O tempo parecia ter parado dentro da sala. Aquele homem caído com parte do crânio afundado, deixava o coração de Jade em suspenso. Ela não podia ter feito aquilo, não podia mesmo, pensava cheia de angústia.

Lucas tentava ser racional, pensar em uma solução prática. Mas o medo e a adrenalina que percorria em sua corrente sanguínea não lhe deixava refletir em nada. Tudo era confuso e nublado em sua cabeça. Aquela não era uma noite comum. Não mesmo.

– Eu vou limpar tudo isso e depois ligo pro advogado. Ou será que é melhor ligar pro Bruno logo? – perguntou Lucas, por fim.

– É melhor a gente dá o fora, urgente – clamou Jade, com Cícero no colo.

– Vamos esperar e pensar direito. Estamos muito eufóricos.

A poça de sangue que brotava da cabeça de Oscar, continuava a se espalhar pelo chão da sala.

– Não dá pra esperar Lucas. Eu chamei a polícia. Daqui a alguns minutos isso aqui vai tá cheio de policiais e viaturas – explicou Jade.

– Por que você chamou a polícia?

– O que você queria que eu fizesse?

– Mas que droga!

Lucas colocou as mãos na cabeça, entrando em desespero.

– Nós agimos em legítima defesa. Vamos explicar isso pra polícia – ele concluiu.

– Você acha mesmo que eles vão acreditar? Eu sou ex-presidiária. Eu fui condenada por assassinar um homem com um tiro à queima-roupa. A polícia não vai acreditar quando eu disser que estava me defendendo, e afundei um martelo na cabeça desse homem. Eles vão me levar presa novamente, e provavelmente eu nunca prove minha inocência.

Lucas ficou balanceado com as palavras da esposa. Ela tinha uma certa razão.

– Vamos pra casa do Bruno. Nós contamos tudo a ele e ele nos dá alguma orientação – disse Lucas.

Os dois pegaram o martelo que estava caído e enrolaram em uma folha de jornal. Pegaram também algumas bolsas que haviam trazido do hospital, e sem muita demora, dirigiram apressados até o apartamento de Bruno, o amigo advogado.

EPISÓDIO: O DEUS SOL

 

Quando Capeto entrou na sala da casa, assustou-se ao ver Oscar caído e com uma fratura na cabeça. Ele sentiu tanto, pois Oscar era como um filho para ele. Um filho que ele nunca teve. Talvez Capeto amasse mais Oscar do que o próprio pai dele.

O jovem dava pequenos espasmos demonstrando que ainda estava vivo. Capeto segurou-lhe pelos braços, mas foi surpreendido pelo vigilante, que se aproximou por trás, com uma arma apontada para ele.

– Fica quieto e põe esse cara no chão! – ordenou o vigilante, com uma voz firme.

– Ele precisa de socorro – disse Capeto, de forma calma, mas com uma certa urgência.

– Solta ele e põe as mãos atrás da cabeça, agora – disse o guardinha para Capeto – Tô na casa. Não tem mulher nenhuma aqui. Alguém na escuta? – ele perguntou, apertando um rádio em seu coldre.

Droga! Isso tava ficando estranho. Capeto soltou Oscar no chão, e virou-se ligeiro para o vigilante, desarmando-o. O homem mau teve tempo de fazer seu chamado, quando Capeto tirou-lhe a arma da mão e apontou o cano do revólver para sua barriga, disparando dois tiros.

– Você é um idio… – tentou falar o guardinha, enquanto caía sem vida.

– Não era minha intenção – disse Capeto, pegando Oscar novamente e arrastando o jovem para o carro que estava estacionado diante da casa.

Enquanto largava Oscar no banco de trás, Capeto ouvia as sirenes das viaturas se aproximando.

– Isso vai dá uma grande merda – bufou, olhando para a casa.

