Lucas e Jade ainda estavam no apartamento de Bruno, colocando as fraudas de Cícero dentro da bolsa, quando ouviram a porta do elevador se abrir. Lucas pensou que fosse o amigo e deu alguns passos em direção à sala, mas parou abruptamente. Ele notou no reflexo de um espelho, a arma empunhada na mão do delegado Valter. Com passos silenciosos, retornou para o quarto e pediu que Jade fizesse silêncio.

– Quem é? – ela perguntou sussurrando.

– Fica quieta.

Se eles fossem descobertos, certamente morreriam. Aquelas pessoas não estavam ali para conversar, elas queriam ferir. E Lucas não tinha como escapar. As únicas saídas eram a porta do elevador e a porta da escada que ficava ao lado do elevador. Estava encurralado.

– Nós sabemos que estão aí. Saiam logo – disse o delegado.

Enquanto isso, Capeto retirou do bolso um soco inglês. Ele encaixou o instrumento em sua mão e conferiu se estava bem seguro. Queria muito quebrar a cara da vagabunda que matou Oscar. Não iria deixar isso impune.

Enquanto os dois inspecionavam a sala, Lucas e Jade se entreolhavam dentro do quarto. E agora? O que fazer?

 

 

EPISÓDIO: EXTINÇÃO

 

 

A sala cheirava a formol e morte. Babemco pediu que o legista fizesse o laudo e alterasse o resultado da morte. Deixaria aquele evento nas sombras. Não queria que a sociedade soubesse que seu filho tinha sido assassinado por uma mulher insignificante. No entanto, o que planejava fazer com Jade não era nada agradável.

Ele caminhou pela sala deserta até o corpo do seu filho. Olhou a face pálida e os olhos descansados. Fora um menino obediente. Não merecia aquela morte.

O mordomo entrou, e com um olhar misterioso assentiu com a cabeça.

– Tudo que o senhor pediu já está ai. A equipe de filmagem também – avisou o mordomo.

– Você avisou que irei pagar extra por conta do horário?

– Eles estão cientes de tudo.

– Eu tenho um recado pra dar. E preciso muito desabafar.

Babemco entrou em sua sala exótica e três jovens preparavam as câmeras e o cenário. Dois baús estavam lacrados atrás de uma mesa. E as gaiolas abertas.

– Querem o roteiro? – perguntou Babemco para os jovens.

Eles confirmaram com a cabeça, enquanto Babemco se aproximava e contava o plano para eles.

**

O apartamento de Bruno era o palco de suspense e angústia. Os dois homens entraram dispostos a encontrar Jade e quebrá-la de alguma forma. Capeto queria matá-la, porém recebeu ordens de Babemco para captura-la com vida. Valter somente acompanhava o capanga de Babemco. Ele era uma peça dentro daquele tabuleiro e precisava apoiar o dono da Prime Security. Sua vida financeira e seu status dependiam da obediência que devotasse a Babemco.

Os dois caminharam entrando pelo corredor que dava nos quartos. O casal estava no último quarto do apartamento, e podiam ouvir os passos dos homens.

De repente, a porta do elevador abriu. Bruno correu até o corredor, e segurando o celular apontava o aparelho para os dois capangas.

– Podem parar por aí! – ordenou Bruno.

– Mas que merda é essa? – perguntou Valter, apontando a arma para o advogado.

– O senhor esqueceu a Constituição doutor delegado? – perguntou Bruno.

– Que é que você tá fazendo com esse celular rapaz. Baixa isso aí! – gritou o delegado dando um passo em direção a Bruno.

– Pode parar. Se você der mais um passo, eu envio esse vídeo pro grupo de juízes e advogados de Recife, e eles vão se perguntar durante o ano inteiro, por que um delegado entrou na casa de um advogado sem um mandado de um juiz? Ou o senhor tem algum mandado que eu não tô sabendo? – Bruno perguntou com deboche.

Capeto ainda quis enfrentar Bruno, mas o delegado segurou seu ombro pedindo pra ele voltar.

– Larga o celular! – ordenou Valter.

