Xian estava sentado em frente a sua mesa, fazendo anotação de algumas palavras em português, porém, vez ou outra se pegava pensando no seu novo assistente. Já se passara algumas semanas desde que começou a trabalhar com eles.

“Como vou descobrir mais sobre Sr. Han?”

Xian chegou a fazer uma leve careta pensando no quanto o seu assistente era discreto, pouco falava fora do ambiente de trabalho. Precisava criar alguma oportunidade de falar mais intimamente com ele em um momento mais informal.

Cheng bateu à porta e entrou parando de frente a mesa de Xian.

— Pedi um lanche já que vamos ficar até mais tarde, me acompanha? – Olhou-o antes de abrir a porta para sair. – Sr. Han deixou as anotações que pediu?

— Sim. – Xian levantou e deu a volta na mesa. – A ideia de ter aulas de português parecia boa, mas…

— E então, a ideia de como descobrir mais sobre o Han falhou ao que notei, certo?

— Ele é fechado e não consigo abertura para puxar uma conversa informal, falamos de trabalho o dia todo e as aulas de português nos intervalos que pensei que ajudaria na aproximação, deu na mesma coisa. – Ele caminhava ao lado de Cheng quando chegaram ao salão de refeições.

— Temos que pensar em outra estratégia para confirmar se é ele ou alguma coincidência de serem parecidos.

— Cheng, sei que você disse e não esperamos que seja real, mas é ele… não existe duas pessoas iguais nesse mundo a não ser irmãos gêmeos.

— Ele pode ser um irmão gêmeo perdido.

— Cheng, agora foi você que fantasiou.

Cheng deu de ombros e se sentou logo depois que Xian e começaram aquela pequena refeição.

— Preciso pensar em uma forma de estarmos mais à vontade e eu sondar. – Wei Xian pensava naquele impasse quando ouviu a voz estridente de sua filha.

— Babaaaaa~~~- MianMian de repente pula nas costas de Xian e sorridente começa a tagarelar sem parar. – Baba deixa eu ir~~~Baba~~~

— MianMian não grita dentro da empresa. – Ralhou com ela e a fez sentar na cadeira ao lado.

— Desculpe Sr. Wei ela não quis esperar no escritório. – Vanessa sorrindo sem jeito se desculpava.

— Está tudo bem Srta. Matias, não é sua obrigação tomar conta de minha filha. – Xian voltou o olhar para a filha que continuava a tagarelar animada demonstrando uma ansiedade exagerada.

— Baba, você tem que deixar eu ir, será o evento do ano. – MianMian gesticulava com um pedaço colorido de papel na mão.

— MianMian que evento do ano é esse que tenho que deixá-la ir? – Xian sorriu.

— O aniversário da minha amiga Paty que será em um salão de festas. – Ela sorriu com olhos brilhantes. – É neste fim de semana, não tem desculpas do trabalho.

Cheng olhava a sobrinha e sorria para eles, até um estalo em sua mente lhe chamar atenção dizendo em seguida para Xian.

— Esta amiga da MianMian, Paty, é a sobrinha do Sr. Han?

Xian olhou para ele e abriu os olhos recordando-se desse fato, estendeu a mão para a filha lhe entregar o convite, abriu o envelope. Ao olhar o convite, apesar de estar em português, reconheceu a data e horário por fim sorriu.

— A oportunidade. – Ambos falaram juntos.

— Do que vocês dois estão falando? – MianMian olhou-os desconfiada.

— Não se mete em conversa de adulto. – Cheng fez um gesto para a menina ficar quietinha.

MianMian fez uma careta para eles.

— É a sua chance, Sr. Han com certeza irá, aproveite para confirmar que é o Wang. – Cheng cochichava a Xian.

— Certo. – Xian olhou para a filha e entregou o convite com sorriso largo a face. – Claro que você vai à festa de sua amiga, eu levarei.

✽ • ✽

A festa estava programada para próximo fim de semana e Xian aproveitou para tocar no assunto com Zhan entre o intervalo de uma reunião com fornecedores.

— MianMian está agitada com a festa de sua sobrinha Sr. Han.

Zhan olhou-o no canto dos olhos e guardou seu smartphone dando atenção ao seu chefe.