**
Naquela mesma noite, Babemco estava em sua mansão, localizada na zona sul do Recife. O homem morava em um terreno cercado por jardins e estátuas. Por todo lugar, se via homens de terno portando armas, fazendo a segurança da fortaleza. Aquele era o lugar sagrado do grande Babemco. O reino do grande e poderoso Babemco.

Havia poucos minutos que uma van tinha estacionado no portão dos fundos da mansão. Um homem de terno desceu da van, e abrindo a porta de trás, chamou um jovem que estava dentro.

O jovem era magricelo, de pele branca e tinha uma cara assustada. Com andar medroso, ele acompanhou o homem de terno, e com seu rosto angelical, admirava cada cômodo dos corredores que passava.

A todo o instante o jovem esfregava o braço e o antebraço, parecendo estar com frio. Apesar de que nos últimos dias havia chovido, naquela noite em particular, o tempo estava abafado.

– Você tá bem? – perguntou o senhor de terno.

– Só um pouco nervoso – respondeu o jovem, com uma vozinha fina.

– É sua primeira vez?

– Sim. Eu não sei bem o que fazer.

– Fique tranquilo. Babemco será gentil com você.

Quando o homem abriu a porta, o jovem ficou deslumbrado com a opulência daquela sala. Ele viu lustres de vidro que pairavam sobre sua cabeça e brilhavam com pedras de cristal. As paredes eram cobertas com pinturas clássicas e em cada canto do cômodo havia colunas douradas como em um templo grego.

– Espere aqui – disse o senhor, se retirando da sala.

O jovem aproveitou para observar os objetos e móveis do lugar. Na sala, havia muitas gaiolas. Eram gaiolas de todos os tamanhos e formas. As paredes estavam repletas de animais empalhados. Eram leões, veados e ursos. Em cima de uma mesa, havia um cetro, uma coroa e uma manta vermelha. Ao lado, uma fruteira com várias bananas, maçãs e uvas. E no canto da mesa, um vidro com xarope de morango. Era tudo muito estranho, e o jovem parecia ainda mais encabulado.

As portas se abriram e Babemco entrou carregando uma câmera e um pedestal. Ele foi até o canto da parede e acendeu um refletor gigante. Atrás de um biombo, retirou um microfone e instalou no meio da sala.

– Você gosta de cinema? – perguntou Babemco encarando o jovem.

– Sim. Gosto sim – ele respondeu, esfregando os braços com mais intensidade.

– Me chamo Babemco. Qual seu nome?

– André.

– É um nome bonito. Você assinou seu nome no contrato?

– Assinei sim.

– Sabe da confidencialidade desse projeto?

– Sei sim senhor.

– Tire a roupa – ordenou Babemco.

Enquanto André tirava a camisa, Babemco abriu um baú no canto da sala e puxando uma roupa de lá, entregou nas mãos do jovem.

– Vista isso – ordenou Babemco.

André caminhou para detrás de um biombo, e vestiu a roupa que Babemco designara. Quando saiu, uma cortina vermelha cobria a parede de alto a baixo e estava iluminada pelo refletor. Aquilo era fascinante e ao mesmo tempo macabro.

Babemco apareceu vestindo o manto vermelho que lhe cobria por inteiro, e tinha uma cauda longa que se arrastava atrás de si. Uma coroa pesada enfeitava sua cabeça, e o cetro complementava a fantasia.

André, no entanto, estava com um vestido branco de seda, usando um salto alto e com os lábios vermelhos de um batom carmesim, além de uma peruca loira que lhe cobria os ombros.

– Está pronto? – perguntou Babemco.

André somente balançou a cabeça, com medo.

– Ajoelhe-se – disse Babemco, enquanto ligava a câmera e enquadrava o jovem ajoelhado. A cortina vermelha era o pano de fundo desse cenário macabro.

– O que eu devo fazer? – perguntou André, ajoelhado.

– Incline-se pondo as mãos no chão. Eu vou sentar em suas costas.

– Tenho que falar algo?

– Falar? Não. Só eu que falo aqui!