– Eu ainda lembro delegado, fica no artigo quinto da Constituição, deixa eu ver se eu lembro o inciso…, bem o importante é saber o fundamento, e esse eu não esqueci: “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem  consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”. Então, não temos nenhuma das hipóteses aqui expostas. Nenhum flagrante delito, nenhum desastre e nenhum mandado. Sem falar que até com mandado o senhor teria que aguarda o nascer do sol pra entrar na minha casa, não é mesmo delegado Valter? Dá o fora do meu apartamento, se não amanhã pela manhã o senhor será somente um simples civil. Eu juro que arranco o distintivo do seu pescoço – ameaçou Bruno.

– Eu vou pegar você e nenhum artigo vai impedir. Escreve isso seu moleque atrevido. Advogado de merda – diz Valter, puxando Capeto pelo casaco.

– Dá o fora daqui! – gritou Bruno.

Os dois homens entraram no elevador e deixaram o apartamento. Bruno fechou a porta com sua chave de segurança. Em seguida, suspirou aliviado.

– O que foi isso? – Lucas se aproximando, totalmente atônito.

– Eu salvando sua pele – respondeu.

**

Depois do susto, os três sentaram na mesa da cozinha e conversaram sobre os últimos eventos. Bruno esquentou pães de queijo no forno. Abriu uma garrafa de vinho e despejou em um bolt de plástico, amendoim e batatas rufles. Ele tomou um gole generoso da bebida, enquanto explicava para o casal que não achou nenhum corpo na casa. Eles ficaram em choque.

– Mas eu acertei o cara na cabeça. Duas vezes – disse Jade.

– Eu sei, mas esse delegado que entrou aqui em casa, ele estava lá. Ele que é o delegado responsável pela ocorrência. Falaram de uma tentativa de arrombamento e só.

– Como eles conseguiram achar seu endereço? E qual o motivo de estarem aqui? – perguntou Lucas.

– Retaliação. Eles querem a Jade, certeza – avisou Bruno.

– Será que é por causa da petição que eu estava fazendo?

– Petição de que Jade?

– Uma petição pro Ministério Público pedindo auditoria no Presidio de Abreu e Lima.

– É a coisa mais lógica.

– Antes da Olívia tentar me matar, ela falou sobre um Complexo Fantasma que era financiado pelo governo do Estado e pelo Babemco, o diretor do presídio e dono da Prime Security – confessou Jade.

– Onde você foi se meter Jade? – perguntou Bruno.

– É possível que o Babemco esteja por trás desses ataques contra nós? – pergunta Lucas.

– Eu não descarto nada – disse Bruno mostrando o cartão da Prime Security que o delegado lhe deu. – Isso é uma prova de que o delegado está envolvido. Quando amanhecer eu vou investigar tudo isso. No momento, só quero dar um cochilo.

– Nós estamos correndo risco. Dois caras entrarem em um apartamento depois que outro homem invadiu nossa casa. Não pode ser coincidência. Eles estão atrás de nós – conclui Lucas.

– Acho que sei como o delegado achou meu endereço – disse Bruno, mostrando na tela do celular o cadastro que ele fez com a Prime Security – Eu contratei o serviço de rastreamento deles e informei meu endereço. Se o delegado realmente está mancomunado com o Babemco, é bem provável que ele conseguiu o acesso aos meus dados – informa Bruno.

Jade vai até a varanda da sala e olha para baixo. O céu está rosado dando adeus a madrugada. Ela observa um carro estacionada na frente do edifício. Em seguida, ela vai até a varanda que tem vista para os fundos do prédio. Observa outro carro preto estacionado na ruela.

– Os carros continuam lá. Eles estão esperando a gente sair.

– Nós vamos dar um jeito nisso – ameniza Bruno. – Vocês já pensaram pra onde ir?

Jade balança a cabeça em negativa. Lucas mexe em uma xícara que está sobre a mesa.

– Eu pensei em um lugar – disse Lucas, misterioso.

– Que lugar? – Jade pergunta.

– Podíamos ir pra fazenda do Licurgo. Ninguém sabe chegar naquele interior. É o lugar perfeito.

Jade tenta não demonstrar, mas ficou surpresa.

– Ele inclusive fez o convite pra gente ir pra lá.

– Certifiquem-se de que seja um lugar que ninguém encontre vocês – avisa Bruno.

– Até pra pegar sinal de internet é difícil lá – brinca Lucas. – O que você acha da ideia, Jade?

Ela balança a cabeça sem saber o que dizer. Pelo visto teria que parar seu projeto político e viver um tempo como foragida. Mesmo que não soubesse por que e de quem estava fugindo.

