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O Vazio que Habita em Mim – Capitulo 9: Eu Assassino

Algum tempo se passou depois dessa conversa. As coisas entre nos ficaram estranhas. Apenas Bernardo não fazia ideia do que estava acontecendo.

Eram raras as vezes em que ela saia de casa, e quando o fazia mandava Bernardo e eu para a casa de Amanda e nos pedia para que não saíssemos enquanto ela não fosse nos buscar pessoalmente. Ela estava mais observadora, mais reservada e quase não falava, a não ser o estritamente necessário, simplesmente perdera a alegria de viver. Passou também a observar tudo o que eu fazia, não sei se por medo ou alguma outra coisa. O fato era que a percepção dela sobre o homem com quem se casara havia mudado.

E ele tinha percebido.

Minha mãe não deixava mais Álvaro sozinho com nenhum de nós dois, sempre estava próxima, não deixava ele trocar, dar banho ou sequer alimentar Bernardo. Mamãe passava mais tempo no trabalho e nos deixava na casa de Amanda o maior tempo possível, e quando estávamos em casa ela preferia dormir com a gente, o que fez com que a intimidade entre eles não existisse.

Mas todo aquele cuidado não foi suficiente para nos proteger do que veio. Certa noite mamãe foi chamada as pressas para trabalhar, pois o hotel estava cheio devido a um evento que teria nos próximos dias.

Mamãe se arrumou o mais rápido que pode, organizou nossas coisas e quando estávamos prontos para partir ele fez a proposta ainda deitado no sofá.

— Pode deixar que eu tomo conta deles Renata. Não precisa incomodar a Amanda com isso.

— Não Álvaro — Ela o cortou depressa —, você precisa relaxar. É coisa rápida, a Amanda vai ajudar o Mick com o dever de matemática.

— Tudo bem então. — Disse ele olhando em minha direção.

— Eu já volto. — Mamãe apertou minha mão percebendo meu estado, saindo apressadamente, deixando o monstro a nos observar junto a porta.

A casa de Amanda era vizinha a nossa, quase colada na verdade, separada apenas por um espaço lateral que dava acesso aos fundos da casa. Mamãe bateu na porta e esperou. Uma senhora alguns anos mais velha que mame apareceu para abrir o portão para nos.

— Boa Tarde dona Roberta. A Amanda vai tomar conta dos meninos para mim enquanto eu vou trabalhar no turno da noite

— Entrem… Entrem. — disse ela pegando a bolsa com as coisas de Bernardo.  — O hotel está cheio não é.

– Uma zona, segundo o seu Luciano. – Ela respondeu sorrindo. — Obedeçam a dona Roberta e a Amanda. Não façam bagunça, eu volto logo.

— Ta! — Respondi mecânico, enquanto entrava.

— Não se preocupe. Eles não dão nenhum trabalho.

— Obrigada!

Do portão eu vi minha mãe virar a esquina.

Poucas horas depois de mamãe nos deixar na casa de Amanda, dona Roberta recebeu um telefonema dela me mandando ir para casa, pois precisava da minha ajuda com as compras que ela havia feito pois Álvaro tinha saído.

Bernardo estava dormindo dona Roberta disse que o levaria para casa depois que acordasse e qualquer coisa Amanda nos avisaria.

Sem pensar duas vezes eu corri para casa, esse foi o meu maior erro.

A porta da frente estava aberta, o portão estava apenas encostado sem a tranca, a casa quase toda escura a não ser pelas brechas de luz vindas da janela entreaberta.

— Mãe! — chamei. – Mãe …?

Não houve resposta

Eu entrei. Tudo estava como havíamos deixado a poucas horas, aos poucos adentrei a casa, passando pela sala de estar. Depois pela cozinha, chegando a lavanderia.

— Mae, ta ai? – Chamei mais uma vez.

Um barulho vindo da cozinha chamou minha atenção, quando me virei me deparei com ele me encarando.