Babemco ligou a câmera e desfilou em direção ao jovem. Sentou-se nas costas dele e como um rei, cravou seu cetro no chão.

– Eu sou o sol! – gritou Babemco, olhando para a câmera.

André deu um pulo, assustando-se com o urro do homem.

– Eu sou o sol! Estou em todos os lugares. Os meus olhos te veem. Ó deus dos homens. Deus do sangue em minhas mãos. Deus da vida que pulsa sobre mim. Banha-me com teu favor e derrama sobre mim o sacrifício dessas putas! – Babemco em um ato de loucura, pegou o vidro de xarope e derramou o líquido sobre sua cabeça. O xarope caía sobre sua fronte e derramava-se sobre seu pescoço. O líquido vermelho parecia sangue banhando o corpo dele.

O que diabos é isso? André se perguntava, enquanto suportava o peso daquele homem sentado em suas costas.

Babemco pulou no susto, quando o senhor de terno abriu a porta abruptamente.

– Mas que merda é essa? – gritou Babemco para o mordomo.

– É urgente senhor! Seu filho está ferido.

– Meu filho?! – disse Babemco, surpreso.

Ainda limpando-se do xarope que escorria em sua barriga, Babemco saiu atrás do mordomo que andava apressado.

– Onde está o Oscar? – gritava pelos corredores da mansão.

**
Capeto entrou no salão principal da mansão, carregando Oscar nos braços. Ele sentia que a vida do jovem estava acabando. Podia perceber suspenso no ar, o cheiro da morte.

Enquanto Capeto tentava reanimar Oscar; Babemco chegou aos berros com sua túnica vermelha e a cabeça suja de xarope.

– O que aconteceu? – perguntou Babemco.

– Foi a mulher que acertou ele.

– Que mulher?

– Jade.

Oscar cuspia sangue e seu olhos reviravam. Estava chegando ao fim.

– Filho…

– Eu já chamei o médico – avisou o mordomo.

Oscar tentava falar algo, mas não conseguia. Deu alguns suspiros, cuspiu mais um pouco de sangue e expirou nos braços do pai. Babemco abraçou seu filho junto ao peito. Ele abriu a boca em um grito mudo sentindo a dor da perda. Enquanto chorava, o sangue de Oscar se misturava com o xarope de morango que escorria de sua cabeça. André e Capeto testemunharam o luto em silêncio.

**
Naquela noite quente, Capeto ligou o motor do carro e esperou que André entrasse e sentasse no banco do carona.

Ele dirigiu em silêncio Os olhos emanando raiva, e as mãos apertando o volante do carro. O céu começava a se encher de nuvens. O abafado do dia era prenúncio de uma grande chuva.

– Onde você mora? – perguntou Capeto, com o olhar colérico.

– Não precisa me levar em casa. Posso ficar na estação da linha sul.

O silêncio pairava constrangedor entre os dois.

– Sinto muito pelo Oscar. – Confessou André.

– Ele era como um filho. Todos os dias nos falávamos. Ele tinha mais proximidade comigo do que com o pai.

– Por que fizeram aquilo com ele?

– Por pura covardia – Capeto apertou ainda mais o volante. – Mas você quer saber, rapaz? Eu sei quem fez isso com ele. E quer saber mais? Quando eu pegar aquela desgraçada, eu vou quebrar todos os ossos das pernas dela. Ela vai sentir tanta dor que vai desejar não ter matado o Oscar. Eu vou martelar as mãos e quebrar todos os dedos. Vou arrancar o olho dela com um alicate e por fim, afundar a cabeça dela com um martelo, assim como ela fez com o Oscar.

André somente observava com olhos arregalados.

– Eu posso ficar aqui – ele disse, com a voz trêmula.

Capeto parou o carro e abriu a porta do lado de dentro.

– Tenha cuidado. Já está bem tarde – aconselhou, com um ar paternal.

– Obrigado.

