EPISÓDIO 3: ALVÍSSARAS

LEGENDA: Rio de Janeiro – RJ (DIAS DEPOIS)

CENA 1. INT. PENITENCIÁRIA MASCULINA. PÁTIO. MANHÃ.

Um repórter alto, calvo, barba branca, aparentando uns 65 anos entra na sala ao lado de um cameraman ambos escoltados pela polícia. Conrado algemado permanece cabisbaixo.

REPÓRTER: Posso começar?

Conrado acena. O repórter respira fundo.

REPÓRTER: A sua esposa fora diagnosticada com insanidade mental, o senhor como doutor e especialista na área psicológica, nunca desconfiou dessa condição?

CONRADO: Desconfiava, mas era triste para mim admitir.

REPÓRTER: Okay. E qual era a sua relação com o doutor Anthony Newman?

CONRADO: Pouca.

REPÓRTER: Se viram quantas vezes?

CONRADO: Umas duas, talvez três.

REPÓRTER: Para uma pessoa tão importante, o senhor deveria ter exatidão, não acha?

CONRADO: Não!

REPÓRTER: Okay. O senhor como pai, quando ouviu do próprio Anthony que ele havia matado sua filha, não chamou a polícia imediatamente, por quê?

Conrado encara o repórter.

CONRADO: Eu não quero mais continuar com a entrevista.

Os polícias entram e tiram Conrado. O repórter olha para o cameraman.

REPÓRTER: Desliga a câmera. 

CORTA PARA:

INT. PENITENCIÁRIA MASCULINA. SALA DE VISITA. MANHÃ.

Conrado observa o Dr. Pegliard.

DR. PEGLIARD: Sair assim, sem mais, nem menos, vai pegar mal pra você.

CONRADO: Se eu abrisse minha boca seria pior.

DR. PEGLIARD: Eu estou arriscando minha carreira por você, Conrado. Estou indo contra meus princípios pra defender você, então siga as minhas instruções e acabou.

CONRADO: E o que você quer que eu faça?

DR. PEGLIARD: Reconheça a sua mentira, se declare culpado e eu trato de pôr você numa cela confortável.

Conrado arregala os olhos.

CONRADO: Eu não posso fazer isso. Eu vou acabar com minha vida, Pegliard.

DR. PEGLIARD: Pra Luísa ser encontrada é daqui pra ali. Uma hora ou outra, a verdade virá à tona e você não sairá impune.

Conrado encara Pegliard, confuso.

CONRADO (Voz embargada): Tudo bem! Eu me declaro culpado.

CLOSE em Conrado decepcionado.

LEGENDA: Puntacana – República Dominicana (DIAS ATRÁS)

CENA 2. INT. CRUZEIRO D´LASCA. SÓTÃO. NOITE.

Meia-luz. Luísa amordaçada e amarrada se revira, desesperada. John põe o revólver ao lado e a observa.

JOHN: Até hoje você foi a desaparecida com maior repercussão dentre todas. Imagina se eles te encontram aqui. Ixe! Quero nem imaginar.

CLOSE em Regina encolhida, segurando a respiração. Uma lágrima escorre no rosto de Luísa. John joga um camburão de gasolina em cima dela. 

JOHN: Eu gosto de você, sabe, Luísa. Passiva, inteligente, mas a polícia me obriga a fazer isso. Ah! a justiça é cruel quando quer.

Regina pega o revólver, sorrateiramente. John acende o fósforo. Luísa se revira, desesperada. 

JOHN: Nesse momento sou eu, no auge do meu masoquismo.

John lança o fósforo no corpo de Luísa, que urra intensamente. Regina desesperada dispara um tiro nele. John assustado a encara com a mão no peito.

JOHN: Édy, desgraçado.

REGINA: Acabou, Herbert.

Regina o observa. John gargalha, deixando à mostra seu colete.

JOHN: Você realmente acha que eu ando de peito aberto?

John encara Regina, sorrindo. Ouve-se um disparo. CLOSE no rosto de John, ensanguentado. Regina olha para os lados, procurando por alguém. John cai. Luísa agonizando, revira os olhos. Édy entra abruptamente com um balde de limpeza.

ÉDY: ouvi um tiro. (TEMPO/ Ele põe a mão na boca ao ver o corpo de John ensanguentado) Não pode ser.

Édy se aproxima e põe a cabeça de John em seu colo. Regina joga a água do balde em Luísa e a desamarra.

ÉDY (Chorando): Meu amor. (TEMPO/ Ele grita, revoltado) Aaaah! Eu acabo com você, Regina.

Édy olha para os lados, porém não vê ninguém.

