Arranjo

Final do Arco Reencarnação

“Quando você escolhe um caminho, precisa aprender a suportar.

Haverá pessoas que gostam de você e pessoas que não gostam de você.

Xiao Zhan

 - Xiao Zhan

— Wei Ying.

WangJi sentou na beira da cama com uma caneca de chá na mão, chamando-o para mais um dia de entrevistas do rapaz.

— Wei Ying, levante-se. – Colocou a caneca sob o criado mudo e inclinou tocando o rosto de Wei Ying.

— Hummm~~ mais um minuto~~ – Com a voz sonolenta Wei Ying virou o corpo e continuou a dormir.

“…”

WangJi se levantou e foi para o banheiro preparar a banheira para o banho do outro, outra rotina matinal que já havia se habituado com o preguiçoso esposo. Ao retornar para o quarto, tirou a manta de cima do rapaz, este estava nu já que na noite haviam transado e Wei Ying adormecera nos seus braços.

WangJi sentou novamente e ficou olhando o corpo de Wei Ying, seus olhos claros focando nos detalhes e de como havia mudado com o tempo. Era esbelto e com musculatura definida resultado dos treinos e praticas de cultivação. Desejoso tocou a pele firme e macia deslizando a mão por todo o abdômen até seus olhos encararem os de Wei Ying que já havia aberto os dele para observar o marido lhe tocando.

— Zhan-gege, se aproveitando de seu esposo indefeso enquanto dorme hahahahahaha… Continue… – Wei Ying rolou o corpo de lado e levantou a mão para puxar WangJi pelo pescoço até seus lábios se tocarem.

Os lábios se tocaram e abriram-se para receberem as línguas ousadas e ansiosas. Uma das mãos de WangJi se apoiou na cama enquanto a outra deslizava por entre as pernas de Wei Ying, encontrando seu pênis ereto e agarrando em seguida.

— Ah~~ Mais~~

— Não estar satisfeito.

— Nunca~~ Quero todos os dias~~ – O sorriso manhoso de Wei Ying misturado com a voz suavemente maliciosa ecoou entre os beijos que trocava com WangJi.

— Eu tenho que trabalhar.

— Ei, uns minutos de atraso não vai matar ninguém… – Wei Ying mordeu levemente o canto dos lábios de WangJi o provocando abrindo as pernas. – Vem, me fod~~ – Wei Ying deslizou a mão por cima da camisa social e segurou a gravata de seu marido. – Me fode~~ Olha como estou, excitado de vê-lo de terno~~ – Mexeu levantando o quadril para roçar seu membro.

WangJi olhava para o esposo excitado na sua frente e o pedido foi inevitável negar, virou-se e subiu na cama de joelhos se encaixando em seguida entre as pernas de Wei Ying.

— Sem vergonha.

— Hahahahaha… – Wei Ying gargalhou excitado, levantou a perna para apoiar na cintura de WangJi. – O que temos mais para ter vergonha? Zhan-gege, vem me fode logo ~~

WangJi inclinou o corpo e com uma mão abriu o cinto e em seguida o zíper, expondo sua excitação tão desejada pelo esposo. Encaixou com facilidade, já que na noite anterior haviam feito amor e a entrada ainda estava sensível e suscetível ao toque ousado e voraz de WangJi. Este o penetrou todo de uma vez vendo Wei Ying gemer alto contorcendo o corpo e jogando a cabeça para trás.

— Ahhhhh~~ – Wei Ying mordeu os lábios e sorriu entre os gemidos. – Zhan-gege me fode com força~~

WangJi parou de mexer dentro de Wei Ying e o olhou por alguns segundos, aquela visão de seu esposo gemendo o deixava ainda mais excitado.

— Boca suja.

— Eu?!~~ Hahahahahahaha~~ Lan Zhan, Lan Zhan, Lan Zhan ~~ – Wei Ying estava inebriado, falando sensualmente e provocando WangJi. – Seria boca suja, pedir ao meu macho que me foda com força com seu pau? Hahahahahahaha…

WangJi sentiu a provocativa e meteu forte em Wei Ying, segurando a cocha dele deitou sobre o seu corpo e beijou avidamente os lábios do outro. Wei Ying envolveu os ombros com seus braços e recebeu aqueles lábios com mais desejo. Os beijos trocados eram revezados entre fôlegos e gemidos conforme metia nele.

— Ann~~ hmm~~ Ahhh~~ – Wei Ying aproximou os lábios da orelha de WangJi notando que estava vermelha. Ofegou e gemeu manhoso com as estocadas que recebia com a voz rouca e maliciosa incitou na provocativa. – Ahh~~ Zhan-gege~~ Vai, diz nomes sujos para mim…

WangJi virou o rosto e olhando para o rosto dele, meteu em um só movimento.

— Ahhhhh~~ Lan Zhan, devagar~~

— Você pediu com força…

— Estar me castigando? – Wei Ying deslizou a mão pelo terno de WangJi e levou até a face rindo entre arfada de ar cada vez que recebia nova estocada. – Só porque pedi para falar palavras sujas comigo? Annn~~ – Contorceu o corpo, erguendo o quadril gemendo mais alto. – Diz Lan Zhan~~ Humfr~~ Ahhhh~~ hmmm~~ Diz assim… Annn~~ Vou te foder…

WangJi continuava as investidas enquanto trocavam carícias e beijos. Os pedidos e suplicas do esposo o arrepiavam fazendo aumentar o ritmo e meter com mais vontade. Estavam perto do clímax e ambos sentiam os corpos trêmulos.