Capeto seguiu deixando o jovem para trás.

**
O edifício Torres de Melo, era o lugar em que Bruno morava. O prédio ficava localizado na orla de Boa Viagem. O advogado havia ganhado uma boa causa recentemente, e os honorários foram suficientes para dar entrada no imóvel.

Lucas estacionou o carro do outro lado da avenida. Eles caminharam até o hall de entrada. Se identificaram e entraram no elevador. Subiram até o décimo andar. Quando o elevador parou, Lucas pensou que a porta era de correr, e passou longos trinta segundos tentando empurrar a porta para o lado. Ele somente parou quando Jade empurrou a porta, abrindo-a.

– Tô tenso – se desculpou, com um sorriso amarelo.

Quando saíram do elevador, entraram direto no apartamento de Bruno. O prédio tinha um imóvel por andar e ocupava uma área de quatrocentos metros quadrados. Fora a tensão, os dois ficaram encantados com o lugar.

Bruno veio recebê-los, ainda meio atordoado. Ele já estava dormindo, quando recebeu a ligação de Lucas.

– Que foi que houve? – perguntou Bruno, sentando no sofá.

Jade e Lucas foram se acomodando e começaram a falar.

– Um cara entrou na nossa casa. Eu lutei com ele. Enfiei uma chave de fenda no ombro dele, mas no fim, ele tentou me matar. Daí a Jade chegou por trás e deu uma martelada na cabeça dele. Eu acho que ele morreu – desabafou Lucas, eufórico e repetindo as palavras.

– Vocês mataram um cara dentro de casa?

– Olha Bruno, eu sei que é tudo muito confuso. Mas, foi necessário. Ele ia enfiar a chave de fenda no pescoço do Lucas – complementou Jade.

– Eu sei que o que vocês fizeram foi em legítima defesa. Não é disso que eu tô me questionando? Quero saber por que tinha um homem dentro da casa? Ele tava levando algo?

Jade e Lucas se entreolharam. Não tinham pensado nisso ainda.

– Eu não sei. Ele não carregava nada quando desceu as escadas – revelou Lucas.

– Então ele estava na área dos quartos, no primeiro andar, é isso?

Jade confirmou com a cabeça. Lucas não queria mais tocar no assunto, porém sentia que aquilo tinha relação com as questões de Jade. Todo aquele envolvimento com o presídio. Uma petição buscando auditoria no lugar. Uma tentativa de homicídio dentro da cadeia. Ele não queria tocar no assunto, mas era inevitável não pensar nisso.

– Será que o alvo era a Jade? – questionou Lucas.

Ele olhou para esposa, pensando achar alguma desaprovação, todavia ela estava de cabeça baixa, mexendo a aliança entre os dedos.

– Talvez! Mas eu já sei o que fazer. Eu vou até a casa de vocês. Vejo como as coisas estão por lá. Se possível arranco algo da polícia. Tenho alguns contatos no décimo sexto distrito – concluiu Bruno. – E vocês! Fiquem aqui e relaxem. Eu sou o melhor advogado dessa bagaça.

**
Quando Bruno chegou perto da casa, notou três viaturas estacionadas. Já era tarde da madrugada, mas a movimentação da polícia causou um certo alvoroço na vizinhança. Alguns velhinhos conversavam baixinho entre si, quando Bruno se aproximou. Ele identificou-se como advogado do casal e perguntou sobre o que havia acontecido. Os velhinhos pareciam desconfiados, mas um deles apontou para o delegado que estava no jardim da casa.

Bruno desceu do carro e caminhou até o delegado. Ao se aproximar, ele mostrou sua carteira da ordem e se identificou como advogado dos proprietários do imóvel.

– O que houve delegado? – ele perguntou, meio desconfiado.

O delegado era jovem e tinha uma cara um pouco oleosa. Gestos vigorosos e firmes. Ele olhou o advogado de alto a baixo como se estivesse escaneando o homem, e disse:
– Um mal entendido. Onde estão os donos da casa? Os seus clientes!

