPRI……………………………..Avelino Santos

LUCCI FERREIRA…………………………..Walter Santos

MURILO GROSSI………………………….João Guerra

TONICO PEREIRA…………………………..Cícero Guerra

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

BIA ARANTES……………………………Catarina Guerra

ELENCO SECUNDÁRIO

RAPHAEL VIANA…………………………….Paulo Borges

CAIO BLAT……………………………….Padre Batista

CLÁUDIA NETTO………………………...……Tina

DANI BARROS…………………………….Tarsila Santos

MARCO RICCA……………………………Wagner Pimentel

ATORES CONVIDADOS NESSE CAPÍTULO

RAINER CADETE……………………………….Gustavo

Essa obra não possui nenhum vínculo/contrato com os atores citados acima.

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  • Meeeeeeeeeeeeeeeeeeeuu Deeeeeeeeeeeeuss! Que estreia foi essa Zih? Curti pra caramba! Imaginei cada detalhe, cada cena… Virei fã da Maria Alice, o jeito irreverente dela me conquistou. Parabéns!

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  • Parabéns pela estreia, Cristina! Morto com o embate entre Alice e o Mazinho. Avelino, é um carcará mesmo. kkk. Vou seguir acompanhando. Sucesso! Bjs!

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  • Catarina morreu? Como assim? Alice rebelde. Noel dando gravata. Avelino cabuloso. Esse vilão promete! Parabéns pela estréia Cristina!

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