Wei Ying pedia por mais, estava zonzo e sem qualquer tino para pensar, até que seu corpo recebeu uma estocada profunda tocando o ponto que o fez gritar de prazer. Em seguida seu pênis jorrou a goza e por dentro o gozo quente de seu marido lhe preencheu.
WangJi deitou sobre Wei Ying e respirando lento para acalmar o coração abraçou Wei Ying, este estava tremulo sentindo os espasmos do orgasmo que acabara de ter.

— Wei Ying… – WangJi sussurrou o nome com a voz rouca e excitada chamando atenção dele. – Satisfeito por ter lhe fodido com meu pau?

Wei Ying estava recuperando o fôlego quando ouviu a pergunta, mas a resposta ele nem se interessaria em dar, o que lhe deixou maravilhado foi ter ouvido as palavras “sujas” da boca de seu marido que nunca fala palavrões.

— Hahahahahahahaha… Lan Zhan, eu te amo! – Wei Ying virou o rosto e beijou os lábios de WangJi com tanto amor e carinho que podia demonstrar.

Alguns minutos depois, ambos tomaram banho juntos e Wei Ying tagarelava sem parar sobre a nova entrevista que iria fazer ainda naquela manhã. WangJi apesar de parecer ter aceito, ainda não estava satisfeito pelo rapaz insistir em trabalhar em outra lugar. Havia cargo no setor de marketing, cargo ao qual pela faculdade que o rapaz cursou se adequaria. Wei Ying se formou no Brasil em Designer Digital e fotografia, quando retornaram para China precisava fazer alguns complementos para ter o curso reconhecido algo mais que um ano de estudos. No entanto, ele estava ansioso para caminhar sozinho, seguir rumos novos e mesmo gostando muito de estar sempre com WangJi, desejava essa autonomia para si.

— Wei Ying, melhor sair antes ou vai se atrasar para a entrevista? – WangJi terminava de ajeitar a gravata de frente ao espelho.

— Não se preocupe, vou descer junto com você. – Wei Ying vinha da cozinha, ajeitando a roupa social. – Então, estou bem? – Parou na frente de WangJi pedindo aprovação para seu visual.

— Falta a gravata.

— Não precisa, eu estudei a empresa, são estrangeiros e informais. – Sorrindo pegou a mochila preta e colocou. – Estou pronto.

No elevador, WangJi se mantinha indiferente e Wei Ying reparou

No elevador, WangJi se mantinha indiferente e Wei Ying reparou. Era assim, todas às vezes que saia para uma nova entrevista de emprego vinha as sutis reclamações de WangJi. E depois de conversarem sobre o fato de não querer trabalhar na Gusu S/A o outro aceitara que procurasse emprego. Wei Ying sabia que por WangJi, não lhe faltaria nada e mesmo que trabalhasse na Gusu acreditava que seria tratado com privilégios como foi na época que estagiou na filial no Brasil, então decidido preferiu aventura-se fora em outras empresas.

— Zhan-gege, vai ficar assim toda vez que eu sair para entrevista de trabalho?

“…”

— Ei, você concordou.

“…”

— Lan Zhan, faremos assim, se eu não conseguir um emprego até meu aniversário de 20 anos eu aceitarei o cargo na Gusu S/A.

WangJi fitou com leve brilho esperançoso no olhar. Wei Ying sorriu se divertindo com a expressão de criança que ganhou um brinquedo desejado na face de seu marido.

— Não se empolgue! Faltam 3 meses para meu aniversário e algo me diz que vou conseguir um emprego ainda essa semana ou que tal, hoje mesmo hahahahahahaha…

“…”

A porta do elevador se abriu e ambos caminharam pelo amplo corredor que levava para as salas comerciais da empresa, nesse mesmo instante XiChen surgiu juntamente com QiRen ao abrir a porta da sala de WangJi.

— Bom dia WangJi… Bom dia jovem mestre Wei… – XiChen sempre muito suave e gentil cumprimentou ambos e comentou em seguida com o rapaz. – Nova entrevista?

Wei Ying se curvou a ele com as mãos unidas e confirmou. E virando-se para Lan QiRen curvando para lhe prestar respeito.

— Bom dia, tio.

Lan QiRen mantinha a face indiferente, apesar de ter sido obrigado aceitar aquela união de seu sobrinho, não se sentia obrigado a ser atencioso com o rapaz. Este sabia bem disso e mesmo assim insistia em tentar se aproximar e ganhar a simpatia do tio de seu marido.

— Bom dia. – QiRen falou entre os dentes e curvou. – Vou esperar ambos na sala para iniciarmos a reunião. – Virou-se e entrou deixando o trio no corredor.

— Wei Ying, não provoque o tio.

— O que? Eu não o provoquei. – Olhou abismado para WangJi e depois com ar de inocente para XiChen. – Irmão XiChen acha que provoquei o tio? – Sorriu arteiro em seguida.

XiChen sorriu e inclinou a cabeça balançando levemente.