– Podemos ir pra Fazenda Esperança sim. Vamos fazer uma surpresa pro Licurgo – sorri Jade.

**

O dia já estava claro quando um táxi estacionou diante do edifício Torres de Melo. Bruno se aproximou da janela do motorista e falou algo com ele. Em seguida, duas pessoas saíram do hall de entrada, vestidas com roupas de frio e cobrindo as cabeças com um lençol. Era visível que queriam se esconder.

Do outro lado da rua, dentro do carro, o capanga de Capeto ligou para o chefe informando que o casal havia saído do prédio. Capeto, que estava no carro estacionado na rua de trás, dirigiu rápido a tempo de avistar o táxi se afastando.

– Você tem certeza que era eles? – perguntou Capeto para o homem.

– Tenho sim, chefe!

Capeto acelerou, seguindo o táxi no decorrer da avenida.

Ao perceber que os espias haviam saído atrás da isca, Bruno ligou para o casal pedindo para eles saírem do prédio. Os dois correram e pegaram o carro que estava estacionado a dois quarteirões dali. Se despediram de Bruno, e partiram rumo à Fazenda Esperança, um terreno no interior do estado, distante uns 300 Km da capital. Agora, precisavam ter certeza de que não estavam sendo seguidos e garantir a chegada à fazenda em segurança.

**

Babemco estava sozinho no cemitério. Com a cabeça baixa e olhos vermelhos, ele fitava a lápide com o nome de seu filho e com o seu sobrenome.

O cemitério estava em silêncio. Parecia respeitar o luto dos que ficaram; apenas alguns passos cadenciados afastavam folhas secas no decorrer do caminho. Era Capeto, que parou ao lado do chefe. Ele se inclinou e deixou uma rosa amarela. Tocou na lápide e voltou a cruzar as mãos.

– Ele era um ótimo garoto – afirmou Capeto.

– Ele morreu Capeto – disse Babemco com aspereza na voz.

Capeto olhou para ele estranhando a frase. Será que ele achava que era imortal, e que somente os fracos morrem? Pensou Capeto com olhar desconfiado.

– Após a morte só há a extinção. Nada mais importa – disse Babemco, se retirando.

– Ele fez sentido, o senhor não acha?

Babemco parou, de costas para seu capanga. Parecia refletir nas palavras, ruminá-las. Mas não pronunciou nada. Apenas voltou a andar lentamente se afastando dali.

**

Quando Babemco entrou na sala de monitoramento da Prime Security, todos os funcionários que curiosamente vestiam camisetas pretas levantaram-se e saudaram o homem.

 

Babemco respondeu balançando a cabeça, e seguiu para a sala de reuniões. No seu rastro, estavam Capeto e o delegado Valter. Os dois eram figurinhas constantes naquele lugar.

Acomodaram-se nas cadeiras acolchoadas e ligaram um monitor que ficava na ponta da mesa. O lugar era moderno e parecia uma nave.

Um outro agente chegou carregando um tablete em suas mãos, e mais um monte de fotos e folhas. Ele jogou tudo sobre a mesa e começou a organizar as fotos.

– Já encontraram a mulher? – Babemco perguntou.

– Eles nos despistaram. Mas vamos pegá-los – respondeu Capeto.

– Quero saber tudo sobre essa mulherzinha.

Após as fotos organizadas em cima da mesa, o delegado Valter pôs-se a falar: – Então, o que já sabemos sobre Jade e companhia. Primeiro: ela é casada há cinco anos com Lucas. Casaram na cadeia. Depois que ela saiu passou alguns meses trabalhando no sítio arqueológico de Paulinas, mas largou o trabalho logo em seguida. Depois começou a militar junto às presidiárias. Foi quando decidiu abrir a primeira auditoria, aquela que não deu certo. O esposo é filho de Marieta Sarraceno, dona Gold Cosméticos. E possui uma herança considerável. A Jade tem psicóloga duas vezes na semana e gosta bastante de conversar com um casal de amigos, que é o Bruno e sua noiva. Tem o moleque que tem um ano e um mês, e que se chama Cícero. E seus pais são aposentados, moram na região metropolitana. Podemos ir atrás dos pais dela. Simular um sequestro.

– Não. Eu quero ela. Quero a Jade no Complexo Fantasma. Quero que ela experimente algo que nunca experimentou na vida. Ela vai sentir o gosto  da dor – disse Babemco.