— Patrícia está agitada e a família também… Muitos preparativos…

— Brasileiros comemoram diferente.

— São todos muito festeiros, qualquer motivo, fazem festas… – Zhan franziu leve a testa. – Até quando não tem motivo.

Xian sorriu e sentiu a oportunidade chegando, ousou mais nas perguntas.

— Faz muito tempo que mora no Brasil?

— Há mais de 10 anos e já tenho cidadania brasileira.

— Sr. Han nunca pensou em voltar para China?

— Um dos motivos de estar trabalhando na sua empresa é para juntar dinheiro para ir a China.

Xian olhou-o com muita curiosidade e quando ia perguntar as batidas suaves na porta sendo seguidas de sua secretária entrando, interrompeu seu momento.

— Os engenheiros da construtora chegaram Sr. Wei.

Xian curvou leve a cabeça e se levantou para recepcionar os engenheiros, assim como seu assistente que fez as apresentações falando com eles em português.

✽ • ✽

Xian não conseguiu mais outra oportunidade como aquela por isso passou a semana com ansiedade para a tal festa, seria uma forma de puxar assunto de maneira informal e com isso descobrir mais sobre o seu assistente.

Era sexta-feira final de expediente, Xian estava finalizando alguns e-mails, quando as batidas na sua porta o fez tirar os olhos da tela de seu PC. Era Zhan que prontamente lhe entregou algumas de suas anotações sobre português. Xian para ter mais assunto com ele pediu alguns exercícios a mais para o fim de semana.

— Obrigado Sr. Han.

— Precisa de algo a mais, Sr. Wei?

— Não, está tudo certo.

— Hm.

Zhan se virou para sair da sala quando parou ao ser chamado novamente.

— Sr. Han, sobre a festa de sua sobrinha devo levar algum presente… No caso a MianMian, eu não sei ao certo…

Zhan se virou voltando para perto da mesa e parou diante da mesma comentando.

— A festa é somente para as crianças, geralmente os pais deixam os filhos e retornam para buscá-los no horário do encerramento.

— Ah, diferente a festa… Só para crianças, entendo. – Xian não conseguiu esconder a frustração com aquela informação. Era a oportunidade que queria para conversar com o assistente e no final, deu em nada.

— A Patrícia gosta de bonecos, como os do filme Vingadores.

— Ah…? – Olhou-o curioso. – Bonecos? Ok, vou ver com a Srta. Matias para comprar. –  Anotou na tela de seu smartphone. – Vingadores?!

— Ela gosta dos filmes e não se preocupe quanto a festa, local é fechado e tem monitores além de seguranças.

— Ah, fico mais tranquilo… Vingadores certo? São ótimos filmes. – Sorriu por fim pegando um copo com chá para tomar.

Zhan ficou olhando alguns segundos e por fim falou a ele.

— Sr. Wei seria estranho se o convidasse a esperar a festa terminar em minha casa?

Xian chegou a engasgar ao ouvir a pergunta.

Zhan rapidamente estendeu a ele a caixinha de lenços de papel que havia sobre a mesa ficando sem jeito pelo ocorrido.

— Desculpa… Eu não quis…

— Não, eu quero… Eu vou… – Agitado, enquanto passava o lenço onde molhou com chá Xian se levantou afobado falando em um tom mais alto para confirmar que aceitava o convite.

— Ótimo, vou voltar ao trabalho e terminar as traduções. – Virou-se para sair e ao abrir a porta falou por fim. – Deixarei o endereço com o Sr. Jorge.

— Obrigado.

Logo que seu assistente saiu, Xian pegou o telefone ligando para a sala de Cheng, falando sem parar nem dando tempo do outro responder.

— Calma, Xian fala devagar que eu não estou entendendo… – Cheng estava assinando alguns documentos quando atendeu o outro.

— Eu estava frustrado porque a festa não é para adultos e só crianças participam… Achei estranho. – Continuou a falar. – E aliás, pede para Srta. Matias para comprar um boneco dos Vingadores.

— Boneco dos Vingadores?! O que é…

— Presente para a sobrinha do Sr. Han, ele me disse que ela gosta.