— Sua mãe não vai voltar! — Ele disse recostado na porta que dava acesso a cozinha, com os braços cruzados, me olhando de cima a baixo sorrindo friamente.

— Dona Roberta disse que ela estava me chamando para ajudar com as compras!

— Fui eu. — ele disse se aproximando.

Eu tinha caído numa armadilha.

— Você não pode mais fazer isso comigo.

— Eu posso, e vou. — Ele disse apertando o volume que se formava no meio das pernas.

Álvaro usava um short fino e não usava cueca, o que deixava evidente de que ele havia planejado aquele momento. Eu estava acuado, ele havia me cercado na lavanderia, o portão que dava acesso ao quintal estava trancado e ele barrava a porta.

— Não adianta fugir. Você sabe. – Ele disse vindo para cima de mim como já fizera tantas vezes desde os meus XXX anos de idade. Seu corpo pesado em cima do meu, me fez sentir nojo de mim mesmo por aceitar tudo aquilo.

Um monstro …

Era isso o que ele era, um monstro que destruiu minha inocência. Aquele era seu rito macabro.

Ele apertava seu corpo contra o meu, me impossibilitando de reagir e me dizendo coisas obscenas ao ouvido.

— Você quer, não quer? Ele disse mordendo minha orelha. — Eu esperei muito por isso sabia.

— NÃO! — gritei.

— O que a mamãe não quer, o filhinho dela vai querer. — Ele disse baixando minha roupa e me pondo de costas para ele.

Aquilo era humilhante demais, eu tinha que fazer alguma coisa. Já estava cansado de ser abusado por ele. Eu tinha que me defender.

– Meu garoto. – Ele dizia enquanto se esfregava em mim.

A dor de seus movimentos invadiu meu corpo. Lagrimas teimavam em rolar pelo meu rosto enquanto aquele desgraçado se deliciava com o meu sofrimento.

Aquele era o momento certo. Tudo o que eu havia vivenciado nos games me deram uma boa teoria do que fazer com ele, mas eu nunca tive a coragem para fazê-lo. Era agora ou nunca. Álvaro estava quase no clímax de sua perversão, ele gemia cada vez mais alto, logo tudo estaria acabado.

– Se contar para alguém eu te mato… – Ele disse no eu ouvido enquanto beijava meu pescoço. – Agora se veste e vai pro teu quarto.

Álvaro começou a vestir o short novamente era agora ou nunca. A caixa de ferramentas estava em baixo da pia aberta, expondo várias ferramentas a minha disposição. Agarrei a primeira coisa que encontrei e avancei para cima dele com toda a força que tinha, desferindo uma martelada na parte de traz da cabeça dele.

Ele se desequilibrou e caiu, sem pensar duas vezes corri para a cozinha, em poucos segundos ele estava atrás de mim. Num jogo de gato e rato, joguei contra ele tudo o que encontrei pela frente para me livrar daquele maldito pesadelo. A minha casa havia se transformado num campo de guerra.

Corri novamente até a cozinha tirei da gaveta uma das inúmeras facas de mamãe coloquei-a embaixo da camisa e esperei que ele viesse.

Quando dei por mim seu corpo estava em cima do meu, ele me esbofeteou uma, duas, três vezes.

— O que o homenzinho acha que vai fazer? – Ele perguntou enquanto apertava meu pescoço.

— Isso… — Respondi enquanto levava a mão à cintura, peguei a faca e espetei onde minha mão alcançava. Álvaro acabou me soltando com uma das pernas ensanguentadas. Ao ver que ele desistira do ataque eu o fiz.

Desferi contra ele mais alguns golpes na parte inferior das costas e da barriga. Olhei para minhas mãos ensanguentadas segurando a faca.

Ele não faria mal a mais ninguém!

 

Esta é uma obra de ficção, nada descrito aqui aconteceu de verdade, Mas  pode estar ACONTECENDO mais perto do que Você imagina.

A qualquer sinal de abuso NÃO se cale.

Disque 100

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