– Eles estão fora. Viagem em família. A vizinha avisou o que houve e eles me ligaram. Pediram pra ver o que tinha ocorrido.

– Diz pros seus clientes que tentaram arrombar a casa deles. Diz também que uma mulher ligou pro 190 pedindo socorro. Sabe o que a mulher disse?

Bruno ficou sem reação. Ele não esperava por essa.

– Não faço ideia.

– Diz pros seus clientes que a mulher disse que tentaram arrombar a porta do quintal. Os donos não estavam e parece que o bairro vem sofrendo alguns arrombamentos. É isso que dá não por um sistema de segurança – disse o delegado, entregando um cartão da Prime Security para Bruno.

– Alguém ficou ferido?

– Ninguém! Quer dá uma olhada, advogado?

O delegado foi adiante abrindo a porta de entrada. Quando entraram na sala, Bruno notou que o lugar estava em perfeita ordem. Tudo em seu devido lugar. Olhou para o chão tentando ver alguma mancha de sangue, mas não percebeu nada. Como assim? Onde está o homem que Jade disse ter acertado na cabeça com um martelo?, pensou Bruno.

– Como pode notar, tudo está ok! Avisa pros seus clientes que nós cuidamos de tudo – o delegado falou, enquanto sinalizava para um policial se aproximar. – Um momento doutor – ele disse, enquanto cochichava algo no ouvido do policial.

Bruno notou quando o oficial balançou a cabeça concordando. Parecia estar recebendo alguma instrução do delegado. O policial saiu rapidamente, dirigindo-se para o jardim novamente.

– Mais alguma pergunta doutor?

– Por enquanto não. Vou deixar meu contato. Qualquer novidade é só me contactar.

Bruno deixou o lugar totalmente desconfiado. Ele percebeu o comportamento estranho do delegado, como se ele soubesse que Bruno estava mentindo. E toda aquela calma, mostrando a sala. Onde estava o corpo? Não conseguia juntar as peças. Precisava correr e contar tudo para o casal.

**
A última vez que Bruno foi na casa de Lucas, tinha sido no natal. Ele passou a noite com a família do casal. Foi um dia inesquecível ele relembra. Comeram bastante e beberam muito também. Mas, o que Bruno estava tentando lembrar foi do roteiro que fez naquele dia de volta para casa. Ele queria lembrar onde ficava a loja de conveniência que ele comprou uma coxinha. Depois de comer tanto naquela noite, ele se sentiu tão sortudo ao provar a melhor coxinha da sua vida. Precisava lembrar onde ficava aquela loja.

Olhou no retrovisor e notou um carro antigo atrás. As ruas estavam desertas. Recife não era tão intensa à noite. Não no meio da semana. Virou a próxima esquina e deu uma acelerada. O carro continuava atrás.

Mexeu os dedos no volante tentando não entrar na neura, mas o seu radar de desconfiança estava despertando. Resolveu parar em um posto de combustível. Percebeu quando o carro passou. Soltou um suspiro de alívio. Acho que as loucuras do Lucas e da Jade estavam passando pra ele, pensou.

Deu partida e entrou na avenida que dava em seu apartamento. Ali já havia um movimento maior. Os turistas adoravam a beira-mar. Mas não era possível! O carro fez uma curva, voltando a segui-lo. Não podia ser coisa de sua cabeça. Ligou para Lucas.

– E aí, como as coisas estão por lá – perguntou Lucas.

– Amigo, presta atenção: eu vou te contar tudo, mas no momento você precisa sair do apartamento. Acho que tem alguém me seguindo desde que saí da sua casa. Pode ser loucura minha, mas acho que estão me seguindo. Sai daí agora. Vai pra um lugar que não te reconheçam. Tem um celular descartável na gaveta da mesa que fica no meu escritório. Pega o aparelho e espera eu te ligar.