— Boa sorte em sua entrevista jovem mestre Wei.

Wei Ying se inclinou perto de WangJi sussurrou:

— Lan Zhan me deseje boa sorte.

WangJi olhou-o alguns segundos e inspirou sutilmente falando em seguida.

— Boa sorte, Wei Ying.

Wei Ying sorriu e se virou acenando para eles indo para o elevador.

— WangJi, mantenha o coração tranquilo e confie. – XiChen sabia exatamente o que seu irmão mais novo sentia e iria ajuda-lo a aceitar. – Ele cresceu, é natural querer essa autonomia e sentir mais adulto.

— Hm.

— Quantas entrevistas ele fez?

— Quatro… – WangJi virou-se para entrar em sua sala. – E tem mais duas nessa semana.

XiChen voltou a sorrir ao ouvir sobre as novas entrevistas com a voz apática de WangJi, realmente para seu irmão mais novo era um martilho cada ida de Wei Ying a uma entrevista.

XiChen voltou a sorrir ao ouvir sobre as novas entrevistas com a voz apática de WangJi, realmente para seu irmão mais novo era um martilho cada ida de Wei Ying a uma entrevista

UM MÊS DEPOIS…

— Lan Zhan, Lan Zhan, Lan Zhan… Olha para mim.

Wei Ying estava agitado esperou o outro se virar para tirar uma foto dele com novo avental que comprou de presente com seu primeiro salário.

“…”

— Hahahahaha ficou ótimo, Lan Zhan. – Wei Ying colocou o seu telefone na mesa e pegou os pauzinhos para comer o macarrão que WangJi lhe servia, voltando a tagarelar. – Lan Zhan, ainda bem que é fim de semana, essa semana nem tivemos tempo para nós.

WangJi sentou na cadeira de frente a ele e pegou um prato para se servir.

— Você estar estudando e trabalhando natural a falta de tempo. – WangJi apesar de tudo tentava se animar com a alegria do rapaz por conseguir o trabalho e comemorar com seu primeiro salário.

— Eu sei. – Wei Ying olhou para WangJi e sorriu carinhosamente. – Fim de semana é só nosso. – Tocou a face dele e aproximou beijando os lábios do marido com carinho. Voltou a sua refeição lembrando-se de que eles teriam visita naquela noite. – Ei, SiZhui e JingYi não iam vir hoje?

— Hm.

— Que surpresa é essa que querem nos contar? – Wei Ying recebeu uma mensagem durante a semana que a dupla estava com uma novidade para contar, isso atiçou-o ao ponto de perturbar todos os dias pelo chat SiZhui e JingYi. – Eles fizeram de propósito, não me contaram nada…

WangJi tinha uma vaga ideia do que seria, mas preferiu não tocar no assunto com o outro já que este estava ansioso como sempre.

No momento que Wei Ying ia pegar seu telefone para mandar mensagem a SiZhui, a campainha toca e ele sorrir para WangJi.

— Olha, finalmente chegaram.

WangJi foi abrir a porta e logo depois voltou sendo seguido por SiZhui e JingYi.

— Wei Ying. – SiZhui cumprimentou e sentou na cadeira ao lado.

— Ei, Wei Ying nem li a metade de suas mensagens. – JingYi rolou os olhos. – Tenta sem menos ansioso. – Sorriu e piscou para SiZhui.

— Ah sim, se os dois me contasse logo não teria motivos para enche-los de mensagens. – Estreitou os olhos para JingYi. – Isso é ideia sua, tenho certeza.

WangJi pegou mais dois pratos e colocou para cada um dos dois.

— Vamos jantar e podem parar com essa de não falar nas refeições, comecem a contar a novidade. – Wei Ying apoiou o braço na mesa olhando os dois.

SiZhui sorriu e olhou para JingYi pôr fim virou o rosto a WangJi, havia uma confirmação no olhar de que o seu pai já sabia o que era.

— SiZhui, conta logo antes que você tenha que prestar atendimento para Wei Ying que estar a ponto de ter crise de ansiedade. – JingYi sorriu divertindo-se em provocar o outro.

— Sem graça, JingYi … – Wei Ying passou a ponta do dedo no nariz com leve coçada e voltou o rosto para SiZhui esperando a novidade.

— Bom, essa semana foi para confirmar o procedimento. – SiZhui corou leve e suspirou. – Vamos ser pais.

Wei Ying chegou a deixar os palitos em seus dedos cair no prato de tão surpreso com a informação que precisou pegar um copo com água da mão de WangJi e beber.

— Espera, espera, espera… Como assim? – Olhou para os dois.

— Era um sonho antigo nosso, queríamos ter nosso filho, mas com os plantões e o trabalho administrativo de JingYi, não tínhamos tempo e fomos deixando passar. – SiZhui explicou.

— Que bom que decidiu abrir um consultório e largar esses plantões… – JingYi resmungou e depois sorriu sabendo que as palavras dele acabam provocando o marido. – Cuidar de pessoas pode ser legal, mas temos que nos por como prioridade em determinado momento.

SiZhui inspirou baixo e olhou para ele e de certo concordando, afinal era hora de cuidar deles e de sua nova família.

— Ok, aí decidiram que serão pais, vão adotar?