— Srta. Matia, acho que conseguiu ouvir de tão alto que meu irmão fala…

— Sim, Sr. Jiang. – Ela sorriu e anotou em seu ipad, franziu a testa e perguntou. – Qual deles?

Cheng deu com o ombro e voltou a falar com Xian.

— Srta. Matias quer saber qual deles?

— Eu não perguntei.

Cheng chegou a rolar os olhos e voltou a falar com Vanessa.

— Pergunte ao Sr. Han, porque esse meu irmão é enrolado demais.

— Certo. – Vanessa pegou as pastas sobre a mesa e saiu do escritório.

— Xian, agora vamos conversar com calma, o que estar acontecendo?

Xian começou a explicar a Cheng sobre a festa e depois o convite em esperar terminar na residência do Sr. Han, quando terminou de contar estava respirando ofegante.

— Ótimo, vocês terão a oportunidade de conversarem. – Cheng o animou.

— Sim e Cheng, estou nervoso.

— Eu entendo, se confirmar que é ele, o que vai fazer?

Xian suspirou baixo e olhou a hora, estava perto do encerramento do expediente, era agora questão de horas para se reencontrarem.

– Se for ele, não sei como será minha reação.

✽ • ✽

Sábado, final de tarde e vários carros paravam em frente a um enorme salão que tinha na fachada diversos balões enfeitando. Xian saltou do carro junto com MianMian que o puxava pela mão para chegarem à portaria do lugar. Olhando tudo atentamente, ficou admirado pelo local chegando a sorrir por entender que brasileiros realmente gostam de festas. Depois de deixar a filha, ficou alguns minutos vendo-a se juntar as demais crianças, satisfeito saiu do local e parou em frente a portaria.

— Sr. Wei.

Xian mal pensou em seu assistente e logo ouviu a sua voz lhe chamar, sentiu um leve arrepio na nuca e virou o rosto para deparar com o homem que estava em trajes informais. Zhan vestia Jeans e camisa de meia manga em tons de azul e branco calçava um tênis. Xian achou melhor ir trajando roupas mais descontraídas e vestia jeans e blusa preta além de usar tênis preto. Ele sorriu e se aproximou do seu assistente.

— Sr. Wei, esperou muito tempo?

— Não, acabei de deixar a MianMian e… – Franziu as sobrancelhas. – Não precisa tanta formalidade, pode me chamar de Xian.

— Ah desculpa, força do hábito… – Apontou a ele o caminho e começou a andar. – Se é o caso, então, pode me chamar de Zhan.

— Ok… – Olhou em volta e disse. – Não vamos de carro?

— Não precisa, meu prédio fica no outro quarteirão. – Parou ao lado dele. – Ou prefere ir de carro?

— Não, vamos andando, vou enviar uma mensagem ao Sr. Jorge para nos buscar aqui as 20 horas, quando encerra a festa, certo?

— Hm.

Xian enviou a mensagem e seguiu caminhando ao lado de Zhan, ele como sempre começou a tagarelar sobre as coisas que achava estranhas no Brasil enquanto seu assistente explicava alguns daqueles costumes diferentes. Poucos minutos depois estavam entrando no prédio ao qual Zhan morava. Xian estava cada vez mais tenso e tentava ao máximo disfarçar.

Ele divagava tantas coisas que ao perceber estavam de frente a porta do apartamento de Zhan, observou-o pegar as chaves do bolso e abrir a porta. Assim que entraram foi surpreendido com algumas pessoas no local que aparentemente estavam festejando.

— Gente!? – Uma garota gritou para o grupo. – Zhan chegou alguém avisa a Bel.

Xian estava digerindo aquela situação enquanto sorria sem jeito para as pessoas.

— Este é Wei Xian. – Zhan fez as honras da casa e o apresentou aos demais convidados.

— Olá! – Todos acenaram para Xian.

Xian continuava sem jeito não esperava que iria a uma festa e olhou para Zhan que neste momento recebeu uma moça em seus braços que lhe depositou um suave beijo em seus lábios.

Xian viu a cena totalmente estarrecido, seu coração chegou a errar a batida de tão surpreso que ficou.

— Bel, este é o meu chefe Wei Xian. – Zhan virou-se para Xian os apresentando.