– Como assim Bruno, que história é essa?

– Só faz o que to te mandado. E faz agora!

Bruno entrou em uma rua qualquer tentando despistar o carro. Não estava contente com a situação.

**
Capeto dirigia o carro que perseguia Bruno. Ao seu lado, o delegado Valter teclava em um notebook.

– O filho da mãe tem o carro rastreado com a Prime Security, e adivinha? Ele deixou o endereço no cadastro. – comemorou Valter, mostrando a tela para Capeto.

– Onde que ele mora? – perguntou Capeto, com um cigarro no canto da boca.

– Estamos a dois quarteirões do lugar. Vira a esquerda – disse o delegado.

Pararam o carro diante do edifício Torres de Melo. O delegado Valter mostrou seu distintivo para o porteiro e perguntou onde o advogado Bruno morava. O porteiro disse que era no décimo andar, mas que eles não conseguiriam entrar sem autorização. O delegado mostrou o revólver pra ele e disse: – Você vai dar a autorização!

Mesmo trêmulo, o homem foi até o elevador e virou a chave de segurança, abrindo o acesso ao apartamento do décimo andar. Capeto e o delegado agradeceram e apertaram o botão do respectivo andar. A porta fechou e eles esperaram chegar pra sacarem as armas.

– Não vamos fazer sujeira aqui – disse o delegado.

Capeto apenas observava sem emitir uma só palavra.

– Ele nos vê – disse Valter olhando para Capeto.

– Os olhos dele estão em todos os lugares – falou em um sussurro.

O elevador parou no décimo andar. Valter empurrou a porta e empunhou a arma na altura do ombro.

– Amo muito tudo isso – disse o delegado, entrando na sala de estar.

INCOGNOSCÍVEL

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  • AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH, meu Deus! Que episódio foi esse, senhoras e senhores? Se tocarem no Bruno vai ter fogo no parquinho.

    • Bruno assumindo o protagonismo nesse fim de episódio. Capeto e o delegado Valter formando uma dupla impiedosa. Vem fogo por aí! Você ainda não viu foi nada.

  • AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH, meu Deus! Que episódio foi esse, senhoras e senhores? Se tocarem no Bruno vai ter fogo no parquinho.

    • Bruno assumindo o protagonismo nesse fim de episódio. Capeto e o delegado Valter formando uma dupla impiedosa. Vem fogo por aí! Você ainda não viu foi nada.

  • Caraca, que episódio mais top. Cyber Awards precisa ter prêmio de melhor capítulo/episódio. Este estaria concorrendo com certeza. Vamos por partes:
    A) casa do Babemco é um espetáculo!!
    B) “E quer saber mais? Quando eu pegar aquela desgraçada, eu vou quebrar todos os ossos das pernas dela. Ela vai sentir tanta dor que vai desejar não ter matado o Oscar. Eu vou martelar as mãos e quebrar todos os dedos. Vou arrancar o olho dela com um alicate e por fim, afundar a cabeça dela com um martelo, assim como ela fez com o Oscar.” O que é isso? Ameei.
    C) Que história. Muito curioso pelo desenrolar à partir de agora!

  • Caraca, que episódio mais top. Cyber Awards precisa ter prêmio de melhor capítulo/episódio. Este estaria concorrendo com certeza. Vamos por partes:
    A) casa do Babemco é um espetáculo!!
    B) “E quer saber mais? Quando eu pegar aquela desgraçada, eu vou quebrar todos os ossos das pernas dela. Ela vai sentir tanta dor que vai desejar não ter matado o Oscar. Eu vou martelar as mãos e quebrar todos os dedos. Vou arrancar o olho dela com um alicate e por fim, afundar a cabeça dela com um martelo, assim como ela fez com o Oscar.” O que é isso? Ameei.
    C) Que história. Muito curioso pelo desenrolar à partir de agora!

  • Pesquisa de satisfação: Nos ajude a entender como estamos nos saindo por aqui.

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