O agente mostrou a tela do tablete para Capeto e o delegado.

– Pelas câmeras da Prime, consegui a placa do carro da Jade – afirmou o agente.

– Excelente – afirmou Valter.

– Podemos rastreá-la? – perguntou Babemco ao delegado.

– Eu tenho um sistema de rastreamento da polícia. Mas se fizer isso o delegado chefe vai querer saber o motivo. E ele vai saber que eu rastreei.

– O delegado chefe é o Mauricio Teles?

– Ele mesmo.

– Vai em frente. Posso conversar com seu chefe.

– Ele não faz parte do esquema. Como o senhor vai conseguir convencê-lo?

– Ele tem segredos porra. Segredos que não devem ser revelados. E ele sabe disso – afirmou Babemco, com ar de superioridade.

O delegado pegou o tablete e digitou algumas senhas. Em seguida, ele entrou no sistema online de rastreamento por satélite e informou o número da placa do carro, o chassi e o nome do titular. O satélite foi rápido em localizar o veículo. Eles estavam na BR 323 em direção ao interior do Estado.

– Eu vou atrás dessa desgraçada – afirmou Capeto.

– Quero vocês dois nessa operação. Mantenham ela viva – disse Babemco.

**

Lucas e Jade já estavam a mais ou menos uma hora na estrada. No momento, estavam parados em um posto de combustível.

– Vai querer alguma coisa? – Lucas perguntou.

– Quero suco de laranja na caixinha, se tiver é claro.

– Pergunta pro Cícero se ele quer alguma coisa?

– Meu bebê vai queler alguma coisinha? Meu bebê só quer mamar né? – perguntou Jade, virando-se para o banco traseiro, onde Cícero estava amarrado na cadeirinha. Ele dava gritinhos agudos e mexia os bracinhos, eufórico.

– Esse moleque vai ficar mal acostumado – ralhou Lucas, indo para a loja de conveniência.

A manhã estava agradável. O céu límpido dava bom dia com o sol calmo e uma brisa refrescante. Jade observou algumas crianças passarem carregando suas mochilas. Dois irmãos andavam de mãos dadas indo para a escola. Ele parecia mais sério andando mais à frente. Já a menina era mais aérea, olhando para os lados e conversando sempre. Jade sorriu com a imagem. Lembrou-se da infância, de quando ia pra escola com seu primo. Bons dias aqueles.

Depois ela viu, através das portas de vidro da loja de conveniência, Lucas comprando as coisas. Agradeceu por estar com ele. Apesar de tudo, era um marido dedicado. Eles tinham desavenças, alguns pontos que se encontravam, mas ela sentia que podia confiar nele. Ela estava em uma situação delicada. Queria muito ajudar as meninas, mas sentia que com isso havia colocado sua família em risco. Não sabia mais se valia a pena continuar com o projeto. Tinha muitas dúvidas quanto a isso.

Ao olhar novamente para a loja, ela percebeu uma mulher próximo a Lucas. Ela tinha cabelos loiros e pele branca. Se Jade estivesse bêbada afirmaria com certeza que a mulher era idêntica a ela. Mas ela não estava delirando. Estava lucida, e em perfeito estado mental, ainda assim achou que a mulher fosse uma cópia sua. Impossível. Não podia ter mais de uma Jade. Quem seria aquela mulher? E por que parecia tanto comigo, questionava Jade.

Lucas voltou da loja. Deixou alguns pacotes no porta-malas e entregou o suco nas mãos de Jade.

– Você viu aquela mulher?

– Que mulher?

– Uma loira, que estava ao seu lado no caixa.

– Não percebi. Ou se percebi não me lembro. – disse Lucas, estranhando a pergunta. – Tá tudo bem? Podemos ir?

– Podemos sim.

“Coisa da minha cabeça” pensou Jade. Deveria estar estressada com todos os acontecimentos anteriores e não estava pensando com clareza. Decidiu relaxar e curtir a paisagem.

O carro cortava a estrada entrando sertão adentro. Passaram por pastos verdejantes. Alguma vegetação rasteira e outros campos secos. No fundo, eles precisavam desse tempo a sós. Iriam conversar bastante sobre os últimos eventos.

**

Enquanto isso, na Fazenda Esperança, Licurgo dava tapas na TV antiga, na esperança de fazê-la funcionar.