— Wei Ying, mês passado passamos por alguns procedimentos e teremos nosso… – JingYi apontou para ele e SiZhui. – … filho de sangue mesmo, entendeu?

Wei Ying olhou para WangJi que nesse momento acompanhava toda conversa comendo tranquilamente.

— O que JingYi quer dizer é que será por inseminação artificial, sabe o que é, certo?

— Claro… – Wei Ying não se aguentou e olhou com meio sorriso para JingYi. – SiZhui o pai e JingYi a mãe… Vai ser lindo ver você grávido hahahahahahaha…

— Ei, moleque nem tem como isso, geneticamente é impossível… – JingYi caiu na provocativa. – Seremos “pais”.

— SiZhui, conseguiram a voluntária? – WangJi parou a refeição e esperou a resposta dele.

— Sim, pai, foi por isso que viemos para lhes contar que tudo correu bem e a voluntária estar esperando nosso filho.

— Parabéns, SiZhui e JingYi.

— Lan Zhan, nem parece surpreso… – Wei Ying estreitou os olhos. – Já sabia, não é?

— Desconfiava.

— E nem para me adiantar o assunto… – Sorriu aos dois. – Parabéns, fiquei emocionado por vocês.

— O chato é que não poderemos leva-lo para os Recantos da Nuvem. – SiZhui esboçou um tom triste. Suspirou para espantar aquela tristeza e voltou a sorrir para ele.

— Por que? Não, nem precisa dizer, tio QiRen… – Wei Ying rolou os olhos. – Ele é contra.

— O tio é antigo como todo ancião, não acha natural. – WangJi respondeu por eles. – Eu sempre estarei com vocês, não importa o que dizem, ele será um Lan.

Wei Ying olhou para WangJi maravilhado, cada vez que descobria algo em seu marido mais tinha certeza de que era a pessoa que queria ao seu lado para toda a vida.

— Que legal, as suas palavras Lan Zhan… – Olhou para os dois e notou os olhares emocionados da dupla. – Viu só, não precisam da aprovação de um bando de velho que já deveriam estar em um museu para estudos. – Wei Ying tagarelou. – Eu também estou aqui e vou adorar mimar meu… Não, espera, sou casado com Lan Zhan e ele será avô, isso quer dizer que serei avô… Não… Sou novo demais, serei o tio que estraga hahahahahahaha…

SiZhui sorriu se divertindo com o jeito de falar de Wei Ying.

— Tio que estraga? Ele não precisa, vai ter eu… Pior que eu nem existe. – JingYi lembrando das inúmeras vezes que teve que pagar penitencias por quebrar regras do clã Lan.

— Lan Zhan, você será avô. – Wei Ying gargalhou. — Minha nossa, ver uma criança te chamar de vovô vai ser engraçado hahahahahaha…

O restante do jantar foi apreciado com as opções de nomes do futuro Lan e claro que Wei Ying fazia questão de escolher para eles. Perto das nove da noite SiZhui e JingYi se despediram com os corações mais aliviados e claro felizes por terem o apoio do segundo mestre Lan e Wei Ying.

No quarto, Wei Ying sentado no meio da cama, soltava os cabelos esperando por WangJi vir deitar, devido ao trabalho e claro as aulas complementares na faculdade, acabou acostumando a dormir junto com WangJi.

WangJi se aproximou e deitou ao lado dele, afagando com carinho as costas do esposo.

— Lan Zhan, realmente fiquei emocionado por ele. – Wei Ying parou de pentear os longos cabelos e virou o rosto para WangJi. – Já posso me imaginar brincando com nosso netinho hahahaha…

WangJi sorriu leve e concordou.

— Vem deitar.

Wei Ying se deitou e aninhando em seu braço continuou a falar.

— Lan Zhan, estava pensando se nós…

— Sim.

— Ah?! Como pode? Eu nem terminei de falar hahahahaha…

— Eu quero.

— Um filho nosso.

— Hm.

— Será incrível.

— Termine os estudos primeiro.

— Nossa, muito tempo, são dois anos… – Wei Ying ficou triste.

— Com trabalho e estudo você não tem tempo, mas dois anos passam rápido… – WangJi beijou a testa dele e afastou, encostou por fim a cabeça e fazendo carinhos nos cabelos do esposo.

— Lan Zhan, estar certo, para que a pressa? Nós temos muito tempo pela frente.

— Hm.

— Eu não quero só um filho.

“…”

— Quero pelo menos três filhos hahahahaha…

— Hm.

UM MÊS DEPOIS, EVENTO ANUAL DA TRADICIONAL CAÇADA NOTURNA MILENAR

UM MÊS DEPOIS, EVENTO ANUAL DA TRADICIONAL CAÇADA NOTURNA MILENAR…

Wei Ying olhava para seu reflexo no espelho, ajeitando as vestes tradicionais do clã Lan. Aquele evento seria o primeiro que participaria desde que se tornou cultivador. E sentia-se animado para finalmente poder mostrar tudo que aprendeu. Ele prometera para si mesmo que traria uma presa extraordinária para honra sua avó e mestra BaoShan assim como seu marido HanGuang-Jun.

— Wei Ying, estar pronto?