— Sou Anabel, noiva de seu assistente, seja bem-vindo a nossa humilde festa Sr. Wei. – Sorridente a jovem convidou Xian para sentar-se junto aos demais convidados, ela falava em chinês um pouco errado, mas não era tão difícil de entender.

Xian parecia que estava em um sonho, caminhando entre as pessoas se sentou em uma cadeira perto da porta que dava a uma pequena varanda. Inspirou suave e preferiu ficar em silêncio tentando organizar seus pensamentos.

Zhan buscou algo para seu chefe beber e depois de lhe servir voltou para a cozinha encontrando com sua noiva.

— Eu não acredito que ele realmente veio. – Bel parecia eufórica com a presença de Xian. – E você, por favor não vai perder a oportunidade dessa vez. – Ralhando com o noivo apontou o dedo estreitando os olhos.

— Não vou perder a oportunidade.

— Ótimo.

— Minha nossa Bel… Zhannn… – Uma mulher entrou na cozinha interrompendo os dois. – Seu chefe é lindo de morrer… – A moça em questão era a mãe de Patrícia, Ana Carolina, que havia vindo do salão para esperar a festa terminar.

— Carol, por favor… – Bel rolou os olhos e pegou a bandeja de salgadinhos. – Deixou tudo certo no salão?

— Claro, tirei fotos, deixei a criançada com os monitores e quero cerveja.

— Pega uma na geladeira e vem me ajudar, vá servir os convidados e nada de dar em cima do chefe do Zhan, quer que ele perca o emprego? – Olhou torto para amiga.

— Desculpa, mas pelo que o seu noivo disse ele é solteiro. – Piscou para Zhan fazendo uma breve careta para a amiga. – Não imaginava que tinha tanto homem lindo na China, acho que vou para lá… – Saiu com a bandeja na mão assobiando.

— Assanhada. – Bel olhou para Zhan. – Vá tirar seu chefe da sala antes que ele seja devorado. – Sorriu por fim, voltando a arrumar as outras bandejas. – E aproveita para perguntar tudo.

— Sim.

Zhan saiu da cozinha e ao chegar na sala estreitou os olhos, Carol já estava em cima de seu chefe tagarelando sem parar. Ele pode sentir que o outro apesar de ser educado não parecia à vontade. Se aproximou e parou ao lado de sua amiga falando baixo.

— Bel está lhe chamando na cozinha.

— Nossa Zhan, chega assim não… – Carol se afastou de Xian e sorrindo. – Me arrepiei toda… – Sorrindo Carol virou-se e foi para a cozinha.

“…”

Zhan a observou se afastando e voltou o rosto para Xian, sorriu breve e fez um gesto apontando a porta da varanda.

— Vamos sentar-nos na varanda?

Xian estava bebendo um suco quando ouviu o convite, no entanto, ele estava atordoado com sua recém-descoberta que seu desejo era de ir embora. Se levantou e o seguiu até o lado de fora. Xian sentiu o ar fresco que vinha da orla e suspirou.

— Eu acho que errei em trazê-lo.

— Ah, não se preocupe, achei até interessante.

— Quer comer algo ou beber? – Zhan tentava agradar o chefe.

— Não, estou bem com suco. – Xian acenou negando e virou o rosto para frente.

Quando Zhan ia continuar a falar, um rapaz apareceu na porta e o chamou.

— Zhan, a tia chegou quer te ver.

— Sim, eu já vou. – Zhan não queria se afastar.

— Ela vai brigar com você, sabe como ela é. – O rapaz sorriu para eles.

— Xian, eu preciso ver minha tia já volto.

— Sim, vou ficar aqui se não se importar.

— Claro, fique à vontade.

Logo que Zhan saiu da pequena varanda, Xian ofegou e pegou seu smartphone enviando uma mensagem para Cheng.

“Estou na casa dele”

“E aí, descobriu algo?”

“Sim”

“O que foi? Que ele é o Wang?”

“Não”

“Então, o que descobriu? Fala logo, que estou nervoso.”

“É uma pequena festa e parte da família dele está aqui e…”

“Aconteceu algo pelo visto.”

“Ele tem uma noiva”

Cheng ao ler a mensagem fechou os olhos imaginando o estado emocional de Xian.