CORTA PARA:

INT. CRUZEIRO D´LASCA. CORREDOR._NOITE.

Regina puxa Luísa pelo braço. CLOSE FECHADO em Regina suando. Ruído de passos. Regina para e tenta se esconder, porém, não consegue. Otto aparece e se aproxima dela. Regina respira aliviada, enquanto Luísa desmaia, deixando-os preocupados.

REGINA: Precisamos levar essa menina à enfermaria. Ela não vai resistir!

Otto e Regina pegam Luísa e a levam.

LEGENDA: Porto príncipe – HAITI

CENA 3. EXT. CRUZEIRO D´LASCA. MANHÃ.

Inúmeras viaturas ao redor. Aglomeração de repórteres e policiais. Enfermeiros caminham com três macas rapidamente, enquanto os cameramans tentam capturar todas as imagens. A CAM se aproxima de um repórter negro, aproximadamente uns 30 anos.

REPÓRTER: A polícia acaba de confirmar a morte do empresário John Herbert, proprietário do cruzeiro D´Lasca, as causas da morte ainda estão sendo investigadas, mas tudo indica que ele foi assassinado. Há também investigações indicando que John Herbert era associado à máfia e que no navio ocorria a exploração de mulheres, sendo elas sequestradas e trazidas para cá, mais informações no boletim da noite. 

   CORTA PARA:

CENA 4. INT. HOSPITAL. RECEPÇÃO. MANHÃ.

Um enfermeiro branco, de uns 34 anos, encara o rosto de Luísa todo queimado, descaracterizado.

ENFERMEIRO: Elle est méconnaissable!

CLOSE em enfermeiro, enojado.

CENA 5. INT. HOTEL. QUARTO. MEIO-DIA.

Regina sentada na cama, chora. Otto a observa.

REGINA: O que será dessa menina, Otto? E a minha filha? E o psicológico delas depois de tudo isso?

OTTO: Eu não sei. Eu realmente não sei o que vai acontecer.

A campainha toca. Otto abre a porta, deparando-se com um policial.

POLICIAL: Est-ce que tu parles français?

OTTO: Peu, je comprends l’espagnol.

POLICIAL (Lendo a caderneta): Todo bien. Usted es Otacílio Valadares y lo acompaña la Sra. Regina Pereira. (TEMPO/ Ele encara Otto) ¿Estoy seguro?

OTTO: Sí.

POLICIAL: Ambos tendrán que testificar ante la policía por la mañana y por coincidencia. 

OTTO: ¿cúal?

O policial olha para trás. Otto o encara, confuso.

POLICIAL: Ven miss.

Renata se aproxima da porta. Regina ao vê-la se debruça no chão, chorando.

REGINA (Emocionada): Renata? Oh Otto, eu tô vendo a Renata? É ela mesmo.

Renata chorando se aproxima de Regina. Ambos se abraçam. Regina a aperta.

REGINA: Eu não te solto nunca mais, viu, minha filha. 

Otto se emociona. O policial toca em seu ombro.

POLICIAL: La policía quiere saber cómo estabas en el mismo barco que la chica desaparecida. ¡adiós!

Otto soa frio, preocupado. O policial se afasta. Regina puxa Otto pelo braço.

REGINA: É graças à esse homem que eu te encontrei. 

Os três se abraçam. Close em Renata, emocionada. Close em Regina, sorrindo. CLOSE em Otto, preocupado.

LEGENDA: Rio de Janeiro – RJ 

CENA 6. INT. CASA DE ALINE. SALA. NOITE.

Aline e Estela tomando café.

ESTELA: Ah! o Eric está providenciando tudo, ele é um amor.

ALINE: Ele só não pode confundir as coisas.

ESTELA: Pois é.

O celular de Estela toca. Aline observa, atenta. Estela atende.

ESTELA (Ao celular): Alô. (t) O quê? (TEMPO/ Ela sorri para Aline) O Doutor Conrado chega amanhã? (t) Tá ótimo! (t) Até mais!

Aline abraça Estela, entusiasmada.

ALINE: Tá preparada, fia?

ESTELA: Cê duvida ainda? Amanhã é dia de ven-de-tta.

CLOSE em Estela, sorrindo.

CONTINUA…

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  • Amanhã é dia de vendetta! Amei kkkkkkk.

    Caracas, foi-se o fim do John Herbert, mas agora eu tô intrigado quando o Edy gritou: “Meu amor”. Será que ele tinha um rolo com o Herbert? Olha eu e minhas teorias kkkkkkkk.

  • Amanhã é dia de vendetta! Amei kkkkkkk.

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