Wei Ying olhou para WangJi e seus olhos se iluminaram, ver seu marido naquelas vestes o deixavam ainda mais maravilhado. Era a personificação de um ser divino, tão belo que o rapaz levou um tempo sair daquele estado.

— Perfeito.

— Hm?

— Não é nada, estou pronto.

Os clãs de cultivadores promoviam diversos eventos anuais e aquela caçada noturna milenar era uma forma de retornarem as suas tradições e caçarem como faziam em eras passadas. As vestes tradicionais eram adornadas e exibidas com orgulho, assim como suas espadas e armas para caçadas.

A caçada daquele ano era a região ao qual pertencia ao clã Mo e a Vila Mo seria a base onde todos partiriam para a montanha Dafan. Todo clã Lan que iria participar se hospedou na mesma pousada.

BaoShan resolveu de última hora acompanhar com seus discípulos, ZiXuan estava animado, já que para ele seria o primeiro evento que iria como cultivador do templo SanRen.

— ZiXuan. – YanLi se aproximou do marido com aquelas vestes tradicionais e em seus braços o filho que estava que acabara de completar dois anos. – Tenha cuidado.

— Não se preocupe A-Li. – ZiXuan pegou o filho dos braços da esposa e brincou com ele. – Quando estiver pronto, irá cultivar como pai e será um grande cultivador.

Suaves batidas na porta chamaram atenção do casal e YanLi se aproximou abrindo a porta para ver diante dela a sua vó.

— Vó, já estamos prontos.

— Ótimo, vamos para o local do evento no sopé da montanha Dafan, iremos como nos velhos tempos de carruagem. – BaoShan abriu o leque gostando de ver o casal naquelas vestes antigas. – Estão lindos.

Eles se olharam e sorriram saindo do quarto em seguida, ZiXuan entregou o filho aos braços de sua esposa e ao saírem da pousada entraram na carruagem, essa era espaçosa e o trio se acomodou.

Wei Ying ao sair da pousada viu eles entrando no transporte e correu para cumprimentar eles.

— Vó, A-Li e ZiXuan… – Chamou do lado de fora. – Encontro vocês lá.

Acenaram da janela e seguiram para o local. Wei Ying voltou caminhando até se encontrar com o grupo do clã Lan, todos estavam parados de frente a pousada com seus belos cavalos, aguardando o líder do clã Lan montar juntamente com o segundo mestre Lan.

— Minha nossa, me sinto em um evento de cosplay. – Wei Ying sorriu consigo ao pegar a rédeas de seu cavalo.

Lan XiChen montou seu cavalo e logo depois Lan WangJi, foi quando Wei Ying montou o dele e se aproximou do marido.

— Vamos para a caçada.

SiZhui e JingYi chegaram voando em suas espadas e pousaram de frente aos seus mestres, curvando em seguida.

— SiZhui e JingYi descobriram algo? – Lan XiChen aguardou o relatório.

— ZeWu-Jun, realmente os relatos dos moradores confirmam as manifestações na região, perturbações e ataques de cadáveres ferozes.

Wei Ying ouviu e se aproximou a cavalo. WangJi estava atento ao relato da dupla.

— Acredito que a vila vem sofrendo com esses ataques algum tempo, fomos falar com a senhora Mo que estar em sua fazendo reunida com seu filho e diversos discípulos do clã Mo. – JingYi continuou. – A senhora Mo solicitou nossa ajuda.

— Certo. – Lan XiChen concordou. – SiZhui e JingYi reúna alguns discípulos e cuide da fazenda da família Mo.

— Eu deveria ir com eles. – Wei Ying olhou-os se reunir com outros discípulos.

— Não, vamos para a montanha Dafan. – WangJi puxou leve a rédea para seu cavalo andar.

Wei Ying suspirou baixo, não respondeu ao marido dessa vez, afinal desde que soube da caçada vem tendo leves desentendimentos com WangJi sobre ele ir sozinho com os discípulos na caçada.

WangJi estava extremamente protetor, porém Wei Ying sentia a necessidade de não fazer tudo com o marido. Ele queria ter o gosto de agir sozinho e tentar resolver os problemas por ele mesmo. Argumentou várias vezes com WangJi naquela semana no intuito de conseguir ao menos por algumas horas caçando pela montanha sozinho. Todas as tentativas de argumentar recebia de volta um não e o silêncio do segundo mestre Lan.

A comitiva do Clã Lan estava próxima ao local quando começaram a jogam pétalas e flores nos participantes. Wei Ying que até então, estava pensativo em uma forma de escapulir de WangJi e ir caçar sozinho foi pego de surpresa com uma flor caindo sobre seu peito. Abriu os olhos surpreso ao pegá-la e de repente se viu em uma situação parecida.

— Déjà-vu… – Olhava a flor e depois para frente onde WangJi e XiChen cavalgavam guiando a comitiva. Um sorriso brotou nos lábios e ele lançou a flor para WangJi no exato momento que o outro virava o rosto para o olhar.

Wei Ying virou o rosto e disfarçou apoiando os braços sobre a cabeça de seu cavalo e acenando para as pessoas em volta.

Lan XiChen olhou toda a cena e sorriu se divertindo, dizendo em seguida ao irmão mais novo.

— Déjà-vu.