– Essa joça não presta pra mais nada! – ralhou.

Ele deu uma volta, esbarrando no sofá velho que estava ao lado da mesinha com abajur. Dona Socorro passou carregando um balaio cheio de frutas. Olhou pra ele com cara de desaprovação e saiu dando uma rabissaca.

Licurgo estava mais velho. Um olhar mais cansado e mais maduro. Mas não deixava de ser atraente. Mantinha uma barba fechada que lhe dava ainda mais profundidade, ao mesmo tempo que suas atitudes eram mais desastradas pra que ele não fosse tão sério o tempo todo. Era com certeza uma figura enigmática, ao mesmo tempo que inspirava confiança. O tipo de pessoa que podia lhe ajudar em qualquer situação.

– O que tá acontecendo tio Licurgo? – questionou Joana, uma órfã que auxiliava na cozinha. Ela era madura e sempre estava resolvendo os problemas da casa.

– Eu queria ver o noticiário da manhã, mas parece que não tem sinal nesse trambolho.

– Deixa eu dá uma olhada – se aproximando e mexendo na antena que ficava em cima do aparelho. Com um pouco de delicadeza, ela conseguiu abrir a imagem. Licurgo deu um sorriso bobo.

– Obrigado viu Joaninha. Você é uma joia rara – beijando a testa da garota.

Na tela, uma mulher usando terninho azul dava as principais notícias da manhã. Em seguida ela enfatizou uma notícia que corria nas redes sociais.

– Nessa manhã as redes sócias foram inundadas com um vídeo no mínimo peculiar. Vários internautas questionaram a lógica das imagens, mas com certeza é algo no mínimo curioso. – informava a âncora.

Em seguida, a rede de televisão mostrou o vídeo que estava bombando na rede. Ele era curto, mas causou o maior alvoroço. Nas imagens, era possível ver um homem com máscara de pelicano segurando um martelo. O homem estava com uma manta preta cobrindo todo o corpo. Em uma mão, segurava um martelo. Na outra, uma gaiola dourada.

O homem falava com uma voz disfarçada.

– Esse é o destino de uma pedra valiosa – mostrando uma pedra de Jade.

Ele aproximou a pedra da câmera e segurando-a por alguns segundos, pos a jade sobre uma mesa de madeira e com toda força, martelou a pedra.

A jade quebrou-se em várias partes, mas o homem continuava espancando.

– Vejam como é fácil quebrar a jade! – afirmava o homem, ameaçador.

Em seguida, ele juntou os pedaços que sobraram e colocou tudo dentro da gaiola. Balancou a gaiola diante da cara e saiu dançando como um louco pela sala.

– É isso que eu faço com a jade –  gritava, em uma dança macabra.

Licurgo desligou a TV com uma expressão de frustração.

– Não tem nada que preste nesses noticiários. Ô Joana, você pagou a Netflix? – gritou Licurgo indo para a cozinha.

Música de fundo: “Até agora, vi o juízo… pensado fora… da caixa. Que merda é essa? Que sangue é esse? Que som que pega meu ser. Não quero mais pensar além. Só quero ser… seu bem… Eu vou embora. Não volto mais. Queime minhas roupas. Não posso suportar… Esse lugar! Que extinção… que extinção”.

INCOGNOSCÍVEL

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  • Bom episódio. Com várias coisas nas entrelinhas eu achei. Interessante. Curioso pelos próximos, porque parece que a coisa tá ficando “preta”. Babemco é muito esperto, chegar dar medo.

  • Bom episódio. Com várias coisas nas entrelinhas eu achei. Interessante. Curioso pelos próximos, porque parece que a coisa tá ficando “preta”. Babemco é muito esperto, chegar dar medo.

  • Então não restou outra saída para Jade e Lucas a não ser fugirem para a fazenda do Licurgo. Eu tô muito preocupado, essa “sina ” do Babemco por ela, a suposta “visão” da Jade dessa mulher que se parece com ela. Muita coisa ainda pra acontecer.

  • Então não restou outra saída para Jade e Lucas a não ser fugirem para a fazenda do Licurgo. Eu tô muito preocupado, essa “sina ” do Babemco por ela, a suposta “visão” da Jade dessa mulher que se parece com ela. Muita coisa ainda pra acontecer.

  • Pesquisa de satisfação: Nos ajude a entender como estamos nos saindo por aqui.

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