“Vem embora, agora”

“Não posso sair, seria falta de educação”

“Pode sim, não vai ficar aí sofrendo do jeito que estou imaginando.”

“Cheng, o que vou dizer?”

“Precisa ir à empresa, problemas na construtora, sei lá… só sai daí”

Nesse instante, Zhan retornou e foi surpreendido por Xian que se virou para sair.

— Aconteceu algo?

— Problemas na empresa, preciso ir… – Xian falava sem encarar os olhos claros de seu assistente.

— Entendo, precisa de ajuda?

— Não, só preciso me encontrar com Cheng para resolver. – Xian uniu as mãos num gesto de prece e curvou se desculpando. – Desculpa a falta de educação.

— Tudo bem, quer que lhe acompanhe de volta ao salão de festas?

— Não, eu vou pedir ao Sr. Jorge para buscar MianMian, assim que ele me levar a empresa.

Zhan não falou mais nada, não iria forçar uma situação e concordou com a partida repentina de seu chefe. E assim ele comunicou a todos e Xian se despediu pedindo desculpas em português para os familiares de seu assistente.

Bel olhava para Zhan não crendo que o seu chefe estava indo embora. Aproximou do noivo e o cutucou.

— Zhan, vai deixá-lo ir? – ralhou com ele. – Não perguntou nada pelo visto.

— O que posso fazer? Surgiu um imprevisto na empresa.

— Meu Deus, você é muito devagar Zhan, se não vai perguntar a ele, eu vou… – Bel começou a caminhar em direção ao chefe do seu noivo.

— Bel, espere. – Zhan segurou o braço dela e suspirou baixo. – Eu vou dar um jeito.

Zhan se afastou e foi de encontro ao seu chefe, ambos por fim saíram do apartamento e seguiram pelo corredor até o elevador.

— Eu estou envergonhado por sair assim, Zhan desculpa mais uma vez por ser mal-educado.  – Xian repetia o mesmo gesto de poucos minutos atrás se desculpando.

— Eu entendo, não há o que se desculpar.

O elevador parou no andar e abriu a porta, Xian entrou e acenou com a cabeça se despedindo.

Zhan olhava a porta se fechar inspirou sutilmente e resmungou de si mesmo, rapidamente deu a volta no corredor e pegou o elevador de serviços que por sorte estava parado, entrou descendo ao hall.

Logo que saltou, correu pela portaria e parou olhando seu chefe entrar no carro, se aproximou o chamando.

— Wei Xian.

Xian virou o rosto surpreso por ver seu assistente novamente e abriu a porta do carro, saltando.

— Zhan, aconteceu algo?

Zhan se aproximou com seus profundos olhos claros lacrimejando falando tão baixo que Xian precisou forçar para entender.

— Xian, você sabe quem eu sou?

— Ah?! – Xian olhou-o confuso.

— As suas reações, desde o dia da entrevista eu venho notado, então preciso saber se você me conhece antes de eu ir trabalhar para a empresa?

Xian mal pôde acreditar naquelas palavras, o que exatamente ele queria dizer lhe perguntando se ele o conhecia.

— Eu…

— Por favor, Xian, eu preciso saber…

— Por que me pergunta…?

— Há 13 anos cheguei nesse país sem nem saber meu nome… – Zhan estava emocionado. – Eu preciso saber quem sou e de onde eu vim.

Xian estava em choque, tudo que seu assistente falava lhe atingia como raios na cabeça e o deixou atordoado. Lágrimas a muito tempo contidas começaram a rolar em sua face.

— Pelas suas reações… – Zhan foi surpreendido ao ver lágrimas escorrerem pela face de Xian. – Você sabe quem eu sou.

Xian balançou leve a cabeça confirmando e com uma voz embargada pronunciou o nome que a 13 anos não dizia.

— Lan Wang.

Continua…

Próximo episódio 5a. Feira 17/06 às 20 h.

A Widcyber está devidamente autorizada pelo autor(a) para publicar este conteúdo. Não copie ou distribua conteúdos originais sem obter os direitos, plágio é crime.

Pesquisa de satisfação: Nos ajude a entender como estamos nos saindo por aqui.

Leia mais Histórias

>
Rolar para o topo