“…”

Wei Ying sorriu arteiro e piscou para WangJi, este estendeu o braço para o esposo se aproximar. Sorrindo Wei Ying açoitou leve o cavalo e se aproximou segurando a mão do marido. Tão logo que todas as comitivas dos clãs se apresentaram e após as palavras de abertura do cultivador chefe, todos foram se preparar para a caçada.

WangJi e Wei Ying estavam afastados dos demais discípulos e o rapaz tentava convencer o marido de ir caçar sozinho.

— Por favor, eu irei na frente, deixa?!

— Wei Ying, não.

— Lan Zhan, estar sendo teimoso. – O rapaz fechou a face. – Não confia em mim? Ou ao menos em seus ensinamentos?

— Os clãs estão aqui, não pode ir sozinho caçar.

— Eu sei, eles podem se aproveitar e tentar se vingarem… – Cruzando os braços resmungou. – Lan Zhan, eu sei me defender, não será tão fácil me pegarem desprevenido. – Wei Ying se aproximou e tocou a gola do robe branco de WangJi. – Por favor, só por uma hora e você me encontra em um ponto que combinarmos.

WangJi estava receoso, não conseguia se manter tranquilo com aquela possibilidade de se separarem durante a caçada noturna.

— Wei Ying, não.

— Arrrr, Lan Zhan quando é que vai me deixar fazer as minhas coisas sozinho?

WangJi ficou sério com aquela postura repentina do rapaz. Wei Ying fechou os olhos e se afastou virando-se para olhar os grupos de cultivadores se reunirem na passagem que levava a montanha Dafan.

— Uma hora.

Wei Ying virou-se com os olhos brilhantes e pulou nos braços de WangJi beijando o rosto dele feliz por ter ganho aquela hora de independência.

— Uma hora. – Sorrindo afastou pegando a espada.

— Nenhum minuto a mais, se não estiver perto do poço quando chegar, não sairá mais do meu lado assim que te encontrar. – WangJi discursava para o outro, mas seu coração estava muito inquieto.

— Uma hora e estarei lá e o melhor com uma presa extraordinária para honra meu marido e minha mestra. – Wei Ying ergueu os três dedos para firmar aquela promessa e virou-se para ir ao ponto de partida da caçada.

— Wei Ying.

Wei Ying se virou e acenou muito empolgado.

— Lan Zhan, me espera eu vou voltar.

WangJi olhava o rapaz se afastando com os grupos de variados cultivadores, falando com os outros, todos jovens igualmente empolgados.

ZiXuan que chegava juntamente com a mestra BaoShan e sua esposa se aproximaram de WangJi e o rapaz lhe falou:

— Vou ficar de olho no peste, HanGuang-Jun. – ZiXuan se curvou e depois afastou indo se juntar ao grupo.

BaoShan abanava suavemente o seu leque e olhou a YanLi com seu bisneto no colo.

— Vamos para nosso camarote esperar a volta deles.

— Sim, vó.

— HanGuang-Jun, quando puxamos a bacia com água, o líquido tende a vazar para o lado oposto. – Sorriu-lhe. – Mas, quando empurramos a bacia a água volta para nós. – A mestra curvou leve a cabeça e se afastou indo para seu camarote.

WangJi compreendia aquelas palavras, precisava realmente daquele teste, não só para o rapaz quanto para ele se sentir mais seguro o deixando agir sozinho.

— Uma hora, nenhum minuto a mais Wei Ying.

*****

Já havia passado algo mais de 15 minutos de caminhada e Wei Ying analisava as informações que tinha recebido juntando com o que ouviu de SiZhui e JingYi na vila Mo. Nesse instante, sentiu uma energia estranha se aproximar e virou-se com sua espada para defende-se até ouvir a voz conhecida.

— Wei Ying, que susto! – Mo XuanYu levou a mão ao peito e arfou. – Quase me acertou.

— XuanYu, afinal de contas por que aparece sem avisar? – Wei Ying abaixou sua espada e coçou a cabeça. – Desculpa, mas estamos em uma caçada noturna e tudo nos deixa tenso.

— Eu sei, eu sei… – XuanYu juntou as mãos em prece e curvou pedindo desculpas. – Eu estou na caçada também, mas sou muito enrolado e quando te vi passar agradeci aos deuses.

— Ah, sei… – Wei Ying guardou FengSu na bainha. – O que aconteceu com você? A vó disse que lhe trancaram de novo no internato.

— Eles vivem me trancando lá, não consegui voltar. – Mo XuanYu estava muito abatido e sua energia espiritual era estranha e pesada.

Wei Ying reparou no estado dele e falou caminhando ao seu lado.

— Mo XuanYu, deveria se cuidar, estar abatido.

— Eu tento, mas… – XuanYu deu de ombro. – Posso ir com você na caçada?

— Ah?! Comigo? – Wei Ying ficou sem jeito, como dizer ao outro que queria fazer aquilo sozinho.

— Wei Ying?! – ZiXuan apareceu do alto de uma árvore. – Olá, mestre Mo… – Saltou da árvore e pousou ao lado da dupla. – Estar na caçada?

— Sim, acabei de me juntar a Wei Ying. – Sorriu ao outro.

“Ah que legal, como caçarei sozinho com os dois no meu pé?”

Wei Ying não sabia como se livrar daquela dupla e rolou os olhos encarando ZiXuan.

— O que foi? – ZiXuan caminhou olhando em volta. – Aqui não tem nada de interessante, vamos subir mais a montanha.

— É, vamos! – Wei Ying estava irritado, tentando disfarçar, porém sem sucesso.

— Ué, estar assim por quê? Saiba que é bem melhor caçar em mais gente que ir sozinho, pode acontecer algo e não ter … – ZiXuan olhava para ele quando de repente um buraco se abriu e ele caiu dentro. – AHHHHHHHHHHHHHH….

— ZIXUAN?! – Wei Ying tentou segurar seu braço, porém não conseguiu. — ZiXuan?!

Wei Ying foi pegou por XuanYu pelo cinto e o puxou evitando que caísse dentro do buraco que se abriu no chão barrento.

— ZiXuan, responda… ZiXuan… – Wei Ying acendeu um amuleto e jogou dentro do buraco.

— Wei Ying, fique calmo. – ZiXuan finalmente olhou para cima, estava coberto de terra e galhos, retirou de cima e levantou limpando sua roupa. – Vou sair.

Wei Ying soltou o ar do peito aliviado e respondeu em seguida.

— Usa sua espada e voe para fora daí.

— Certo.

Quando ZiXuan pegou sua espada algo estranho começou a acontecer, os ganhos e vegetação estavam se movendo e fechando a entrada do buraco.

— ZiXuan, cuidado!

Wei Ying rapidamente preparou um arranjo para impedir que a entrada se fechasse.

— Ei, Mo XuanYu me ajude a fortalecer o arranjo para impedir que se feche o buraco. – Wei Ying estranhou que não ouviu a resposta do amigo e virou o rosto para ver onde estava. – Mo XuanYu…

— Desculpe, Wei Ying.

— O que?!

Mo XuanYu estava com seus olhos vermelhos e uma pesada energia em sua volta, no exato momento que acertou a nuca de Wei Ying que foi pego com a guarda baixa o fazendo desmaiar com uma descarga de energia ressentida.

— Wei Ying?! – ZiXuan tentava sair, mas a entrada do buraco se fechava com a vegetação. – WEI YING!!!

*****

Wei Ying tentava abrir os olhos, sua cabeça girava e uma forte dor na nuca completava seu estado de indefesa. Piscou várias vezes até conseguir enxergar onde estava. E olhando ao redor percebeu que era um galpão velho, talvez abandonado.

— Aí, minha cabeça… – Tentando se mexer percebeu que seu corpo estava paralisado, ofegou irritado, conhecia aquele tipo de magia. – Droga!

Nesse instante ouviu uma voz sussurrando palavras rapidamente, era uma prece? Talvez, ou pior era um arranjo de invocação? Wei Ying não conhecia aquela pronuncia estranha e forçou virar o rosto para ver de onde vinha, arregalou os olhos ao deparar com a visão seu amigo Mo XuanYu coberto de sangue e diversos cortes pelos braços.

— XuanYu, o que estar fazendo? – Wei Ying estremeceu quando viu os olhos vermelhos do amigo. – O que é tudo isso?

Mo XuanYu parou de entoar o cântico e seus olhos lacrimejaram ao encarar Wei Ying.

— Sinto muito, não tenho escolha…

— Mo XuanYu, por favor, me escuta todos temos escolhas, me solte e vou te ajudar. – Wei Ying começou a se apavorar, os olhos do outro eram assustadores.

O amigo que ele julgava ser indefeso agora estava ali tramando algo que ele não fazia ideia do que era e com uma energia pesada em sua volta só o fazia sentir mais e mais pavor.

– XuanYu, vamos até a mestra BaoShan, vamos te ajudar, por favor pare com isso e me solte.

— Não tenho escolha, só existe uma pessoa que pode me ajudar…

Mo XuanYu voltou a entoar o cântico e a desenhar em volta de Wei Ying com seu próprio sangue traços de um arranjo.

Wei Ying lutava com tudo que podia para se soltar do arranjo que impediam seus movimentos.

— MO XUANYU PARAR!!! ME SOLTA!!!

Com meu sangue, desenhado pela minha mão… – Mo XuanYu continuava entoando.

Wei Ying sentiu o ar mudar a sua volta e o arranjo embaixo dele vibrar.

— Eu preciso me solta. – Wei Ying fechou os olhos e se concentrou para invocar um arranjo e quebrar o feitiço que o mobilizava.

Eu sacrifico meu corpo para você… – XuanYu entoava cada vez mais alto.

O círculo em volta de ambos começou a brilhar com o peso da energia ressentida. Wei Ying conseguiu soltar-se no exato momento que o outro terminava seu acordo do arranjo.

Minha alma desaparecerá… – Levantou o rosto e sorriu com uma expressão descontrolada para Wei Ying. – … humildemente, espero por você…

— VOCÊ NÃO VAI ME LEVAR NA SUA LOUCURA… – Wei Ying levou a mão e mordeu o dedo, fazendo sangrar, desenhando no ar um arranjo, batendo a mão no chão com o desenho do arranjo juntamente quando Mo XuanYu terminou a invocação.

PATRIARCA YILING, WEI WUXIANNN!!!!

O círculo do arranjo brilhou forte e o choque de ambas energias jogou os corpos de ambos para cada lado do galpão. O local foi tomado por uma forte ventania que se misturava a energia ressentida e o feitiço que foi entoado se rompeu. Alguns minutos depois tudo ficou quieto e escuro.

 Alguns minutos depois tudo ficou quieto e escuro

— Onde estou…?

— Lunático… Lunático… Acorda… – Uma voz masculina ecoava e algo cutucava o outro que estava deitado no monte de feno.

— Ah?! Lunático…?!

A cabeça girava e tentou levantar, mas o corpo pesava cansado. Quando finalmente conseguiu sentar recebeu um chute no peito e caiu deitado novamente;

— Seu maldito bastado, pare de fingir de morto e levanta. – Mo ZiYuan chutava sem parar o corpo deitado no chão. Por fim, agarrou-o pelos cabelos e levantou para encara-lo.

— Mo XuanYu, acha mesmo que ficar fazendo fofoquinhas de que peguei suas merdas de coisas é a forma de se vingar? Vai ficar trancado aqui sem comida só para aprender a não se meter comigo. – Empurrou-o para longe.

— Lunático gay de merda…

Quando finalmente conseguiu pensar com clareza virou a face para uma tina de água e no reflexo viu que no seu rosto havia uma pesada maquiagem feminina. Ele estreitou os olhos confuso olhando para si mesmo. Notando por fim os traços vermelhos no chão.

— Arranjo proibido… – Murmurou.

“Não estou fingindo de morto, visto que eu realmente estive morto por alguns anos…  Onde estou?… Quando eu fiz algo tão imoral como roubar o corpo de outra pessoa?”

Wei WuXian finalmente conseguiu se levantar e olhou para o outro que se afastava do galpão.

“Quão fodida é a vida desta pessoa?” Mo XuanYu preferiu usar uma técnica proibida para sacrificar o seu corpo e pedir aos espíritos malignos que realizassem sua vingança.” 

A dor dos seus olhos foi para a sua cabeça. Wei WuXian tocou suas têmporas com os dedos e massageou.

“Supostamente, para usar a técnica proibida, o conjurador repetiria silenciosamente o seu desejo. Como o espírito maligno convocado, eu deveria ter sido capaz de ouvir seus requisitos específicos.”

Entretanto, era provável que Mo XuanYu tivesse copiado fragmentos da técnica de algum lugar e pulado este passo. Embora adivinhasse que ele queria se vingar da família Mo.

“Como eu devo fazer isso? Até que ponto? Recuperar os itens que foram roubados dele? Ou bater em todo mundo do clã Mo? Ou… acabar com toda a família?”

Analisando as possibilidades, provavelmente era para acabar com toda o clã. Afinal, qualquer um que tivesse contato com o mundo da cultivação saberia quais frases eram usadas mais frequentemente para descrever Wei WuXian — ingrato, excêntrico, desmerecedor da sua própria família, abominado pelo céu, e outros termos peculiares.

Havia alguém mais “desprezível” do que ele? Se Mo XuanYu ousou invocá-lo especificamente, seu desejo provavelmente não era algo facilmente realizável.

Wei WuXian não pôde deixar de pensar: “Você escolheu a pessoa errada…”

— Vamos, rápido levem logo o corpo dele para longe daqui

— Vamos, rápido levem logo o corpo dele para longe daqui. – A pessoa dentro do carro falava apressado com um grupo de discípulos.
— Aonde vamos leva-lo, senhor? – Um dos homens curvou aguardando instruções.

— Deixe-o em um hospital bem distante daqui como indigente ninguém vai procurar. – A voz vinha do carro terminou de dar as ordens e fechou a janela.

— Claro, meu senhor.

— Maldito Mo XuanYu, era só fazer o arranjo e no fim deu tudo errado. – A voz ecoava irritada. – Para não descobrirem que estou envolvido vai ficar longe daqui. – Resmungou ainda mais. -Lunático, mesmo que acorde ninguém vai se preocupar com você.

O grupo que levava o desacordado Mo XuanYu na maca continuou andando até entrarem no carro e saírem em disparada pela estrada de barro.

Fim do arco Reencarnação

Final da temporada!

Se Não For Você, Não Será Mais Ninguém!

Arco Despertar [ EM 2022 ]

Wei WuXian despertou, diante de tanto caos aquele que carrega o legado do passado sombrio caminha entre todos. As memórias de antes como reencarnado se perderam e o que lhe resta são somente as dores de sua última vida. Na tentativa de cumprir a vontade do pactuante Mo XuanYu onde deverá vingar-se para permanecer com sua alma reencarnada no corpo saem em busca de concluir tal acordo do arranjo proibido.

Enquanto os demais cultivadores enfrentam uma entidade maligna, ele esbarra com aquele que no passado acreditava lhe ter desafeto, Lan WangJi. E sem imaginar que sua nova vida havia sido ligado tão profundamente ao segundo mestre Lan. Wei WuXian irá trilhar o caminho em busca de respostas e encontrará com todos aqueles que em seu passado perdeu a existência. Diante de tantos mistérios a serem desvendados começa aos poucos perceber que sente uma forte ligação com WangJi muito maior do que todos lhe contam.

 

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